Página 203 de 442

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Nov 15, 2010 12:12 pm
por Marino
Este evento contado pelo James Blunt é verdadeiro, e foi relatado à época em todos os jornais.
O Gen. americano foi destituído após um telefonema do Premier britãnico ao Presidente americano.
Só não sabia que era ele a frente dos soldados britânicos.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Nov 15, 2010 2:40 pm
por thicogo
Marino escreveu:Este evento contado pelo James Blunt é verdadeiro, e foi relatado à época em todos os jornais.
O Gen. americano foi destituído após um telefonema do Premier britãnico ao Presidente americano.
Só não sabia que era ele a frente dos soldados britânicos.
É Marinho, eu pesquisei, ele é Capitão do Exército britânico, sua família tem por tradição fazer para do exército que remota do século X.Esse cara fez tudo que queria na vida,engenheiro aeroespacial, sociologo, oficial do British Army,fez parte da Life Guards,foi pro movimento Médicos sem fronteiras e é cantor.
Sem querer dá uma de Bourne, mas o cara tem uma história de vida muito bonita e incrível.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Seg Nov 15, 2010 5:54 pm
por Ilya Ehrenburg
Sobre o conflito da Nicarágua com a Costa Rica, ou... Mais uma ópera bufa latino-americana:
1- Um zeloso comandante nicaragüense, muito feliz com a banda-larga que possui, resolve consultar o Google Maps...
2- Comandante nicaragüense: “Oh meu deus! O Google Maps, ser virtual inequívoco mostra que os canalhas costarriquenhos ocupam uma ilha fluvial, que é nossa! Vamos restituir aquele pedaço de chão a nossa pátria!”...
3- Orgulhosos 20 soldados da Nicarágua invadem de pronto a referida ilhota fluvial... Hasteiam a bandeira nacional da Nicarágua e fazem umas barricadas de barro...
4- Funcionários do serviço de dragagem observam a pantomima e informam os seus superiores.
5- Frente a indignação justa da Costa Rica, os soldados da Nicarágua voltam para os seus destacamentos, e o comandante é chamado à Manágua.
6- O que deveria ter sido findo com um firme protesto diplomático costarriquenho, com o objetivo de obter uma desculpa formal da Nicarágua, torna-se um circo armado na OEA, onde se exige que as tropas da Nicarágua saiam do solo da Costa Rica, mesmo quando se sabe que 24 horas antes elas já o tinham feito.
7- Não satisfeita, a Costa-Rica, reclama do fato de a Nicarágua elevar o efetivo dentro das suas fronteiras para 600 soldados. Bem feito, não passavam de 20, antes...

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Nov 16, 2010 9:28 am
por FOXTROT
terra.com.br

China, Índia e Rússia chegam a acordo sobre Irã e Afeganistão
16 de novembro de 2010

Os ministros de Assuntos Exteriores de China, Índia e Rússia realizaram uma cúpula na cidade chinesa de Wuhan, onde assinaram um comunicado conjunto expressando pontos comuns em assuntos relativos a Irã, Afeganistão, mudança climática e Grupo dos Vinte (G20, países ricos e emergentes), informou nesta terça-feira a agência "Xinhua".

No comunicado, por exemplo, o chanceler chinês, Yang Jiechi, o russo, Serguei Lavrov, e o indiano, Somanahalli Mallaiah Krishna, destacaram que o Irã "tem direito a usar energia nuclear com fins pacíficos e, ao mesmo tempo, deve restaurar a confiança internacional sobre o uso exclusivamente pacífico de suas atividades nucleares".

Sobre o Afeganistão, os ministros coincidiram que é necessário ajudar o país "para que garanta sua segurança e desenvolvimento, e fazer esforços arrumados para restaurar a paz e a segurança nesse país".

No comunicado, os três países destacaram a necessidade de cooperação para lutar contra o terrorismo, incluindo o uso conjunto de informações e tecnologia.

Pequim e Nova Délhi apoiaram Moscou na "proteção de seus interesses", e, por isso, "contribuirão à paz e à estabilidade na região do Cáucaso".

Rússia, Índia e China também se mostraram a favor de uma reforma das Nações Unidas "para fazê-la mais democrática, representativa e eficiente" e se mostraram dispostos a colaborar em áreas como agricultura, energia, prevenção de desastres e serviços de saúde.

Também ressaltaram que os contatos e cooperação entre os três países "não ameaçam nenhum outro país" e destacaram a crescente importância internacional do bloco Bric - formado pelos três mais o Brasil -, cuja próxima cúpula será realizada na China em 2011.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Nov 16, 2010 9:49 am
por Penguin
Os 3 grandes asiáticos precisam colocar o quintal em ordem.
FOXTROT escreveu:terra.com.br

China, Índia e Rússia chegam a acordo sobre Irã e Afeganistão
16 de novembro de 2010

Os ministros de Assuntos Exteriores de China, Índia e Rússia realizaram uma cúpula na cidade chinesa de Wuhan, onde assinaram um comunicado conjunto expressando pontos comuns em assuntos relativos a Irã, Afeganistão, mudança climática e Grupo dos Vinte (G20, países ricos e emergentes), informou nesta terça-feira a agência "Xinhua".

No comunicado, por exemplo, o chanceler chinês, Yang Jiechi, o russo, Serguei Lavrov, e o indiano, Somanahalli Mallaiah Krishna, destacaram que o Irã "tem direito a usar energia nuclear com fins pacíficos e, ao mesmo tempo, deve restaurar a confiança internacional sobre o uso exclusivamente pacífico de suas atividades nucleares".

Sobre o Afeganistão, os ministros coincidiram que é necessário ajudar o país "para que garanta sua segurança e desenvolvimento, e fazer esforços arrumados para restaurar a paz e a segurança nesse país".

No comunicado, os três países destacaram a necessidade de cooperação para lutar contra o terrorismo, incluindo o uso conjunto de informações e tecnologia.

Pequim e Nova Délhi apoiaram Moscou na "proteção de seus interesses", e, por isso, "contribuirão à paz e à estabilidade na região do Cáucaso".

Rússia, Índia e China também se mostraram a favor de uma reforma das Nações Unidas "para fazê-la mais democrática, representativa e eficiente" e se mostraram dispostos a colaborar em áreas como agricultura, energia, prevenção de desastres e serviços de saúde.

Também ressaltaram que os contatos e cooperação entre os três países "não ameaçam nenhum outro país" e destacaram a crescente importância internacional do bloco Bric - formado pelos três mais o Brasil -, cuja próxima cúpula será realizada na China em 2011.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Nov 16, 2010 10:08 am
por Rock n Roll
Penguin escreveu:Os 3 grandes asiáticos precisam colocar o quintal em ordem.
FOXTROT escreveu:terra.com.br

China, Índia e Rússia chegam a acordo sobre Irã e Afeganistão
16 de novembro de 2010

Os ministros de Assuntos Exteriores de China, Índia e Rússia realizaram uma cúpula na cidade chinesa de Wuhan, onde assinaram um comunicado conjunto expressando pontos comuns em assuntos relativos a Irã, Afeganistão, mudança climática e Grupo dos Vinte (G20, países ricos e emergentes), informou nesta terça-feira a agência "Xinhua".

No comunicado, por exemplo, o chanceler chinês, Yang Jiechi, o russo, Serguei Lavrov, e o indiano, Somanahalli Mallaiah Krishna, destacaram que o Irã "tem direito a usar energia nuclear com fins pacíficos e, ao mesmo tempo, deve restaurar a confiança internacional sobre o uso exclusivamente pacífico de suas atividades nucleares".

Sobre o Afeganistão, os ministros coincidiram que é necessário ajudar o país "para que garanta sua segurança e desenvolvimento, e fazer esforços arrumados para restaurar a paz e a segurança nesse país".

No comunicado, os três países destacaram a necessidade de cooperação para lutar contra o terrorismo, incluindo o uso conjunto de informações e tecnologia.

Pequim e Nova Délhi apoiaram Moscou na "proteção de seus interesses", e, por isso, "contribuirão à paz e à estabilidade na região do Cáucaso".

Rússia, Índia e China também se mostraram a favor de uma reforma das Nações Unidas "para fazê-la mais democrática, representativa e eficiente" e se mostraram dispostos a colaborar em áreas como agricultura, energia, prevenção de desastres e serviços de saúde.

Também ressaltaram que os contatos e cooperação entre os três países "não ameaçam nenhum outro país" e destacaram a crescente importância internacional do bloco Bric - formado pelos três mais o Brasil -, cuja próxima cúpula será realizada na China em 2011.


Pois é, a movimentação de papoula in natura e ópio na região no norte do afeganistão pode ter influenciado e muito esse encontro. As máfias da região estão ganhando rios de dinheiro e poder na venda e transporte dentro daquele "buraco negro" que é o norte doa Afeganistão, Iran e fronteira das ex-repúblicas soviéticas com escoamento via Cáucaso e Turquia.
Quanto ao próximo encontro BRIC. Ah... Esse promete emoções fortes.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Nov 16, 2010 11:34 am
por delmar
1- Um zeloso comandante nicaragüense, muito feliz com a banda-larga que possui, resolve consultar o Google Maps...
Caro companheiro comissário, consulte o Google Maps lá pelos costados de Santana do Livramento/RS e verás que o sagrado territorio do Brasil está sendo questionado. :roll:
Após a posse daquele comunista pérfido e insidioso,sanguinário ex-guerrilheiro, na presidência do vizinho país, começaram as provocações :roll:
O que o nobre comissário petista aconselha:
1. Ocupar a área questionada com uma brigada blindada? :evil:
2. Fazer uma protesto na OEA contra os uruguaios? :roll:
3. Descobrir onde é o escritório da GOOGLE no Brasil e promover uma grande manifestação reunindo a pelegada dos sindicatos, os comissários do partido, o MST, a UNE, etc., para denunciar a tentativa dos porcos capitalistas de dividirem as lideranças populares do continente, fomentando a discórdia? :lol: :lol:
Aguardamos orientações do comissariado.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Nov 16, 2010 1:33 pm
por Marino
VALOR ECONÔMICO – 16/11/2010
Venezuela começa a trocar de fato os EUA pela China



A Venezuela está efetivamente tentando trocar os EUA pela China como seu maior comprador de petróleo. O presidente Hugo Chávez deu sinais de que pretende vender suas operações de refino em território americano e já modificou o contrato de fornecimento de petróleo para as refinarias de lá. Analistas dizem que a estratégia geopolítica de Chávez é clara: ir diminuindo a exposição da Venezuela em relação ao país ao mercado americano para aumentar as relações com a China desde já.



No mês passado, o ministro de Energia da Venezuela, Rafael Ramírez, disse que o país iria "revisar pouco a pouco todos nossos ativos e desmontar a internacionalização" da estatal PDVSA. Ramírez afirmou que isso faz parte de uma estratégia do governo para acabar com "essa política concebida de que nosso papel era fornecer de maneira barata todo o petróleo que as economias mais industrializadas precisam".



Chávez disse que a Citgo, subsidiária da PDVSA que atua no refino e na distribuição nos EUA, era um "péssimo negócio", mas não deu detalhes sobre uma possível venda da empresa. O ministro Ramírez confirmou que o interesse do governo é se desfazer de suas operações nos EUA, assim como já vendeu sua parte na refinaria Ruhr Oel, na Alemanha.



"O governo venezuelano está colocando as bases para deixar o mercado americano", afirma José Suárez Núñez, analista do setor de petróleo venezuelano. "E não tem outra alternativa, se quiser cumprir o acordo com a China, que prevê a venda de 1 milhão de barris diários a partir de 2012. O único modo de fazer isso é ir reduzindo as exportações para os EUA."



Atualmente, os EUA são o principal cliente do petróleo venezuelano e compram quase a metade das exportações da PDVSA.



Suárez diz que o sinal mais claro dessa estratégia de reduzir as vendas para os EUA é a troca de contrato de fornecimento que a Venezuela tem com as refinarias da Citgo. Os contratos antigos, de dez anos, foram substituídos por contratos de validade de um ano, com prorrogação de mais um ano. "Quando esses contratos expirarem, apareceria a oportunidade de vender as refinarias nos EUA sem violar nenhum acordo."



Mauricio Mendoza, da Câmara de Petróleo da Venezuela, diz que a PDVSA deve deixar esses ativos de lado para se concentrar nos novos projetos na Venezuela e no aumento do fornecimento à China, a Belarus e à PetroCaribe (empresa fundada por Chávez para suprir seus aliados na região).



O principal acordo de Chávez entretanto é sem dúvida o com os chineses. A Venezuela assinou compromissos de US$ 38 bilhões com Pequim, a serem pagos com petróleo a futuro. Atualmente, o pagamento vem sendo feito com 300 mil de barris por dia (b/d), mas o governo diz que pretende chegar a 1 milhão b/d até 2012. "Como a produção do país não está aumentando, só conseguirá fazer isso mudando o rumos das exportações", disse Asdrúbal Oliveros, diretor da consultoria Ecoanalítica.



Há dados conflitantes em relação à produção e à exportação de petróleo da Venezuela. O que os analistas veem como mais confiável aponta uma queda significativa nas exportações. Dos 2,65 milhões b/d, em 2008, para 2,4 milhões b/d, em 2009, e uma previsão de 2,3 milhões b/d, neste ano.



Hoje, os embarques para as refinarias da Citgo nos EUA e para outros clientes com contratos "spot" menores no país passam de 1,1 milhão b/d. A PDVSA tem 100% do controle das refinarias da Citgo em Lake Charles, na Louisiana, e em Corpus Christi, no Texas. Fornece a elas cerca de 500 mil b/d. Para outras duas refinarias nas quais mantém sociedade com a ExxonMobil e com a ConocoPhillips, a PDVSA fornece 250 mil b/d. E, para a Citgo Lyondell, cuja participação a PDVSA já vendeu, o fornecimento chega a 270 mil b/d.



A Venezuela comprou 50% da Citgo em 1985. Os outros 50% foram comprados em 1990. Na época, a política de comprar refinarias pelo mundo foi adotada por vários países da Opep, o cartel internacional de exportadores de petróleo. Pretendiam então influir mais na cadeia de distribuição.



Chávez diz que a Citgo vale hoje algo em torno de US$ 10 bilhões. Analistas dizem que esse valor seria superestimado, já que a empresa tem dívidas de US$ 3,5 bilhões.



As relações com os EUA se deterioraram depois da chegada de Chávez ao poder, em 1999. O presidente venezuelano acusa Washington de tramar golpes contra ele e vem se aproximando de países que são críticos em relação aos americanos, como China, Rússia e Irã.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Nov 16, 2010 4:36 pm
por Rock n Roll
delmar escreveu:
1- Um zeloso comandante nicaragüense, muito feliz com a banda-larga que possui, resolve consultar o Google Maps...
Caro companheiro comissário, consulte o Google Maps lá pelos costados de Santana do Livramento/RS e verás que o sagrado territorio do Brasil está sendo questionado. :roll:
Após a posse daquele comunista pérfido e insidioso,sanguinário ex-guerrilheiro, na presidência do vizinho país, começaram as provocações :roll:
O que o nobre comissário petista aconselha:
1. Ocupar a área questionada com uma brigada blindada? :evil:
2. Fazer uma protesto na OEA contra os uruguaios? :roll:
3. Descobrir onde é o escritório da GOOGLE no Brasil e promover uma grande manifestação reunindo a pelegada dos sindicatos, os comissários do partido, o MST, a UNE, etc., para denunciar a tentativa dos porcos capitalistas de dividirem as lideranças populares do continente, fomentando a discórdia? :lol: :lol:
Aguardamos orientações do comissariado.

Já que abriste o saco de maldade, rsrsrs; Completo eu.
O Martyuchenko* não era, nem nunca foi bolchevique. Era só um cara p da vida com as sacanagens da corrupção. Nestes nossos tempos a corrupção não é exclusividade conservadora....


*aquele de um certo encouraçado Potemkin. rsrsrsrsrs

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Nov 16, 2010 4:44 pm
por Túlio
Acho que deveríamos mandar O FREI BETTO para lá resolver a questão, ele dava logo o RS inteiro pros Uruguaios e fim dos problemas. :wink: 8-]

E o Google Maps, esse instrumento de dominação e exploração CAPITALISTA ia ficar mais errado ainda (um golpe bem no bucho do Grande Satã)... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Nov 16, 2010 5:23 pm
por RobertoRS
Túlio escreveu:Acho que deveríamos mandar O FREI BETTO para lá resolver a questão, ele dava logo o RS inteiro pros Uruguaios e fim dos problemas. :wink: 8-]

E o Google Maps, esse instrumento de dominação e exploração CAPITALISTA ia ficar mais errado ainda (um golpe bem no bucho do Grande Satã)... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
Hehe... Onde eu assino?!

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Nov 17, 2010 9:53 am
por Penguin
Valor

EUA querem ampliar relações na gestão Dilma


Sergio Leo

O governo Barack Obama está pronto para receber a presidente eleita Dilma Rousseff, informou o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, que, nos últimos anos, teve vários encontros com a então ministra do governo Lula, já em Brasília e antes, quando atuava como subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental. "Já falamos da possibilidade de um encontro, mas ainda não se falou de datas possíveis, estamos aguardando", comentou Shannon. "Há muito interesse dos dois lados de que haja um encontro o mais rapidamente possível."

"Temos boa relação com a presidente eleita. O presidente Obama já falou com ela e há muito interesse em aprofundar nossa relação com o Brasil", disse Shannon. "Temos confiança de que com a presidente eleita vamos ter essa oportunidade." Se marcado o encontro, Dilma receberá, de Obama, a mesma deferência conferida por George W. Bush a Lula, a de receber um chefe de Estado eleito antes mesmo da posse - sinal não muito frequente de consideração e distinção em Washington.

Shannon desconversa quando consultado sobre a votação do Brasil contrária a sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas - ato que provocou o esfriamento das relações entre as altas cúpulas dos dois governos, enquanto prosseguiam os contatos nos escalões inferiores. Ele reafirma que "apesar das diferenças", têm prosseguido contatos de alto nível, inclusive entre as Forças Armadas, como exemplifica a visita, no feriado de 15 de novembro, do chefe do Estado-Maior da Força Aérea dos Estados Unidos, general Norton Schwartz.

Shannon disse aguardar o novo governo "com muita esperança e muito otimismo" e tem intenção de dar maior relevo aos diversos grupos de trabalho firmados pelos dois países, em áreas como tecnologia, agricultura, combate à discriminação racial e educação, entre outras. "É importante notar que as relações entre Brasil e Estados Unidos hoje têm base em interesses e valores compartilhados", argumentou. "Esse é o fator fundamental na relação, independentemente dos governos e das eleições", insistiu, em português fluente mesclado com algumas palavras de portunhol.

O embaixador, nos últimos meses, foi uma das principais peças na articulação entre os dois governos, não só para evitar estragos maiores devido às divergências em torno do Irã, mas também em temas de interesse comum, como a ampliação do poder de voto do Brasil e outros emergentes no Fundo Monetário Internacional, que contou com apoio do secretário do Tesouro, Timothy Gheitner, segundo atestam fontes do Ministério da Fazenda. "Nossa capacidade de entender o Brasil como um ator no palco global ajudou a melhorar nossa colaboração com o país."

Os dois países negociam um acordo-quadro de Comércio e Investimentos (Tifa, na sigla em inglês) que deve estabelecer regras de proteção a investidores nos dois mercados e mecanismos de consulta para reduzir barreiras ao comércio. Shannon vê "alta possibilidade" de que o acordo seja concluído no início da gestão de Dilma Rousseff, mas, cauteloso, comentou que prefere "deixar a questão para os negociadores". Para o embaixador, a continuidade dos contatos e acordos, nos últimos meses, em setores como promoção de investimento e na área agrícola, "mostrou claramente que os dois países têm capacidade de seguir trabalhando independentemente das eleições, seja no Brasil, seja nos EUA."

A menção às eleições americanas não é casual. O cenário político interno nos EUA mudou sensivelmente neste ano, com a derrota de Obama nas últimas eleições parlamentares, que deram maioria ao Partido Republicano, de oposição, e colocaram em postos-chaves políticos conservadores, pouco dispostos à política de cooperação internacional defendida pelo presidente americano.

Shannon garante não ver dificuldades para o seguimento dos projetos comuns dos dois países, nem para estreitar os contatos no governo Dilma. Essa perspectiva, afirma, não é abalada nem pelos discursos do governo brasileiro contra a política econômica americana, na recente reunião do G-20, o grupo das maiores economias mundiais, na Coreia do Sul.

"Estamos trabalhando bem com o Brasil nas instituições financeiras, na área do G-20", garantiu. "Estamos em um momento complicado e desafiador na economia nacional e isso, às vezes, provoca uma retórica que tem mais uma audiência doméstica que internacional", minimizou. "O importante é que a retórica não impede nossa capacidade de colaborar." Ele repete os argumentos levados por Obama ao G-20, de que "todos os países têm de assumir a própria responsabilidade para o bem-estar da economia mundial."

"Estamos fazendo todo o possível para manter os EUA abertos ao mundo e atuar como motor de crescimento econômico", argumentou. "Brasil e EUA já mostraram no FMI, no Banco Mundial e no G-20 capacidade de colaborar e isso é fonte de grande otimismo."

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Nov 17, 2010 10:31 am
por Francoorp
Shannon disse aguardar o novo governo "com muita esperança e muito otimismo" e tem intenção de dar maior relevo aos diversos grupos de trabalho firmados pelos dois países, em áreas como tecnologia, agricultura, combate à discriminação racial e educação, entre outras. "É importante notar que as relações entre Brasil e Estados Unidos hoje têm base em interesses e valores compartilhados", argumentou. "Esse é o fator fundamental na relação, independentemente dos governos e das eleições", insistiu, em português fluente mesclado com algumas palavras de portunhol.
O petróleo faz coisas... e acho muito positivo que os Yankees deixem de depender do O.M. e passe a ficar mais na nossa mão, creio também que não fariam guerras ou outras coisas por aqui, afinal gerar o ódio nos próprios vizinhos é muito mais arriscado do que em terras longínquas... quem sabe teremos um pouco mais de paz no mundo, pelo menos até quando eles puderem pagar o preço de mercado no petróleo, coisa que esta muito duvidosa, pois se realmente pudessem pagar o preço de mercado não teriam invadido o Iraque, ou feito toda esta bagunça com o Chavez, que os faz pagar o preço de mercado e não o preço "Descontado" como era antes na Venezuela... mas saindo o O.M. entram os Chineses, e ai queridos, a conversa é outra.

Temos também que ter relações maiores e mais profundas com a União Européia também, assim para se fazer um contra peso.

E a senhora Dilma vai também, assim como o Lula, ser recebida antes mesmo da posse... pra mim como presidente ela deveria visitar povos estrangeiros somente depois da posse, pois poderia passar uma imagem de "favorecimento" para um povo em detrimento de outro... mas no fim não muda muito na pratica.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Nov 17, 2010 6:19 pm
por Penguin
Documento oficial alerta para desindustrialização
Sergio Leo e Marta Watanabe | De Brasília e São Paulo

Valor, 16/11/2010

O país vive um processo de desindustrialização? O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio tomou partido nesse debate em documento no qual afirma que o processo existe, é preocupante e ameaça as contas externas. O trabalho, que circula reservadamente na equipe econômica e foi obtido pelo Valor, sugere que o governo deveria criar uma "diretriz" para elevar o saldo comercial, hoje em torno de 9% das exportações, para um nível mínimo de 14%.

No primeiro semestre, o superávit comercial foi de US$ 7,9 bilhões. Para eliminar a necessidade cobrir as contas externas com investimento do exterior, seria necessário saldo de US$ 19,5 bilhões. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, o governo deveria estimular exportações, numa clara oposição às intenções do Ministério da Fazenda, que tem proposto controle de importações.

O documento sustenta que é evidente a "reprimarização" da pauta de exportações. No primeiro semestre, a participação dos manufaturados foi de 40,5%, abaixo dos 43,4% dos produtos básicos, "composição que retrocede ao patamar de 2008". A indústria de transformação, que chegou a ter superávit de US$ 31,9 bilhões em 2005, registrou déficit de US$ 13,9 bilhões no primeiro semestre deste ano. Setores como têxteis, confecções, móveis e veículos, que eram superávitários, operam com déficit. O setor de veículos passou de superávit anual médio de US$ 9,1 bilhões (2004-2007) para déficit de US$ 3,1 bilhões em 2009.

O déficit da indústria cresce à medida que aumenta a valorização do real em relação ao dólar. José Velloso Dias Cardoso, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), diz que o aço longo de países europeus, por exemplo, chega ao país com preço 40% inferior ao do produto nacional. A mesma tendência ocorre em outros produtos siderúrgicos, como vergalhões e fio-máquina. O preço do aço nacional chega a ser o dobro do chinês, diz Velloso.

De janeiro a setembro, a importação de produtos siderúrgicos somou US$ 3,95 bilhões, quase o dobro dos US$ 2,06 bilhões do mesmo período do ano passado. A indústria metalúrgica ainda tem superávit, mas o saldo caiu de US$ 3,66 bilhões de janeiro a setembro de 2009 para US$ 689,7 milhões nos três primeiros trimestres deste ano.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Nov 17, 2010 6:22 pm
por Penguin
Conjuntura: Valorização do real amplia diferença de preços entre produtos brasileiros e de outros países
Aço importado entra no país custando até metade do nacional

Marta Watanabe | De São Paulo

Valor, 16/11/2010

A maior valorização do real em relação ao dólar ampliou a diferença de preço entre os produtos siderúrgicos oferecidos por fabricantes nacionais e os importados. Os setores importadores relatam que produtos como vergalhões, fio-máquina e aços longos chegam ao país, já colocados no mercado nacional, com o custo do frete e impostos já pagos, 40% mais baratos do que os oferecidos pela indústria doméstica.

José Velloso Dias Cardoso, diretor de mercado interno da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), diz que 40% é a diferença de preço quando se compara o aço longo brasileiro com o que vem da Europa. "Com outros países a diferença é maior. O preço do fabricante nacional chega a ser o dobro do aço chinês."

Com a diferença, as atenções se voltam ao fornecedor externo, seja de onde for. "Os grandes fabricantes de máquinas aumentaram a fatia de aço comprado do exterior e a importação só não é maior porque o fornecedor de fora ainda não é tão acessível às pequenas e médias empresas", diz Velloso.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) indicam que não é somente a indústria de máquinas que tem optado mais por fornecedores externos. De janeiro a setembro a importação brasileira de produtos siderúrgicos atingiu US$ 3,95 bilhões, quase o dobro dos US$ 2,06 bilhões desembarcados nos primeiros nove meses de 2009. Os produtos siderúrgicos representam 42,3% das importações totais do setor metalúrgico.

A indústria metalúrgica ainda tem superávit na balança comercial, mas o saldo positivo teve redução significativa este ano. Segundo dados do MDIC, o superávit do setor caiu de US$ 3,66 bilhões de janeiro a setembro de 2009 para US$ 689,7 milhões nos três primeiros trimestres de 2010. O setor metalúrgico foi responsável por 13% do aumento do déficit total da balança comercial da indústria de janeiro a setembro deste ano.

Segundo estimativas do Instituto Aço Brasil (IABr), que reúne fabricantes nacionais de aço, a taxa de penetração dos importados no consumo nacional de produtos siderúrgicos subiu para 20% de janeiro a agosto deste ano. Historicamente o índice varia entre 4% e 6%. Com a maior penetração do aço importado, o IABr tem levantado discussões sobre benefícios fiscais concedidos para a importação. A Secex mantém duas investigações em curso para pedido de medida antidumping. Uma é para prorrogar a aplicação da sobretaxa antidumping já existente para tubo de aço carbono originado da Romênia. O outro pedido é para aplicação do direito antidumping sobre laminados planos de baixo carbono e baixa liga vindos da Coreia do Norte, Coreia do Sul, Espanha, México, Romênia, Rússia, Taiwan e Turquia.

O IABr também chegou a questionar judicialmente a importação de vergalhões e pleiteou à Receita Federal a aplicação de mecanismos de valoração aduaneira para o desembaraço de produtos siderúrgicos. Importadores ouvidos pelo Valor não acreditam, porém, que a valoração atingirá volume considerável das importações. Procurado para comentar a diferença de preços entre os produtos siderúrgicos nacionais e os importados, o IABr não se pronunciou.

Rubson Lopes Nogueira, presidente da Cobraço, distribuidora de aço que representa a fabricante espanhola Celsa, diz que os preços dos produtos siderúrgicos no mercado internacional sempre foram mais atraentes, mas os fornecedores de fora ficaram mais acessíveis somente no cenário pós-crise.

"Quando os Estados Unidos e a Europa cresciam, os produtores de fora não se interessavam muito em vender aço em volumes menores", diz Nogueira. "Mas com a crise foi possível encontrar fornecedores de aço de qualidade que se dispunham a vender para nós e adequar-se às especificações técnicas exigidas pelo Brasil. Eles precisavam de novos mercados para tornar seu negócio viável."

No começo de 2009, conta Nogueira, a Cobraço começou a buscar parceiros para importação de vergalhão e fio-máquina, desembarques que se efetivaram somente este ano. Ele diz que o desembaraço de vergalhão chegou a ser alvo de ação judicial por parte do IABr, que questionou a certificação técnica do material importado. Nogueira não revela o volume de importação, mas diz que as compras do exterior devem continuar no próximo ano, com maior diversificação de produtos siderúrgicos. A Cobraço atualmente importa vergalhão para a construção civil e fio-máquina para pequenas e médias indústrias.

Segundo ele, no início do ano, a diferença de preço entre o produto nacional e o importado da Turquia e da Espanha chegava a 40%. Atualmente, diz, a diferença é menor, perto de 10%. "Não houve reajuste pelos fabricantes nacionais em julho e o preço de mercado caiu no segundo semestre", diz. Mesmo assim, diz, a Cobraço não pretende trocar imediatamente o aço comprado do grupo Celsa pelo fabricado no mercado interno. Para ele, é importante manter o canal das importações. "Se pararmos de importar, o preço do nacional vai voltar a subir."

O preço do aço medido pelo IGP-DI ainda acumula alta de 3,72% de janeiro a outubro deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), lembra, porém, que a partir de junho o aumento de preços perdeu força e desde agosto apresenta variação negativa na ponta. O aço teve deflação de 0,38%, de 2,48% e de 1,51% nos meses de agosto, setembro e outubro, respectivamente.

Dentro do aço, alguns produtos específicos, como o vergalhão, por exemplo, tiveram quedas maiores de preços na ponta, o que faz a variação do ano ficar negativa em 3,18% no acumulado de janeiro a outubro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2009. As bobinas e chapas grossas de aço ou carbono, porém, somam ainda alta de 11,2% no acumulado até outubro, embora tenham tido queda de preço na ponta em setembro e outubro, de 3,08% e de 1,04%, respectivamente.

As variações medidas pelo IGP-DI, explica Quadros, refletem os preços do aço produzido no Brasil. Segundo ele, a redução de preços é resultado da pressão das importações no mercado interno. "Há evidências de que a demanda internacional de aço não está firme, o que resulta em queda de preços no mercado internacional." Essa redução, diz, combinada com o real valorizado em relação ao dólar, facilita as importações.

Também atraída pela redução de preço propiciada pelo câmbio, a Metal Mecânica Maia é um exemplo de como a importação de produtos siderúrgicos também está sendo realizada por empresas do próprio setor metalúrgico. A empresa fabrica tradicionalmente autopeças, além de estampados, aramados e gabinetes diversos.

Em 2009, a indústria, diz o seu diretor-administrativo-financeiro, Daniel Barreto, passou a produzir treliças, telas e vergalhões. Para isso, importou 10 mil toneladas de fio-máquina. Este ano, as importações de produtos siderúrgicos da metalúrgica somaram 35 mil toneladas distribuídas entre fio-máquina e vergalhões. A aposta numa nova linha de produção aconteceu como resultado de "uma convergência de fatores", diz Barreto.

A empresa, diz o diretor, opta por trazer fio-máquina da Turquia em vez de comprar no mercado interno em função da diferença de preço provocada pelo câmbio. No mercado interno, diz ele, a empresa pagaria perto de R$ 2,5 mil por tonelada do produto. A empresa importa por cerca de US$ 650 a tonelada.

Barreto diz que a nova linha demandou investimento. "Para se importar fio-máquina, por exemplo, é preciso comprar 3 mil toneladas para ser viável. Levando em conta o preço, já são US$ 2,1 milhões só para começar a brincadeira." Atualmente, porém, com o câmbio mais favorável, diz, alguns fabricantes têm conseguido compras em volumes menores por meio de tradings e distribuidoras. A importação da Metalúrgica Maia também foi alvo de ação judicial do IABr.