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Mensagem
por FCarvalho » Qui Mar 14, 2024 1:03 pm
O Paraguai tem alguns motivos concretos para adquirir os Super Tucano, como um tal de EPP, acho é essa sigla, assim como os grupos de narcotraficantes, e movimentos políticos que vez em quando armam confusão no país, com respostas foras das regras do jogo institucional. Para eles o A-29 faz todo sentido do mundo, porque, tirando a Bolívia, com quem eles ainda mantém rusgas históricas territoriais, Argentina e Brasil não tem do que falar em termos de disputas militares.
No caso do Uruguai, que hoje em dia qualquer um pode comprar maconha em uma esquina de Montevidéu, combater o narcotráfico ainda é uma discussão meio que surrealista para eles, dados os muitos anos passados sob governo populistas desde a redemocratização do país. E isso acabou sendo herdado como uma cultura na política uruguaia independente das facções ideológicas. Investir na defesa ainda é visto como um assunto complexo, tendo em vista a visão que os políticos por lá também possuem sobre os militares, ainda que as ffaa's uruguaias hoje estejam reduzidas à sombra de uma quase guarda de fronteira.
Para quem até outro dia estava flertando com Gripen C\D, eu penso que os Super Tucano são um ótimo começo de caminho, dado que eles seriam uma pequena grande revolução no modo de operar da FAU, e faria com que qualquer caça, mesmo que de segunda mão, fizesse sentido em termos operacionais. Mas antes eles precisam, por exemplo, de uma rede de radares que preste, que tal como no Paraguai, mesmo sendo países minúsculos, não conseguem cobrir todos os aspectos da vigilância área do país.
Se os governos aqui fizessem a sua parte, talvez tivéssemos mais dois clientes do ST há muito tempo nestes dois países, mas fato é que nem nós e nem eles se relacionam bem com o tema defesa, que ainda causa embrulho no estômago de muitos políticos lá e cá. Mas deixa rolar. O tempo as vezes é o melhor remédio para solucionar certos problemas, como se vê agora no Paraguai, que flerta com o Super Tucano desde que foi lançado, mas levou vinte anos para finalmente comprar os seus. A hora da FAU também vai chegar. Por bem ou por mal, mas chega.
Carpe Diem