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Enviado: Sex Jul 28, 2006 10:07 pm
por jambockrs
Pampa escreveu:
IL 62 Cubana 1982 que na real é um tráfego comercial. (1 GDA)
A revista "ASAS" ou a "Força Aérea" publicou um artigo sobre a interceptação dessa aeronave, cuja missão permanece desconhecida até nossos dias. A narrativa é empolgante. Foram acionados os dois Mirage que estavam em alerta.
Um abraço e até mais...
Enviado: Ter Ago 29, 2006 11:41 pm
por rodman
Pampa escreveu:Rodman
Todos os demais esquadrões operacionais da FAB (claro exclui-se os da AFA, GEEV e outros) tem escala de sobreaviso. Não é ALERTA como nas unidades de caça, onde a tripulação e equipe de terra está ao lado da aeronave. O sobreaviso é uma escala diária de H-24 onde uma tripulação completa de SAR, transporte, REVO, VIP é acionada e num prazo X (não mais que duas horas) está apta a guarnecer a aeronave. Quem está de sobreaviso está cumprindo expediente ou fora dele, está em casa. O cara de sobreaviso não vai viajar ou ficar longe da base. Está sempre próximo e com celular de serviço ligado.
É comum ETAs, unidades de asas rotativas e pessoal dos GT serem acionados para sinistros ou emergências como socorro em alto mar. Quando a tripulação de sobreaviso é acionada para operações de vulto, outra automaticamente é escalada para o lugar ou p/ auxiliar. Até no GTE tem escala de sobreaviso. Pintou viagem de última hora. Liga para o OP da unidade e aciona o pessoal.
Quanto ao REVO. Reabasecer em vôo é missão estratégica não de cunho do Alerta. O F-5, por exemplo, tem boa autonomia. Faz com CL CO - AN. Cobre bem a RDA-2 (Curitiba que atua de Campinas para baixo, até a fronteira sul) por exemplo. É previsto que se a interceptação for longa o recolhimento não será na base de origem e sim no aeroporto ou base de alternativa para reabastecimento. Isto já aconteceu várias vezes. F-5 de CO já pousaram em Foz, Curitiba, Floripa.
No momento que for acionado o ALEBAS o DACTA já sabe o tamanho do problema e pode antecipar providências. Normalmente outra aeronave (reserva) já é colocada no lugar e segue o baile. Se o intruso passar para outra RDA. O ALEBAS de lá pega ele. No livro do 14 tem uma parte só destas interceptações. Várias vezes nossos caças escoltaram até sairem do espaço aéreo brasileiro aeronaves comerciais (geralmente cargo) que não tinha autorização de sobevôo. Uma delas, um IL-76 russo, foi pego por um Pampa, pouco abaixo de Floripa, quando saiu da aerovia oceânica para encurtar o caminho até Montevidéo. Foi obrigado a voltar para a faixa litorânea, sendo escoltado até o limite da FIR CBW no través do Chuí. Quando o F-5 liberou ele eram 6 H da matina!
O trecho da RFA retrata um cenário de 20 anos. Muita coisa se aprendeu e mudou de lá para cá. Hj temos mais alertas (naquele tempo só SC e AN), cobertura total radar e pessoal de reserva e sobeaviso.
Abs
Leandro
Valeu
Pampa estou cada vez mais interessado em comprar seu livro
jambockrs escreveu:Pampa escreveu:
IL 62 Cubana 1982 que na real é um tráfego comercial. (1 GDA)
A revista "ASAS" ou a "Força Aérea" publicou um artigo sobre a interceptação dessa aeronave, cuja missão permanece desconhecida até nossos dias. A narrativa é empolgante. Foram acionados os dois Mirage que estavam em alerta.
Um abraço e até mais...
Revista Força Aérea número 18 Mar/Abr/Mai 2000, Reportagem "Interceptando!!!" Por Carlos Lorch.
Enviado: Qua Ago 30, 2006 1:14 am
por nestor
Avión de Scramble en Torrejón ALA 12 en el 2002
Saludos
Enviado: Ter Dez 19, 2006 11:11 pm
por rodman
Boa história, boa receita !
ABRA PC escreveu: PARA OS QUE ACREDITAM
(Estória 51-1)
O ano era 1980, mais precisamente no sábado de carnaval, e tudo indicava que aquele seria mais um dia tranqüilo para aquele 1o Tenente, sua jovem esposa e seu filho recém-nascido, hoje médico-residente em Brasília. Caramba! Como o tempo passou rápido!
Os que moraram em Anápolis naquela época sabem como seriam calmos aqueles dias de carnaval. Para aquela noite, a Vera, minha esposa, havia planejado fazer um arroz que eu chamava de “Remuzão” (segue receita abaixo), a sobremesa seria Torta de Banana (dou a receita no próximo artigo) e que seria acompanhado de refrigerante, pois além d’eu não beber (cervejas, etc), estava escalado como um dos pilotos de “Alerta 24 horas”(1) . Naquela época ficavam dois pilotos em “alerta 24 horas” mais o OPO(2) (piloto operacional que organizava o vôo) com seu possante FIAT 147, que era o transporte oficial daquele time. Como grande inovação (para a época), cada um dos pilotos, mais o OPO, ficava com um equipamento BIP de última geração que, além dos BIPs, recebia mensagens de voz.
Como já faz 26 anos, não me recordo quem era o OPO (peço desculpas), mas o outro piloto era o Cima, JAGUAR(3) 52, do qual fui várias vezes aluno e por quem tenho grande admiração como pessoa e profissional. Hoje é Brigadeiro da reserva. Pois bem, o arroz ficou pronto lá pelas 19 horas e, ao sentarmos à mesa, começou a confusão! O BIP começou a apitar, avisando que o Alerta estava sendo acionado.
Eu estava colocando o macacão de vôo ao mesmo tempo em que tocava o telefone confirmando o acionamento. Logo em seguida chegou o OPO (no poderoso Fiat 147). Pegamos o Cima e partimos em disparada. Durante a ida para a BASE, não tínhamos a menor idéia do que estava acontecendo. Seria um treinamento? Chegando ao Grupo de Defesa Aérea (GDA) fomos logo nos equipando: traje anti-G(4) , capacete e magazine(5) de filmagem, enquanto o OPO fazia seus contatos com o CINDACTA(6) .
A noite estava clara e no pátio lá estavam os dois MIRAGES bonitos como sempre foram! Iluminados por holofotes portáteis lá estavam eles! Desculpem se não consigo transmitir a sensação vivida, pois só quem voou esse avião sabe do que estou falando. Em volta dos aviões era uma correria de mecânicos e seus equipamentos: GPUs(7) , mísseis (os velhos MATRA 530), tanques de nitrogênio (para os mísseis), etc.
Preparei meu avião fazendo todos os "checks" e instalando o magazine de filmagem. Fiz os contatos VHF (8 ) com o Cima que estava no outro avião e com o OPO, que nos informou que o motivo do acionamento era “avistamento de luzes e/ou objetos desconhecidos, por várias aeronaves comerciais nas áreas cobertas pelo CINDACTA, inclusive contatos no radar!” Ciente dessas e outras informações ficamos guarnecendo os aviões por quase 2 horas e, após esse tempo, o Alerta foi encerrado. Segundo nos informaram, as tais luzes e/ou objetos “desapareceram dos céus” e das telas do radar, voltando tudo ao normal.
Pois é, assim terminou essa estória que teve um bom começo e um final frustrante para aqueles pilotos que estavam “doidos” para decolar e avistar o que lhes foi informado.
Chegando em casa dei uma esquentada no “REMUZÃO” e jantei pensando:
“Eu não acredito em OVNIs, mas que eles existem, existem!”
RECEITA DO “ARROZ REMUZÃO”
(Porção para 4 pessoas)
Ingredientes:
2 xícaras de arroz
4 xícaras de água
sal a gosto
½ xícara de bacon (sem gordura) picado
2 xícaras de palmitos cortados
2 xícaras de cubos de queijo prato
½ cebola picada
½ pimentão picado
1 xícara de passas de uva
1 xícara de champignons
½ kg. de lingüiça (tirar a gordura) fatiada
½ xícara de azeitonas
2 colheres de sopa de mostarda (de preferência da DIJON)
Modo de preparar:
Colocar tudo em um "pirex", misturar, colocar no forno por mais ou menos 40 minutos a 180oC. Servir quente.
Gerson da Cunha Lobo
Piloto de Caça - Turma de 1975
(1) alerta = diz-se da aeronave e/ou do piloto que estão preparados para decolar e efetuar uma interceptação.
(2) OPO = Oficial de Permanência Operacional. Oficial encarregado do controle das atividades operacionais da unidade (Grupo ou Esquadrão).
(3) Jaguar = é códido rádio do 1o/14o Grupo de Aviação (Caça).
(4) Anti-G = Equipamento usado pelos pilotos de caças à jato. Normalmente constituido de um culote inflável, tipo vestimenta de vaqueiro, que é colodado sobreposto ao macacão de vôo e conectado ao sistema de pressurização da aeronave. Ao inflar, em função das acelerações "G", aperta as pernas e o abdomen do piloto, restrinjindo assim o fluxo de sangue para as partes inferiores do corpo. Desta maneira mantém por mais tempo a irrigação de sangue nos orgãos da cabeça aumentando a resistência do piloto para a perda de visão e da consciência.
(5) magazine = cartucho que continha o filme virgem de 16 mm para as câmeras de filmagem cinematográfica acopladas aos visores de tiro. Este cartucho era similar aos de uma fita "cassete", só que metálico.
(6) CINDACTA = Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo
(7) GPU = (ing.) "ground power unit". Dispositivo utilizado, normalmente, para fornecer energia "elétrica" durante a fase de partida do(s) motor(es) da aeronave. Unidade de Força Terrestre (UFT).
( 8 ) VHF = sigla em inglês de "muito alta frequência" (Vey High Frequency). Refere-se aos equipamentos de rádio comunicação aeronáutica que utilizam ondas eletromagnéticas nas frequências compreendidas entre 118 e 136,975 megahertz.
Do ABRA PC:
http://www.abra-pc.com.br/
Enviado: Sex Dez 22, 2006 1:57 am
por rodrigo
Que alerta!
Piloto em casa comendo arroz, quando chega na base ainda vão colocar o míssel no avião?!
Nada como viver em um país pacífico...
Enviado: Sex Dez 22, 2006 10:30 am
por Carlos Mathias
Pô cara, tú não viu lá que era carnaval?
Enviado: Sex Dez 22, 2006 7:23 pm
por Bolovo
Carlos Mathias escreveu:Pô cara, tú não viu lá que era carnaval?
Em feriado não existe guerra, o que diga Yom Kippur.
Enviado: Sex Dez 22, 2006 8:58 pm
por Carlos Mathias
Enviado: Ter Jan 02, 2007 6:39 pm
por robonluis
Estive na BANT a um mês atrás e vi um AT-26 no alerta
Enviado: Qui Mai 17, 2007 11:20 pm
por jambockrs
Meus prezados:
ABRA PC escreveu
...
(3) Jaguar = é códido rádio do 1o/14o Grupo de Aviação (Caça).
...
Este código rádio não é do GDA?
O do 1º/14º não é "pampa"?
Um abraço e até mais...
Enviado: Qui Mai 17, 2007 11:50 pm
por robonluis
aff o código do Pampa é: pampa o líder do esquadrão é o Pampa01