Houve de facto um tratado entre Portugal e Inglaterra que era extremamente favorável à Inglaterra. No entanto, esse tratado é de 1703, ou seja, cerca de meio século anterior ao Marquês de Pombal. Ficou conhecido como tradado de Metween.
Pombal, esteve por um quarto de século à frente dos destinos de Portugal, e foi de uma influência determinante. A influência da igreja foi tremendamente reduzida, chegando as relações entre Portugal e o Vaticano e a igreja em geral, chegado a um ponto tão baixo, que o próprio embaixador da Inglaterra chegou a escrever ao rei inglês a dizer que se as coisas continuassem assim, Portugal deixaria de ser um país católico.
Depois do terramoto de 1755, houve mesmo apelos vindos de Inglaterra para que o rei abandonasse a Fé Católica, e se tornasse protestante.
A acção do marquês de Pombal, destinou-se a reduzir a presença dos ingleses em Portugal, mas acima de tudo a permitir o desenvolvimento de industrias, transformando Portugal numa nação de comerciantes e de empresários. Pombal tinha formação inglesa e tinha a Inglaterra como modelo, embora tivesse agido para reduzir as vantagens dos ingleses.
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Só por curiosidade: se não me engano, li há anos um livro sobre Vasco da Gama, quando se especulou que tinha ele ascendência britânica. A autora era francesa, Genivieve não sei o que
. A casa de Avis, ou seja, a familia real da segunda dinastia portuguesa, é uma mistura de Avis com Lancaster. Ou seja, a chamada “inclita geração”, com figuras como O Infante D. Henrique, é de facto 50% de origem inglesa.
Mas a ideia de que os grandes navegadores tinham origem no norte da Europa, deriva a meu ver de um preconceito racista originário nos países do norte, que nunca aceitaram que o berço da civilização como a conhecemos hoje, tem a sua origem nos paises do sul e da bacia do mediterrâneo.
Na verdade, o mundo ocidental, nasceu na Grécia, foi aumentado e expandido pela força do império romano. Depois com a queda de Roma entra-se em decadência na Europa, e mais uma vez são os países do sul, nomeadamente os portugueses e os castelhanos, que voltam a expandir a Europa, e o que hoje conhecemos como civilização ocidental.
Hitler e os nazistas alemães, por exemplo, tinha um horrível complexo com isso, e inventaram (a custo de incríveis mentiras) que os gregos clássicos eram de facto germânicos. Ou seja, uma patetice pegada.
A decadência de Portugal e dos reinos da Espanha, veio ajudar esta ideia de que esta gente não teria nunca capacidade para fazer tudo o que fez. Porque se assim fosse, teriam que admitir que os “super-homens” de facto estavam na peninsula ibérica, e não noutro lugar.
Por isso, há imensas fábulas e mitos, indicando origens nórdicas para reis, rainhas, príncipes e navegadores.
Porém, no meu vocabulário pouco refinado, eu chamo a isso “dor de corno”.
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Pergunta tola: alguma sociedade secreta (ordens maçonicas/templários, etc) tiveram algum envolvimento nas Grandes Navegações. Por quê a Cruz de Malta?
Há muitas teorias. Uma delas afirma que a Ordem dos templários (Ou defensores do templo de Jerusalém) depois de ser proibida veio para a península ibérica (ou foi conservada), e que em Portugal se fundiu com o estado.
Essa seria a razão pela qual as cruzes da ordem dos templários (às quais se junta a cruz branca no centro) estaria nas caravelas portuguesas.
Porém na verdade, as primeiras caravelas, durante décadas, não traziam qualquer identificativo, porque o Rei mandava que as explorações fossem secretas.
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E a EScola de Sagres ? O que foi realmente ela? Magalhães a integrou ?
A escola de Sagres, era acima de tudo uma espécie de institudo de estudos de navegação, e não uma escola onde se aprendia a navegar.
A escola de Sagres foi no século XV, uma espécie de M.I.T. para desenvolver tecnologias que permitissem conhecer o mundo e cartografa-lo.
Por isso, os mapas dos portos e os mapas das costas eram tão valiosos, que eram guardados como se fossem tesouros.
Já naquele tempo, informação era poder. E os portugueses sempre souberam que nunca teriam capacidade de vencer outros países, mais ricos e mais populosos, logo, a vantagem dos portugueses, era o conhecimento.
Numa carta à Rainha de Castela, Isabel a Católica, um espião de Castela escreve sobre Portugal:
“...
Não acredite Vossa Majestade no que lhe disserem os portugueses. Eles sabem muito mais que o que dizem saber...”
Por isso, todas as teses sobre o Colombo ser um “agente” português com o objectivo de garantir por todos os meios ao seu alcance que Castela não se interessaria pela rota das Indias, ou as teses que afirmam que mesmo não conhecendo a dimensão da América do Sul, os portugueses suspeitavam da sua existência fazem algum sentido.
Uma das coisas engraçadas da História, é que ela vai mudando à medida que vamos fazendo novas interpretações.
Cumprimentos