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Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Qua Jul 25, 2012 12:51 am
por romeo
Bombas colocadas em automoveis de cientistas iranianos são terrorismo.

Bombas colocadas em ônibus com turistas israelenses são terrorismo.

Não existe terrorismo do bem ou terrorismo do mal... Toda forma de covardia deste tipo é desprezível.

Guerra é coisa suja...

Mas se a eliminação dos cientistas iranianos tem uma lógica ( mesmo condenável e cruel ); a morte de meros turistas pelo simples fato de serem cidadãos de determinada nação nenhuma justificativa tem.

Não foi uma retaliação... Um caso de olho-por-olho, dente-por-dente.

Se fosse, ainda faria algum sentido.

Esse atentado foi cruelmente irracional... Sanguinário, despropositado e sobretudo desprezivelmente irracional...

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Qua Ago 01, 2012 1:26 pm
por NettoBR
Exército israelense é obrigado a alistar jovens ultra-ortodoxos
01 de agosto de 2012 • atualizado às 10h01

O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, ordenou ao Exército que comece a processar a informação sobre milhares de jovens ultra-ortodoxos que até agora desfrutavam da isenção militar, após expirar na noite passada a chamada Lei Tal, informou nesta quarta-feira o jornal Yedioth Ahronoth.

A ordem, que cancela a isenção automática da qual esta comunidade desfruta há seis décadas, se traduzirá no envio de convocações a todo jovem maior de 16 anos e meio, como ocorre com o resto da população, mas não estabelece regulação para os demais. "Este é um dia importante. A situação que havia até agora não se repetirá", afirmou Barak.

Os ultra-ortodoxos, que costumam driblar o serviço militar alegando que se dedicam ao estudo da Torá, não se alteraram demais por sua nova situação e nos escritórios de alistamento ainda não foi registrada nenhuma mudança.

O general reformado Eliezer Stern, ex-comandante do Departamento de Pessoal do Exército, declarou à rádio pública que "ninguém deve esperar uma afluência em massa de jovens" desta comunidade aos escritórios de alistamento, e que, na prática, "as coisas seguirão como estão".

A Lei Tal foi legislada em 2002 para garantir parâmetros automáticos de isenção a esta comunidade, mas foi declarada inconstitucional pela Corte Suprema israelense, que forçou o governo a buscar uma solução que não seja discriminatória.

Por motivos políticos em sua coalizão de governo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não encontrou por enquanto a forma de legislar a nova lei, e por isso o Exército se vê obrigado a aplicar os mesmos critérios de alistamento a todos os jovens.

Ontem o ministro da Defesa deu ao Exército um prazo de um mês para que lhe entregue uma proposta prática para começar a recrutar de fato estes jovens, em um plano temporário até que o Parlamento consiga elaborar uma nova legislação.

O plano deverá levar em conta o mandato do Supremo, as faculdades dos recrutas, os requisitos e necessidades do Exército e o princípio de "compartilhar o peso" do Estado entre toda a população, indicou o Ministério da Defesa em comunicado.

Um jovem ultra-ortodoxo que se apresentou hoje na principal base de recrutamento em Tel Hashomer, nos arredores de Tel Aviv, declarou ao site do jornal que eventualmente a nova situação "levará as fileiras do Exército todos os jovens" de sua comunidade.

Identificado como Matán, o jovem disse que sua intenção era alistar-se independentemente do que ocorra com a polêmica lei e pediu a seus colegas de seminário que sigam seus passos. "É possível ir ao Exército e ao mesmo tempo estudar a Torá. Isso não serve como desculpa", esclareceu.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noti ... doxos.html

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Ter Ago 14, 2012 10:37 pm
por FoxHound
Livro diz que a princípio Barak foi contra ataque ao reator nuclear sírio

De acordo com o livro “Spies Against Armageddon: Inside Israel's Secret Wars”, Olmert, Ashkenazi e Dagan se opuseram a Barak ao plano de ataque ao reator nuclear sírio em Dir a-Zur por questões políticas
O ministro da Defesa da Israel, Ehud Barak, está pressionado por um ataque as instalações nucleares iranianas, mas cinco anos atrás ele teve uma forte oposição ao ataque bem-sucedido ao reator nuclear sírio, revela um novo livro.

De acordo com relatórios estrangeiros, a Força Aérea Israelense bombardeou o reator nuclear sírio na região de Dir a-Zur em 6 de setembro de 2007 sob um véu de segredo. Só depois de seis meses depois, funcionários do governo dos EUA anunciaram que o reator nuclear, que a Síria estava construindo com a ajuda da Coréia do Norte, foi destruído. Israel nunca admitiu que bombardeara tal reator.

Em seu livro “Spies Against Armageddon: Inside Israel's Secret Wars”, Dan Raviv e Yossi Melman afirmam que Barak pediu para aditar o ataque, apesar dos relatos da inteligência indicarem que o reator se tornaria operacional dentro de meses.

Pouco tempo depois, em uma reunião secreta para a discussão de um ataque ao reator sírio, o então primeiro-ministro Ehud Olmert e o ministro da Defesa Ehud Barak votaram a favor de um ataque depois de perceber que seria luz verde para governo.

“Se em 1991 a oposição do presidente Shimon Peres era contra o ataque (ao reator nuclear iraquiano de Osirak), desta vez a oposição veio de dentro do governo, e surpreendeu os ministros e os aparatos de segurança”, afirma o livro.

“Barak não disse que ele era contra um ataque na Síria, em princípio, mas argumento que Israel poderia esperar alguns meses. O problema era que todo mundo sabia que isso não era o caso, porque os materiais radioativos seriam colocados no reator em poucos meses, e Israel não poderia arriscar um ataque que poluísse o meio-ambiente. Olmert exigiu uma votação de gabinete sobre o assunto. Barack capitou e se junto aos apoiadores (do ataque).

O livro também descreve as rusgas posteriores entre Olmert e Barak, bem como os atritos entre Barack e o então Chefe do Estado Maior das Forças de Defesa de Israel, o general Gabi Ashkenazi e o ex-diretor do Mossad, Meir Dagan. “Essas divergências se tornariam cicatrizes que nunca curaram. A animosidade entre essas pessoas aumentou, e alguns anos mais tarde, daria forma ao debate em torno programa iraniano (nuclear)”, afirma Melman e Raviv em seu livro.

“Barak é a favor (de um ataque ao Irã), enquanto os outros três (Olmert, Ashkenazi e Dagan), apesarem de não se expressarem publicamente, perderam sua confiança nos cálculos do ministros da Defesa”.

Segundo os autores, Olmert e outros altos funcionários se opuseram ao ataque na Síria por considerações políticas e pessoais relacionadas à Comissão Winograd, encarregada de investigar a atuação do governo e das Forças Armadas de Israel durante a Guerra do Líbano de 2006.

"Ashkenazi, Dagan e particularmente Olmert concluiaram que o ministro da Defesa estava esperando que o primeiro-ministro teria que renunciar e que ele - Barak - seria nomeado (primeiro-ministro) em seu lugar ou servir como ministro da Defesa em um governo alternativo liderado por Benjamin Netanyahu, no qual ele seria mais influente ", diz o livro.

Só para efeito de informação: Esse livro afirma que o Mossad matou pelo menos 4 cientistas nucleares iranianos.
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... k-foi.html

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Qui Ago 16, 2012 2:57 pm
por FoxHound
Publicado retrato falado do cúmplice do terrorista de Burgas.
O Ministério do Interior da Bulgária publicou o retrato falado do eventual cúmplice do terrorista que dinamitou um ônibus em Burgas.

A imagem computorizada é acompanhada da foto da carta de condução falsa na qual o homem aparece de peruca. Na foto computorizada, o suposto terrorista aparece de cabelo curto. O Ministério do Interior não informa sobre o papel que o suspeito poderia ter desempenhado no atentado.

Antes, na Bulgária foi publicado o retrato falado do próprio kamikaze. A imagem foi reconstruída com base nos ossos de seu crânio.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_08_16/pu ... de-burgas/

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Ter Ago 21, 2012 10:28 am
por FoxHound
Israel avança sistema de defesa antimíssil para a fronteira com Egito.
O exército israelense transferiu o sistema de defesa antimíssil “Cúpula de Ferro” para a fronteira com o Egito após as explosões de dois foguetes, provavelmente disparados do território egípcio há alguns dias.

Os militares israelenses disseram que a transferência faz parte dos testes do sistema de defesa antimíssil.

Na quarta-feira, 15 de agosto, no resort israelense de Eilat ocorreram duas explosões, no lugar das quais foram encontrados fragmentos de mísseis, aparentemente disparados do lado egípcio da Península do Sinai.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_08_20/is ... com-egito/

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Qua Ago 22, 2012 7:03 pm
por FoxHound
Chanceler de Israel quer o Hamas no poder?

Desculpem a demora para voltar a escrever no blog. Estou oficialmente de férias do jornal até segunda, mas sigo escrevendo aqui e participo hoje, amanhã e sexta do Globo News Em Pauta, às 20 horas.

O chanceler israelense, Avigdor Lieberman, disse que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, é um déspota corrupto. Segundo ele, deveriam ser convocadas eleições nos territórios palestinos imediatamente para o processo de paz ser retomado.

Obviamente, não houve diplomacia na declaração. Mas, de resto, o ministro das Relações Exteriores de Israel tem razão na necessidade de novas eleições. Estas vêm sendo adiadas desde 2010. Há também acusações de corrupção contra Abbas e este faz de tudo para reprimir a oposição.

Ao mesmo tempo, o chanceler deveria saber que Abbas é uma liderança moderada. Mais moderado do que ele, apenas Salam Fayyad, premiê palestino e também bem visto no Ocidente. Mas dificilmente conseguiria vencer. Uma eleição presidencial certamente seria prejudicial para Israel. Provavelmente o eleito seria Marwan Barghouti, preso em Israel sob acusação de envolvimento com terrorismo e membro do Fatah, ou alguém do Hamas.

Talvez, quem sabe, Lieberman realmente torça por uma vitória de Barghouti ou do Hamas para poder dizer que os líderes palestinos não querem paz (embora eu ache que Bargouthi poderia ajudar). Infelizmente, muita gente pensa como o ministro israelense. Quanto pior, melhor, na avaliação deles.

A solução, como todos sabemos, são dois Estados. Os principais blocos de assentamentos próximos da fronteira ficariam com Israel. Os demais, como Ariel, passariam a integrar a Palestina. Os moradores judeus poderiam permanecer com a cidadania palestina ou, se preferirem, com uma espécie de greencard. Jerusalém seria uma municipalidade unificada, capital dos dois Estados. No caso palestino, parte da administração permaneceria em Ramallah. Os refugiados poderiam retornar para o novo Estado, mas não para Israel. Este admitiria que parte deles foi expulsa na guerra de independência.
http://blogs.estadao.com.br/gustavo-chacra/

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Ter Out 02, 2012 9:12 am
por Clermont
A GRANDE OMISSÃO.

Uri Avnery - 1º de outubro de 2012.

Estou sentado aqui, escrevendo este artigo, 39 anos depois do momento quando as sirenes começaram a soar, anunciando o começo da guerra.

Um minuto antes, reinava a calma total. Nenhum trânsito, nenhuma atividade na rua, exceto umas poucas crianças andando de bicicleta. Yom Kippur, o dia mais sagrado para os judeus, reinava supremo. E então...

Inevitavelmente, a memória começa a agir.

Neste ano, muitos novos documentos foram liberados para publicação. Livros e artigos críticos são abundantes.

Os culpados universais são Golda Meir e Moshe Dayan.

Eles foram responsabilizados antes, desde o dia em que acabou a guerra, mas somente por ofensas militares superficiais, conhecidas como A Omissão. A omissão foi fracassar em mobilizar as reservas e não movimentar os tanques para a frente em tempo, apesar dos muitos sinais de que Egito e Síria estavam para atacar.

Agora, pela primeira vez, a verdadeira Grande Omissão está sendo explorada: o pano de fundo político da guerra. As descobertas tem uma relação direta com o que está acontecendo agora.

Transpirou que, em fevereiro de 1973, oito meses antes da guerra, Anwar Sadat enviou seu auxiliar de confiança, Hafez Ismail, até o todo-poderoso secretario de estado americano, Henry Kissinger. Ele ofereceu imediato início das negociações de paz com Israel. Havia apenas uma condição e uma data: todo o Sinai, até a fronteira internacional, tinha de ser devolvido ao Egito sem quaisquer assentamentos israelenses, e o acordo tinha de ser concluído até setembro no mais tardar.

Kissinger gostou da proposta e a transmitiu de uma vez ao embaixador israelense, Yitzhak Rabin, que estava para concluir seu mandato no cargo. Rabin, naturalmente, informou imediatamente a primeira-ministra, Golda Meir. Ela rejeitou a oferta de imediato. Seguiu-se uma acalorada conversação entre o embaixador e a primeira-ministra. Rabin, que era muito chegado à Kissinger, era favorável a aceitação da oferta.

Golda tratou a iniciativa inteira como outro ardil árabe para induzi-la a ceder a Península do Sinai e remover os assentamentos erguidos em território egípcio.

Afinal de contas, o propósito real destes assentamentos - incluindo a resplandecente nova vila, Yamit - era, precisamente, impedir o retorno da península inteira ao Egito. Nem ela, nem Dayan, sonhavam em abrir mão do Sinai. Dayan já tinha feito a infame declaração de que preferia "Sharm al-Sheik sem paz à paz sem Sharm al-Sheik." (Sharm al-Sheik, que já havia sido rebatizada com o nome hebreu de Ophira, está localizada próximo a ponta sul da península, não longe dos poços de petróleo, dos quais Dayan também não queria se desfazer.)

Mesmo antes das novas revelações, o fato de que Sadat tinha feito várias ofertas de paz não era segredo nenhum. Sadat tinha indicado sua disposição para alcançar um acordo em seus tratos com o mediador da ONU, Dr. Gunnar Jarring, cujos empreendimentos já tinham se tornado uma piada em Israel.

Antes disso, o anterior presidente egípcio, Gamal Abd-al-Nasser, tinha convidado Nahum Goldman, o presidente do Congresso Judaico Mundial (e por um tempo, presidente da Organização Sionista Mundial) para encontrá-lo no Cairo. Golda tinha impedido esta reunião, e quando o fato tornou-se conhecido, houve uma tempestade de protestos em Israel, incluindo uma famosa carta de de um grupo de estudantes dizendo que seria duro para eles servirem no exército.

Todas estas iniciativas egípcias podem ter sido postas de lado como manobras políticas. Mas, uma mensagem oficial de Sadat ao secretário de estado, não. Portanto, lembrando-se do incidente de Goldman, Golda decidiu manter a coisa toda em segredo.

Assim, uma situação incrível foi criada. Esta fatídica iniciativa, que poderia ter efetuado um ponto de virada histórico, foi levada ao conhecimendo de somente duas pessoas: Moshe Dayan e Israel Galili.

O papel deste último precisa de explicação. Galili era a eminência parda de Golda, como também do antecessor dela, Levy Eshkol. Eu conheci Galili muito bem, e nunca entendi de onde surgiu o renome dele como brilhante estrategista. Já antes da fundação do estado, ele era o luminar da ilegal organização militar Haganah. Como integrante de um kibbutz, ele era oficialmente um socialista, mas na realidade, um nacionalista linha-dura. Foi ele quem teve a brilhante idéia de criar assentamentos em solo egípcio, de forma a tornar impossível a devolução do norte do Sinai.

Portanto, a iniciativa de Sadat era conhecida, somente por Golda, Dayan, Galili, Rabin e o sucessor de Rabin em Washington, Simcha Dinitz, um zé-ninguém que era lacaio de Golda.

Por incrível que possa parecer, o ministro do exterior, Abba Eban, chefe direto de Rabin, não foi informado. Nem foram todos os outros ministros, o chefe de estado-maior e os outros líderes das forças armadas, incluindo os chefes da inteligência do Exército, tanto como os chefes do Shin Bet e do Mossad. Aquilo era um segredo de estado.

Não houve debate sobre isso - nem público, nem secreto. Setembro chegou e passou, e em 6 de outubro, as tropas de Sadat golpearam através do canal e obtiveram um sucesso de surpresa que abalou o mundo (como fizeram os sírios nas Colinas de Golan.)

Como resultado direto da Grande Omissão de Golda, 2.693 soldados israelenses morreram, 7.251 ficaram feridos e 314 foram feitos prisioneiros (juntamente com dezenas de milhares de baixas egípcias e sírias).

Nesta semana, vários comentaristas israelenses lamentaram o total silêncio da mídia e dos políticos da época.

Bem, não exatamente, total. Vários meses antes da guerra, num discurso no Knesset, eu preveni Golda Meir de que se o Sinai não fosse devolvido muito em breve, Sadat iniciaria uma guerra para romper o impasse.

Eu sabia do que estava falando. Naturalmente, eu não tinha idéia alguma da missão Ismail, mas em maio de 1973, eu tomei parte numa conferência de paz em Bologna. A delegação egípcia era liderada por Khalid Muhyi al-Din, um membro do grupo original de Oficiais Livres que fizeram a revolução de 1952. Durante a conferência, ele me levou para o lado e confidenciou-me que, se o Sinai não fosse devolvido até setembro, Sadat começaria uma guerra. Sadat não tinha ilusões de vitória, ele disse, mas esperava que uma guerra compeliria os EUA e Israel a começar negociações para o retorno do Sinai.

Meu aviso foi completamente ignorado pela mídia. Ela, como Golda, tinham o exército egípcio em abismal desprezo e consideravam Sadat um pateta. A idéia de que os egípcios ousariam atacar o invencível exército israelense parecia ridícula.

A mídia adorava Golda. Assim como o mundo todo, especialmente as feministas. Na realidade, Golda era uma pessoa muito primitiva, ignorante e obstinada. Minha revista, Haolam Hazeh, a atacava praticamente toda semana, e eu também, no Knesset. (Ela prestou-me o elogio único de, publicamente, declarar que estava pronta para "montar barricadas" para tirar-me do Knesset.)

A nossa era uma voz clamando no deserto, mas, pelo menos, cumprimos uma função: em seu A Marcha da Insensatez, Barbara Tuchman estipulava que uma política poderia ser rotulada como insensatez, somente se, pelo menos uma voz, prevenisse contra ela, em tempo real.

Talvez, até mesmo Golda tivesse reconsiderado se ela não estivesse cercada por jornalistas e políticos cantando-lhe louvores, celebrando sua sabedoria e coragem, e aplaudindo cada um de seus pronunciamentos estúpidos.

O mesmo tipo de gente, até mesmo, algumas das mesmas pessoas, estão, agora, fazendo a mesma coisa com Benjamin Netanyahu.

De novo, estamos olhando a mesma Grande Omissão na cara.

De novo, um grupelho de dois ou três estão decidindo o destino da nação. Netanyahu e Ehud Barak, sozinhos, tomam todas as decisões, "guardando suas cartas perto do peito." Atacar o Irã, ou não? Políticos e generais são mantidos no escuro. Bibi e Ehud sabem mais. Não precisam de qualquer outra opinião.

Porém, mais revelador que as ameaças de gelar o sangue contra o Irã, é o total silêncio sobre a Palestina. As ofertas de paz palestinas são ignoradas, como foram aquelas de Sadat naqueles dias. A Iniciativa Árabe de Paz, já com dez anos, apoiada por todos os estados árabes e por todos os estados muçulmanos, não existe.

De novo, assentamentos são criados e expandidos, de modo a tornar o retorno desses territórios ocupados impossível. (Vamos relembrar todos aqueles que clamavam, naqueles dias, que a ocupação do Sinai era "irreversível". Quem ousaria remover Yamit?)

De novo, multidões de aduladores, estrelas da mídia e políticos, competem uns com os outros na adulação de "Bibi, Rei de Israel". Como ele pode falar suavemente em inglês americano! Como são convincentes seus discursos na ONU e no senado dos Estados Unidos!

Bem, Golda, com suas 200 palavras em hebreu ruim e primitivo inglês americano, era muito mais convincente, e ela gozava da adulação do mundo ocidental inteiro. E, pelo menos, ela tinha o bom senso de não desafiar o presidente americano em exercício (Richard Nixon) durante uma campanha eleitoral.

Naqueles dias, eu chamava nosso governo de "a nau dos tolos". Nosso atual governo é pior, muito pior.

Golda e Dayan nos conduziram ao desastre. Depois da guerra, sua guerra, eles foram chutados para fora - não por eleições, não por alguma comissão de inquérito, mas pelos protestos de massa que varreram o país.

Bibi e Ehud estão nos levando para outro, e bem pior, desastre. Algum dia, eles serão chutados para fora, pelas mesmas pessoas que os adoram agora - se elas sobreviverem.

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Sex Out 26, 2012 9:10 pm
por Clermont
ISRAEL - O FIM DE UM SONHO.

Do "Êxodo" ao estado de apartheid.

Por Justin Raimondo - Antiwar.com - 26.10.12.

Quando eu era muito jovem, eu ficava eletrizado com a melodia de "Êxodo" - a música que acompanhava o popular filme retratando a luta israelense pela independência.



Eu a tocava, de novo e de novo, toda noite, caindo de sono com seus acordes esmagadores de desafio e redenção. Mas não era só a música. Enquanto eu ficava mais velho, fiquei enamorado pela narrativa israelense: uma nação de exilados que forjaram para si próprios um lugar que podia ser chamado de lar. Para um, de certa forma, alienado adolescente, como eu mesmo, que não se sentia em casa, em lugar nenhum, os israelenses representavam o forasteiro triunfante, um povo longamente perseguido que, apesar de tudo, tinha gravado um lugar para si próprio no mundo.

Esta é a imagem que ficou marcada à ferro na minha mente, e, como muitos americanos, judeus e não-judeus igualmente, eu sentia um vínculo com o povo israelense que quase podia ser chamado de espiritual. Hoje, no entanto - quase cinqüenta anos depois - eu mantenho uma visão bem diferente do estado judaico. Nem mesmo a trilha musical escrita por Ferrante e Teicher podem apagar a realidade de uma nação que, sistematicamente, oprime seus hilotas palestinos, uma implacável Esparta, armada até os dentes (cortesia dos meus dólares de imposto) que agora está engajada numa campanha de propaganda, desenhada para arrastar os Estados Unidos para ainda mais outra desnecessária e horrorosamente destrutiva guerra no Oriente Médio.

Eu venho apontando para o crescente perigo do extremismo político e religioso em Israel, há anos. Agora a evidência está se esparramando, confirmando meu diagnóstico em cada particular.

Primeiro, o recente anúncio de que o maior partido de Israel, Likud - o partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu - está se fundindo com o Yisrael Beiteinu, um partido de extrema-direita ultranacionalista fundado por Avigdor Lieberman, um antigo leão-de-chácara que emigrou da Rússia em 1978 e agora é o ministro do exterior de Israel.

Lieberman era membro da juventude do Likud enquanto estudava ciência política e relações internacionais na Universidade Hebraica de Jerusalém, onde ele era conhecido por suas rixas com grupos rivais de estudantes árabes. De acordo com o Ha'aretz, em certo momento ele era um membro do extremista partido Kach do rabino Meir Kahane, agora banido como uma organização terrorista em Israel e listado como tal pelo Departamento de Estado americano. Ele nega isto, mas a única maneira na qual suas visões diferem dos kahanistas, virulentamente racistas e nacionalistas, é seu relativo secularismo: por exemplo, ele quer que os Haredim subsidiados pelo estado (estudiosos religiosos ortodoxos) sejam recrutados no exército, como todo mundo mais.

Lieberman ascendeu rapidamente, através das fileiras do Likud, eventualmente tornando-se chefe da equipe de Netanyahu, mas rompeu para formar seu próprio partido quando o memorando do Rio Wye, concedendo aos palestinos alguns direitos básicos foi assinado pelo seu patrão.

Desde o começo, seu partido tem sido a voz dos judeus russos que emigraram na seqüência do colapso da União Soviética e sentiam-se alienados da sociedade israelense. O partido apresentou sua primeira lista de candidatos ao Knesset em 1999 com uma plataforma que incluia a privação dos árabes israelenses de sua cidadania. Quando a liderança do partido Trabalhista nomeou um árabe israelense para o posto de ministro da ciência e tecnologia, os deputados do Yisrael Beiteinu, no Knesset, declararam que o estado sionista estava em perigo de perder seu caráter judaico.

Condenado como racistas, o partido, mesmo assim, prosperou, continuamente aumentando sua fatia do voto e sua fatia do Knesset. O plano deles é anexar a maioria do Margem Ocidental, exigir um juramento de lealdade dos árabes israelenses - e tirar a cidadania daqueles que recusarem. Eles querem estreitar os termos da Lei do Retorno - que garante cidadania a todo e qualquer judeu que emigre para Israel.

O Yisrael Beiteinu tem sido a mais estridente voz pedindo pela guerra ao Irã, e Lieberman - que uma vez pediu pelo bombardeio da represa de Aswan - revela seu papel como criador de guerras. Quando entrou para o governo, em 2006, foi com a condição de sua nomeação para uma nova posição no gabinete: ministro de assuntos estratégicos, um posto criado para conter a alegada ameaça do Irã.

Depois das eleições de 2009, o partido emergiu como o terceiro maior na nação, e entrou para um governo de coalizão com o Likud: Netanyahu fez dele ministro do exterior. Lieberman vincula o processo de paz com os palestinos e a questão nuclear iraniana, e diz que o primeiro não pode prosseguir enquanto o último permanecer sem solução. Ele apoia o movimento dos colonos - embora os colonos, intensamente religiosos, desaprovem o secularismo de seu partido - e teve um choque memorável com Hillary Clinton a respeito da questão. De acordo com Lieberman, a administração Bush tinha concordado em permitir os assentamentos, mas Hillary não comprou isto.

Ele quer executar os membros do Knesset que se encontrem com o Hamas: confrontado com críticas dos árabes israelenses e a ala liberal do partido Trabalhista, o vilanesco Lieberman prometeu que, uma vez que ele e seu partido tomem o poder, "nós cuidaremos de vocês." Com a ascenção do extremismo ultranacionalista em Israel, este dia pode não estar longe.

O que nos leva a segunda exibição de evidência: uma recente pesquisa que mostra a assustadora predominância de tendências ultranacionalistas e racistas na sociedade israelense. A manchete do Ha'aretz, diz tudo: "Maioria dos judeus israelenses apoiariam um regime de apartheid em Israel." O jornal relata:

"A maioria do público judeu, 59 porcento, quer preferência para judeus sobre os árabes na admissão em cargos nos ministérios governamentais. Quase metade dos judeus, 49 porcento, deseja que o estado trate os cidadãos judeus melhor do que os árabes; 42 porcento não quer morar no mesmo prédio com árabes e 42 porcento não quer suas crianças na mesma sala de aula com crianças árabes."


Os perseguidos tornaram-se perseguidores.

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De acordo com a pesquisa, uma "avassaladora maioria de 74 porcento está a favor de estradas separadas para israelenses e palestinos na Margem Ocidental." Mais ameaçadoramente, "Quase metade - 47 porcento - deseja que parte da população árabe de Israel seja transferida para a Autoridade Palestina." Em resumo, eles são a favor da limpeza étnica. Entre os detalhes revoltantes desta meticulosa pesquisa científica está este interessante fragmento:

"A maioria do público judeu (58 porcento) já acredita que Israel pratica o apartheid contra os árabes. Apenas 31 porcento acham que um tal sistema não está em vigor aqui."


Quando críticos americanos das políticas governamentais israelenses as descrevem como um "estado de apartheid" estão, simplesmente, concordando com o ponto de vista da maioria dos israelenses, que reconhecem um apartheid quando vêem um - e vivem nele. Ainda assim, esta designação é regularmente citada pelos puxa-sacos americanos de Israel como evidência primária de "anti-semitismo". Por este parâmetro, então 58 porcento do público israelense agora pode ser classificado como anti-semitas.

O reforço de paixões abertamente racistas tem alimentado a crescente violência contra a minoria árabe: recentemente uma turba de "hooligans" de futebol - do tipo que, na Europa, com freqüência, são as tropas de choque de partidos neonazistas - gritando "Morte aos Árabes!" varreu as ruas de Jerusalém, espancando qualquer árabe que pudessem encontrar. A polícia nada fez para detê-los, e, tanto quanto posso dizer, ninguém foi preso.

O Israel de hoje não é o Israel de "Êxodo". Ele não é o Israel da tradição democrática igualitarista do Trabalhismo, simbolizada pelo kibbutz: de fato, ele não é mais a única democracia na região - ele é, ao contrário, um estado cada vez mais tribalista e antidemocrático, uma sociedade militarista dominada por exclusivismos étnicos e religiosos, e perigosamente expansionista.

Ao tornar-se campeão da causa de Israel, Mitt Romney e suas coortes republicanas contínuamente referem-se a nossa aliança com o estado judaico como reflexo dos valores americanos, contrastando isto com a visão "realista" que subordina valores a interesses. Isso pode ter sido verdade nos primeiros dias do empreendimento sionista, mas está muito distante da verdade, hoje em dia: na verdade, Israel está tomando uma trilha que pode apenas terminar nos abismos sombrios do tribalismo, fundamentalismo religioso - e guerra.

Este é, para mim, um doloroso processo para ser contemplado de longe - porque eu ainda relembro minha visão juvenil de uma benevolente Terra Prometida, e um povo cuja opressão fez dele sensível à opressão de outros. Eu lembro os acorde de "Êxodo" soando em meus ouvidos, enquanto dormia ao enternecedor som do triunfo do bem sobre o mal.

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Dom Out 28, 2012 11:06 am
por FOXTROT
Tiveram bons professores. :twisted: :twisted: :twisted:

Saudações

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Seg Mar 04, 2013 6:03 pm
por FOXTROT

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Qua Mar 06, 2013 3:54 am
por Rodrigoiano
SBT Brasil

Governo de Israel cria linha de ônibus exclusiva para palestinos

publicado em 5/3/2013 às 20:25

O governo de Israel decidiu criar linhas de ônibus exclusivas para transportar apenas palestinos. A inciativa foi tomada depois de queixas de colonos judeus que vivem na Cisjordânia. Eles se sentem ameaçados com a presença de trabalhadores árabes. O governo israelense também argumenta que as linhas de ônibus vão substituir o transporte clandestino. Mas, segundo o jornal israelense Haaretz, o governo está oficializando a separação entre árabes e judeus.

Para grupos de direitos humanos, a menina é racista e insustentável. Ativistas políticos afirmaram que o serviço torna a segregação uma norma. O receio é de que uma divisão mais agressiva do que aconteceu na áfrica do Sul e nos Estados Unidos, passe a vigorar e que, daqui pra frente, palestinos sejam proibidos de circular em qualquer outro ônibus, apenas na linha exclusiva.

O prefeito de uma área onde judeus e palestinos vivem em conflito disse: "Infelizmente não foi um ou dois ônibus que explodiram nos últimos tempos, acontece toda hora. Agora, todos terão mais paz."

Confira o comentário de Rachel Sheherazade sobre o assunto.

http://www.sbt.com.br/jornalismo/notici ... tinos.html

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Qua Jun 05, 2013 12:56 pm
por FOXTROT
Assim pensa um juiz judeu! :shock: :shock:
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http://noticias.terra.com.br/mundo/orie ... aRCRD.html

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Qua Jun 05, 2013 1:40 pm
por Lirolfuti
:shock: Pare-se uma noticia que li tbm ligada a abuso sexual soque na Inglaterra, uma juíza a proferir a sentença a um pedófilo diz que entendia a atração sexual dele por menores.

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Qua Jun 05, 2013 2:55 pm
por Clermont
FOXTROT escreveu:Assim pensa um juiz judeu! :shock: :shock:

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Como, certamente, também devem pensar juízes - e não-juízes - católicos, evangélicos, muçulmanos, ateus; alemães, chineses, brasileiros ou árabes. E eles pensam isso, porque são indivíduos idiotas e cretinos, não porque são católicos, evangélicos, muçulmanos, ateus; alemães, chineses, brasileiros ou árabes.

Agora eu lembro de um cartaz de uma das "Marchas das Vadias" que dizia, mais ou menos assim,

"Eu sou vadia, mas isso não quer dizer que vc tem o direito de me estuprar!" Afinal, quem já não ouviu alguma pessoa comentando sobre algum caso de violência contra mulheres dizendo:

- Ah, mas essas mulheres andam por aí quase sem roupa! Estão mesmo pedindo para serem estupradas!

Alguém lembra do filme da Jodie Foster, "Acusados"? Pois é...

Re: Israel e os israelenses.

Enviado: Qua Jun 05, 2013 7:20 pm
por FOXTROT
Clermont escreveu:
FOXTROT escreveu:Assim pensa um juiz judeu! :shock: :shock:

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Como, certamente, também devem pensar juízes - e não-juízes - católicos, evangélicos, muçulmanos, ateus; alemães, chineses, brasileiros ou árabes. E eles pensam isso, porque são indivíduos idiotas e cretinos, não porque são católicos, evangélicos, muçulmanos, ateus; alemães, chineses, brasileiros ou árabes.

Agora eu lembro de um cartaz de uma das "Marchas das Vadias" que dizia, mais ou menos assim,

"Eu sou vadia, mas isso não quer dizer que vc tem o direito de me estuprar!" Afinal, quem já não ouviu alguma pessoa comentando sobre algum caso de violência contra mulheres dizendo:

- Ah, mas essas mulheres andam por aí quase sem roupa! Estão mesmo pedindo para serem estupradas!

Alguém lembra do filme da Jodie Foster, "Acusados"? Pois é...
caro Clermont, não estou afirmando nada sobre religião, estou postando a notícia e afirmando quem este (especificamente este) juiz judeu pensa assim!

Fato!