Luís Henrique escreveu:Penguin escreveu:
Luis, esse "choro" todo por causa do Su-35?!
Por que ninguém chora pelo Typhoon ou pelo F-16?! Foram também exclusões ideológicas?!
O FX2 nunca foi um programa focado apenas em desempenho, embora isso fosse considerado como tinha que ser.
Havia outras áreas que eram tb importantes. Se isso não for levado em conta nas análises, não se está analisando o FX2, mas gosto pessoal.
O que vc cita como resposta oficial não o é.
As respostas oficiais foram dadas aos fabricantes desclassificados e não foram tornadas públicas porque esses mesmos fabricantes não permitem.
Apenas algumas vagas informações vieram a público e nenhuma surpresa. Os próprios russos da Sukhoi se queixaram logo depois do anuncio do SL na Aviation Week que eles não poderiam atender aos offsets comerciais e tecnologicos. Confirmando isso, diversos jornais leigos publicaram declarações de Jobim e Saito principalmente de que os russos falharam em apresentar informações nessa área. Depois surgiram declarações de outros problemas nas respostas ao RFI, como a área logística (manutenção).
Se entre as 5 áreas avaliadas (abaixo) durante o RFI alguns fabricantes responderam insatisfatoriamente ou pior do que os outros, para que gastar tempo com mais análises? Eles já deixaram de atender satisfatoriamente a requisitos nessa fase.
Por razões diversas (que não foram tornadas públicas), o Typhoon, o F-16 e o pivot do choro eterno, o Su-35 foram desclassificados. A fila andou e o processo se concentrou nos 3 mais adequados para a FAB e o Brasil.
1-Operacional
2-Logística
3-Técnica
4-Compensação Comercial (offset)
5-Transferência de tecnologia para a indústria nacional de defesa.
ou seja, informações sobre custo, performance, armamentos, manutenção e pacotes tecnológicos e de compensação comercial.
A partir dai o processo se concentrou nas 3 melhores opções para o Brasil na visão de quem tinha a competência legal e técnica para fazer isso: a FAB através de seus órgãos. E a escolha final foi tomada pelo chefe do executivo embasada nessas informações (Lula até tentou tomar a decisão sem embasamento técnico, mas voltou atrás para a sorte dele. Caso contrário poderia estar preso por isso hoje).
Santiago, não tem nada de choro.
Deixe um pouco de lado sua visão de suporte total à FAB. Imagine que a FAB é composta por seres humanos NORMAIS que também cometem erros.
Imagine que são sujeitos à hierarquia e que os que estavam no topo da hierarquia em 2008, nasceram na época da II Guerra Mundial e viveram a maior parte de suas vidas DURANTE A GUERRA FRIA.
Não coloque a mão no fogo por eles. Faça uma análise ISENTA.
Você, como bom conhecedor, bom pesquisador, acha que realizar um SHORTLIST na fase de RFI, com MÍSEROS 2 MESES DE ANÁLISE, SEM VOAR AS AERONAVES, SEM VISITAR A INDÚSTRIA, SEM VISITAR AS OFICINAS DE MANUTENÇÃO, SEM VISITAR OS ESQUADRÕES OPERACIONAIS, SEM AVALIAR DE FORMA PROFUNDA.
EM MÍSEROS 2 MESES.
Você mesmo colocou a data.
A Boeing entregou o RFI no dia 30 de JULHO de 2008.
No dia 1º de OUTUBRO DE 2008 foram anunciados os 3 FINALISTAS.
Estudaram as respostas do RFI nos meses de Agosto e Setembro.
Em 1º de OUTUBRO eliminaram F-16, Eurofighter e Su-35.
APENAS EM 30 de MARÇO DE 2009, que INICIARAM os vôos das aeronaves FINALISTAS, as visitas às indústrias, visitas às oficinas de manutenção, visitas aos esquadrões operacionais, e as análises de capacidade militar em Superioridade Aérea e Interdição.
É um processo MUITO ERRADO.
A visita do presidente da Rússia ao Brasil estava marcada para
26 de Novembro de 2008.
Nesta data o Brasil assinou com a Rússia acordos de COOPERAÇÃO NOS SETORES AEROESPACIAL, NUCLEAR E DE DEFESA.
Este processo ATROPELADO de fazer shortlist durante RFI.
De analisar o RFI em tempo recorde de 2 meses.
E de anunciar rapidamente os 3 finalistas.
Excluindo o Su-35 que era tido como Favorito de 10 entre 10 analistas, é MUITO ESTRANHA.
Ninguém tira isso da minha cabeça.
E tenho certeza que não é teoria da conspiração minha.
Vc está equivocado.
Todos os 6 concorrentes sabiam como o processo iria funcionar e do seu cronograma quando foi iniciado.
Se havia um momento para reclamar, era antes do recebimento do RFI ou logo após o seu recebimento.
Todos os 6 concorrentes responderam ao RFI até o dia 30 de julho de 2008. Todos, inclusive os russos da Sukhoi.
Todos sabiam que haveria um short list e que alguns seriam eliminados por não atender aos requisitos do FX2.
Aqui cabe um parênteses.
Antes de se enviar respostas ao RFI, todos os fabricantes e países firmaram acordos de confidencialidade ("Non-Disclosure Agreements"). As informações que são utilizadas para responder ao RFI são protegidas e sigilosas legalmente. Isso independe de qualquer outro acordo. Até hoje a FAB não pode divulgar mais informações sobre o processo.
Lembre-se que os mesmo russos participaram alguns anos antes do FX1 e fizeram proposta sem nenhum tipo de problema.
Apenas nas fases mais avançadas das negociações, após a definição do short list é que o processo para a implementação de ToT precisaria ser garantido. Vide o caso da carta do governo dos EUA garantindo as ToT. Isso aconteceria apenas depois que o SL foi definido em etapas seguintes.
Os Suecos, por exemplo firmaram um acordo governo-governo apenas depois que eles foram escolhidos como o vencedores do FX2.
Além do mais, o Brasil tem firmado acordos estratégicos e tecnológicos com a Rússia desde 1997 (
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/ficha ... -da-russia ):
1997 – Criação da Comissão de Alto Nível de Cooperação (CAN), cujo mecanismo operacional é a Comissão Intergovernamental de Cooperação (CIC)
2002 – Visita oficial à Rússia do Presidente Fernando Henrique Cardoso, quando f
oi celebrada a "Parceria Estratégica" entre os dois países
2004 – Visita do Presidente Vladimir Putin ao Brasil, a primeira de um Chefe de Estado da Federação da Rússia, ocasião em que f
oi celebrada a "Aliança Tecnológica" entre os dois países
Logo, essa desculpa de que os russos não terem respondido bem ao RFI porque dependiam de um acordo, disseminada por um jornalista, não tem amparo nos fatos e nem na lógica.
O processo foi rápido porque nessa fase não houve necessidade de realizar os testes com as aeronaves.
O processo foi rápido porque a FAB queria decidir logo, pois sabia dos riscos se desse muito espaço para interferências políticas ou crises econômicas.
Infelizmente o processo sofreu interferência política, sobretudo depois do SL definido e atrasou muito. Aconteceu o que ela tentou evitar.
O Su-35 era favorito em fóruns, por entusiastas ou por jornalistas que não tinham ideia do que a FAB queria ou o que seria analisado e considerado no processo:
1-Operacional
2-Logística
3-Técnica
4-Compensação Comercial (offset)
5-Transferência de tecnologia para a indústria nacional de defesa.
ou seja, informações sobre custo, performance, armamentos, manutenção e pacotes tecnológicos e de compensação comercial.