Coleira
Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61888
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6421 vezes
- Agradeceram: 6777 vezes
- Contato:
No meu ponto de vista, um passo interessante no 'arrebentamento de coleiras' é o que o Brasil está fazendo com os Sul-Africanos no A-Darter: DESENVOLVER JUNTO!
Aprende-se o 'como' e o 'porquê' de tudo, daí se está apto a desenvolver sózinho, desde que se continue pesquisando após concluído o projeto, e é aí que a porca torce o rabo, aqui não se tem cultura de INVESTIR em P&D, a gente se resigna, e apenas eventualmente, a GASTAR algum nisso...
Imagino eu um programa de radares e aviônicos com os Israelenses, por exemplo, partindo, digamos, do M2052...
Um IRST desenvolvido com os Sul-Africanos, baseado na cabeça de busca do A-Darter (eu disse BASEADO, não simplesmente pegar o seeker e aparafusar no nariz de um caça)...
Uma turbina desenvolvida com os Russos com base na RD33...
Composites e tecnologia de vôo supersônico também com os Russos...
Tudo desenvolvido em conjunto, não simplesmente comprado.
Teríamos um caça brazuca, no final, alguma kôza assim:
Imaginem as estrelas na cor do cocar da FAB, mísseis A-Darter (e por quê não S-Darter? É um programa a ser desenvolvido e necessitado de verbas, exatamente como o do WVR) e outras armas feitas AQUI?
E tudo sem coleira...
Aprende-se o 'como' e o 'porquê' de tudo, daí se está apto a desenvolver sózinho, desde que se continue pesquisando após concluído o projeto, e é aí que a porca torce o rabo, aqui não se tem cultura de INVESTIR em P&D, a gente se resigna, e apenas eventualmente, a GASTAR algum nisso...
Imagino eu um programa de radares e aviônicos com os Israelenses, por exemplo, partindo, digamos, do M2052...
Um IRST desenvolvido com os Sul-Africanos, baseado na cabeça de busca do A-Darter (eu disse BASEADO, não simplesmente pegar o seeker e aparafusar no nariz de um caça)...
Uma turbina desenvolvida com os Russos com base na RD33...
Composites e tecnologia de vôo supersônico também com os Russos...
Tudo desenvolvido em conjunto, não simplesmente comprado.
Teríamos um caça brazuca, no final, alguma kôza assim:
Imaginem as estrelas na cor do cocar da FAB, mísseis A-Darter (e por quê não S-Darter? É um programa a ser desenvolvido e necessitado de verbas, exatamente como o do WVR) e outras armas feitas AQUI?
E tudo sem coleira...
-
- Sênior
- Mensagens: 3249
- Registrado em: Sex Fev 23, 2007 2:17 am
- Agradeceu: 64 vezes
- Agradeceram: 59 vezes
Bolovo escreveu:alcmartin escreveu:Falou tudo, Prick...
Aí o Tio Sam USA e ABUSA...
Só a guisa de exemplo local, lembro de uma ocasião, lá pelos 80's, em que um de nossos F5 biplace ficou parado 6 meses esperando reposição de um canopy, acidentalemte ejetado...
Esse povo vive no passado, não é possível.
Não é viver no passado, não, Bolovo. É que foi experiência presenciada por mim, não lida em revistinha de banca de jornal e que achei interessante compartilhar, dentro do assunto do tópico. Mas se não agrada, não falo mais.
Se quer exemplo mais recente dos USA afetando a indústria daí de SJ, a nossa EMBRAER, é só lembrar dos AMX p/ Venezuela, da dificuldade de vender o o ALX p/ Colômbia e por aí vai.
Não tenho nada contra o Tio SAM, não...USA, Rússia, França, são todos iguais. Mais bonzinhos só quando ´conveniente. Guerra é guerra, ainda que comercial. Real politik. Estão fazendo o papel deles. Façamos o nosso.
- Bolovo
- Sênior
- Mensagens: 28560
- Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
- Agradeceu: 547 vezes
- Agradeceram: 442 vezes
alcmartin escreveu:Bolovo escreveu:alcmartin escreveu:Falou tudo, Prick...
Aí o Tio Sam USA e ABUSA...
Só a guisa de exemplo local, lembro de uma ocasião, lá pelos 80's, em que um de nossos F5 biplace ficou parado 6 meses esperando reposição de um canopy, acidentalemte ejetado...
Esse povo vive no passado, não é possível.
Não é viver no passado, não, Bolovo. É que foi experiência presenciada por mim, não lida em revistinha de banca de jornal e que achei interessante compartilhar, dentro do assunto do tópico. Mas se não agrada, não falo mais.
Se quer exemplo mais recente dos USA afetando a indústria daí de SJ, a nossa EMBRAER, é só lembrar dos AMX p/ Venezuela, da dificuldade de vender o o ALX p/ Colômbia e por aí vai.
Não tenho nada contra o Tio SAM, não...USA, Rússia, França, são todos iguais. Mais bonzinhos só quando ´conveniente. Guerra é guerra, ainda que comercial. Real politik. Estão fazendo o papel deles. Façamos o nosso.
Exatamente, concordo com você. Mas boa parte dos vetos que existiam na década de 80 já se foram. Hoje é outra época, outros tempos
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
-
- Sênior
- Mensagens: 1677
- Registrado em: Qua Nov 09, 2005 12:03 pm
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61888
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6421 vezes
- Agradeceram: 6777 vezes
- Contato:
-
- Sênior
- Mensagens: 2790
- Registrado em: Dom Dez 10, 2006 4:42 pm
Por falar em coleira...
Com ou sem embargo russo os chineses estão entregando JF-17 Thunder aos paquistaneses. Dois entregues e mais dez chegam até o final do ano.
Pepê
Pepê
- Mapinguari
- Sênior
- Mensagens: 2944
- Registrado em: Qui Set 08, 2005 2:38 am
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 6 vezes
Re: Coleira
chm0d escreveu:Benke escreveu:Estou sentado em frente a um pc apple, no CDG, esperando meu voo pro Rio. O tecqdo, co,o pode ser vist, eh frances; O pc a,ericano; O sistema de tv e secam, so usado aqui e na africa (comparavel ao nosso pal-m).
O Brasil acaba de comprar tecnologia japonesa para nossa TV digital. O gov tem um sistema assistencialista em troca de votos (sempre foi assim, embora tenha sido ampliado a nivel federal).
A pergunta q nao cala:
Existe coleira qdo se compra aviao russo q tem partes fabricadas em varios paises da antiga USSR? Existe coleira qdo se compra um aviao frances com motor frances e misseis franceses? Ou qdo se compra dos EUA com armamento americano? Ou qdo se compra da China, Inglaterra, ou seja de quem quer q seja? Ou qdo o Chaves doa petroleo?
O q evita a COLEIRA?
Enfim, quero, atraves desta, abrir um espaco para discutir-mos a COLEIRA. Assim, talvez, possamos voltar a pensar em assuntos aeronauticos alguns topicos do forum DB FA sem ficar repetindo...coleira.
A diferença é que a russia transfere mais tecnologia que os outros, coisa que os outros paises não o fazem.
Abs.
A Rússia não transfere nada que não lhe interesse. Eles são muito menos confiáveis do que qualquer os americanos que, se vc conseguir que assinem um contrato, eles o cumprem até a última letra.
Querem exemplo?
Ano passado, uma comissão de altos oficiais da MB visitou o Bureau Rubin, na Rússia, para obter informações sobre o programa Amur 1650.
Durante a reunião, os oficiais brasileiros sentaram-se de um lado da mesa e, do outro, o representante do Rubin, que falava inglês, com um russo (que só falava russo) ao lado dele. Todas as perguntas que os brasileiros faziam sobre o sub, o cara da Rubin traduzia em russo para o outro, que respondia para ele em russo o que ele devia responder.
Os brasileiros fizeram uma série de perguntas, até que um deles perguntou qual era a cota máxima (profundidade) do submarino russo. O cara da Rubin traduziu para o russo e esse simplesmente mandou ele perguntar "Por que vocês querem saber isso?"
O brasileiro respondeu "Porque somos os clientes".
O russo retrucou: "Essa informação é confidencial".
Depois dessa, os brasileiros, perplexos, agradeceream a reunião e a atenção, levantaram-se e foram embora".
Por isso a MB não quer nem papo mais com russos. E tem gente que ainda acha que eles são a solução para a FAB. E nãom pensem que esse tipo de atitude é coisa restrita ao pessoal da Rubin. Eles são todos assim. Vejam que, non caso da oferta de helicópteros russos para a FAB, sequer o representante brasileiro da Rosoboroexport foi avisado, contactado ou informado. Ele simplesmente não participa. Eu, hein! Eu é que não embarcaria nesse negócio de caças russos na FAB...
Mapinguari
-
- Sênior
- Mensagens: 9654
- Registrado em: Dom Fev 15, 2004 9:28 pm
- Localização: Contagem - MG
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 7 vezes
- Contato:
Re: Por falar em coleira...
Pepê Rezende escreveu:Com ou sem embargo russo os chineses estão entregando JF-17 Thunder aos paquistaneses. Dois entregues e mais dez chegam até o final do ano.
Pepê
Olha quem voltou...
- Delta Dagger
- Sênior
- Mensagens: 844
- Registrado em: Qui Fev 19, 2004 11:51 pm
- Localização: Petrópolis - RJ
O que também pode evitar a "coleira" é o país ter peso na política e na economia internacional. Por ex.: seria muito mais cômodo politicamente para a França impor "coleira" a um país como o Peru do que com a Índia.
Por isto são necesárias políticas macro de longo prazo, pois um país não se torna influente de uma hora para outra.
Por isto são necesárias políticas macro de longo prazo, pois um país não se torna influente de uma hora para outra.
- Plinio Jr
- Sênior
- Mensagens: 5278
- Registrado em: Qui Fev 20, 2003 10:08 pm
- Localização: São Paulo - SP
- Agradeceram: 1 vez
Re: Por falar em coleira...
Pepê Rezende escreveu:Com ou sem embargo russo os chineses estão entregando JF-17 Thunder aos paquistaneses. Dois entregues e mais dez chegam até o final do ano.
Pepê
Os problemas de embargo não seriam com os J-10s Pepê ??
¨Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão ¨- Eça de Queiroz
Quando um país compra um caça, cria uma parceria estratégica de longo prazo com o país vendedor (até 40 anos, em alguns casos). Viria daí a teoria que só as potências no cenário mundial teriam condições de vende-los?
O que o Brasil ganhou na parceria com os EUA (F5) e França (Mirage)?
O AMX, desenvolvido em parceria com a Itália, trouxe várias tecnologias novas para a Embraer, especialmente na área de integração de sistemas e alguma coisa na área de materiais compostos. A modernização dos F5 e AMX, em parceria com a Elbit, tambem trouxe outros avanços.
A disposição empresarial e política para abrir tecnologias críticas é fundamental para um relacionamento de longo prazo. E para fazer isso o pais detentor da tecnologia não precisa ser necessariamente uma potência.
O que o Brasil ganhou na parceria com os EUA (F5) e França (Mirage)?
O AMX, desenvolvido em parceria com a Itália, trouxe várias tecnologias novas para a Embraer, especialmente na área de integração de sistemas e alguma coisa na área de materiais compostos. A modernização dos F5 e AMX, em parceria com a Elbit, tambem trouxe outros avanços.
A disposição empresarial e política para abrir tecnologias críticas é fundamental para um relacionamento de longo prazo. E para fazer isso o pais detentor da tecnologia não precisa ser necessariamente uma potência.
-
- Sênior
- Mensagens: 2790
- Registrado em: Dom Dez 10, 2006 4:42 pm
Re: Coleira
Mapinguari escreveu:A Rússia não transfere nada que não lhe interesse. Eles são muito menos confiáveis do que qualquer os americanos que, se vc conseguir que assinem um contrato, eles o cumprem até a última letra.
Querem exemplo?
Ano passado, uma comissão de altos oficiais da MB visitou o Bureau Rubin, na Rússia, para obter informações sobre o programa Amur 1650.
Durante a reunião, os oficiais brasileiros sentaram-se de um lado da mesa e, do outro, o representante do Rubin, que falava inglês, com um russo (que só falava russo) ao lado dele. Todas as perguntas que os brasileiros faziam sobre o sub, o cara da Rubin traduzia em russo para o outro, que respondia para ele em russo o que ele devia responder.
Os brasileiros fizeram uma série de perguntas, até que um deles perguntou qual era a cota máxima (profundidade) do submarino russo. O cara da Rubin traduziu para o russo e esse simplesmente mandou ele perguntar "Por que vocês querem saber isso?"
O brasileiro respondeu "Porque somos os clientes".
O russo retrucou: "Essa informação é confidencial".
Depois dessa, os brasileiros, perplexos, agradeceream a reunião e a atenção, levantaram-se e foram embora".
Por isso a MB não quer nem papo mais com russos. E tem gente que ainda acha que eles são a solução para a FAB. E nãom pensem que esse tipo de atitude é coisa restrita ao pessoal da Rubin. Eles são todos assim. Vejam que, non caso da oferta de helicópteros russos para a FAB, sequer o representante brasileiro da Rosoboroexport foi avisado, contactado ou informado. Ele simplesmente não participa. Eu, hein! Eu é que não embarcaria nesse negócio de caças russos na FAB...
Essa reunião no Rubin tem várias versões. Uma delas diz que os oficiais da Marinha se levantaram quando rolou uma proposta de "bola", o que é negado, com veemência, pelos russos. Eu e vc já tivemos contato com eles e SABEMOS que a turma comercial fala inglês (e até português) corretamente. A verdade é que a turma de branco não quer papo com eles, por isso inventa qualquer pretexto para denegri-los. Basta visitar o site da Rosoboronexport para saber que o Amur chega a 300 metros de profundidade.
Quanto ao negócio dos helicópteros, é uma triangulação que envolve a exportação de equipamento brasileiro para o Paquistão. Vamos vender para o Paquistão, com quem temos saldo positivo, que vai usar um saldo excedente que possui com a Rússia para pagar os helicópteros. Por isso o representante brasileiro ficou de fora. A propósito, quem apostava no Maurício Botelho para melar a negociação, pode tirar o cavalinho da chuva. Ele tem alguns milhões de razões verdes para não atrapalhar.
Pepê
PS: Como sempre, minha participação será pontual. Meu tempo está uma m3#d@!