Página 3 de 4

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Ter Ago 26, 2014 10:58 am
por cabeça de martelo
Matheus escreveu:Sobre o torniquete. Fiz um curso de socorrista no SAMU em Brasília em Dezembro passado e foi dito que voltaram com a recomendação do uso do torniquete.
Quando fiz o TAT a Oficial em questão brincou que quando foi ela a fazer o TAT ensinaram-lhe de uma forma, depois quando fez o TAS já as técnicas e a metodologia tinha evoluido e já era ensinada de outra forma e quando começou a dar TAT tinha sido alterado ainda mais. Estamos a falar tudo num espaço de apenas uns 5 anos. Aposto que se voltasse atrás aprendia de outra forma.

O interessante do curso que aparece no primeiro texto deste tópico é que o mesmo foi baseado no curso Norte-Americano, é dado por civis a militares da GNR antes de ir para as missões internacionais. Os Fuzileiros também têm um curso semelhante dado pela prata da casa, mas antes disso já tinham-se voltado para o mercado civil para conseguirem esse tipo de conhecimentos e capacidades.


Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Ter Ago 26, 2014 12:27 pm
por Hermes
Túlio escreveu:Foi nos anos 80 e o colega se chamava Clarel (sobrenome). Curiosidade: me foi dito que na autópsia extraíram um projétil 7,65 (.320 ACP) FMJ do coração dele...
Conheci um perito legista que se falasse autópsia perto dele ele dava chilique, pois segundo ele, auto é em si próprio e o correto seria necropsia, referente ao cadáver. Ele não gostava também de reconstituição de crime, pois aí se estaria cometendo o crime novamente, o correto seria reprodução simulada. Só como curiosidade.

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Ter Ago 26, 2014 12:53 pm
por Túlio
Eu mesmo sempre fiquei pensando se haveria alguma diferenciação semântica entre "autópsia" e "necrópsia"...

Segundo o Aurélio, são sinônimos... :wink: 8-]

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Qua Ago 27, 2014 12:32 pm
por Ckrauslo
felipexion escreveu:
Túlio escreveu:Doc Felipe, em 2002, em um treinamento sobre o melhor uso de coletes táticos, me foi dito que apenas DUAS coisas eram imprescindíveis nos bolsos: um alicate de pressão capaz de cortar arame farpado e pelo menos TRÊS bisnaguinhas de cola tipo Super Bonder, além de pelo menos um par de pacotinhos de gaze. No caso de um corte feio, era tacar SB em cima e logo a seguir a gaze, para estancar o sangramento.

PERGUNTO: me ensinaram errado? Bem sabes o valor que dou às tuas opiniões, Doc véio... :wink: 8-]
Vamos trabalhar com três parâmetros: O ideal, o recomendado e o aceitável.
Essa atuação é longe do ideal. O ideal seria a hemostasia com materiais consumíveis e permanentes estéreis, mas impossível de se acontecer no cuidado sob fogo. Então partimos para o recomendado.
Também está longe do recomendado que seria aplicação de pressão local com compressas, uso de Celox ou Hemcon, torniquetes em casos especiais (vou entrar nos torniquetes em outro post) com a retirada do ferido para um local seguro, fora da hot zone. Primeiramente para uma zona morna, depois para uma zona fria.
O aceitável é você parar ou controlar a hemorragia através de recursos e ambientes limitados. Compressão com gazes, compressas, bandagens, tecidos limpos são efetivos no controle da hemorragia. O uso da SuperBonder não é recomendável, mas pode ser aceitável (a depender do caso!) pelos seguintes motivos:
• Prejudica uma futura sutura;
• Auxilia na aproximação das bordas da feridas, mas em ferimentos extensos pode prejudicar a contenção do sangramento interno;
• Diminui o sangramento apenas da área aplicada, mas diminui a exposição do ferimento.
Resumindo: O grande problema é que ele não é estéril e como ele será aplicado! Não adianta aplicar apenas na pele sendo que tecido muscular também foi lesionado, mantendo o sangramento interno. Tem que ter e tem que saber aplicar!
Assumpção, descreve que ele pode ser usado em cirurgias sem ônus alguns, desde que seja estéril. :mrgreen:
Respondi ao seu questionamento?
Fuente: http://www.rbcp.org.br/detalhe_artigo.asp?id=426

Mais tarde posto o resto.
Felipe, o que se tem de diferente das coisas que você recomendou no atendimento a vitimas em conflitos militares é o uso do torniquete, porém os torniquetes modernos são feitos de materiais especiais, alguns conseguem até inflar para controlar melhor o fluxo sanguíneo, esses novos torniquetes conseguem até manejar melhor e impedir a perda de um membro, pois permite que muito pouco sangue flua pelo local, mas sem pressão suficiente para ser uma hemorragia "Depende da forma aplicada pelo medico em questão" o eu carrego dois kits no meu equipamento, um principal para meu uso, e outro preso em minha bolsa para que meus colegas possam utilizar, nele se encontram os seguintes materiais: 3 Pares de tesouras, luvas cirúrgicas, Coagulantes, antibióticos, morfina, Epinefrina, bandagem elástica, torniquete, gaze, algodão, pinça, fio de sutura re absorvível, 3 pares de agulhas e antissépticos ....
Normalmente o procedimento para o atendimento em uma zona de risco é, estabelecer um bom fogo de cobertura, permitir a chegada até o ferido, alguém ira auxiliar e fazer pressão no ferimento para o socorrista ter tempo de ver se o ferido se encontra em choque ou pré choque, se o contato inimigo for muito intenso e o ferimento for em alguma extremidade, sera aplicado o torniquete e morfina, simplesmente para a tropa poder se locomover para fora da área de risco o mais rápido possível, chegando em uma área com cobertura adequada, sera avaliada a condição do combatente de forma mais detalhada, sera feita a "limpeza" do ferimento, devido ao contato com muita sujeira no chão, sera aplicado algum antibiótico, sera feito o uso de algum coagulante, e um curativo sera aplicado em forma de compressa "nessas horas a bandagem elástica vem muito a calhar" e sera retirado o torniquete com cuidados, pois dependendo do tempo pode se acumular toxinas no sangue. porém se for um rompimento arterial sera mantido o torniquete, pois francamente nenhum pó químico que auxilie na coagulação ira fazer um milagre nesse ponto... sera esperado a evacuação medica ou suporte por uma outra tropa que ajudara na retirada dos feridos, e no hospital sera avaliado novamente para ver o que pode ou não ser feito no caso, é tudo um grande porém, pois depende de milhões de variaveis

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Qua Ago 27, 2014 12:36 pm
por Ckrauslo
Hermes escreveu:
Túlio escreveu:Foi nos anos 80 e o colega se chamava Clarel (sobrenome). Curiosidade: me foi dito que na autópsia extraíram um projétil 7,65 (.320 ACP) FMJ do coração dele...
Conheci um perito legista que se falasse autópsia perto dele ele dava chilique, pois segundo ele, auto é em si próprio e o correto seria necropsia, referente ao cadáver. Ele não gostava também de reconstituição de crime, pois aí se estaria cometendo o crime novamente, o correto seria reprodução simulada. Só como curiosidade.
Esse legista deveria estudar um pouco mais Hermes, pois Autópsia não significa em si mesmo, significa ver por si mesmo e necropsia é ver no morto, e ver por si mesmo é bem diferente de ver em si mesmo, quanto a reconstituição criminal, não tem nada haver com cometer o crime novamente, pois reconstituição é um termo de algo Teatral

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Qua Ago 27, 2014 2:15 pm
por Hermes
Na verdade existe uma discussão interminável entre médicos, juristas e lingüistas sobre isso. Até sobre onde fica o acento tônico em autópsia e autopsia e necropsia ou necrópsia eles discutem, junto com as formas autopse e necropse. Alguns dizem inclusive que como a autópsia não se refere claramente a um morto, pode ser realizada em um vivo, como por exemplo um auto exame de mamas seria uma autópsia de mamas, onde se vê por si mesmo se há algum problema. Mas é aquela história, para o morto não vai fazer muita diferença, até por que as duas formas são dicionarizadas e consagradas pelo uso.

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Qua Ago 27, 2014 4:15 pm
por Ckrauslo
Negativo existe um termo próprio para o procedimento em um ser vivo e trata-se de vivissecção

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Qua Ago 27, 2014 9:42 pm
por henriquejr
Túlio escreveu:Eu mesmo sempre fiquei pensando se haveria alguma diferenciação semântica entre "autópsia" e "necrópsia"...

Segundo o Aurélio, são sinônimos... :wink: 8-]
Durante meu curso de direito, nas aulas de medicina legal, e posteriormente, na pós de Perícia Criminal, alguns alunos sempre faziam esta pergunta sobre a diferenciação dos dois termos.

Bem, nesse contexto (criminal) Autopsia seria válido caso o sujeito fizesse uma especie de autoexame. A terminologia correta para ser usada é Necrópsia.

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Qua Ago 27, 2014 9:46 pm
por Ckrauslo
henriquejr escreveu:
Túlio escreveu:Eu mesmo sempre fiquei pensando se haveria alguma diferenciação semântica entre "autópsia" e "necrópsia"...

Segundo o Aurélio, são sinônimos... :wink: 8-]
Durante meu curso de direito, nas aulas de medicina legal, e posteriormente, na pós de Perícia Criminal, alguns alunos sempre faziam esta pergunta sobre a diferenciação dos dois termos.

Bem, nesse contexto (criminal) Autopsia seria válido caso o sujeito fizesse uma especie de autoexame. A terminologia correta para ser usada é Necrópsia.
Fico abismado como um curso que estuda frases do Grego e latim, possa fazer isso, Pois traduzido ao pé da letra significa Auto=mesmo= ver por
então não significa Auto Exame

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Qui Ago 28, 2014 10:44 am
por Hermes
Alguns links sobre o assunto, só para vermos que não existem verdades incontestáveis, sim expressões mais ou menos consagradas pelo uso e muitas discussões entre os acadêmicos.

http://www.famerp.br/projis/grp06/leiamais1.html

Outro:
http://www.migalhas.com.br/Gramatigalha ... +necropsia

O professor Pasquale nos mostra que existem variações:

"Necrópsia" ou "necropsia"? (Ou "O Samba do Crioulo Doido")
A morte (ainda envolta em mistério) de Fernando Dutra Pinto, sequestrador de Patrícia Abravanel, trouxe à tona uma das tantas palavrinhas cuja prosódia é tormentosa. Afinal, o exame no cadáver é "necrópsia" ou "necropsia"? Ou é "autópsia"? Ou será "autopsia"? Nas últimas semanas, recebi muitas perguntas de leitores a respeito disso.
As pessoas querem respostas que, muitas vezes, não há, ou, quando as há, não convencem. Não custa tentar, no entanto. Sabe qual é o primeiro sentido que os dicionários dão para "autópsia"? O óbvio: "Exame de si mesmo" ("Aurélio"); "Exame, inspeção de si próprio" ("Houaiss").
Por que "óbvio"? Porque o elemento grego "auto" significa "por si próprio", "de si mesmo"; "-opsia", também grego, tem, entre outros, o significado de "exame visual". Como se vê, em termos literais a autópsia é o exame que alguém faz em si mesmo.
No verbete "autópsia", a segunda definição do "Aurélio" é "necropsia", precedida destas abreviaturas: "Med. Imp.".
Tradução: segundo o "Aurélio", trata-se de termo médico, usado impropriamente. Apesar de impróprio, o termo "autópsia" está consagrado pelo uso, fator importante quando se trata de língua.
Bem, e por que é impróprio? Porque, como os mortos não se examinam, o termo próprio é "necr...". É "necropsia", sem acento, de acordo com o "Aurélio", o "Houaiss" e o "Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa", da Academia Brasileira de Letras.
Vamos repetir: "necropsia", que se lê "necropsía". Isso mesmo: lê-se o grupo final como se lê o de "Maria", "tardia", "alergia" etc.
E a forma "necrópsia", ouvidíssima diariamente? Que dizem dela os dicionários? Vejamos antes uma "prima": "biopsia" (ou será "biópsia"?). O "Houaiss", o "Aurélio" e o "Vocabulário" registram as duas. Em "biopsia", o "Aurélio" diz que "a pronúncia corrente é biópsia". O "Houaiss" diz que "biopsia" é mais correta e menos usada do que "biópsia".
No verbete em que explica os valores do elemento pospositivo "-ópsia", o "Houaiss" diz que a origem grega preconiza a tonicidade no "i", "mas, uma vez formada autópsia", esta serviu de base para variação, nem sempre regular, entre "-ópsia" e "-opsia".
Em seguida, vêm alguns exemplos, entre eles "necrópsia". Sim, "necrópsia" (com acento), forma que, nessa monumental (repito: monumental) obra, também aparece neste trecho do verbete "biópsia": "Constituída no modelo de necrópsia e de autópsia, a palavra segue no português o padrão fônico das outras duas, com reflexo na grafia, daí biópsia".
Até aí, tudo bem, mas, se você voltar ao sexto parágrafo deste texto, verá que o "Houaiss" não registra o verbete "necrópsia"; só registra "necropsia".
O querido amigo Mauro Villar, lexicógrafo responsável pelo grandioso "Houaiss", sempre me pede que anote os problemas que encontrar no dicionário. Homem maduro e livre de afetações típicas de falsos intelectuais, Villar sabe que não existe livro perfeito.
Lá vai mais uma modesta contribuição, caro Villar. E, se me permite, sugiro que incorpore o verbete "necrópsia", com as mesmas observações que há em "biopsia" e "biópsia". É isso.
Pasquale Cipro Neto
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidi ... 200206.htm

Mais um:
http://www.recantodasletras.com.br/teor ... ria/800349

Outro:

http://jus.com.br/forum/17784/necropsia-ou-autopsia/

Já a vivissecção é feita em animais vivos e não tem nada a ver com o auto exame.

http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Vivissec%C3%A7%C3%A3o

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Qui Ago 28, 2014 1:52 pm
por cabeça de martelo
Curso de Emergência em Combate

Decorreu no passado mês de Fevereiro, no Centro de Simulação Médica da Marinha (CSMM), a primeira edição do Curso de Emergência em Combate (ASS30).
Este curso, com a duração total de 36 horas distribuídas por 6 dias (10 horas teóricas e 26 horas práticas), foi ministrado por oficiais e sargentos das classes de médicos navais (MN), enfermeiros (HE), fuzileiros (FZ) e mergulhadores (U).
O objetivo é dotar oficiais, sargentos e praças da Marinha Portuguesa com o conhecimento e competências técnicas necessárias ao desempenho de funções de socorrismo sob fogo, sobretudo os que participam em missões de maior risco.
Considerando a tipologia das operações em que o isolamento dos militares longe das linhas amigas (ações de profundidade) é mais provável, o risco de ocorrência de incidentes na atividade operacional é maior.
Dado que a evacuação dum militar em operação pode ser mais demorada, este curso visa facultar uma formação mais exigente em termos de suporte de vida. Assim como um maior domínio da utilização de recursos/dispositivos médicos no terreno quando comparado com outros cursos de socorrismo também ministrados no CSMM.
Neste sentido, foram nomeados oito fuzileiros que integram o Destacamento de Ações Especiais (DAE), Batalhão Nº2 e Escola de Fuzileiros e três mergulhadores do Destacamento de Mergulhadores Sapadores.
O desenho do curso e o desenvolvimento dos seus conteúdos – o manual dos alunos, as aulas teóricas, os cenários práticos e os métodos de avaliação - efetuaram-se em estreita colaboração do CSMM com o Centro de Medicina Naval (representado pelo 1TEN MN Duarte e Silva), com o Corpo de Fuzileiros (1SAR FZ Miranda Neto) e com a Esquadrilha de Submarinos (SAJ H Dias Melo).
O curso tem por base as orientações mais recentes do Tactical Combat Casualty Care (TCCC), concebido em 1996 pelo Comando Conjunto de Operações Especiais norte-americano como resposta à necessidade de associar ao Advanced Trauma Life Support (ATLS) e ao Prehospital Trauma Life Support (PHTLS) a componente prática e tática dos cenários de guerra, nomeadamente visibilidade reduzida, sob fogo inimigo, temperaturas extremas, ambientes e terrenos áridos e pantanosos, entre outros.
Também em Portugal, o ensino de primeiros-socorros assenta no pressuposto da proximidade à estrutura de assistência hospitalar. A Marinha, através do treino e avaliação contínuos das Unidades Navais, sempre tentou contornaresta “limitação” desenvolvendo meios de actuação próprios que permitissem o socorro eficaz e atempado em alto mar.
A importância da concretização do Curso de Emergência em Combate (ASS30), ultrapassa a regular formação em socorrismo, por se tratar dum curso inédito, com um conteúdo específico e exigente, vocacionado para o ambiente de combate. Resulta dum longo trabalho de pesquisa, adaptação e reflexão no sentido de adequar os conhecimentos de socorrismo universalmente aceites à realidade da guerra e da Marinha Portuguesa.
Os contextos militar e civil apresentam diferenças significativas na abordagem de situações de emergência médica: numa sala de emergência hospitalar assistir uma vítima de trauma é a missão principal, em cenário de guerra essa assistência é apenas uma parte.
Os prestadores de cuidados no contexto militar e civil diferem grandemente. Em contexto de guerra, o primeiro-socorro e estabilizaçãodas vítimas está totalmente dependente da capacidade de resposta e dos conhecimentos dos próprios indivíduos envolvidos no combate.
O equipamento disponível no “kit” de socorrismo é também menor que os dispositivos médicos de qualquer infraestrutura de saúde, por mais simples que seja, mas o domínio das técnicas capazes de salvar uma vida humana é um objetivo possível para o qual se direcionou toda a conceção do curso ASS30 – Emergência em Combate.
Globalmente pretende-se minimizar a vulnerabilidade dos militares sem reduzir os padrões de desempenho. Os três objetivos-chave do curso são: (1) tratamento do ferido, (2) prevenção de feridos adicionais e (3) cumprimento da missão. As competências táticas e de emergência pré-hospitalar são ensinadas e treinadas neste curso, agrupadas em três fases distintas: (1) primeiros-socorros sob fogo, (2) socorro no terreno tático e (3) evacuação tática de feridos em combate.
Numa primeira fase, em que se verifiquem vítimas em combate, as funções do socorrista resumem-se a orientar o próprio ferido para se auto-socorrer e transportá-lo para um abrigo quando possível, mantendo-se ambos a salvo do fogo hostil.
Quando a vítima estiver segura, é prestado o socorro visando a sua estabilização e posterior evacuação. O choque hipovolémico por hemorragia de feridas nos membros, o pneumotórax hipertensivo e os traumas associados à via aérea são considerados as causas de morte evitáveis em combate mais frequentes. O perfeito domínio da atuação nestas situações específicas é o tema principal das componentes teórica e prática do ASS30.
Por fim, a fase de evacuação tática, que inclui o relato verbal e escrito sobre o incidente e os cuidados de socorro já prestados à vítima, termina com a transferência da vítima para a equipa médica e o seu transporte para terreno não hostil.
Tratando-se duma primeira edição, foram naturalmente identificados conteúdos e cenários de aprendizagem prática que podem ser otimizados. Decorre ainda o debriefing do curso com o objetivo de que o feedback dos alunos e dos formadores, vertido nos opinogramas preenchidos por todos, permita aperfeiçoar o Curso de Emergência em Combate de forma a ir ao encontro da realidade da nossa Marinha e eventualmente vir a tornar esta formação num instrumento conjunto e combinado, disponível a outros ramos das Forças Armadas, Forças de Segurança nacionais e países da CPLP.

Filipa Albergaria
1TEN MN
:arrow: http://www.marinha.pt/PT/noticiaseagend ... 63_MAI.pdf

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Sex Fev 20, 2015 2:32 pm
por cabeça de martelo
First Responder Course

Imagem
Multinational Soldiers train in harsh weather conditions as part of the International Special Training Center Advanced Medical First Responder Course, conducted by the ISTC Medical Branch, Feb. 17-19, 2015, in Pfullendorf, Germany. The students from the United States and European allies received the training to enhance their medical skills to support NATO Soldiers, Sailors, and Airmen and treat combat trauma casualties using special forces-oriented medical procedures and skills. The ISTC provides centralized training for NATO Special Forces and similar units in Europe. The center is run by a cadre of instructors from nine member nations-Belgium, Denmark, Germany, Greece, Italy, the Netherlands, Norway, Turkey and the United States. (U.S. Army photo by Visual Information Specialist Jason Johnston/Released)
Imagem
U.S. Army Sergeant Derek D. Niegsch, Medical Branch Instructor, International Special Training Center instructs multinational Soldiers as part of the International Special Training Center Advanced Medical First Responder Course, conducted by the ISTC Medical Branch, Feb. 17-19, 2015 in Pfullendorf, Germany.
Imagem
U.S. Army Sergeant Derek D. Niegsch, Medical Branch Instructor, International Special Training Center instructs multinational Soldiers as part of the International Special Training Center Advanced Medical First Responder Course, conducted by the ISTC Medical Branch, Feb. 17-19, 2015 in Pfullendorf, Germany.
Imagem
Soldiers from various nations make their way through an obstacle course in harsh weather conditions as part of the International Special Training Center Advanced Medical First Responder Course, conducted by the ISTC Medical Branch, Feb. 17-19, 2015 in Pfullendorf, Germany

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Qui Mar 12, 2015 2:16 pm
por cabeça de martelo

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Sex Mar 13, 2015 8:58 am
por Moonwalker
Os EUA usam torniquete sim, e muito. São muito importantes quando tratando vitimas de IEDs. Recomenda-se inclusive carregar pelo menos dois, pois eh comum tratar colegas com multiplas amputacoes. No caso do CAT mostrado abaixo, deve-se inclusive deixa-lo semi montado para que se consiga manusea-lo com somente uma mão (para auto aplicacão).

Abaixo fotos do torniquete mais comum em uso (CAT), outra foto mostrando uma pratica comum de se garregar o mesmo na coronha (do lado oposto ao da face) e um tipico Kit de primeiros socorros modernos (o Dark Angel).

Combat Application Tourniquet (http://combattourniquet.com/)
Imagem

CAT preso em rifle (o instrutor da foto é ex-Delta)
Imagem

Dark Angel (https://darkangelmedical.com/)

Imagem
Imagem
Imagem

Re: CUIDADOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM AMBIENTE TÁCTICO

Enviado: Qua Abr 08, 2015 1:31 pm
por cabeça de martelo
Tactical Combat Casualty Care

Finalmente já existe um curso no seio do Exército Português! Antes só a FOEsp tinha um curso do género.