Re: snipers
Enviado: Seg Set 28, 2009 1:50 pm
Pontaria certeira para salvar vidas
O DIA revela como é o treinamento dos snipers do Bope: 50 tiros diários, atividade física e tensão
POR MARIA MAZZEI, RIO DE JANEIRO
Rio - Um piscar de olhos. Tempo mais do que suficiente para um atirador de elite da polícia encerrar um longo drama de um refém. Último recurso para situações como a de sexta-feira, na Tijuca — quando a comerciante Ana Cristina Garrido foi mantida refém por mais de uma hora por um bandido armado com uma granada —, o atirador ou sniper tem a missão de matar o bandido.
O DIA passou o domingo com dois desses policiais, que atuam sempre sem ser percebidos e em situações de extrema tensão. O tiro tem que ser preciso, o sniper frio. Em guerras, seu sucesso desmoraliza o inimigo. Na paz, inibe a expansão do crime. Usando armas e munições especiais, o franco atirador treina diariamente não só a pontaria, mas também o corpo. Em ação ficará numa mesma posição durante horas.

O dia dele começa às 8h, quando vai “aferir” seu fuzil. No stand de tiros, o primeiro disparo não acerta com perfeição o alvo de papel a cem metros de distância. O cano da arma ainda está frio. O segundo e o terceiro disparos são para corrigir o primeiro e os 47 demais, para se manter preciso. Uma vez por semana, os 15 atiradores de elite do Bope treinam juntos e são avaliados.
“A bala segue a 800 metros por segundo, sem dar chance de reação ao bandido”, resume o cabo F, um dos atiradores do Grupamento de Atiradores de Elite (GAP) do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Os francos atiradores surgiram há 200 anos, na Guerra de Independência dos Estados Unidos. Há 15, foram fundamentais na Guerra da Chechênia — com um detalhe, muitos eram mulheres. Na polícia do Rio, passaram a ter mais atenção há nove anos, após o a fracassada ação no sequestro do ônibus 174 — quando refém e o sequestrador morreram.
Para um sniper, errar é não poupar o refém, não neutralizar o bandido com o tiro fatal. “Esse é o único medo que devemos sentir”, comenta F. O objetivo é atingir área vital da cabeça — entre o nariz e a boca —, por isso os treinamentos são exaustivos. “Se o indivíduo não for neutralizado imediatamente, se o bala não atingir o ponto certo, se ele não cair morto, pode ter tempo de atirar na vítima”, explica o cabo P., sniper no Bope há 8 anos.
A decisão de puxar o gatilho durante uma ação policial com refém é o último e mais arriscado recurso. Antes disso, o sniper atua como um excelente observador avançado, sempre auxiliado um outro policial. Chamado de spoter, é quem passa as coordenadas sobre distância do alvo e o clima ao atirador. Seu erro é fatal. O fuzil é preparado pelo sniper de acordo com essas informações.
Como se posiciona em lugares altos, o atirador tem condições de colher informações sobre o inimigo durante os longos períodos da negociação e repassá-las por rádio para o comandante. Só ao final de todas as tentativas, quando o comandante envia sinal, é que o franco atirador entra em ação.
“Ele dá a ordem, mas quem decide o momento de disparar somos nós”, diz F. “O momento certo mesmo, só quem consegue enxergar é o atirador”, completa o cabo, que não tem alimentação especial nem restrições sobre o que beber ou fazer nas horas folga. Nas operações em favela, sempre há pelo menos um sniper. Fica a cem metros do local do tiroteio, de onde consegue observar quem esteja ameaçando a vida de um colega de farda. O objetivo é, segundo P., neutralizar o bandido, “que mesmo ferido, pode atirar no policial'.
TV ODIA: A preparação de um sniper
Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/rio/htm ... 37479.html
O DIA revela como é o treinamento dos snipers do Bope: 50 tiros diários, atividade física e tensão
POR MARIA MAZZEI, RIO DE JANEIRO
Rio - Um piscar de olhos. Tempo mais do que suficiente para um atirador de elite da polícia encerrar um longo drama de um refém. Último recurso para situações como a de sexta-feira, na Tijuca — quando a comerciante Ana Cristina Garrido foi mantida refém por mais de uma hora por um bandido armado com uma granada —, o atirador ou sniper tem a missão de matar o bandido.
O DIA passou o domingo com dois desses policiais, que atuam sempre sem ser percebidos e em situações de extrema tensão. O tiro tem que ser preciso, o sniper frio. Em guerras, seu sucesso desmoraliza o inimigo. Na paz, inibe a expansão do crime. Usando armas e munições especiais, o franco atirador treina diariamente não só a pontaria, mas também o corpo. Em ação ficará numa mesma posição durante horas.

O dia dele começa às 8h, quando vai “aferir” seu fuzil. No stand de tiros, o primeiro disparo não acerta com perfeição o alvo de papel a cem metros de distância. O cano da arma ainda está frio. O segundo e o terceiro disparos são para corrigir o primeiro e os 47 demais, para se manter preciso. Uma vez por semana, os 15 atiradores de elite do Bope treinam juntos e são avaliados.
“A bala segue a 800 metros por segundo, sem dar chance de reação ao bandido”, resume o cabo F, um dos atiradores do Grupamento de Atiradores de Elite (GAP) do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Os francos atiradores surgiram há 200 anos, na Guerra de Independência dos Estados Unidos. Há 15, foram fundamentais na Guerra da Chechênia — com um detalhe, muitos eram mulheres. Na polícia do Rio, passaram a ter mais atenção há nove anos, após o a fracassada ação no sequestro do ônibus 174 — quando refém e o sequestrador morreram.
Para um sniper, errar é não poupar o refém, não neutralizar o bandido com o tiro fatal. “Esse é o único medo que devemos sentir”, comenta F. O objetivo é atingir área vital da cabeça — entre o nariz e a boca —, por isso os treinamentos são exaustivos. “Se o indivíduo não for neutralizado imediatamente, se o bala não atingir o ponto certo, se ele não cair morto, pode ter tempo de atirar na vítima”, explica o cabo P., sniper no Bope há 8 anos.
A decisão de puxar o gatilho durante uma ação policial com refém é o último e mais arriscado recurso. Antes disso, o sniper atua como um excelente observador avançado, sempre auxiliado um outro policial. Chamado de spoter, é quem passa as coordenadas sobre distância do alvo e o clima ao atirador. Seu erro é fatal. O fuzil é preparado pelo sniper de acordo com essas informações.
Como se posiciona em lugares altos, o atirador tem condições de colher informações sobre o inimigo durante os longos períodos da negociação e repassá-las por rádio para o comandante. Só ao final de todas as tentativas, quando o comandante envia sinal, é que o franco atirador entra em ação.
“Ele dá a ordem, mas quem decide o momento de disparar somos nós”, diz F. “O momento certo mesmo, só quem consegue enxergar é o atirador”, completa o cabo, que não tem alimentação especial nem restrições sobre o que beber ou fazer nas horas folga. Nas operações em favela, sempre há pelo menos um sniper. Fica a cem metros do local do tiroteio, de onde consegue observar quem esteja ameaçando a vida de um colega de farda. O objetivo é, segundo P., neutralizar o bandido, “que mesmo ferido, pode atirar no policial'.
TV ODIA: A preparação de um sniper
Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/rio/htm ... 37479.html