e ainda dizem que é paranoia - URGENTE

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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nemesis
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#31 Mensagem por nemesis » Seg Mai 30, 2005 1:40 am

PF INVESTIGA TIROTEIO COM GUERRILHA NO AM

Agente federal tentou parar embarcação suspeita na fronteira com a Colômbia e foi alvo de tiros de fuzil

Kátia Brasil - Da Agência Folha, em Manaus



A Polícia Federal está investigando a troca de tiros entre um agente federal e supostos guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na localidade de Cucuí, distrito de São Gabriel da Cachoeira (AM), na fronteira do Brasil com a Colômbia. Oito agentes de inteligência foram enviados à região, disse ontem o Coordenador de Operações Especiais de Fronteiras, delegado Mauro Sposito.

"Estamos investigando. Mandamos oito pessoas da inteligência [para Cucuí] para saber o que está acontecendo e toda a extensão do problema", disse Sposito, destacando que só pode confirmar se o incidente envolveu guerrilheiros das Farc após a investigação.

De acordo com o chefe do CMA (Comando Militar da Amazônia), general do Exército Cláudio Barbosa de Figueiredo, que recebeu um relato do 4º Pelotão de Fronteira de Cucuí sobre o incidente, a troca de tiros aconteceu com guerrilheiros.

A troca de tiros aconteceu por volta das 21h (22h em Brasília) do dia 20. O agente federal estava em uma lancha, fazendo a fiscalização na margem esquerda do rio Negro, a 800 metros do Posto de Controle de Fronteira de Cucuí (a 150 quilômetros de São Gabriel da Cachoeira), quando abordou uma embarcação suspeita de carregar armas ou munição para uma base das Farc na localidade colombiana de La Guadalupe.

Segundo a Polícia Federal, o piloto da embarcação suspeita não atendeu à determinação do agente para parar e acelerou. Durante a perseguição, o agente atirou para cima. Recebeu em troca tiros de fuzis, disparados da faixa de terra, do lado esquerdo do rio Negro, levando a suspeita de que guerrilheiros davam cobertura para a lancha suspeita, escondidos na floresta. A polícia não sabe precisar se a faixa de terra fica no Brasil ou na Colômbia.

"Houve uma troca de tiros e um agente nosso foi vítima desses disparos [como alvo, já que não foi atingido]. Se foi do lado brasileiro ou do lado colombiano, isso está sendo investigado, pois o que interessa é que ninguém pode disparar contra um agente nosso", disse Sposito.

O general Cláudio Barbosa de Figueiredo disse que após a troca de tiros a PF acionou o 4º Pelotão de Fronteira. Um alerta foi dado na comunidade de Cucuí, de 1.200 habitantes. Uma patrulha militar iniciou uma incursão pelo rio, mas os guerrilheiros já tinham cruzado a fronteira da Colômbia, impedindo que a perseguição continuasse. "É um incidente grave. Não podemos cooperar com a guerrilha colombiana", afirmou o general.

A base das Farc na localidade colombiana de La Guadalupe fica a 6 quilômetros de Cucuí. Lá há uma pista de pouso, além de comunicação com antena parabólica e rádio freqüência. Um agente da Polícia Federal, que chegou ontem da região, disse à Folha que, em média, cem embarcações brasileiras, de pequeno e médio porte, são fiscalizadas durante o dia pelo Posto de Controle de Fronteira da PF.

Durante à noite, a polícia não tem como fiscalizar as embarcações porque os pilotos navegam pela margem esquerda do rio Negro, aproveitando a escuridão.

"Desce da Colômbia para o nosso país droga e gasolina contrabandeada. Em contrapartida, saem [do Brasil] barcos com armas e com comida para a guerrilha. A comida sobe durante o dia, e as armas na calada da noite", disse o agente, que não quis se identificar.

Desde o incidente, a Polícia Federal proibiu os carregamentos de alimentos em embarcações brasileiras que partem para a Colômbia, pelo porto de Cucuí. O posto da PF na localidade receberá um reforço de agentes, disse ontem Sposito.





desculpa por ressulcita o topico que tava la nas conchinchinas, mais é que eu achei a noticia muito importante :wink:




sempre em busca da batida perfeita
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#32 Mensagem por Mateus Dias » Seg Mai 30, 2005 2:32 pm

A destruição da selva - A Amazônia da discórdia
A maciça destruição da selva amazônica põe em questão a capacidade do governo Lula de proteger o maior pulmão ambiental do mundo

Juan Arias
Do Rio de Janeiro

A perda no ano passado de 26 mil quilômetros quadrados de selva amazônica no Brasil causou comoção dentro e fora do país. A enorme devastação salientou que nem as promessas nem os esforços realizados pelo governo de esquerda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão conseguindo conter a hemorragia desse pulmão de oxigênio da humanidade, a maior floresta tropical do mundo, que também conserva a maior riqueza de biodiversidade do planeta.

Se não se conseguir conter essa hemorragia da selva -- que já foi desflorestada em 17,5%, segundo a organização World Wildlife Fund (WWF) [Fundo Mundial da Natureza] -- a região se transformará antes de 50 anos em um deserto, ou, no melhor dos casos, em uma imensa plantação de soja e pasto para gado bovino, com todas as conseqüências ambientais que isso comportaria, não só para o Brasil mas para o mundo. A Amazônia continua sendo o pomo da discórdia no Brasil, um campo de batalha entre preservação ecológica e desenvolvimento.

Vilmar Locatelli, assessor da Comissão Nacional da Amazônia, afirma que segundo estudos realizados por satélite o ritmo de desflorestamento da selva e o aumento do efeito estufa "podem causar sérias alterações no clima amazônico". E acrescenta: "Sem a selva, as chuvas podem ser reduzidas entre 20% e 30%, e a temperatura média subir de 3 a 5 graus".

Quem são os culpados? O governo se defendeu através do secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, que afirmou que o Plano de Prevenção e Controle do Desflorestamento da Amazônia (lançado pelo presidente Lula no ano passado, do qual participam 13 ministros e cujo responsável é o ministro da Presidência, o poderoso José Dirceu) ainda não pôde dar frutos "porque só está funcionando há poucos meses".

Em nome da oposição respondeu um dos maiores líderes da defesa ambiental, o deputado do Partido Verde (PV) Fernando Gabeira, segundo o qual o problema é que o famoso plano "não está funcionando por falta de recursos e porque o ministro Dirceu ainda não pisou na Amazônia".

Para os analistas, o grande problema do Brasil é conciliar o atual desenvolvimento econômico (centrado no agronegócio, sobretudo no cultivo de soja e criação de gado bovino), com uma defesa eficaz de suas matas, suas madeiras preciosas, seus rios não contaminados (possui 23% da água potável do mundo), de sua biomassa e de suas imensas jazidas de minérios preciosos, principalmente diamantes.

A Amazônia é um território de 5 milhões de quilômetros quadrados, com somente 275 fiscais para vigiá-la - quer dizer, um para cada 18.500 quilômetros quadrados -, uma região cobiçada por todos, incluindo as 27 multinacionais que atuam na área.

Hoje o Brasil é o segundo exportador de soja do mundo, depois dos Estados Unidos, e um dos maiores vendedores de carne bovina. O consumo de carne brasileira na Europa e de soja para rações é uma das causas desse vertiginoso aumento do desflorestamento da Amazônia, segundo David Kaimowitz, diretor-geral do Centro Internacional de Pesquisas Florestais (Cifor). A União Européia importa do Brasil quase 40% das 578 mil toneladas de carne bovina consumida por ano no Velho Continente. O número de cabeças de gado no Brasil já supera 60 milhões, das quais mais de 30% se encontram na Amazônia. O Brasil controla hoje 20% do mercado de carne bovina do mundo. Para o cultivo de soja e para o pasto do gado cortam-se milhões de árvores; 80% da madeira usada só no Estado de São Paulo é de procedência ilegal. Os especialistas calculam que para cada árvore caída outras dez são destruídas, e seis delas nem sequer são aproveitadas.

A defesa da Amazônia estava presente com força no programa eleitoral do presidente Lula, que nomeou à frente do Ministério do Meio Ambiente Marina Silva, filha de uma família pobre do norte, analfabeta até os 16 anos e que dentro do sindicato chegou a senadora. O presidente Lula defendeu porém, desde o início, que a Amazônia não poderia se transformar em um "santuário intocável", e que ali deveria se realizar um "desenvolvimento econômico sustentado", quer dizer, compatível com a preservação de sua diversidade e riqueza naturais. "Não queremos proibir, queremos regulamentar, fazer as coisas civilizadamente", disse Lula.

O governo tomou uma série de medidas para tentar conter a ocupação ilegal da selva amazônica ameaçada. Para isso incentivou um sistema moderno de vigilância aérea, capaz de detectar incêndios, desflorestamento e ocupação ilegal. Exigiu um cadastramento de todos os proprietários de mais de 300 hectares para demonstrar que eram terras legitimamente adquiridas e não sob a ilegalidade.

Lula se dispôs a conceder 13 milhões de hectares de áreas públicas da Amazônia para uso sustentável da economia em dez anos, para tentar evitar as invasões ilegais e a ocupação de terras públicas. E ao mesmo tempo planejou a criação de dezenas de parques naturais dentro da selva amazônica, para protegê-los da pilhagem. Os resultados, porém, demoram a aparecer.

A ministra Silva perdeu quase todas as batalhas dentro do governo e do Congresso, começando pela guerra contra os transgênicos, e depois da divulgação dos últimos dados sobre a destruição da natureza preferiu pôr a culpa na sociedade civil brasileira e estrangeira, que segundo ela "critica o desflorestamento da Amazônia mas continua consumindo produtos que contribuem para esse desflorestamento".

O que é difícil para o Brasil é explicar como, possuindo a legislação mais exigente e moderna de defesa da natureza e de seus santuários naturais, não consegue frear sua devastação nem parar as pistolas que assassinam os que se opõem a essa destruição, como demonstrou a recente execução a sangue frio da religiosa americana naturalizada no Brasil Dorothy Stang, que há 40 anos lutava contra o saque da Amazônia. Sua morte colocou sob o foco internacional a dificuldade real de pôr em prática a lei, diante das conivências entre proprietários de terras, policiais, políticos locais e juízes corruptos, em uma trama de impunidade contra a qual se chocam há dezenas de anos os esforços de todos os governos.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra, do episcopado brasileiro, entre 1985 e 2004 registraram-se 1.349 assassinatos de pessoas empenhadas em combater os saqueadores da Amazônia. Só 75 desses assassinatos foram julgados e apenas 15 pessoas foram condenadas. E todas apelaram da sentença.

O jornal "O Globo", referindo-se aos responsáveis pelo desflorestamento da Amazônia, afirmou em editorial na última terça-feira: "São sempre os mesmos, como é sempre a mesma a ineficácia do governo na preservação do maior patrimônio natural do país".




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#33 Mensagem por Guerra » Seg Mai 30, 2005 3:22 pm

Será que não existe um grande exagero quanto a destruição da Amazônia? Não estou que não existe, mas essa de 50 anos virar deserto, pelo amor-de-Deus!! O solo da Amazônia nem é tão bom quanto se pensa e a topografia da região é muito irregular. Dizem que não vale a pena plantar na Amazônia. A área tem que ser enorme, porque a floresta tem um poder de regeneração enorme e em pouco tempo a selva toma de volta toda a parte desmatada. A própria floresta tem um sistema de renovação das espécies baseado no desmatamento. Aquele grande tapete verde que vemos de cima, a selva primária, é na verdade o único verde daquela região. Embaixo não existe nada, só um grande mar de troncos de arvores. A falta de luz não permite que outras espécies rasteiras se desenvolvam. Como o solo é muito ruim, quando uma arvore chega a certa altura ela tomba naturalmente causando uma espécie de "efeito domino" abrindo clareiras naturais. As espécies rasteiras (selva secundaria) crescem numa velocidade tão grande que é questão de dias para essas clareiras ficarem intransponíveis (dá para acreditar que clareiras são obstáculos naturais na selva?). Isso é um processo natural e em pequena escala, mas o fato é que quanto mais derrubam mais cresce. O incêndio em Roraima destruiu uma grande área da floresta, sete anos depois eu vi fotos do local, já fechou tudo novamente. Eu não sou tão ignorante assim, eu sei que a Amazônia representa 30% da biodiversidade do planeta, mas o fato é que enquanto a floresta estiver próximo a linha do equador, acho que ela vai existir.




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#34 Mensagem por Guerra » Seg Mai 30, 2005 3:30 pm

Outro dia meu sogro cortou uma arvore que ele plantou em frente a casa dele e teve que ir prestar esclarecimento ao IBAMA. Porque o IBAMA só funciona nos estados do sul? Porque as policias florestais só funcionam nos estados do sul? Falta de recursos, ou sera que é o calor que evapora o dinheiro nesses estados? E como tem feito calor em Rondonia ultimamente. Tem colocar esses estados da Amazonia na linha e cobrar deles parte da responsabilidade de preservar a floresta. Lembro que as pessoas que moram na floresta são as que mais cuidam, é preciso ver quem é que esta lucrando com o desmatamento na Amazonia.




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#35 Mensagem por Marechal-do-ar » Seg Mai 30, 2005 3:33 pm

Guerra com certeza estão exagerando,
1) A Amazônia não é o pulmão do mundo.
2) A velocidade de regeneração da floresta é incrivel.

Tudo o que temos que fazer para ela voltar ao tamanho original é tirar os plantadores de soje e criadores de gado de la.




"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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#36 Mensagem por Mateus Dias » Seg Mai 30, 2005 3:43 pm

Marechal-do-ar escreveu:Guerra com certeza estão exagerando,
1) A Amazônia não é o pulmão do mundo.
2) A velocidade de regeneração da floresta é incrivel.

Tudo o que temos que fazer para ela voltar ao tamanho original é tirar os plantadores de soje e criadores de gado de la.



Agora vc falou bobagem.....

Esse argumento é o mesmo usado pelas ONG' S internacionais. Não existe plantador de soja , nem criador de gado na amazônia. Os que existem no Mato Grosso, são em áreas de cerrado. Temos que nos informar melhor para não sermos enganados por argumentos de má fé como esse




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#37 Mensagem por Mateus Dias » Seg Mai 30, 2005 3:46 pm

Estou postando novamente essa mensagem, pois também tem haver com o assunto do tópico.


Amazônia: querem tomar
essa riqueza
Por trás da histeria ecológica há
interesses econômicos escusos

Por Hugo Studart e elaine cotta

A semana que passou entrará para a história do Brasil como uma daquelas em que o País mais foi atacado pela imprensa mundial. Diante de estatísticas mostrando um recrudescimento anômalo no desmatamento amazônico – esperava-se um crescimento de 2% no ritmo da derrubada entre 2003 e 2004, mas registrou-se um percentual de 6% – jornais, organizações ecológicas e até diplomatas do mundo desenvolvido reagiram com pedras na mão. Contra o Brasil. “É impossível encontrar qualquer argumento coerente em defesa da contínua destruição da floresta equatorial brasileira”, escreveu, em Londres, o diário Independent. “Eles estão transformando a floresta tropical em pastagens. É asqueroso”, proclamou John Sauven, líder do Greenpeace. Mas partiu de Peter Mandelson, comissário europeu de comércio, o comentário mais agressivo da semana. “O Brasil tem que assumir as suas responsabilidades. Algo grave está acontecendo”, disse ele, enfatizando que é preciso frear a destruição de “um bem público”. Essas afirmações maliciosas ecoaram o que já fora dito, em fevereiro, por Pascal Lamy, antecessor de Mandelson na União Européia e atual diretor-geral da Organização Mundial do Comércio. Com imensa cara de pau, Lamy, o príncipe do protecionismo europeu, defendeu a internacionalização da Amazônia. Como se a floresta mais pujante do planeta, que ocupa 58% do território brasileiro, já não tivesse dono. Como se os europeus já não tivessem destruído 90% de suas próprias florestas.

Desta vez, porém, a grita ecológica tinha um alvo preciso: a soja e, através dela, a exploração das riquezas naturais do Brasil. Não é por outro motivo que a cobertura mais agressiva sobre o desflorestamento concentrou-se na pessoa de Blairo Maggi, governador do Mato Grosso e maior plantador de soja do planeta. A revista britânica The Economist referiu-se a ele como “o estuprador da floresta” e “rei do desflorestamento”, explicando que o Mato Grosso foi responsável por 40% do desmatamento registrado no último biênio. O governo federal limitou-se a defender seus planos para a região – que são bons, diga-se de passagem – sem confrontar a histeria dos ambientalistas e seus patrocinadores no Hemisfério Norte. “Atacam a nossa soberania e ninguém sai em nossa defesa. Assim vão permitir o esquartejamento da Amazônia”, revolta-se Maggi. O general Luiz Gonzaga Lessa, presidente do Clube Militar e ex-comandante militar da Amazônia, também sentiu cheiro de fumaça. “Isso é lobby econômico disfarçado de ideologia ambientalista”, resume. O historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira, autor de “As Relações Perigosas: Brasil-Estados Unidos”, também vê interesses escusos na grita da semana passada. “Essas ONGs não são inocentes. Servem aos interesses das transnacionais que estão sendo afetadas pela competição agrícola do Brasil”, afirma o professor. “Essa celeuma visa apresentar à ONU um projeto de internacionalização da Amazônia.”
Para entender os interesses em jogo na floresta, é preciso ter em conta que o Brasil tornou-se, nos últimos anos, o maior exportador de soja do mundo, com 36,2 milhões de toneladas. Ultrapassou os Estados Unidos. O Mato Grosso de Maggi lidera a produção nacional, sua soja esbarra na chamada Amazônia Legal e invade a zona de transição botânica entre o cerrado e a floresta equatorial. Os agricultores dizem que esse território é cerrado e insistem em plantar 50% da área de suas propriedades. O governo diz que é floresta e admite o plantio de apenas 20%. Adilton Sachetti, prefeito de Rondonópolis e um dos maiores plantadores de algodão do Mato Grosso, lembra que o Estado tem área de 90 milhões de hectares, dos quais apenas 8 milhões são de plantio. Outros 50 milhões de hectares são cobertos por florestas intocadas. Ele pondera que os americanos, a despeito das suas ONGs, têm 33% do seu PIB ancorado na agricultura: “Falar que a soja é responsável pela degradação do ambiente é fachada. Eles temem é que o Brasil roube mercado dos americanos”. Há outro mercado em jogo, o da madeira. Nos últimos três anos, a Amazônia multiplicou por cinco a sua área para exploração de madeira certificada, com selo verde para exportação legal. Mas a tese do Greenpeace é a de que a madeira da Amazônia não deve ser explorada nem mesmo como manejo florestal. No fundo desse debate, está o fato de que o Brasil caminha, rapidamente, para dominar tanto o mercado internacional de móveis e madeiras quanto o de papel e celulose. Há no segmento 40 projetos em andamento, com investimentos previstos de R$ 6,7 bilhões. “Muita gente não se conforma com o fato de uma área com o tamanho e o potencial da Amazônia ser controlada por um país subdesenvolvido como o Brasil”, afirma Lorenzzo Carrasco, organizador do best-seller “Máfia Verde”. “Algumas ONGs funcionam como forças de guerra irregulares e o governo brasileiro tem sido excessivamente submisso a essas pressões.”
Na tarde da terça-feira 24, houve uma reunião no Palácio do Planalto para tratar da pressão internacional. Coordenada por José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil, contou com cinco ministros em pessoa, como Marina Silva, do Meio Ambiente, e Aldo Rebello, da Coordenação Política. Dirceu abriu o encontro dizendo que estava efetivamente preocupado com as pressões internacionais. Ao final, o grupo concluiu que o problema pode ser resolvido caso o Brasil explique de forma detalhada nos foros internacionais todas as boas medidas que estão sendo tomadas pelo governo de um ano para cá, quando colocou em prática o Plano de Combate ao Desmatamento da Amazônia. Inaugurado em março do ano passado, esse plano prevê 149 ações de 13 ministérios e investimentos de R$ 390 milhões até 2007. Um dos focos do plano diz respeito à fiscalização da região, com intensificação da presença do Exército e a contratação de mais 600 fiscais do Ibama, ainda este ano. Outro foco é a criação de áreas de proteção para conter o desmatamento. Nos últimos dois anos, o governo reservou 376 mil km2 de florestas exclusivamente para projetos de assentamentos sustentáveis e extrativismo. A área é maior que a Alemanha. Também homologou 93 mil km2 de reservas indígenas e criou mais 83 mil km2 de reservas florestais. Equivale a uma Áustria. O plano é que essas reservas contenham a derrubada das árvores. A próxima meta é tentar aprovar no Congresso o projeto de lei que cria o Serviço Florestal Brasileiro, espécie de agência reguladora da floresta. A idéia central é que o governo faça concessões para exploração por manejo – da mesma forma que emite concessões de telecomunicações ou jazidas minerais. O SFB define a área de exploração, o Ibama fiscaliza. O projeto está pronto para ser votado em uma comissão da Câmara. Ao final da reunião de terça-feira, os ministros decidiram trabalhar melhor em quatro pontos: intensificar o policiamento, criar um selo verde para os produtos da Amazônia, efetivar a idéia de um pacto com os Estados (estabelecendo metas de redução da devastação) e, por fim, propor à equipe econômica uma linha de crédito subsidiada para os projetos verdes. “Não podemos ser simplesmente contra a soja”, diz a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente. “Temos de defender que as atividades produtivas, de qualquer natureza, sejam feitas em bases sustentáveis.” Essa é um conversa que os brasileiros podem entender, os produtores podem apoiar e o futuro não tratará como simples capitulação a interesses internacionais.





Um texto esclarecedor para os acomodados de plantão...




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#38 Mensagem por Luís Henrique » Sex Jun 03, 2005 9:45 am

O Brasil sabe tomar conta de seu patrimônio, errando e acertando, mas ninguém é perfeito. Pelo menos, é bom ler notícias como esta. Mostra-se que algo está sendo feito, ainda que não suficiente, mas já é um começo.

02/06/2005 - 20h39
PF prende 89 acusados de extração ilegal de madeira


BRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal prendeu 89 acusados de venda ilegal de madeira nesta quinta-feira, na maior operação para deter o desmatamento ilegal da Amazônia, que no ano passado alcançou o segundo maior nível de desflorestamento. Ambientalistas avaliaram que a ação foi um sinal de que o governo está agindo com seriedade no combate à corrupção que compromete a luta pela floresta.

A quadrilha transportou um volume de madeira ilegal avaliado em 890 milhões de reais, segundo a PF. Entre os presos estão o gerente-executivo do Ibama em Mato Grosso, Hugo José Scheuer Werle, e o seu substituto, Marcos Pinto Gomes.

A operação em seis Estados foi deflagrada semanas depois de o governo ter sido alvo de críticas por falta de implementação de ações contra o crescente desmatamento na região.

Segundo a Polícia Federal, das 89 pessoas presas, 39 são funcionários do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente). Quatro madeireiras foram interditadas.

"Isso é resultado de um esforço que nunca tinha sido realizado pelo setor ambiental brasileiro", disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, acrescentando que a operação, chamada Curupira, mostra que o governo está controlando o desmatamento.

A PF afirmou em um comunicado que o grupo é uma das maiores organizações criminosas do país, "composta por madeireiros e despachantes especializados na extração e transporte ilegal de madeira, mediante corrupção de servidores públicos do Ibama e da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema)".

"Tenho certeza que a decisão de lançar este plano agora vem como uma resposta aos números do desmatamento", disse Paulo Adário, coordenador do Greenpeace na Amazônia.

"A iniciativa de levar essa operação adiante é muito importante porque faz parte de uma limpeza da imagem do Ibama."

Quatro madeireiras foram fechadas durante a operação, que se concentrou no Mato Grosso onde quase a metade do desmatamento do ano passado foi registrado.

O coordenador de políticas públicas do WWF (World Wildlife Fund) disse que dois terços de toda a destruição no Mato Grosso em 2004 foi ilegal. "Se isso pudesse ser controlado haveria um impacto fenomenal do desmatamento."

O grupo -- desmantelado pela polícia -- subornava representantes do órgão para falsificar licenças, com as quais conseguia transportar madeira da Amazônia para os mercados no Brasil e no exterior.

"Pior que a corrupção é a corrupção que não é punida", disse o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos.

A destruição da floresta em 2003-2004 atingiu mais de 26 mil quilômetros quadrados, acima dos 24,5 mil quilômetros quadrados do período anterior, entre 2002-2003.

Ambientalistas dizem que a destruição é fruto da expansão agropecuária, que levou fazendeiros a buscar mais terras para o cultivo e pastos.

Em muitos casos, os madeireiros chegam antes dos fazendeiros nas áreas de floresta, extraindo a madeira para venda e limpando a região para a agricultura.

Desmatamento

As prisões no Ibama no Mato Grosso acontecem menos de duas semanas depois da divulgação de dados alarmantes sobre o desmatamento no país, epsecialmente naquele Estado.

No último dia 18, o Ministério do Meio Ambiente anunciou que a estimativa de desmatamento na Amazônia para o período 2003-2004 ficou em 26.130 km2, o que representa um crescimento de 6,23% em relação ao consolidado anterior. É o segundo maior número desde que o monitoramento começou a ser feito, em 1988. Fica atrás apenas do período 1994-1995, quando foram devastados 29.059 km2.

A taxa de crescimento do último biênio também é bem maior do que a expectativa do governo, que estava em 2%. Ainda segundo os dados divulgados pelo ministério, a área devastada supera, inclusive, o período 2002-2003, até então o segundo maior da série histórica.

Dos oito Estados monitorados, seis apresentaram queda na taxa de desmatamento. Apenas Mato Grosso e Rondônia continuam com o índice subindo. A expansão da área agrícola, principalmente soja, ainda é um dos fatores que contribuem para a alta.

A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, depois de culpar o desempenho da economia brasileira em 2004 pelo crescimento do desmatamento na Amazônia, apontado pelo estudo, disse no dia 19 que a sociedade também é culpada pela devastação da floresta.




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#39 Mensagem por Wagner L Carvalho » Sex Jun 03, 2005 10:39 am

Um ponto importante a ser considerado é a questão das vantagens competitivas que o Brasil possui em relação a outros países. O Brasil éw hoje um dos maiores produtores de grãos de todo o mundo. E conseguiu isso utilizando menos de 50% do solo agricultável que possui. Se levarmos em consideração que esse aumento de produção ocorreu em regiões que até alguns anos atrás eram tidos como improdutivos, como o serrado do Goiás, Tocantins e Mato-Grosso, perceberemos q temos um potencial para continuar produzindo cada vez mais e com uma maior produtividade. E olha q não temos os subsídios agrícolas q são dados na Europa e nos EUA.

Eu vejo essa "revolta" da seguinte forma.

1- Deve existir a preocupação com o desmatamento?
Sim. Porque temos que garantir o futuro de NOSSOS filhos. O restante do mundo que se vire. Desculpem o egoismo mas eles já destruiram o verde de seus países, então eles não podem vir querer dizer como devemos conduzir, podem no máximo sugerir.

2- Boa dose dessa aparente preocupação com a amazônia está fundada em interesses econômicos pelo fato de isso representar uma ameaça aos mercados agrícolas dos países desenvolvidos.

3- O Brasil tem o direito e a obrigação de fazer uso de seus recursos naturais, pois precisa gerar riqueza para a nação. Lembrando que nos últimos anos a balança comercial brasileira só conseguiu superávits graças a produção agrícola.

4- Os países desenvolvidos continuam como os maiores poluídores do planeta, então que direito ou moral eles têm para nos criticar.

Um abraço,

Wagner




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#40 Mensagem por Mateus Dias » Seg Jun 06, 2005 8:36 am

Avião dos EUA sobrevoou reserva irregularmente

Rodrigo Rangel



BRASÍLIA. O governo brasileiro guarda a sete chaves um incidente registrado na passagem de um avião-radar americano pelos céus da Amazônia, numa operação ousada que incluiu sobrevôos na reserva Raposa Serra do Sol, área de grande importância estratégica para o Brasil por ter reservas de minerais como urânio.

O Itamaraty não confirma o incidente. A Força Aérea Brasileira (FAB) nega. Mas O GLOBO teve acesso a informações de um relatório reservado do serviço de inteligência do governo brasileiro que esmiuça a peripécia do avião americano pela Região Norte. Fontes civis e militares também confirmaram o episódio.

O avião, modelo P-3, prefixo VVR-2674, tinha autorização para cruzar o espaço aéreo brasileiro no dia 9 de outubro do ano passado, rumo a Buenos Aires, com escala em Manaus. A chancela fora publicada na véspera no Diário Oficial da União. Dizia que a aeronave seguiria para Buenos Aires, na Argentina, em missão de “pesquisa científica”.

O avião, entretanto, acabou subvertendo o que estava no papel. O P-3 passou pelo Brasil apenas no dia 10. E a escala que seria em Manaus acabou transferida para Boa Vista. Na capital de Roraima, nem toda a tripulação desceu. Nenhuma autoridade brasileira teria entrado no avião, segundo consta do documento reservado.

Avião voou baixo e dificultou a detecção por radares

O relatório a que O GLOBO teve acesso informa ainda que, após entrar no espaço aéreo do Brasil, o avião variou altitude e chegou a voar abaixo de três mil pés, supostamente para dificultar sua detecção pelos radares.

Durante o vôo, os equipamentos do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) suspeitaram da irregularidade. Militares do Centro Amazônico, a torre de controle do sistema em Manaus, tentaram fazer contato com a tripulação. Não obtiveram êxito. Os americanos não respondiam aos chamados pelo rádio.

As tentativas de comunicação foram ouvidas por pilotos de aviões civis que voavam na região. A tripulação do P-3 só viria a responder mais tarde. O comandante informou que não respondera antes porque a cabine do avião sofrera “pane de rádio” (o sistema comunicação teria parado de funcionar). “O P-3P Orion foi várias vezes assinalado nos radares de tráfego aéreo, mas não foi possível nenhuma interceptação de vôo porque estava voando abaixo de 3 mil pés”, registra o documento.

— Foi um claro golpe — disse ao GLOBO um oficial da Força Aérea Brasileira que acompanhou o episódio.

A terra indígena Raposa Serra do Sol não teria sido a única sobrevoada pelo avião americano. O aparelho teria passado também, a baixa altitude, na reserva Waimiri-Atroari, localizada entre os estados de Roraima e Amazonas.

O avião, de quatro motores e quase do tamanho de um Boeing 737-400, tem sensores eletrônicos que permitem, por exemplo, fazer mapeamento geológico das áreas que sobrevoa. Uma fonte da Aeronáutica informou que autoridades aéreas brasileiras teriam reclamado junto ao Comando Sul, unidade do Pentágono sediada em Miami que coordena as operações militares dos Estados Unidos na América Latina.


De patrulhamento marítimo a missões de espionagem

Os aviões da linhagem P-3 Orion são velhas máquinas de guerra e vigilância que vêm servindo aos Estados Unidos há mais de 40 anos. De performance elogiável, foram sendo remodelados ao longo do tempo e deixaram de ser usados exclusivamente no patrulhamento marítimo para ganhar outras missões, inclusive a de espionagem, com a instalação de sensores capazes de fazer prospecção de superfície e de captar imagens e sinais eletrônicos.

Até o ano passado, a Marinha dos Estados Unidos possuía cerca de 230 unidades do P-3 em operação, em diferentes frentes. Os quatro motores do velho avião são impulsionados por hélices. De asa reta, a aparelho tem praticamente o mesmo desenho dos antigos Electra, do mesmo fabricante, também americano. Ao redor do mundo, há atualmente cerca de 450 exemplares deste tipo de avião em uso.




Mateus Dias
BRASIL ACIMA DE TUDO !!!
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