O branqueamento e resurgimento dos pensamentos Ditatoriais
Moderador: Conselho de Moderação
- pt
- Sênior
- Mensagens: 3131
- Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
- Localização: Setubal - Portugal
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 161 vezes
- Contato:
Re: Convulsâo na Grécia
Nem entendo como é que o NATO malvado não invadiu já a Islandia
A Islandia não é obviamente exemplo, porque tem apenas 0.3 milhões de habitantes. Aquilo não é um país é um bairro de uma cidade.
A Islândia não é um país da zona Euro e por causa da sua dimensão não foi um grande problema para ninguém.
Comparar a Islândia com a Grécia que é 35 (trinta e cinco) vezes maior não parece ser muito lógico. Os problemas dos islandeses não são nem foram os dos gregos.
A Islandia podia entrar para o Euro e não quis!
A Islândia é mais rica, mais produtiva, menos corrupta, mais organizada que a Grécia.
Além disso, o simples facto de terem moeda própria permitiu uma maxidesvalorização da moeda. Coisa que os países da zona Euro que gastaram mais que o que tinham, não podem fazer.
Além de tudo isso, a Grécia representa 1.9% da zona Euro.
É engraçado achar que se a Grécia saír do Euro, os outros 98.1% são forçados a ir atrás.
Os problemas da Grécia, foram causados pelos gregos !
Essa é a realidade !
Os bancos tiveram culpas no cartório (não tenho dúvida), mas a culpa é sempre de quem assina o pedido de empréstimo e recebe o dinheiro.
A Islandia não é obviamente exemplo, porque tem apenas 0.3 milhões de habitantes. Aquilo não é um país é um bairro de uma cidade.
A Islândia não é um país da zona Euro e por causa da sua dimensão não foi um grande problema para ninguém.
Comparar a Islândia com a Grécia que é 35 (trinta e cinco) vezes maior não parece ser muito lógico. Os problemas dos islandeses não são nem foram os dos gregos.
A Islandia podia entrar para o Euro e não quis!
A Islândia é mais rica, mais produtiva, menos corrupta, mais organizada que a Grécia.
Além disso, o simples facto de terem moeda própria permitiu uma maxidesvalorização da moeda. Coisa que os países da zona Euro que gastaram mais que o que tinham, não podem fazer.
Além de tudo isso, a Grécia representa 1.9% da zona Euro.
É engraçado achar que se a Grécia saír do Euro, os outros 98.1% são forçados a ir atrás.
Os problemas da Grécia, foram causados pelos gregos !
Essa é a realidade !
Os bancos tiveram culpas no cartório (não tenho dúvida), mas a culpa é sempre de quem assina o pedido de empréstimo e recebe o dinheiro.
- tflash
- Sênior
- Mensagens: 5426
- Registrado em: Sáb Jul 25, 2009 6:02 pm
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 11 vezes
- Agradeceram: 31 vezes
Re: Convulsâo na Grécia
Vamos lá ver. A Islândia teve problemas com os bancos. Portugal tem problemas com a despesa do estado que é mal gerida e com exportações fracas. A Espanha e o resto tem problemas com os custos do desemprego, resgate dos bancos, e aumento do preço do refinanciamento.
Todos esses problemas foram agravados com uma subida brutal do custo do financiamento porque se os juros estivessem como estavam à dez anos atrás, não haveria crise nenhuma com excepção da Grécia talvez.
Todos esses problemas foram agravados com uma subida brutal do custo do financiamento porque se os juros estivessem como estavam à dez anos atrás, não haveria crise nenhuma com excepção da Grécia talvez.
Kids - there is no Santa. Those gifts were from your parents. Happy New Year from Wikileaks
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61564
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6340 vezes
- Agradeceram: 6688 vezes
- Contato:
Re: Convulsâo na Grécia
pt escreveu:Nem entendo como é que o NATO malvado não invadiu já a Islandia
A Islandia não é obviamente exemplo, porque tem apenas 0.3 milhões de habitantes. Aquilo não é um país é um bairro de uma cidade.
A Islândia não é um país da zona Euro e por causa da sua dimensão não foi um grande problema para ninguém.
Comparar a Islândia com a Grécia que é 35 (trinta e cinco) vezes maior não parece ser muito lógico. Os problemas dos islandeses não são nem foram os dos gregos.
A Islandia podia entrar para o Euro e não quis!
A Islândia é mais rica, mais produtiva, menos corrupta, mais organizada que a Grécia.
Além disso, o simples facto de terem moeda própria permitiu uma maxidesvalorização da moeda. Coisa que os países da zona Euro que gastaram mais que o que tinham, não podem fazer.
Além de tudo isso, a Grécia representa 1.9% da zona Euro.
É engraçado achar que se a Grécia saír do Euro, os outros 98.1% são forçados a ir atrás.
Os problemas da Grécia, foram causados pelos gregos !
Essa é a realidade !
Os bancos tiveram culpas no cartório (não tenho dúvida), mas a culpa é sempre de quem assina o pedido de empréstimo e recebe o dinheiro.
Mas o maior tomador de empréstimos é precisamente O ESTADO, POWS!!!
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- pt
- Sênior
- Mensagens: 3131
- Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
- Localização: Setubal - Portugal
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 161 vezes
- Contato:
Re: Convulsâo na Grécia
Os bancos cometeram aquilo que eu costumo chamar de «Crime Perfeito».
É isso que é criticável e nesse aspecto os líderes de esquerda até têm razão quando apontam baterias contra o sistema financeiro.
Os bancos criaram uma situação em que emprestaram dinheiro, sabendo que se não lhes pagassem o reboliço seria tanto que os governos não podiam deixar os bancos cair.
O problema não são os bancos, o problema são os depósitos.
E acima de tudo o voto dos cidadãos que têm depósitos nos bancos e que não podem perder o dinheiro que confiaram aos bancos.
Se o sistema bancário, ou mesmo um ou outro banco falir, os directores e administradores podem até ser presos mas o problema principal é que as poupanças de muita gente que nem é rica, de repente desaparecem.
Outro problema (e truque fácil), é confundir a economia de mercado, com o sistema bancário e acusar todo um sistema em que se baseiam as democracias para propor um mundo novo, o homem novo, que também foi proposto e implementado por dois senhores muito conhecidos. Um suicidou-se em 1945 e o outro morreu de morte morrida em 1953.
Todo este problema tem solução, o problema é que a solução passa por fazer pagar pelos desmandos dos outros, o país que mais reestruturou a sua economia, a Alemanha.
E os alemães até já avisaram que estão na disponibilidade de o fazer, se forem criados os mecanismos para evitar que se repita.
Se a dívida da Grécia for perdoada e a Grécia continuar no Euro, TUDO VOLTARÁ A ACONTECER.
Um perdão da dívida nunca leva a reestruturações. Quando uma dívida é perdoada o devedor tende a não mudar nada e como não muda, acaba cometendo os mesmos erros.
Em Portugal temos o caso da Madeira, cuja dívida foi perdoada para chegarmos à conclusão que o rei da Madeira voltou a endividar-se até à ponta dos cabelos.
Isto quer dizer que a Grécia, como Portugal ou eventualmente a Itália, têm que abdicar da sua soberania para manter uma economia minimamente estável. Num governo quem manda é o Primeiro Ministro. É ele que tem a última palavra, quando os outros ministros pedem recursos para os seus ministérios.
No gabinete do Conselho de Ministros o PM é uma espécie de juiz que decide qual ministério beneficia, dando ordens ao ministro das finanças para libertar as verbas.
Se o ministro das finanças for designado por Bruxelas, os restantes ministros vão pedir verbas diretamente ao ministro das finanças que é controlado a partir de Bruxelas e indiretamente a partir de Berlim. O Primeiro Ministro passa a ter um papel pouco relevante e a soberania, já era.
É isso que é criticável e nesse aspecto os líderes de esquerda até têm razão quando apontam baterias contra o sistema financeiro.
Os bancos criaram uma situação em que emprestaram dinheiro, sabendo que se não lhes pagassem o reboliço seria tanto que os governos não podiam deixar os bancos cair.
O problema não são os bancos, o problema são os depósitos.
E acima de tudo o voto dos cidadãos que têm depósitos nos bancos e que não podem perder o dinheiro que confiaram aos bancos.
Se o sistema bancário, ou mesmo um ou outro banco falir, os directores e administradores podem até ser presos mas o problema principal é que as poupanças de muita gente que nem é rica, de repente desaparecem.
Outro problema (e truque fácil), é confundir a economia de mercado, com o sistema bancário e acusar todo um sistema em que se baseiam as democracias para propor um mundo novo, o homem novo, que também foi proposto e implementado por dois senhores muito conhecidos. Um suicidou-se em 1945 e o outro morreu de morte morrida em 1953.
Todo este problema tem solução, o problema é que a solução passa por fazer pagar pelos desmandos dos outros, o país que mais reestruturou a sua economia, a Alemanha.
E os alemães até já avisaram que estão na disponibilidade de o fazer, se forem criados os mecanismos para evitar que se repita.
Se a dívida da Grécia for perdoada e a Grécia continuar no Euro, TUDO VOLTARÁ A ACONTECER.
Um perdão da dívida nunca leva a reestruturações. Quando uma dívida é perdoada o devedor tende a não mudar nada e como não muda, acaba cometendo os mesmos erros.
Em Portugal temos o caso da Madeira, cuja dívida foi perdoada para chegarmos à conclusão que o rei da Madeira voltou a endividar-se até à ponta dos cabelos.
Isto quer dizer que a Grécia, como Portugal ou eventualmente a Itália, têm que abdicar da sua soberania para manter uma economia minimamente estável. Num governo quem manda é o Primeiro Ministro. É ele que tem a última palavra, quando os outros ministros pedem recursos para os seus ministérios.
No gabinete do Conselho de Ministros o PM é uma espécie de juiz que decide qual ministério beneficia, dando ordens ao ministro das finanças para libertar as verbas.
Se o ministro das finanças for designado por Bruxelas, os restantes ministros vão pedir verbas diretamente ao ministro das finanças que é controlado a partir de Bruxelas e indiretamente a partir de Berlim. O Primeiro Ministro passa a ter um papel pouco relevante e a soberania, já era.
- P44
- Sênior
- Mensagens: 55317
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceu: 2766 vezes
- Agradeceram: 2446 vezes
Re: Convulsâo na Grécia
Curiosa coincidência, ontem tomou posse o novo presidente do BCE, um ex-quadro...da Goldman Sachs
Isso já acontece em Portugal, o sr. Victor Gaspar mais não é que um burocrata do BCE, a cumprir as ordens superiores de Bruxelas e Berlim.Se o ministro das finanças for designado por Bruxelas, os restantes ministros vão pedir verbas diretamente ao ministro das finanças que é controlado a partir de Bruxelas e indiretamente a partir de Berlim. O Primeiro Ministro passa a ter um papel pouco relevante e a soberania, já era.
Triste sina ter nascido português
Re: Convulsâo na Grécia
A Corrupção na Grécia está tabelada !!!
Grécia , não é europa , é médio oriente , esteve sobre o domínio bizantino e otomano durante muitos séculos , é uma cultura diferente .
Um dos grandes problema da europa , é que tem muitos identidades regionais , com ódios seculares , quase incompreensíveis, a CEE é uma plataforma politica que pretende anular ou amenizar rivalidades passadas , mas não está a resultar em muitos casos .
A Grécia quando entrou na CEE, foi abrangida pelo projecto politico , mas a parte económica foi esquecida, e fraude das contas públicas já deveria ser conhecida .
Não tem industria , tem bastantes armadores , mas caloteiros.
A partir de Junho ,até Setembro, é impossível contactar clientes (falo de um banco ), foram quase todos para as ilhas !!!
A mudança das chefias militares , pode ser uma medida preventiva ,no caso da saída do euro , quanto valerá dracma , a Grécia para importar medicamentos alimentos tem reservas cambiais , a crise pode atingir limites nunca vistos , um pouco do que se viu na Islandia .
Grécia , não é europa , é médio oriente , esteve sobre o domínio bizantino e otomano durante muitos séculos , é uma cultura diferente .
Um dos grandes problema da europa , é que tem muitos identidades regionais , com ódios seculares , quase incompreensíveis, a CEE é uma plataforma politica que pretende anular ou amenizar rivalidades passadas , mas não está a resultar em muitos casos .
A Grécia quando entrou na CEE, foi abrangida pelo projecto politico , mas a parte económica foi esquecida, e fraude das contas públicas já deveria ser conhecida .
Não tem industria , tem bastantes armadores , mas caloteiros.
A partir de Junho ,até Setembro, é impossível contactar clientes (falo de um banco ), foram quase todos para as ilhas !!!
A mudança das chefias militares , pode ser uma medida preventiva ,no caso da saída do euro , quanto valerá dracma , a Grécia para importar medicamentos alimentos tem reservas cambiais , a crise pode atingir limites nunca vistos , um pouco do que se viu na Islandia .
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61564
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6340 vezes
- Agradeceram: 6688 vezes
- Contato:
Re: Convulsâo na Grécia
pt escreveu:
Outro problema (e truque fácil), é confundir a economia de mercado, com o sistema bancário e acusar todo um sistema em que se baseiam as democracias para propor um mundo novo, o homem novo, que também foi proposto e implementado por dois senhores muito conhecidos. Um suicidou-se em 1945 e o outro morreu de morte morrida em 1953.
Aqui uma imensa VERDADE!
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- P44
- Sênior
- Mensagens: 55317
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceu: 2766 vezes
- Agradeceram: 2446 vezes
Re: Convulsâo na Grécia
O mais "engraçado" é que aqueles que agora acusam a Grécia das maiores malfeitorias sabiam em 2001 que os gregos falsificavam as contas, mas como na altura o que interessava era ir para a frente com o Euro, fecharam todos os olhos e assobiaram para o lado. Agora estão a colher os frutos...
Triste sina ter nascido português
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61564
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6340 vezes
- Agradeceram: 6688 vezes
- Contato:
Re: Convulsâo na Grécia
E aí, os Turcos ainda querem entrar para a Eurozona?
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61564
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6340 vezes
- Agradeceram: 6688 vezes
- Contato:
Re: Convulsâo na Grécia
Ah, e os COMUNAZZZ parecem estar aproveitando a deixa na Grécia...
Olha que...
Agora o povo tem de intervir mais decisivamente
- Declaração do CC do KKE
- Socialização dos monopólios
- Desligamento do país da UE
- Cancelamento unilateral da dívida
por KKE
TODOS À PRAÇA SINTAGMA NA 6ª FEIRA 4 DE NOVEMBRO
ALEKA PAPARIGA FALARÁ
O KKE apela aos trabalhadores, aos auto-empregados, aos jovens da Ática para reunirem-se na Praça Sintagma, sexta-feira, 4 de Novembro, às 6:00 da tarde. Apela a uma aliança de modo a que o próprio povo possa intervir mais decisivamente nos desenvolvimentos. Os dilemas da chantagem e da intimidação que são postos pelo governo, os partidos da plutocracia e a UE devem fracassar.
Agora isto deve ser ouvido mais alto:
ABAIXO O GOVERNO E OS PARTIDOS DA PLUTOCRACIA
O POVO PODE IMPEDIR E ACABAR COM OS SACRIFÍCIOS SELVAGENS QUE LHE SÃO IMPOSTOS ATRAVÉS DE NOVOS ACORDOS E DO NOVO MEMORADO PARA OS LUCROS E A PROTECÇÃO DA UE E DA EUROZONA
O povo deve fortalecer as lutas de classe e populares e utilizar as eleições para enfraquecer o PASOK-ND e os outros partidos da plutocracia e da UE. O KKE deve ser fortalecido. Ao mesmo tempo a organização popular nos lugares de trabalho e bairros deve actuar mais decisivamente. Este é o caminho para bloquear o pior que eles estão a trazer, quando a crise na UE e na Eurozona está a aprofundar-se e as contradições inter-imperialistas estão a aguçar-se.
O povo deve agora confiar na justiça da sua causa e fortalecer-se para repelir o pior. Deve abandonar ilusões, apelos ao consenso e à coesão social, as montagens ideológicas, dilemas que são promovidos pelos partidos burgueses.
Uma solução em favor do povo só pode existir com um KKE forte e o povo organizado. Aliança do povo e contra-ataque pelo poder popular, socialização dos monopólios, desligamento do país da UE e cancelamento unilateral da dívida.
Atenas, 01/Novembro/2011
O CC do KKE
O original encontra-se em http://inter.kke.gr/News/news2011/2011- ... itopoiisi/
Olha que...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- marcelo l.
- Sênior
- Mensagens: 6097
- Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
- Agradeceu: 138 vezes
- Agradeceram: 66 vezes
Re: Convulsâo na Grécia
Faz tempo que não.Túlio escreveu:E aí, os Turcos ainda querem entrar para a Eurozona?
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
- FOXTROT
- Sênior
- Mensagens: 7723
- Registrado em: Ter Set 16, 2008 1:53 pm
- Localização: Caçapava do Sul/RS.
- Agradeceu: 267 vezes
- Agradeceram: 108 vezes
Re: Convulsâo na Grécia
terra.com.br
Alemanha: plano de ajuda à Grécia não pode ser renegociado
02 de novembro de 2011 • 10h00
Notícia
Istambul, Turquia, 2 Nov 2011 (AFP) -As negociações sobre o plano europeu para salvar a Grécia da falência não podem ser reabertas, afirmou nesta quarta-feira o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle.
"O programa integral que acordamos na semana passada não pode ser colocado novamente sobre a mesa", disse Westerwelle em Istambul, durante um recesso em uma conferência internacional sobre o futuro do Afeganistão
Alemanha: plano de ajuda à Grécia não pode ser renegociado
02 de novembro de 2011 • 10h00
Notícia
Istambul, Turquia, 2 Nov 2011 (AFP) -As negociações sobre o plano europeu para salvar a Grécia da falência não podem ser reabertas, afirmou nesta quarta-feira o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle.
"O programa integral que acordamos na semana passada não pode ser colocado novamente sobre a mesa", disse Westerwelle em Istambul, durante um recesso em uma conferência internacional sobre o futuro do Afeganistão
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
- LeandroGCard
- Sênior
- Mensagens: 8754
- Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
- Localização: S.B. do Campo
- Agradeceu: 69 vezes
- Agradeceram: 812 vezes
Re: Convulsâo na Grécia
Concordo com esta idéia.FoxTroop escreveu:Penso que nem sequer se trata disso já. Na minha opinião, estamos a assistir à maior transferência de poder e riqueza desde que existe Humanidade e se são USD ou € é igual ao litro, o que conta é controlo, controlo como nunca se viu na História e que não está a ser feito de Estados para Estados mas sim de Estados para corporações transnacionais, malta que não conhece nada nem ninguém e nem tem piedade de nada, apenas quer controlo/poder. Socialização total dos prejuízos monstruosos de um sistema que se montou numa base que em nada deve a Ponzi enquanto os fundos públicos e o suor dos povos é transferido para Goldman Sachs (está disponível e é publico o envolvimento desse bando de criminosos na falsificação das contas gregas) e afins criando um buraco da qual não tem como se sair pois o que poderás pagar nunca cobrirá o crescimento da dívida, para mais quando se olha para crescimento e divida em % esquecendo que um crescimento constante em % a longo prazo, leva a uma curva de crescimento em "Stick de Hóquei" quando a função exponencial lhe calca em cima.
O caso é que em um sistema capitalista clássico os agentes econômicos sempre vão atrás de aumentar sua riqueza individual, e como os que tem mais poder econômico são mais eficientes nisso acabam concentrando muito da riqueza disponível para si próprios. Quando é possível explorar colônias ou mercados externos em nações subdesenvolvidas os problemas decorrentes desta mecânica aparecem em lugares distantes do mundo, e nas metrópoles tudo parece funcionar que é uma maravilha, as sobras da transferência de riquezas dos países "explorados" para os "exploradores" (vou usar estes termos porque estou com preguiça de procurar outros mais adequados) é suficiente para melhorar também o padrão de vida da população em geral nestes países "exploradores", e o sistema parece estar perto da perfeição.
Mas o mundo mudou, restam poucas áreas e populações realmente atrasadas para se explorar, as empresas se internacionalizaram, outras surgiram, e a produção de bens de alto valor agregado se espalhou por todo o planeta, destruindo ou alterando o sentido dos mecanismos de concentração de riqueza que antes favoreciam as metrópoles.
Só que diante do novo quadro em que o fluxo de riqueza real mudou, os agentes econômicos mais poderosos nos países centrais (e seus prepostos nos países periféricos ainda ligados a este sistema, como os árabes) encontraram outras formas de acumular riqueza, desta vez "explorando" (de novo esta não é a palavra ideal, mas vá lá) suas próprias populações locais e governos de países mais fracos dentro de blocos econômicos através agora de mecanismos financeiros, com o próprio dinheiro transformado em mercadoria. Novamente foi um mecanismo que pareceu funcionar maravilhosamente, e há 4 ou 5 anos atrás quase todos achavam que o mundo ia muito bem, jamais tinha ido melhor. Só que o modelo se esgotou, pois a capacidade dos "explorados" de contrair e administrar suas dívidas chegou ao limite. Aí o novo mecanismo parou de funcionar, e o empobrecimento da maioria da população nos países sujeitos a este sistema de transferência de riqueza para os agentes econômicos mais poderosos agora ficou evidente.
Além disso, deve-se acrescentar o papel da própria natureza do mercado financeiro. O maior volume das dívidas impagáveis das nações hoje mais empobrecidas não é decorrente dos valores reais financiados, mas da aplicação de juros sobre juros no refinanciamento destes valores. A Grécia, para citar o exemplo em causa, deve centenas de bilhões de euros, mas ela não pegou tudo isso e aplicou internamente dentro do país em infra-estrutura, educação, saúde, etc... (senão, hoje ela seria o país mais desenvolvido do mundo!). Os valores realmente entregues à Grécia foram muito menores, só que com a aplicação de juros cada vez mais elevados sobre o valor contábil da dívida ao longo dos anos chegou-se a esta quantia que agora é totalmente impossível de pagar. Por isso agora a população se revolta e com razão, pois teria que pagar agora e no futuro um valor muitas vezes maior do que os que realmente foi usado em seu benefício (além é claro dos benefícios terem sido mal distribuídos, favorecendo prioritariamente grupos de interesse específicos e não a população como um todo).
Mas pela lei os bancos em geral não fizeram nada de errado (fora uma ou outra instituição que ajudou a maquiar as contas da Grécia justamente para poder continuar com os mecanismos de refinanciamento), e pela lei devem receber o dinheiro que nunca emprestaram mas contabilizaram como ganho ao longo destas últimas décadas.
Este passou a ser o problema mais visível, resolver a questão de quanto cada lado deve abrir mão agora que a contabilidade chegou a valores que tornaram o pagamento integral impossível e até mesmo imoral. Mas o problema de fundo é bem mais grave, como é que o sistema de acumulação de riqueza pelos agentes econômicos mais poderosos vai continuar funcionando se seus efeitos deletérios agora aparecem nos próprios países e sociedades onde eles estão inseridos, e não em algum país distante?
Leandro G. Card
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61564
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6340 vezes
- Agradeceram: 6688 vezes
- Contato:
Re: Convulsâo na Grécia
Eu iria mais longe: o que é DINHEIRO em termos de BANCOS? Quem acredita que um banco tem tanto dinheiro EM ESPÉCIE quanto negocia? Para um banco, dinheiro é uns cliques num computador, ou seja, na prática ele imprime sua moeda. Eu tomo emprestado dez mil reais no Banrisul e posso ou não sacar; posso usar isso numa compra/pagamento eletrônico, ou seja, não houve moeda real em uso, apenas bits e Bytes. Ou por que será que existem realmente muito menos dólares do que os virtuais (mais ou menos 1/12)?
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Re: Convulsâo na Grécia
Eu acho que é esse castelo de cartas que vai cair, dinheiro de faz de conta.