Timor Leste

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Rui Elias Maltez
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#31 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Jun 09, 2006 11:15 am

TIMOR-LESTE
«Operação Lafaek» da GNR pronta a sair à rua

A «Operação Lafaek» do subagrupamento Bravo, da GNR, está pronta a sair à rua, com a chegada esta sexta-feira, a Timor-Leste, do que faltava do seu equipamento, entre os quais viaturas e material anti-motim.

( 12:49 / 09 de Junho 06 ) http://www.tsf.pt/online/portugal/interior

As viaturas e o equipamento necessário para a missão da ordem pública dos 127 efectivos da GNR entraram hoje, em Díli, às 16:00 locais (8:00 em Lisboa).

Numa primeira fase, segundo explicou o comandante da «Operação Lafeak» (Operação Crocodilo) do subagrupamento Bravo, a área de acção da GNR circunscreve-se ao problemático bairro de Comoro.

No entanto, caso seja necessário, o grupo português poderá ser solicitado para reforçar qualquer das forças internacionais, neozelandezas e malaias, para fazer face a alterações da ordem pública.

De acordo com os acordo provisórios multinacionais alcançados quarta-feira, em Díli, a área de intervenção da GNR será alargada a toda a capital timorense «dentro de dias ou semanas».

O capitão Gonçalo Carvalho diz que a missão da GNR assenta na «visibilidade», levada à prática em patrulhas de 24 horas pra manter a ordem pública.

Entre o material que chegou hoje a Díli estão 20 viaturas, seis das quais blindadas, seis de transporte de passageiros, quatro veículos todo-o-terreno, três «pick-up» e um atrelado com tanque de água.

Foi ainda recebido equipamneto anti-motim e material de apoio logístico considerado indispensável para o subagrupamento Bravo.


____________________________


[img]TIMOR-LESTE
Material da GNR já chegou a Baucau

O material para o contingente da GNR deslocado em Timor-Leste já chegou a Baucau, estando já a caminho de Díli. Com a chegada deste material, o contingente da GNR deverá ficar totalmente operacional já a partir de sábado.

( 08:54 / 09 de Junho 06 ) http://www.tsf.pt/online/portugal/interior

O material e o equipamento para o contingente da GNR destacado para Timor-Leste já chegaram a Baucau, encontrando-se este já a caminho de Díli.

Com a chegada deste material, que inclui viaturas, equipamento anti-motim e material de apoio logístico indispensável ao subagrupamento Bravo, o contingente da GNR deverá ficar totalmente operacional, algo que deverá acontecer já no sábado.

A falta deste material tinha impedido a GNR de agir na manifestação anti-governamental de terça-feira em Díli.

Na quinta-feira, o comandante das forças australianas em Timor-Leste, o brigadeiro Mark Slater, tinha indicado que os efectivos da GNR iriam actuar em toda a capital timorense logo que tivessem o equipamento necessário para levar a cabo o seu trabalho.

Segundo o acordo provisório alcançado na quinta-feira, a GNR tem o controlo exclusivo do bairro de Comoro, durante uma fase transitória, devendo depois a sua área de intervenção ser alargada à medida que o equipamento for chegando.[/img]




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#32 Mensagem por Sideshow » Qua Jun 14, 2006 10:00 pm

Brasil voltará ao Timor

Kaiser Konrad

Segundo fontes militares informaram Defesa@Net, tropas brasileiras vão retornar ao Timor Leste. Está sendo preparado um contingente de militares de uma unidade
subordinada ao Comando Militar do Sul, possivelmente o 19º Batalhão de Infantaria Motorizado, de São Leopoldo - RS, com larga experiência em missões de paz, ou membros do 3º Batalhão de Polícia do Exército (3º BPE).

O 3º Batalhão de Polícia do Exército, sediado em Porto Alegre, esteve no Timor Leste, no ano de 2000.

No texto abaixo as notícias da Agência UN News e também a declaração do Secretário Geral da ONU, Sr Kofi Annan, ao Conselho de Segurança, pedindo a retomada da Missão de Missão de Paz no Timor Leste.




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#33 Mensagem por Sniper » Qua Jun 14, 2006 10:34 pm

Sideshow escreveu:
Brasil voltará ao Timor

Kaiser Konrad

Segundo fontes militares informaram Defesa@Net, tropas brasileiras vão retornar ao Timor Leste. Está sendo preparado um contingente de militares de uma unidade
subordinada ao Comando Militar do Sul, possivelmente o 19º Batalhão de Infantaria Motorizado, de São Leopoldo - RS, com larga experiência em missões de paz, ou membros do 3º Batalhão de Polícia do Exército (3º BPE).

O 3º Batalhão de Polícia do Exército, sediado em Porto Alegre, esteve no Timor Leste, no ano de 2000.

No texto abaixo as notícias da Agência UN News e também a declaração do Secretário Geral da ONU, Sr Kofi Annan, ao Conselho de Segurança, pedindo a retomada da Missão de Missão de Paz no Timor Leste.


Na minha opinião é sempre bom poder ajudar um povo tão Bom e grato a tudo que o Brasil fez por eles ( Claro dentro das nossas possibilidades ) ao contrario da Bolívia por exemplo que nos apunhala pelas costas !

E militarmente o que será que será enviado para lá? Qual o contingente ? e equipamentos ?
Abraços!




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#34 Mensagem por P44 » Sex Jun 16, 2006 12:21 pm

http://news.yahoo.com/s/ap/20060616/ap_ ... violence_7
East Timor rebel soldiers hand in weapons ~

By ROD McGUIRK, Associated Press Writer
Fri Jun 16, 6:07 AM ET



MAUBISSE, East Timor - East Timor rebel soldiers surrendered the first of their weapons to Australian peacekeepers Friday, beginning a process deemed vital to ending months of bloody unrest.


Lt. Cmdr. Alfredo Reinado, who heads a rebel group that includes soldiers dismissed from the army in March, handed an Australian soldier his M-16 rifle, together with ammunition from his vest.

His soldiers, standing in a row in military fatigues, saluted him and turned in their own guns. Reinado checked that they were unloaded and passed them on to the Australians, who noted down their type and serial numbers.

The rebels gave up 12 fully automatic rifles, four pistols and an unknown amount of ammunition in a low-key ceremony at a century-old Portuguese villa in a hilltop outside the capital, Dili. The rebels fled there in April amid clashes with loyalist forces.

The fighting between soldiers ballooned into widespread street violence that killed at least 30 people and drove 130,000 from their homes.

While the violence has ebbed since Australian, Malaysian, New Zealand and Portuguese security forces were deployed to patrol the streets and search cars for weapons, many in the camps remain too scared to return to their villages.

The rebels agreed to disarm after receiving a request from President Xanana Gusmao, a former guerrilla chief revered for his role in helping East Timor achieve independence from Indonesia.

It is hoped the disarmament will create an atmosphere conducive to talks between the feuding sides.

Reinado said he would hand over more weapons under his control in the coming days.

The weapons were to be stored in a large steel shipping container and guarded by Australian peacekeepers who have the only key to the padlock protecting the door.

Another handover was to take place in the rebel mountain base town of Gleno. Five automatic rifles and two pistols were being surrendered there, said Lt. Gustao Salsinha, rebel coordinator in the western district of Ermera.

Government officials could not be immediately reached for comment. In Dili, U.N. special representative Sukehiro Hasegawa called the weapons handover a "first step in the right direction."

Earlier, Army Brig. Mick Slater, commander of the Australian-led forces charged with restoring order to East Timor, said he expected to receive 45 to 50 weapons from rebels in the coming days.

But he acknowledged many more weapons would likely remain hidden in the hills "for many, many years to come."

After the handover, the former soldiers were expected to remain in their compounds, where Australian peacekeepers are also stationed.

"Provided they stay in these areas, they will receive the full protection of the international force," Slater told reporters. "This will enable them to confidently enter into negotiations with the president and other members of the government."

___

Associated Press writers Tanalee Smith and Guido Gulliart contributed to this report from Dili, East Timor.




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#35 Mensagem por Rui Elias Maltez » Seg Jun 19, 2006 10:27 am

Algumas fotos da GNR em Timor:

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#36 Mensagem por Rui Elias Maltez » Seg Jun 19, 2006 10:39 am

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Visita ao "esquadrão da morte"
José Ramos Horta: "Há muitos grupos bem armados" em Timor-Leste

19.06.2006 - 10h51 Lusa

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Em Timor-Leste continuam a existir "muitos grupos bem armados", cujo número se desconhece, afirmou hoje o ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, José Ramos Horta.

Ramos Horta falava no final de uma visita ao chamado "esquadrão da morte", que acusa o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, e o ex-ministro do Interior Rogério Lobato de terem distribuído armas para a eliminação de adversários políticos.

Os alvos dessa missão seriam os cerca de 600 ex-militares despedidos das Forças Armadas timorenses pelo Governo, líderes de partidos políticos da oposição, padres e membros do Comité Central da Fretilin contestatários da liderança de Mari Alkatiri.

"Custa-me a crer que seja verdade. Mas este grupo parece ser fidedigno, sério e sente-se defraudado", salientou o ministro timorense.

"Acharam que as ordens que receberam não eram justas nem correctas e, por isso, recusaram cumprir as ordens e falar", acrescentou.

O grupo, liderado por Vicente da Conceição "Railos", integra 30 a 35 efectivos, cerca de metade dos quais estão armados.

O comandante "Railos" alega que apenas entregará as armas se Mari Alkatiri for julgado em tribunal internacional.

José Ramos Horta anunciou ontem que poderia visitar hoje o grupo de veteranos da resistência que alegam terem sido armados pelo primeiro-ministro Mari Alkatiri para eliminarem adversários políticos.

Mari Alkatiri já negou as acusações, mas o ex-ministro do Interior e vice-presidente da Fretilin, Rogério Lobato, reconheceu numa entrevista publicada no sábado pelo semanário "Expresso", que o alegado "esquadrão da morte" foi preparado para ajudar a polícia a "actuar numa situação de guerrilha".

Alkatiri rejeitou que a Fretilin tenha um grupo armado clandestino e que tenha ordenado a distribuição de armas a civis, afirmando que se trata de mais uma tentativa para o desacreditar.

"Estão a tentar diabolizar a minha imagem. É a única coisa que posso dizer", comentou Alkatiri, citado pela estação de televisão australiana ABC, o primeiro órgão de comunicação a revelar a existência do alegado "esquadrão da morte".

O ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros defendeu no passado dia 9 a realização de uma investigação urgente sobre o caso, conduzida por timorenses e peritos internacionais.

De acordo com o chefe da diplomacia timorense, o objectivo do contacto é persuadir o grupo de veteranos, liderado por Vicente "Railos" da Conceição, a entregar as suas armas e a debater as alegações sobre o envolvimento do primeiro-ministro e do ex-ministro do Interior.

As Nações Unidas iniciaram este fim-de-semana uma investigação sobre os actos de violência registados desde finais de Abril em Díli, incluindo a actividade de grupos armados, para descobrir quem procedeu à distribuição de armas.

A investigação está a ser coordenada com o Ministério Público timorense. Na passada quinta-feira, em declarações à agência noticiosa francesa AFP, o procurador António Osório declarou que serão seguidas todas as linhas de investigação, incluindo as alegações do grupo de veteranos liderado por Vicente "Railos" da Conceição.




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#37 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Jun 20, 2006 8:58 am

TIMOR-LESTE

Alegadas suspeitas sobre ex-ministro são falsas, diz ONU

As alegações sobre o envolvimento do ex- ministro do Interior de Timor-Leste, Rogério Lobato, numa tentativa de golpe de Estado «não têm qualquer fundamento», disse fonte da ONU à Lusa. Mesmo assim, o ministério Público timorense vai avançar com a investigação.

( 14:45 / 17 de Junho 06 ) http://www.tsf.pt/online/internacional/

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A fonte, que solicitou o anonimato, explicou que «não faz sentido iniciar uma investigação com qualquer tipo de convicção quanto à culpabilidade de quem quer que seja».

«Naturalmente que o Ministério Público vai avaliar todas as linhas de investigação, relacionadas com as mortes registadas em finais de Abril, bem como as dos oito polícias a 25 de Maio, e os actos de violência ocorridos em Díli nas últimas semanas», acrescentou a fonte.

«Mas, porque se está ainda no início das investigações, é um erro considerar-se que existem juízos preconcebidos, com pessoas a serem consideradas culpadas», adiantou.

Fonte da missão da ONU em Timor-Leste, a UNOTIL, disse à agência Lusa que os procuradores internacionais contratados pelas Nações Unidas para reforçar o sistema judicial timorense «não dispõem de qualquer segurança e que além da investigação agora iniciada, mantêm a rotina de trabalho nos tribunais».

De acordo com a Unidade de Direitos Humanos da UNOTIL, pelo menos 37 pessoas morreram em Timor-Leste na sequência dos actos de violência ocorridos em Abril e Maio.




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#38 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Jun 20, 2006 9:01 am

TIMOR-LESTE

CPLP decide enviar missão a Díli para estudar tipo de apoios

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O Conselho de Ministros da CPLP vai enviar uma missão ministerial a Timor-Leste, para analisar a situação e estudar as medidas com que a organização poderá contribuir para evitar novos confrontos no país.

( 15:59 / 18 de Junho 06 )

http://www.tsf.pt/online/internacional/

O ministro dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, Carlos Gustavo dos Anjos, que assegura a presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), referiu, que essa missão, a «enviar brevemente», incluirá, além dos ministros, técnicos em diversas áreas que poderão contribuir para definir futuras participações da CPLP.

Também a ministra de Estado da Administração Estatal de Timor-Leste, Ana Pessoa, representante do seu país no Conselho que decorreu em Lisboa, destacou a importância desta missão de solidariedade, que, considerou, surge «numa altura oportuna».

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Diogo Freitas do Amaral, destacou a importância que a CPLP deverá assumir no actual processo timorense, realçando que os Estados membros da organização deverão ter uma actuação coesa junto das Nações Unidas, visando dar orientações correctas às decisões da ONU sobre Timor-Leste.

Freitas do Amaral salientou três ideias mestras que deverão orientar a política da CPLP em relação a Timor-Leste, nomeadamente, «afastar a ideia que se trata de um Estado falhado, defender a necessidade de uma força militar e policial das Nações Unidas no país, e participar activamente nessa força através de todos os seus Estados membros».

No comunicado final do Conselho, os ministros subscrevem «o pedido das autoridades timorenses de constituição de uma nova missão das Nações Unidas, com componentes policial, militar e civil» e fazem votos para que «as deliberações da ONU estabeleçam uma moldura política e jurídica adequada que permita uma contribuição efectiva da
comunidade internacional para o êxito desses esforços».

Em relação à situação no terreno, Ana Pessoa sublinhou que «está bastante melhor», notando-se «sinais encorajadores, nomeadamente, a nível da população e das comunidades, que estão a ganhar confiança».




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#39 Mensagem por P44 » Ter Jun 20, 2006 11:52 am

do Portugal Diário:

Alkatiri: «Eu nunca dei ordens para matar ninguém»2006/06/20 | 11:18
Primeiro-ministro timorense nega ter ordenado distribuição de armas a civis



O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, garantiu hoje nunca ter dado ordens para matar os seus adversários políticos, rejeitando acusações de que ordenou a distribuição de armas a civis para esse efeito.

«Eu nunca dei ordens para matar ninguém, antes pelo contrário. Nunca dei armas a ninguém. Tenho a consciência tranquila», afirmou Mari Alkatiri, em entrevista à Lusa e RTP, em Díli.

Mari Alkatiri respondia às acusações formuladas pelo militante da FRETILIN Vicente da Conceição «Railos», um veterano da resistência contra a ocupação indonésia, e que estão na base da abertura pelo Ministério Público de um processo de averiguações contra o seu ex-ministro do Interior, Rogério Lobato.

«Rejeito as acusações do senhor Railos», disse Mari Alkatiri, numa declaração à Lusa e RTP, no Palácio do Governo, em Díli.

Vicente da Conceição «Railos», antigo comandante da guerrilha timorense durante a ocupação indonésia, acusou Mari Alkatiri e o ex-ministro do Interior Rogério Lobato de terem ordenado a distribuição de armas a civis para eliminação dos adversários políticos do primeiro-ministro e líder da FRETILIN.

Os alvos dessa missão seriam os ex-militares demitidos das forças armadas timorenses pelo governo, líderes de partidos políticos da oposição, padres e membros do comité central da FRETILIN contestatários da liderança de Mari Alkatiri, secretário-geral do partido.

O ministro da Defesa, José Ramos-Horta, reuniu-se segunda-feira com o grupo de cerca de 30 homens comandado por Vicente «Railos» em Leutala, 50 quilómetros a oeste de Díli.

Fonte judicial em Díli disse à Lusa que o Ministério Público (MP) abriu um processo de averiguações na sequência das acusações de Vicente «Railos», no âmbito do qual ordenou a detenção de Rogério Lobato, se o ex-ministro do Interior e recém-eleito vice-presidente da FRETILIN tentar abandonar o país.

Mari Alkatiri disse entretanto que colaborará na investigação, se for solicitado para isso. «Estou disposto a colaborar se for solicitado», garantiu o primeiro-ministro timorense.

Em entrevista publicada sábado, pelo semanário português «Expresso», Rogério Lobato reconheceu que o grupo comandado por Vicente «Railos» foi preparado para ajudar a polícia a «actuar numa situação de guerrilha».

Rogério Lobato demitiu-se do cargo de ministro do Interior a 1 de Junho , depois de o Presidente da República, Xanana Gusmão, ter sugerido o seu afastamento do governo a Mari Alkatiri, na sequência da crise político-institucional que afecta Timor-Leste desde o final de Abril. Como ministro do Interior, Rogério Lobato tutelava a Polícia Nacional de Timor-Leste.

Segunda-feira, depois de se ter reunido em Leutala, distrito de Liquiçá, com o grupo liderado por «Railos» a pedido deste, José Ramos-Horta considerou a situação «grave e delicada».

«Está aqui um grupo de que se tem falado bastante, numa situação bem grave e delicada. São cerca de 30 homens com 17 armas. Armas alegadamente distribuídas por altos responsáveis do governo» timorense, disse na altura. «Custa-me a crer que seja verdade. Mas este grupo parece ser fidedigno, sério e sentem-se defraudados», referiu. «Acharam que as ordens que receberam não eram justas nem correctas e, por isso, recusaram cumprir as ordens e [decidiram] falar», disse ainda.

Na ocasião, Ramos-Horta indicou também que os homens de «Railos» «estão dispostos a entregar as armas ao Presidente da República». «Mas essas armas não são umas armas quaisquer. Eles exigem que essas armas sejam preservadas como evidência de um crime», adiantou Ramos-Horta, que na ocasião admitiu a existência em Timor-Leste de «muitos grupos bem armados», cujo número se desconhece.



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Timor: MP ordena detenção de ex-ministro
2006/06/20 | 09:23
Em caso de tentativa de fuga. Rogério lobato está a ser investigado sobre distribuição de armas a civis

O Ministério Público de Timor-Leste ordenou hoje a detenção de Rogério Lobato se o ex-ministro do Interior tentar abandonar o país, no âmbito de um processo de averiguações sobre distribuição de armas a civis, disse fonte judicial.

O processo de averiguações foi aberto pelo Ministério Público (MP) na sequência de acusações de que Rogério Lobato teria distribuído armas a grupos de civis para que estes eliminassem adversários políticos do primeiro-ministro e líder da FRETILIN, Mari Alkatiri.

Fonte da ONU, que solicitou o anonimato, disse à Lusa que o MP emitiu um mandado de detenção contra Rogério Lobato, que será accionado se o ex-ministro e actual vice-presidente da FRETILIN tentar abandonar o país.

A mesma fonte explicou que não se trata de um mandado de captura, que teria de ser assinado por um juiz, em resultado de um processo já instruído, o que não é o caso. Trata-se de uma medida para garantir a audição de Rogério Lobato relativamente ao processo de averiguações que lhe foi aberto, disse a mesma fonte da ONU.

Desconhece-se ainda quando é que Rogério Lobato irá prestar declarações no âmbito do processo de averiguações aberto pelo MP de Timor-Leste.

As acusações de que Rogério Lobato teria distribuído armas a civis fora m feitas por Vicente da Conceição «Railos», líder de um alegado «esquadrão da morte».



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Timor: Austrália vai pedir apoio a França
2006/06/20 | 15:17
Para que apoie uma resolução autorizando o envio de uma força da ONU para Timor-Leste



O ministro dos Negócios Estrangeiros da Austrália disse hoje que vai aproveitar a sua visita a Paris para pedir o apoio de França a uma resolução autorizando o envio de uma força da ONU para Timor-Leste.

«O que queremos dos franceses é o seu apoio a uma resolução adequada do Conselho de Segurança da ONU. (. . .) Queremos que a França apoie uma missão da ONU de assistência ao processo de reconciliação, uma necessidade urgente em Timor-Leste», disse Alexander Downer aos jornalistas.

Essa assistência, explicou, inclui uma ajuda para reforçar a administração democrática do país e um mandato para 500 polícias internacionais.

«Penso que o Governo francês é favorável a esta ideia», disse o ministro, que realiza uma visita oficial a França e prevê reunir-se com o seu homólogo, Philippe Douste-Blazy, e com o primeiro-ministro, Dominique de Villepin.

A França integra o grupo de cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, os únicos com direito de veto, juntamente com Estados Unidos, Rússia, China e Reino Unido.

Os Estados Unidos, no entanto, advertiram segunda-feira que não estão preparados para aprovar uma força da ONU para Timor-Leste, com o embaixador norte-americano nas Nações Unidas, John Bolton, a considerar que «não há razão nenhuma» para que a ONU permaneça naquele país.

Questionado sobre se as forças da ONU saíram demasiado cedo de Timor-Leste, Bolton respondeu: «Certamente que não (. . .). Penso que a responsabilidade e o controlo democrático de um governo devem ser assegurados pelos próprios».

«Naturalmente, vamos fazer tudo o que pudermos para apoiar os australianos e os neozelandeses que estão lá e para avaliar o que é necessário», disse o embaixador, acrescentando que a actual crise em Timor-Leste nada tem a ver com a independência da Indonésia - na origem do envio, em Setembro de 1999, da primeira força da ONU -, mas com a política pós-independência.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai aprovar hoje a extensão do mandato da sua missão em Timor-Leste (UNOTIL) por dois meses, uma reunião que, segundo fontes diplomáticas, é apenas «uma formalidade administrativa», uma vez que a decisão já está tomada.




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#40 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Jun 23, 2006 7:41 am

Xanana sobe a fasquia e ameaçademitir-se se Alkatiri não o fizer
BAY ISMOYO/afp

Orlando Castro http://jn.sapo.pt/2006/06/23/

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Xanana sobe a fasquia e ameaça demitir-se se Alkatiri não o fizer

Xanana Gusmão deverá ter hoje a vaga de fundo de que precisa para, depois de Mari Alkatiri anunciar que não se demitiria, tentar voltar atrás no seu pedido de demissão que anunciou também para hoje.

Os partidos da Oposição timorense começaram ontem a transportar populares de todo o país para Díli, afirmando tanto Fernando Araújo "Lasama", líder do Partido Democrático, como Mário Carrascalão, do PSD, que os manifestantes vão ocupar o Parlamento e levar as chaves ao presidente da República, "numa clara prova de que estão solidários com Xanana e não querem que ele se demita".

Também para hoje está previstauma reunião do Conselho de Ministros dedicada exclusivamente à exigência de Xanana para que Alkatiri se demita.

Embora firme no cargo, o primeiro-ministro poderá decidir abdicar do cargo em favor de um outro dirigente da FRETILIN, eventualmente José Luís Guterres, actual embaixador na ONU que, por discordância quanto ao método de votação (braço no ar) não chegou a disputar a liderança do partido no último congresso.

Na hipótese de Xanana se demitir, o país ficaria totalmente na mão da FRETILIN, assumindo o presidente do Parlamento, Francisco Guterres "Lu-Olo", a chefia do Estado, o que seria - segundo Mário Carrascalão - "pôr o país a ferro e fogo".

De acordo com fontes contactadas pelo JN, a hipótese do "caos total", ou de "todos os poderes ficarem nas mãos da FRETILIN", corresponde "plenamente à estratégia australiana que vê na situação a possibilidade de um domínio claro e total do país".

Portugal estará, contudo, a dar um vital contributo nas negociações de bastidores, momeadamente junto do secretário-geral da ONU para que as Nações Unidas reforcem a sua posição no terreno, o que já foi confirmado por Kofi Annan, admitindo-se mesmo que na pior das hipóteses a ONU possa reassumir a administração do país.

Lisboa critica Camberra

Ontem, o primeiro-ministro português disse que "o Governo não se mete nas questões internas dos timorenses", acrescentando que "o pior que podia fazer era dar conselhos em público, interferindo nos assuntos próprios dos timorenses".

"O principal auxílio que Portugal pode dar é respeitar a independência de Timor-Leste", afirmou Sócrates numa alusão que alguns observadores interpretaram como crítica à posição de Camberra.

Aliás, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Fernando Neves, afirmou ontem à entrada da Comissão de Assuntos Europeus da Assembleia da República, que a "Austrália não deve imiscuir-se nos assuntos internos de Timor-Leste".

Tudo numa altura em que Xanana Gusmão parece ter jogado o tudo ou nada ao afirmar que a alegada distribuição de armas a civis ("esquadrões da morte") se insere num plano da FRETILIN para "fazer um golpe e matar a democracia".

Alkatiri, líder da FRETILIN, desmente categoricamente as afirmações do presidente, mas poderá optar uma atitude pacificadora se, entretanto, Xanana garantir que "não vai entregar o outro ao bandido" o que, segundo fonte próxima do primeiro-ministro, significa "rendição aos australianos".

Ex-ministro Rogério Lobato está em prisão domiciliária

O ex-ministro do Interior de Timor-Leste, Rogério Lobato, vai aguardar em prisão domiciliária a instrução do processo em que é acusado de distribuição de armas a civis.

Rogério Lobato, eleito recentemente vice-presidente da FRETILIN, vai aguardar em casa a instrução do processo porque o tribunal chegou à conclusão de que o Estabelecimento Prisional de Bécora, em Díli, "não oferecia condições de se gurança para o arguido".

Desse modo, Rogério Lobato vai continuar em casa, mas impedido de sair à rua, guardado por militares australianos.

O ex-ministro arrisca uma pena de 15 anos de prisão para os quatro crimes de que é acusado associação criminosa, posse ilegal de armas, conspiração e tentativa de revolução.

Lobato foi ontem representado por um defensor oficioso, em virtud e dos dois advogados que o vão defender, um português e outro macaense, apenas c hegarem a Díli na próxima terça-feira, disse o procurador-Geral da Repúbl ica, Longuinhos Monteiro.

Rogério Lobato é acusado de ter distribuído armas a grupos de veteranos da resistência para eliminar adversários políticos do primeiro-ministro e líder da FRETILIN, Mari Alkatiri. As principais acusações foram feitas por Vicente da Conceição "Railos", militante da FRETILIN e veterano da luta da resistência.




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#41 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Jun 23, 2006 7:46 am

"Austrália é responsável pela crise"

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Orlando Castro, http://jn.sapo.pt/2006/06/23/primeiro_plano/

A crise política timorense continua ao rubro. O presidente ameça demitir-se se o primeiro-ministro não o fizer. Mas afinal o que se passa neste jovem país, rico em petróleo e gás natural mas, ao mesmo tempo, o mais pobre da região?


Alfredo Assunção, general na reserva, chefiou o Estado Maior das forças da ONU em Timor-Leste entre 2000 e 2001 e não tem dúvidas "A Austrália está na origem desta, como de anteriores, crises no país". E acrescenta: "A diferença é que agora conseguiram quebrar a união entre Xanana Gusmão e Mari Alkatiri".


JN|A crise que Timor-Leste vive actualmente espanta-o?

Alfredo Assunção|
Não. De modo nenhum. A minha experiência, em função da actividade que desempenhei no quadro da ONU, com todas as partes envolvidas, permite-me concluir que, mais cedo ou mais tarde, algo deste tipo ia acontecer.


E o que levava a antever essa situação?

A Austrália é, como sempre foi desde que Timor-Leste se tornou independente, o principal inimigo do país. A coberto de um estranho conceito estratégico de segurança regional, sempre quis controlar tudo e todos.

Até agora, não o tinha conseguido na totalidade porque Xanana Gusmão e Mari Alkatiri estavam unidos. Ao quebrar essa união, abriu caminho para tomar conta do país.


Timor é um risco para a segurança regional?


É o que eles alegam, como se fosse possível Timor-Leste pôr em perigo, agora como no futuro, a segurança regional. Na verdade, como sabem o Governo português e as Nações Unidas, o que preocupa (ou interessa) aos australianos é o petróleo e o gás.

Ora, para controlar essas enormes fontes de riqueza, nada melhor do que estarem fisicamente presentes e controlarem numa atitude colonialista todo o sistema político-governativo do país.

Por outras palavras, afastar o primeiro-ministro?

Afastar este primeiro-ministro ou qualquer outro que, como Mari Alkatiri (apesar dos erros cometidos) ponha os interesses dos timorenses acima da ambição dos vizinhos - neste caso da Austrália.

Então a questão das armas, dos "esquadrões da morte", não tem consistência?

É, pelo menos, suspeita. Parece-me que só por si não justifica tanto alarido e muito menos a exigência da demissão do primeiro-ministro e a ameaça de auto-demissão do presidente. Há algo que não bate certo.

Qual é o elo que falha?

Quando estive em Timor-Leste uma segunda vez, Junho de 2003, estava a ser criada o GDR (Grupo de Desdobramento Rápido) que era uma unidade especial de combate exclusivo a actividades subversivas, sobretudo vocacionada para controlar as milícias pró-indonésias.

Essa força tinha a aprovação tanto do presidente da República como do primeiro-ministro e, tanto quanto creio, é a que agora é apresentada como a força que visava eliminar adversários políticos.

Então foi, digamos, mais um facto "fabricado"?

Provavelmente.

Mas que resultou, lá isso resultou. A divisão criada no seio dos militares abalou o país mas não quebrou a sintonia entre Xanana e Alkatirir.

A suposta segregação entre timorenses de lados diferentes da ilha (de que nunca ouvi falar) também abalou, mas não passou disso. Finalmente conseguiram um motivo para o presidente se afastar do primeiro-ministro...

Quem conseguiu?

Os australianos. Quem mais está interessado em ser dono e senhor das riquezas de Timor-Leste? Os australianos. Apenas eles.




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#42 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Jun 28, 2006 10:11 am

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Fretilin e Mari Alkatiri mostram que o seu partido ainda está vivo


João Pedro Fonseca
Em Díli
http://dn.sapo.pt/2006/06/28/internacional/

Para quem tivesse dúvidas, a Fretilin provou ontem ser ainda um partido com muitos militantes e que apoiam o seu secretário-geral, Mari Alkatiri.

Ontem , em Hera, o presidente da Fretilin, Francisco Guterres (Lu- -Olo) e Mari Alkatiri provaram também que lideram o partido e que os militantes os respeitam: travaram milhares de pessoas, evitando que elas entrassem em Díli. Pelo menos, por um ou dois dias...

Mais de mil pessoas deslocaram-se de Baucau, Lospalos e Manatuto para a capital. Só para mostrarem que estão com Alkatiri.

Pararam em Metinaro, a cerca de 40 quilómetros de Díli, e ali esperaram. Com ordens para não avançarem.

Mas, ontem à tarde, Lu-Olo e Alkatiri tiveram que se deslocar ali rapidamente porque aqueles milhares de pessoas (transportadas em 350 camiões) ameaçavam deslocar-se até à capital. Não é que tivessem intenções violentas, mas em Díli ainda estão talvez uns três mil manifestantes que se opõem à cúpula da Fretilin. E o cenário de confronto directo entre os dois grupos poderia ser desastroso.

O primeiro-ministro demissionário e o presidente do Parlamento subiram então para uma camioneta, pegaram no megafone e mostraram que estavam muito felizes por verificar que os militantes da Fretilin estão com o partido, e deixaram recados para todos aqueles que diziam que a Fretilin fora esvaziada.

Nomeadamente após a declaração duríssima do Presidente Xanana Gusmão em que arrasou a actual classe dirigente do partido. "Há muito tempo que não conseguia estar com militantes da Fretilin, não podia trabalhar, não podia dormir, fico muito feliz por estar aqui convosco", disse Mari Alkatiri.

A multidão intercalava cada frase de Alkatiri com o grito "Vamos para Díli".

O político portou-se como um estadista, apelou à calma, disse mesmo que "a Fretilin é um partido da democracia, de paz", lembrando que "os outros é que destruíram, queimaram, mataram."

Tentou também destruir essa divisão criada recentemente de lorosae/loromono. "Isso não existe, somos todos timorenses." Paralelamente, atacou aqueles que "andam a dizer que foram os loromonos que queimaram e destruíram, não é verdade, foi um pequeno grupo".

A mensagem de Alkatiri e também de Lu-Olo foi muito virada para a necessidade de se respeitar os valores democráticos.

"Porque começaram com a violência? Será que estavam com medo de perder as eleições em 2007?", questionou Alkatiri, pedindo aos militantes para não terem medo, para continuarem vigilantes e para não acreditarem nos rumores mas para manterem a sua actuação sem violência. "As nossas armas são as nossa cabeças" e, por isso, a "Fretilin tem de mostrar que não é um partido violento."

Este discurso foi muito bem aceite, mas o mais difícil foi convencer o povo a voltar a Metinaro e a aguardar ali ordens para então entrar em Díli de forma pacífica.

Alkatiri prometeu negociar com as forças internacionais um plano de entrada em Díli, mas que antes vai reunir todos os militantes da Fretilin da região ocidental para "mostrarmos que Timor é um só, não tem divisões" e depois, sim, avançam para a capital de forma ordeira.


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Arma da Fretilin "é a inteligência"
Mari Alkatiri volta a negar criação de milícias para eliminar adversários

27.06.2006 - 14h54 Lusa, PUBLICO.PT

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O ex-primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, negou hoje a sua participação na criação de milícias para eliminar adversários políticos, declarando que o seu partido, a Fretilin, não precisa de armas para fazer valer a sua força eleitoral, porque a sua arma "é a inteligência".

"Nós já não usamos armas. Usámos há muito tempo para libertar Timor-Leste. A nossa arma, agora, é a inteligência", declarou Alkatiri, dirigindo-se a mais de dez mil apoiantes concentrados em Hera, nos arredores de Díli.

Os militantes e simpatizantes do partido no poder pretendiam entrar na capital para manifestar o seu apoio a Alkatiri e à Fretilin e exigir a anulação da demissão do primeiro-ministro, mas foram desaconselhados pela liderança do partido, preocupada com a possibilidade de confrontos com os opositores ao Governo.

Mari Alkatiri foi notificado ontem pelo Ministério Público para ser ouvido no âmbito de um processo de averiguações resultante das denúncias de que a Fretilin terá formado "esquadrões da morte" para eliminar adversários políticos. As acusações foram feitas por Vicente da Conceição "Railos", veterano da resistência contra a ocupação indonésia, que envolveu o ex-ministro do Interior Rogério Lobato e Mari Alkatiri na alegada distribuição de armas a civis.

Na semana passada, Rogério Lobato foi ouvido pelo tribunal de Díli, que decretou a sua prisão domiciliária.

Na sua intervenção em Hera, 12 quilómetros a leste de Díli, Alkatiri disse estar disposto a preparar o partido para as eleições legislativas, previstas para o primeiro trimestre de 2007, e reafirmou que a Fretilin "respeita a democracia".

"Sim, a Fretilin respeita a democracia. Respeita a soberania. Por isso não queremos a demissão de ninguém", afirmou, numa referência aos milhares de manifestantes que, desde quinta-feira, estão concentrados em Díli para exigir o seu afastamento e a convocação de eleições antecipadas.

Alkatiri anunciou ontem a sua demissão, mesmo contra o parecer da Fretilin, depois de o Presidente da República, Xanana Gusmão, ter ameaçado abandonar o cargo se o primeiro-ministro não deixasse a chefia do Governo.

Hoje, após uma reunião do Conselho de Estado, a Presidência da República anunciou que Xanana Gusmão vai iniciar de imediato diligências para a formação de um novo Governo no âmbito do actual quadro parlamentar.

A Fretilin detém a maioria no Parlamento, com 55 dos 88 deputados, pelo que a declaração presidencial significa que, nos termos da Constituição, Xanana Gusmão vai solicitar àquele partido que indique o nome do novo primeiro-ministro.

Contudo, o Presidente "considerará a possibilidade de dissolver o Parlamento e antecipar eleições gerais", lê-se no comunicado emitido no final do encontro.




Editado pela última vez por Rui Elias Maltez em Qua Jun 28, 2006 10:20 am, em um total de 1 vez.
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#43 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Jun 28, 2006 10:13 am

Direcção pede garantias de segurança
Timor: emissões da rádio e televisão suspensas após ataque contra as instalações

28.06.2006 - 13h00 Lusa


A direcção da Rádio e Televisão de Timor-Leste (RTTL) suspendeu hoje as emissões por razões de segurança, na sequência de um ataque contra as suas instalações levado a cabo por um grupo de jovens, anmunciou o director-geral da estação, Virgílio da Silva Guterres.

"Após um encontro entre a direcção e as redacções da televisão e da rádio, decidimos suspender as emissões, porque alguns dos nossos jornalistas e funcionários foram ameaçados e estão em pânico", disse o responsável, em Díli, sublinhando que "as emissões só serão retomadas quando as forças internacionais garantirem a segurança das instalações".

O incidente ocorreu por volta das 10h30 locais (02h30 em Lisboa), quando dezenas de jovens apedrejaram e tentaram invadir as instalações da RTTL em Caicoli, no centro da cidade, aparentemente em retaliação pela transmissão, ontem à noite, de uma notícia sobre a concentração de milhares de apoiantes da Fretilin nos arredores de Díli, durante a qual o Presidente da República, Xanana Gusmão, terá sido injuriado.

Apesar de ser uma área de actuação das tropas australianas, uma patrulha da GNR interveio e conseguiu dispersar os atacantes, tendo detido o líder do grupo, segundo o comandante operacional do contingente português em Timor-Leste, o capitão Gonçalo Carvalho.

Virgílio da Silva Guterres disse que cinco pessoas que se encontravam nas instalações da RTTL durante o incidente sofreram ferimentos ligeiros, quando tentavam fugir por uma zona com arame farpado. Na altura do incidente estavam no edifício cerca de 50 pessoas, entre jornalistas e familiares de funcionários que ali têm estado nos últimos dias, por razões de segurança.

O também presidente da Associação de Jornalistas de Timor-Leste condenou o incidente, salientando que a notícia transmitida ontem sobre a intervenção do líder da Fretilin, Mari Alkatiri, junto dos seus apoiantes se limitou "a relatar o que aconteceu". "A nossa notícia não tinha qualquer comentário. Apenas imagens e o discurso de Mari Alkatiri", sublinhou.

O mesmo responsável referiu que informou José Ramos Horta, ministro demissionário dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, e o comando das forças australianas sobre a decisão de suspender as emissões da rádio e televisão da RT TL. "Comunicámos a José Ramos Horta a nossa posição e também às forças australianas, às quais fizemos um pedido oficial para que garantam a segurança das nossas instalações", explicou.

Às 19h45 locais (11h45 em Lisboa), a RTTL estava a transmitir a emissão da RTP-I em vez da sua programação habitual. Virgílio Guterres admitiu que a RTTL poderá retomar pontualmente as emissões para transmitir comunicações do Presidente da República ou de quaisquer outros dirigentes timorenses, se for garantida a segurança dos funcionários.

A RTTL tem cerca de uma centena de funcionários, incluindo 36 jornalistas.




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#44 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Jun 28, 2006 10:17 am

A pedido de Xanana Gusmão
Timor-Leste: opositores de Mari Alkatiri saem de Díli

28.06.2006 - 10h27 Lusa

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Alkatiri, o primeiro-ministro demissionário

Os manifestantes que desde quinta-feira da semana passada se concentraram em Díli para exigir a demissão do primeiro-ministro, Mari Alkatiri, e a dissolução do Parlamento saíram da capital timorense a pedido do Presidente Xanana Gusmão, disse o líder dos contestatários.

Segundo o major Alves Tara, coordenador-geral da autodenominada Frente Nacional Justiça e Paz, que falava em conferência de imprensa, a saída dos manifestantes correspondeu "a ordens do Presidente".

O major Alves Tara disse que vai aguardar 30 dias, o novo prazo que deu para que a dissolução do Parlamento Nacional de Timor-Leste seja concretizada. "Recebemos uma declaração do Presidente sobre a formação do novo Governo, do Governo transitório, e vamos esperar 30 dias para saber o resultado", afirmou.

Relativamente aos actos de violência de ontem à noite e hoje em Díli, o major Alves Tara ilibou os seus correligionários. "Nenhum dos meus homens esteve envolvido. Ontem à noite houve alguns distúrbios em Díli. Não sei qual foi o grupo, mas correram informações de que o primeiro-ministro [Mari Alkatiri] foi atiçar o grupo de Fretilin e muita gente ficou descontente", explicou.

O major Alves Tara referia-se à ida de Mari Alkatiri, acompanhado do presidente do partido, Francisco Guterres "Lu-Olo", a Hera para dissuadir os seus militantes e simpatizantes de entrarem na capital. "Muita gente ficou descontente com as palavras do primeiro-ministro, que disse que os loromonu [naturais dos dez distritos mais a ocidente do país] é que tinham queimado as casas", disse o major Alves Tara.

A saída dos manifestantes contribuiu para aliviar o clima de tensão na capital, marcada durante a noite de ontem e o dia de hoje por confrontos entre grupos rivais, a favor e contra Mari Alkatiri, e pela destruição uma vintena de casas e lojas, maioritariamente pertencentes a timorenses lorosae (naturais dos três distritos da parte leste do país, Baucau, Lospalos e Lautém). Destes incidentes resultaram mais de 20 detenções.




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#45 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qui Jun 29, 2006 5:30 am

Quatro mil apoiantes de Alkatiri entraram em Díli
Timor: GNR dispersa jovens que apedrejavam manifestantes pró-Fretilin

29.06.2006 - 09h11 Lusa


Mais de quatro mil manifestantes, em cerca de 200 viaturas, entraram hoje às 15h30 locais (07h30 em Lisboa) na cidade de Díli para expressarem o apoio ao Governo, à Fretilin e à liderança de Mari Alkatiri.

Grupos de jovens detractores do primeiro-ministro Mari Alkatiri apedrejaram a caravana de manifestantes da Fretilin e os efectivos da GNR intervieram para os dispersar.

Tudo aconteceu no bairro Mascarenhas, perto do antigo mercado municipal de Díli, onde depois alguns dos manifestantes saíram das viaturas e responderam aos atacantes arremessando pedras.

Os partidários do primeiro-ministro demissionário e líder da Fretilin, Mari Alkatiri, dirigiram-se para o bairro Caicoli, onde se situa a Presidência da República, para entregar um documento a Xanana Gusmão, cujo teor ainda não foi divulgado. No entanto, militares australianos impediram o acesso ao Palácio das Cinzas, obrigando os manifestantes a prosseguir a sua marcha pela cidade.

Os manifestantes entraram na cidade pela área da Areia Branca, sob o olhar atento de dezenas de militares australianos e neo-zelandeses, e percorrem algumas ruas da capital.

Os manifestantes dirigir-se-ão para o Palácio do Governo onde serão autorizados a descer das viaturas para participarem numa concentração comício onde intervirão alguns dirigentes, prevendo-se que o Secretário-Geral Mari Alkatiri se lhes dirija.

À cabeça da manifestação vêm vários blindados militares australianos. Um helicóptero militar australiano Black Hawk tem estado a sobrevoar a baixa altitude a zona por onde vai passando a caravana de manifestantes da Fretilin. A concentração foi concertada ontem em Díli num encontro entre representantes da Fretilin, das forças militares internacionais e da GNR.

A chegada dos manifestantes pró-Alkatiri e Fretilin foi saudada por cerca de uma centena de apoiantes de Xanana Gusmão, contidos a cerca de 50 metros dos manifestantes que vieram de fora da capital.

Os jovens apoiantes de Xanana desfraldaram um pano negro onde se pode ler "Alkati go to hell", o que fez com que os manifestantes que estão a entrar na cidade tenham proferido palavras de ordem a favor de Alkatiri e da Fretilin.

Algumas das viaturas dos manifestantes pró-Mari Alkatiri transportam cartazes onde se pode ler "vivas ao secretário-geral, Mari Alkatiri, ao presidente do partido, Francisco Guterres "Lu-Olo", ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Ramos Horta, e ao Presidente Xanana Gusmão.

À medida que iam entrando no controlo australiano em Hera, os manifestantes eram sujeitos a uma revista para controlar se transportavam armas.

No interior da cidade, muitas ruas foram cortadas ao trânsito para permitir a passagem da caravana em segurança.




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