Blz CJ,
“Não podemos esquecer também que tanto o Atlântico sul como o Pacífico Sul são oceanos de navegação difícil”
Isso não tem nem o que discutir!
Porem não e a tonelagem das embarcações que garante boa qualidade de navegação, e sim a estabilidade do projeto. Esse projeto tem que ser bem calculado, pensado, testado, desenhado, desenvolvido, entre outros fatores. Na verdade você só tem a absoluta certeza se o projeto e estável ou não, após as provas de mar, e para isso e necessário a construção de um protótipo (que geralmente e o primeiro navio da classe). Após esse teste, você pode fazer pequenas modificações no projeto, para enfim da continuidade na construção da classe. Caso os teste de mar não forem bem sucedidos, fica evidente que não e interessante continuar com o programa de construção dessa classe.
A principal diferença das embarcações maiores (uma comparação entre 2.500 ou 3.000........), seria a autonomia, capacidade de operar helicópteros maiores, maiores dimensões do paiol, possibilidade de utilizar maiores quantidades de armamentos, entre outros. Então fica claro que uma embarcação com 2.000-2.500 tonelagem não e o meio mais apropriado para escoltar um GT, porem pode ser muito útil na defesa de nossas águas, e se necessário, auxiliar as nossas embarcações maiores em caso de escolta (seja do GT ou algum comboio).
1) apesar das atuais escoltas das marinhas dos países sulamericanos serem quase todas na faixa de 2.500t (Lupos, Mekos, etc), acredito que a tendência será a busca por navios maiores (3.000 a 3.500t) no futuro. Não podemos esquecer também que tanto o Atlântico sul como o Pacífico Sul são oceanos de navegação difícil, talvez mais adequados para navios maiores, e que Chile e Equador tem importantes ilhas oceânicas (Páscoa e Galapago) para proteger.
Particularmente eu acredito que
se os nosso vizinho escolherem uma classe nova (essa tal classe Sul Americana), serão embarcações com 2000 – 2500 toneladas, mais essa escolha não será pelo fator operacional, e sim por questões financeiras (custo de aquisição + custo operacional). Quero deixar claro que o fato dos países sul americano possuírem uma única classe em comum com um deslocamento de 2.000 – 2.500 toneladas, não impede que os mesmos tenham embarcações maiores, podendo ser inclusive de classes diferentes, sendo embarcações novas ou usadas. Porem fica difícil acreditar que países como Equador, Colômbia e Uruguai tenham condições de adquirir embarcações novas com peso acima de 3.000 toneladas, juntamente por possuir um custo de aquisição e operação maior que as embarcações menores. Outro detalhe seria que esses 8 paises (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Venezuela, Uruguai e Peru) teriam que bancar o custo de projeto, desenvolvimento e de construção, coisa que poderia tornar essa classe um pouco cara para países que hoje só tem condições de utilizar embarcações de segunda mão (Equador e Uruguai), então nesse caso, projetos como Meko 200 que tem perspectiva de uma carteira de pedidos significativa, podem apresentar um custo de aquisição até menor que esse projeto Sul Americano. Com isso fica difícil convencer um país a arcar com um custo maior, somente porque essa classe e “Sul Americana”.
O orçamento militar dos países sul americano nos últimos 10 anos diminui muito, então países que no passado investiram em vetores novo, talvez hoje já não teriam condições. Um país que poderíamos utilizar como exemplo seria o Peru, que na década de 80 adquirir 4 fragatas novas da classe Lupo, porem com o decorrer desses 20 anos esse país apresentou dificuldades financeiras em sua FA’s, ocasionado problema sérios em disponibilidade de seus equipamento e manutenção da força.
Chile:
O projeto chileno (Tridente) para aquisição de novas fragatas, pelo visto não passou de um projeto mesmo. A marinha chilena provavelmente resolveu utilizar os seus recursos (que provavelmente não são muitos) na aquisição de vetores como os 2 Subs classe Scorpene e helicópteros Cougar, alem das modernizações dos Subs IKL-209, Escoltas (colocação de míssil SAM) e sua lanchas rápidas. Sem contar a aquisição de uma Type 22. Parece que o Chile agora estaria de olho em algumas embarcações de segunda mão.
Equador:
O Equador possui uma marinha de superfície formada de vetores de segunda mão, por sinal as embarcação mais moderna desse país são 6 corveta de 685 toneladas, armadas com 6 MM-40, 1 lançador Albatroz (4 mísseis Aspide), dois lançadores triplos de torpedos e injetores. Veja que nesse caso a classe Inhaúma é mais capaz que a melhor classe equatoriana, ficando a desejar somente pela falta de mísseis SAM. Só para você ter uma idéia, o inventário da marinha equatoriana e formada por
82 % de embarcações com peso abaixo de
700 toneladas. O Equador ainda utilizar 2 Type 21, porem pelo que eu sei, essa embarcações foram vendidas sem os mísseis Sae Cat e MM-38 Exocet, então eu não saberia dizer qual é a capacidade real desses vetores hoje.
Colômbia:
A Colômbia e mais um país que utiliza embarcações com peso abaixo de 2.000 toneladas, que por sinal não possui SAM. A principal embarcação da marinha da Colômbia são 4 Fragatas leves de 1.850 toneladas (classe Almirante Padilla), adquirida novas na década de 80. Essas embarcações estão em processo de modernização, sendo armadas com SAM Barak.
Argentina:
Eu não arriscaria traçar uma perspectiva para o futuro da Argentina, porem hoje fica claro que qualquer plano de fortalecimento das FA’s desse país esbarraria em dificuldades financeiras. Veja o exemplo da Type 42 Argentina, que das duas unidades adquiridas, somente 1 está operacional (a outra está na reserva).
Fazendo um raios-X das marinhas da América do Sul (somente embarcações com potencial de combate) excluindo o Brasil (Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Venezuela, Peru e Uruguai) teremos:
- Embarcações com peso entre 150 e 290 toneladas = 24 (31,17%)
- Embarcações com peso entre 300 e 450 toneladas = 3 (3,90%)
- Embarcações com peso entre 500 e 800 toneladas = 12 (15,58%)
- Embarcações com peso entre 1.000 e 1.450 toneladas = 3 (3,90%)
- Embarcações com peso entre 1.500 e 2.000 toneladas = 8 (10,38%)
- Embarcações com peso entre 2.100 e 2.500 toneladas = 13 (16,88%)
- Embarcações com peso entre 3.000 e 3.900 toneladas = 9 (11,69%)
- Embarcações com peso entre 4.000 e 5.000 toneladas = 2 (2,60%)
- Embarcações com peso entre 5.100 e 6.300 toneladas = 2 (2,60%)
- Embarcações com peso entre 6.400 e 12.000 toneladas = 1 (1,30%)
Total = 77 Embarcações de guerra de superfície
As embarcações com peso maior ou igual a 3.000 toneladas, representam 14 % do inventário das marinhas Sul Americanas (excluindo o Brasil), e uma coisa interessante, serio o fato que todos (100%) os vetores foram adquirido de segunda mão.
Se observarmos as embarcações Sul Americanas que estão na faixa de 2.100 – 2.500 toneladas, podemos verificar que 13% desses vetores foram adquiridos novos (10 classe Lupo). Ampliando essa linha de raciocínio, podemos verificar que a faixa de 1.000 – 2.500 toneladas, corresponde a 32 % do inventario da região. Então podemos concluir que a tal classe sul Americana teria grande chance de possui peso de 2.000-2.500 toneladas (mais especificamente, classe Barroso, com 2.350 toneladas)
O Brasil com seus parceiros sul americanos, poderia criar a partir da classe Barroso três classe diferente (“A”, “B” e “C”), onde a diferença de cada uma seria os equipamentos e armamentos embarcados. Esses três vetores poderiam ser assim:
Classe Barroso = FSA-2000 (Fragata Sul Americana).
- FSA-2000 “A”:
Essa classe seria basicamente a classe Barroso atual, que poderia ter algumas modificações, com o objetivo de diminuir custo. O país que adquirir essa classe poderá optar por quais armamentos e equipamentos (Sonar, Radar, etc) ele gostaria de contar, ou os que estariam dentro das condições financeiras. Por exemplo:
- Substituir o injetor Bofors de 57 mm Mk3, pelo Mk2 que e mais barato.
- Substituir o injetor Bofors de 40 mm Mk3, pelo Mk2 que e mais barato.
- Colocar algumas opções de suíte eletrônica, para que esse país pudesse escolher os equipamentos que estivem dentro de suas condições financeiras.
- Etc.
Armamento Base:
- 1 Injetor antiaéreo (30 ou 40........mm).
- 1 Injetor de proa (57 mm).
- 4 mísseis antinavio (MM-40 Block 1 ou 2, Polyphem, Gabriel III, etc).
- 2 Lançadores triplo para torpedo.
- 1 Helicóptero (pequeno/médio porte).
- FSA-2000 “B”:
Essa classe seria basicamente a classe Barroso atual, porem teria algumas modificações, onde a principal seria a troca do injetor de proa de 115 mm pelo de 57 mm. Com a diminuição do peso e do espaço ocupado na proa, proporcionaria a colocação de mísseis antiaéreo (defesa de ponto) nessa classe (logo atrás do injetor).
Armamento Base:
- 1 Injetor antiaéreo (30 ou 40........mm).
- 1 Injetor de proa (57 mm, Mk2 ou Mk3).
- 2 a 4 lançadores VLS (8 a 16 vasilhame) para mísseis antiaéreo (Sea Wolf ou Umkhonto-IR).
- 4 mísseis antinavio (MM-40 Block 1 ou 2, Polyphem, Gabriel III, etc).
- 2 Lançadores triplo para torpedo.
- 1 Helicóptero (pequeno/médio porte).
* Um sistema que poderia ser integrada a essa “classe” seria o SIMBAD ou TETRAL. Esse sistema seria uma opção mais barata para defesa antiaérea.
- FSA-2000 “C”:
Há exemplo das outras duas classes (“A” e “B”), a FSA-2000 “C” seria basicamente a classe Barroso atual. A Grande diferença da versão “C” seria a adoção do sistema Albatroz, que seria colocado no lugar do injetor de proa.
O Injetor Bofors 40Mk3 (Trinity III) e um armamento de múltiplo propósito, então na versão “C” esse injetor seria utilizado no combate superfície - ar e superfície – superfície (bombardeio de costa, ataque a navios pequenos, etc). O ângulo de ataque do Mk3 e + 80° e – 20°, o que garante disparos abaixo ou acima do ângulo de visada.
- 1 Injetor múltiplo propósito Bofors 40Mk3 (40 mm)
- 1 lançador Albatroz para 8 mísseis Aspide.
- 4 mísseis antinavio (MM-40 Block 1 ou 2, Polyphem, Gabriel III, etc).
- 2 Lançadores triplo para torpedo.
- 1 Helicóptero (pequeno/médio porte).
Então o mercado dessa classe poderia ficar assim:
Argentina:
Classe;
- Drummond (1.250 toneladas) = 3 --- Substituição (FSA-2000 “B” ou “C”)
- Intrepida (265 toneladas) = 2 ------- Substituição (FSA-2000 “A”)
Possibilidade: 4 a 8 FSA-2000, sendo de um só tipo ou uma combinação.
Meu palpite (Fox): 4 FSA-2000 “C”
Chile:
Classe;
- Condell (3.000 toneladas) = 3 ---------------------- Substituição (FSA-2000 “C”)
- Casma (450 toneladas) = 3 -------------------------Substituição (FSA-2000 “A”)
- Guardiamarina Riquelme (264 toneladas) = 4 ----Substituição (FSA-2000 “A”)
- Iquique (250 toneladas) = 2 ------------------------ Substituição (FSA-2000 “A”)
- Guacolda (134 toneladas) = 4 ---------------------- Substituição (FSA-2000 “A”)
Possibilidade: 4 a 8 FSA-2000, sendo de um só tipo ou uma combinação.
Meu palpite (Fox): 3 FSA-2000 “B” e 3 FSA-2000 “C”
Colômbia:
Classe;
- Almirante Padilla (1.850 toneladas) = 4 ------ Substituição (FSA-2000 “C” ou “B”)
Possibilidade: 4 a 6 FSA-2000, sendo de um só tipo ou uma combinação.
Meu palpite (Fox): 4 FSA-2000 “C”
Equador:
Classe;
- Presidente Eloy Alfaro (3.200 toneladas)= 2 -----Substituição (FSA-2000 “C” ou “B”)
- Esmeraldas (685 toneladas) = 6 ------------------ Substituição (FSA-2000 “A” ou “B”)
- Quito (265 toneladas) = 3 ------------------------- Substituição (FSA-2000 “A”)
- Manta (134 toneladas) = 3 ------------------------ Substituição (FSA-2000 “A”)
Possibilidade: 2 a 4 FSA-2000, sendo de um só tipo ou uma combinação.
Meu palpite (Fox): 4 FSA-2000 “B”
Peru:
Classe;
- Meliton Carvajal (2.500 toneladas) = 4 ------ Substituição (FSA-2000 “B” ou “C”)
- Velarde (610 toneladas) = 6 ------------------ Substituição (FSA-2000 “A”)
Possibilidade: 3 a 6 FSA-2000 , sendo de um só tipo ou uma combinação.
Meu palpite (Fox): 4 FSA-2000 “C”
Venezuela:
Classe;
- Mariscal Sucre (2.500 toneladas) = 6------ Substituição (FSA-2000 “C”)
- Constitucion (170 toneladas) = 6 ---------- Substituição (FSA-2000 “A”)
Possibilidade: 4 a 6 FSA-2000 , sendo de um só tipo ou uma combinação.
Meu palpite (Fox): 4 FSA-2000 “C”
Conclusão:
A FAS-2000 poderia ter um mercado de aproximadamente 30 embarcações. Países como Brasil, Argentina, Venezuela, Peru e Chile, usariam a FSA-2000 como complemento das embarcações maiores (adquiridas novas ou de segunda mão). Colômbia e Equador provavelmente utilizariam a FSA-2000 como as principais embarcações da esquadra, adquirindo vetores usados para complementar a suas marinhas, sendo provavelmente Corvetas ou Lanchas Rápidas (mais de 250 embarcações que estarão disponíveis para o futuro).
Agora vamos cair na real!
Qualquer que seja a construção (2.000- 2.500 ou maior ou igual a 3.000 toneladas), hoje seria inviável. Paises que mal tem condições de manter as suas forças operando, quanto mais viabilizar orçamento extra para um projeto que praticamente teria que partir do
ZERO (=
$$$$$$).
Então a solução para os países da América do Sul (incluindo o Brasil) e adquirir vetores novos de projetos já existe (Meko 200, F-100, Type 23, Type 45, etc), e fazer uma mescla com embarcações de 2° mão que estejam em bons estados. O Brasil teria a vantagem por já possui um projeto próprio (mesmo baseado em um outro projeto), então bastaria a MB saber equipar bem essas embarcações, até por que os nosso vizinho não possui navio semelhante as nossas “Corvetas” (que de corveta, não tem nada), que um bom vetor de complementação.
Agora na minha opinião, e muito mais fácil acreditar em um projeto já existente (Classe Barroso), do que em um que nem saiu do papel (ou do pensamento). Então e por esse motivo que acredito que se um dia essa tal integração entre os paises Sul Americanos acontecer, seria mais viável (economicamente) a construção de navios menores.
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Falando um pouco de um segundo complexo naval na região norte-nordeste.
Quero deixar claro que não sou contra (
eu não concordo hoje), em basear uma parte da esquadra na região norte-nordeste, porem no ponto de vista economia, essa atitude hoje e inviável.
Para que seja possível basear uma “segunda” esquadra em uma outra região, seria preciso que o orçamento da defesa tenha um aumento significativo, coisa que ultimamente esta difícil.
Porem isso não que dizer, que o fato de não possuir um segundo complexo naval, a defesa (subtenda patrulhamento) não possa ser eficiente. Na minha opinião, hoje seria mais viável do ponto de vista econômico, a aquisição de aeronaves de patrulhamento de longo alcance, como por exemplo, o Orion, Nimrod, alem de contar com caça com qualidade no combate ASuW, em uma quantidade significativa (no mínimo 12 aeronaves).
Agora se um dia o orçamento aumentar (coisa que hoje seria um sonho), ai sim poderíamos basear algumas embarcação na região norte-nordeste. Eu até daria um palpite:
Esquadra do Sudeste:
- AMRJ = Nae (todos, isso se um dia a MB tiver mais que um NAe)
- Complexo de Mocanguê = Escoltas, Submarinos, navio anfíbios, de apoios, etc
Esquadra do Norte-Nordeste:
- Base Naval de Val-de-Cães (Belém) = Escoltas.
- Base Naval Alte. Ary Parreiras (Natal) = Submarinos.
Ufá terminei!
Ate mais.................................................................................
Fox