eligioep escreveu: ↑Ter Jul 18, 2023 7:11 pm
knigh7 escreveu: ↑Seg Jul 17, 2023 8:36 pm
@eligioep , boa noite.
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Nós sabemos das restições orçamentarias do EB, mas se nós adotarmos um MMBT, que tem uma blindagem inferior, qual será a tática mágica e inédita que o nosso Exército vai ter de enfrentar numa guerra sem uma viatura que seja capa de avançar e suportar o fogo adversário em combate aproximado, já que nem americanos, franceses, alemães, suecos, britânicos, japoneses, coreanos, turcos e mais...
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Knight,
trata-se simplesmente de aplicação correta dos poucos, escassos, recursos alocados ao EB.
Analisando o provável cenário sul-americano, qual a ameaça que você visualiza para o BR?........ Dentro desse cenário, com o CV90120T, estaremos bem equipados.
As nossas FA não são expedicionárias (com exceção do FN) e assim, não se visualiza a necessidade de um CC de maior capacidade, considerando o nosso possível TO.
E caso alguma ameaça se materialize nas vizinhanças, teremos o mesmo tempo hábil daquele país para nos equiparmos.
Além disso, mesmo com (poucos) recursos disponíveis, prevê-se a possibilidade concreta de um MBT no futuro, não tão perto, provavelmente adquirido usado. .....
Não podemos julgar as nossas FA baseados nos norte-americanos, ou mesmo franceses, com divisões expedicionárias inteiras, e essas sim, equipadas com o que há de mais phodão.
Aliás, os norte-americanos acabam de selecionar um MMBT, e que certamente se destinará ao emprego interno, ou em segurança de retaguarda das tropas expedicionárias.
Olá
@eligioep
Algumas dúvidas, caso possa responder.
Qual a temporalidade das principais HE no continente sul americano são usadas pelo EB? No caso, as de longo prazo vão até que futuro previsível?
No caso, as nossas HE consideram tão somente o cenário sul americano levando em conta apenas nossos vizinhos, ou entra mais alguém nessa conta do chamado entorno estratégico, como países da África Ocidental e Caribe?
Que fatores além dos militares são considerados para determinar que tipo de CC e demais blindadas são suficientes e necessários à tropa blindada brasileira? Em que cenários o EB julga eles sejam usados em caso concreto?
Qual a relevância, ou a falta dela, da região nordeste na composição das forças blindadas do EB, e de que maneira a instituição vê a defesa do nordeste dentro do contexto da defesa nacional? Temos algum planejamento de fato para a defesa do saliente nordestino ou a gente vê na hora o que faz, já que não se considera aquela região uma prioridade em termos de planejamento estratégico?
E caso alguma ameaça se materialize nas vizinhanças, teremos o mesmo tempo hábil daquele país para nos equiparmos.
É lícito afirmar com certeza que teremos tempo para nos equipar adequadamente apenas e tão somente no caso de alguma ameaça crível de parte de nossos vizinhos se tornar efetiva? Com base em que dados e fatos podemos crer que esta afirmação está correta, e não imputa em erro de avaliação?
No caso da aquisição de um MBT de verdade no futuro, qual a perspectiva real de isso vir a acontecer sem que necessariamente eles se tornem uma opção impositiva ao país dado alguma ameaça concreta e reconhecida pelo poder político que justifique a liberação de recursos para tal aquisição? Parece que o exemplo da Ucrânia não surtiu efeito neste contexto. Vamos deixar para os 47 do segundo tempo para (tentar) resolver o que deveria ser resolvido desde agora apenas para justificar a nossa incapacidade, ou negligência, de investir em CC e VBC Fuz modernos só porque "não temos recursos" para tanto, ou melhor dizendo, não temos vontade e nem responsabilidade para fazê-lo agora? E se não houver quem nos queira vender um CC...
Quanto a questões de comparação, me parece que se nós insistirmos em nos comparar com nossos vizinhos, ou com outros países que façam parte do nosso entorno estratégico, jamais teremos como justificar sequer a existência de ffaa's no país, tal é a pobreza e vexatória a realidade militar que nos envolve abaixo da linha do equador. Talvez fosse mais lícito nos compararmos mesmo com países com pelo menos a mesma capacidade econômica, ou similar, que seja, a fim de sabermos de fato onde podemos, e se queremos, chegar em termos de modernidade e preparo das ffaa's. O preparo das ffaa's deve ser no sentido de antever reais e hipotéticos adversários de forma a termos ao menos a possibilidade de barganhar do ponto de vista militar qualquer tentativa de pressão que nos seja imposta. É a tal da dissuasão. Mas se não tivermos forças militares capazes de "meter medo" nem na vizinhança e\ou entorno estratégico, vamos fazer o que então?
Por fim, me parece não ser cabível admitir que um país como o Brasil, com base na sua capacidade humana, econômica, industrial e tecnológica não conseguir dispor ao seu exército de um CC e VBC Fuz minimamente decentes, ainda que a título de compra de prateleira. Já é difícil aceitar compras que visem apenas "manter doutrina" à espera de algum acontecimento que possa servir de "desculpa" ao poder público para dispor dos recursos que a Defesa faz jus desde sempre. Eu quero crer que essa ideia de que teremos tempo para resolver os muitos gargalos na defesa se algo acontecer é muito equivocada. Parece que voltamos a 1939, quando todo mundo por aqui entendia o GM II como sendo um problema dos outros. E todos sabemos como acabou.