Combinação de resultados pode eliminar seleção brasileira, mesmo invicta, ainda na primeira fase da Copa do Mundo
Publicada em 17/06/2010 às 04h09m
Mauricio Fonseca e Marcos Penido
JOHANNESBURGO - Apesar de liderar o Grupo G com três pontos, contra um de Costa do Marfim e Portugal, o Brasil encontra-se em situação, no mínimo, delicada. A vitória de 2 a 1 sobre os apenas esforçados norte-coreanos, na estreia, acabou sendo um mau resultado em termos de classificação. Agora, se o Brasil não vencer os adversários, portugueses e africanos enfrentarão os asiáticos sabendo que qualquer vitória por dois ou mais gols de diferença será suficiente para ultrapassar a seleção brasileira no saldo de gols, primeiro critério de desempate na Copa do Mundo. Sendo assim, a partida contra a Costa do Marfim, domingo, no Soccer City, em Johannesburgo, será importantíssima para a equipe do técnico Dunga.
Se vencer, o Brasil estará virtualmente classificado para as oitavas de final, pois chegará a seis pontos e não poderá mais ser alcançado pela Costa do Marfim. Mas, em caso de derrota e até mesmo empate, tudo se resolverá no dia 25, quando a seleção enfrentará Portugal em Durban, enquanto os africanos jogarão com os norte-coreanos, em Nelspruit.
Dunga ainda não faz contas
Se empatar com a Costa do Marfim, o Brasil chegará a quatro pontos, e o time de Drogba ficará com dois. Neste caso, Portugal, que só tem um ponto, alcançará a liderança do grupo se vencer a Coreia do Norte por mais de um gol de diferença. Assim, brasileiros e portugueses teriam quatro pontos, mas o lusos levariam vantagem no saldo de gols.
Na última rodada, a seleção enfrentará os portugueses em Durban. Se empatar, o Brasil chegaria a cinco pontos, com saldo de um gol. Portugal teria o mesmo número de pontos, mas com saldo melhor, o que significa que terminaria a primeira fase à frente do Brasil, e este passaria a disputar a segunda vaga com Costa do Marfim. Se os africanos vencerem os asiáticos por dois ou mais gols de diferença, também chegariam a cinco pontos, também com saldo superior ao Brasil.
Terça-feira, após estreia, Dunga disse que não estava preocupado com o saldo de gols, pois Portugal e Costa do Marfim ainda terão que enfrentar os norte-coreanos, e o Brasil já venceu o adversário. Depois de elogiar o time asiático, formando em sua maioria por jogadores semiprofissionais, o treinador disse que ninguém pode garantir o que acontecerá quando estes enfrentarem Portugal e Costa do Marfim.
Empate é bom para africanos
Dunga está certo. Mas, se forem levados em conta os últimos resultados da Coreia do Norte, o Brasil terá que torcer muito para que o pior não aconteça. De março para cá, a Coreia do Norte disputou sete jogos, incluindo a partida contra Brasil. Dos seis amistosos anteriores à estreia na Copa, perdeu quatro - 2 a 1 para a Venezuela, 1 a 0 para o Paraguai, 2 a 1 para o México e 3 a 1 para a Nigéria - e empatou dois - 2 a 2 com a Grécia e 0 a 0 com a África do Sul.
Só perdeu por mais de um gol de diferença para os nigerianos, mas eram jogos amistosos, às vésperas da Copa, quando os jogadores raramente dão tudo o que podem. Por enquanto, evidentemente tudo não passa de especulação. Mas, se não quer enfrentar Portugal na última rodada precisando desesperadamente da vitória, é bom a seleção vencer a Costa do Marfim. O empate será um ótimo resultado para os africanos, que ficarão dependendo de uma vitória sobre a Coreia do Norte para avançar. Ou seja: a Costa do Marfim não terá que atacar. Ruim para o time de Dunga, que não sabe jogar contra equipes que se fecham atrás.
Fonte: http://oglobo.globo.com/esportes/copa20 ... 904890.asp