No alvorecer do dia 13 de fevereiro de 1991, dois aviões norte-americanos lançaram bombas de 900 quilos contra três metros de concreto reforçado do bunker Amiriya, em Bagdá.
"Os mais afortunados morreram instantaneamente", escreveu Rick Atkinson em seu livro "Cruzada", sobre a Guerra do Golfo.
Equipes de resgate encontraram corpos "fundidos pelo calor".
"Pedaços de corpos estavam espalhados pelo chão. A superfície da água que inundava um corredor estava coberta por uma espuma de gordura humana derretida", escreveu.
A ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu que 204 pessoas morreram no que, a inteligência norte-americana desconhecia, era um abrigo de civis. O número de mortos pode ter sido o dobro do saldo oficial da ONU.
Dias depois, os iraquianos que não haviam se rendido rapidamente foram enterrados vivos em suas trincheiras por tanques blindados e rajadas de metralhadoras.
"Cerca de 150 soldados inimigos que preferiram resistir foram soterrados", declarou um relatório do Exército norte-americano. Outros 600 morreram desta forma.
Sem alternativas, o governo iraquiano havia ordenado uma retirada 39 horas depois do início da ofensiva terrestre.
No livro "A Guerra dos Generais", Michael Gordon e Bernard Trainor contam a fuga para Mutlah Ridge, onde um comboio iraquiano que escapava da Al Kuait foi pego e massacrado por aviões norte-americanos.
No final do dia, 1.400 veículos haviam sido queimados e 300 iraquianos haviam sido mortos "em um cenário de destruição total", que se tornou um fator na decisão controvertida de encerrar a guerra e permitir a fuga das principais divisões do Exército do presidente Saddam Hussein.
Oficialmente, a guerra acabou quando o objetivo declarado da ONU de libertar o Kuweit da ocupação iraquiana foi atingido -mas muitos especialistas acreditam que a carnificina foi importante para a decisão norte-americana de encerrar a guerra de forma tão rápida.
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