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Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Ter Jul 13, 2010 9:06 am
por Marino
Caro CM
Mais uma vez seu post está correto, sem objeções.
Mas vou tentar explicar meu pensamento, minha cabeça de militar. :wink:
Sendo militar, eu, mais que ninguém, sei das consequências nefastas de um conflito armado.
Eu, mais do que ninguém, e todos os militares de bom senso, tentaríamos evitar até o limite o emprego de força, sabendo dos resultados para o país, para as famílias, para a economia, etc.
Veja que o Collin Powell era considerado uma "pomba" no meios dos "falcões" civis do governo Bush. Simplesmente ele já tinha vivido um conflito e sabia onde estava metendo os pés.
Mas existe uma coisa que estudamos nas Escolas Militares, e os itamaratecas não, clamada EMPREGO POLÍTICO DO PODER MILITAR.
Ressalto o POLÍTICO.
Significa fazer o que o Barão tão bem sabia fazer, quando movimentou o Exército para a fronteira da Bolívia na questão do Acre, sem nunca tê-lo utilizado; ou quando promoveu o reequipamento da MB, dizendo que a negociação com a Argentina era em muito facilitada com a Esquadra lhe dando cobertura.
Hoje, vemos fotos de PA americanos com os dizeres: 90.000 toneladas de diplomacia.
Esta é uma questão que terá que ser resolvida no Brasil, contra a vontade dos itamaratecas, que não aceitam nem conversar sobre o tema.
Quer outro exemplo?
Estudamos outra matéria, chamada Crise e Manobra de Crise.
Quem agiria pelo Brasil em uma crise político-estratégica internacional?
Resposta: o Itamaraty.
Eles estudam o tema, tão visto no exterior?
Resposta: não, e não querem estudar.
Então meu amigo, esperemos dias melhores.

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Ter Jul 13, 2010 11:37 am
por Bender
Perfeito o Post Carlos. [100]

Marino
Mas existe uma coisa que estudamos nas Escolas Militares, e os itamaratecas não, clamada EMPREGO POLÍTICO DO PODER MILITAR.
Ressalto o POLÍTICO.
Significa fazer o que o Barão tão bem sabia fazer, quando movimentou o Exército para a fronteira da Bolívia na questão do Acre, sem nunca tê-lo utilizado; ou quando promoveu o reequipamento da MB, dizendo que a negociação com a Argentina era em muito facilitada com a Esquadra lhe dando cobertura.
Hoje, vemos fotos de PA americanos com os dizeres: 90.000 toneladas de diplomacia.
Só queria ressaltar esse "trechinho" do Marino 8-]

Rood
E só uma nota mais: A expressão Estado Pacifista é deslocada e sem sentido. Eles provavelmente queriam falar de Estado Intervencionista. O Brasil não é um estado pacifista, mas sim um estado que não promove a intervenção em assuntos exteriores.
Sim,a expressão Estado Pacifista,me parece ter sido uma licensa poética usada pelos autores,com significado abrangente,principalmente este que voce coloca.

Sds.

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Ter Jul 13, 2010 10:20 pm
por Carlos Mathias
Caro CM
Mais uma vez seu post está correto, sem objeções
Perfeito o Post Carlos. [100]
Já ganhei o dia! :mrgreen:

Bem Marino, eu tentei jogar um pouco de água na coisa, tentei ver um equilíbrio, até prá não transparecer que estamos pelados diplomaticamente.

Você está certo (quem sou eu prá julgar :roll: ...), mas como ainda não temos aquela MB que virá em breve, vamos ter de empurrar com a barriga do Itamaraty de hoje mesmo, né?

Muito boa essa nossa conversa, incluso aí o amigo Bender. :)

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Ter Jul 13, 2010 10:26 pm
por DELTA22
Carlos Mathias escreveu:
Caro CM
Mais uma vez seu post está correto, sem objeções
Perfeito o Post Carlos. [100]
Já ganhei o dia! :mrgreen:

Bem Marino, eu tentei jogar um pouco de água na coisa, tentei ver um equilíbrio, até prá não transparecer que estamos pelados diplomaticamente.

Você está certo (quem sou eu prá julgar :roll: ...), mas como ainda não temos aquela MB que virá em breve, vamos ter de empurrar com a barriga do Itamaraty de hoje mesmo, né?

Muito boa essa nossa conversa, incluso aí o amigo Bender. :)
Pois é isso (destaque) que eu quis dizer com "o carro na frente dos bois", página atrás... :wink: :wink:
E não só a MB, as 3 Forças.

[]'s.

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Qua Jul 14, 2010 3:06 am
por Carlos Lima
Caramba Marino e CM...

Que aula! [100] [009]
[]s
CB_Lima

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Qua Jul 14, 2010 11:14 am
por Carlos Mathias
Agora ganhei o mês!!!!

:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Qui Out 28, 2010 2:50 pm
por ciclope
Marino acho este topico o mais adequado para continuarmos o debate.
Voçê etendeu o que eu quiz dizer no topico FX?

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Qui Out 28, 2010 2:55 pm
por Marino
Acho que o tópico que vc procurava, sobre a END em si, era este:
viewtopic.php?f=11&t=13962&start=900
Eu entendi, e respondi lá.
Não vou continuar com a questão de pagamento, inativos, pensionistas, etc.
Vou deixar isso para o futuro.
Estou a disposição para o outro debate que vc queria iniciar.

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Qui Out 28, 2010 3:11 pm
por ciclope
Obrigado marino pela atenção!

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Qui Out 28, 2010 8:33 pm
por WalterGaudério
soultrain escreveu:O cenário próximo é bem complexo, vou-me ater a uma frase épica do CB:

O que o Brasil quer ser quando for grande?

A opinião de fórum é 500 FX, 20 SUBNUC, 100 FREEM, 10 PA's e exportar tudo para todo o mundo e "beionde".

A realidade é que o Brasil irá ter uma enorme responsabilidade; Vender para quem poder pagar, poder operar com responsabilidade e qualidade e que não desequilibre as relações frágeis em algumas zonas do globo.

Isto tudo com uma enorme pressão das empresas nacionais.

Imaginem a anunciada venda da Barroso. Será que o cliente tem capacidade de operar turbinas, misseis como o MAN, o Mage etc? Será que a introdução dessa capacidade na região vai trazer um potencial conflito, este poderá trazer danos para o Brasil? E se eles quiserem comprar 600 MAN, MAR ou Piranha? O Brasil aceitará? Irá obrigar a inspecções de paiol? Deixará fabricar localmente?

Só um exemplo.

Pois é, o Brasil fará provavelmente o mesmo papel que muitos criticam aqui...

Outro ponto é haver um equilíbrio, entre o lobby das empresas de defesa (que as FA usam actualmente em proveito próprio e muito bem) e a realidade, para não terem os mesmos problemas do país do Norte.

Isso vai dar muito que falar nas próximas décadas, se tudo se tornar realidade.

[[]]'s
Lúcido e brilhante Soultrain. Obrigado.

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Ter Nov 16, 2010 9:52 am
por Marino
Não tem a ver com a END diretamente, mas com pressões que veremos para que a END não seja implementada.

Pátria armada, Brasil
FREI BETTO

Houve uma grita na mídia quando a Rússia, há pouco, vendeu à Venezuela cerca de US$ 4 bilhões em armas. Interrogações acima de qualquer suspeita logo brotaram: o que pretende Chávez? Declarar guerra à vizinha Colômbia? Dar um golpe de estado e governar como ditador? Em setembro de 2010, o Congresso dos EUA divulgou relatório sobre os países em desenvolvimento que, em 2009, mais compraram armas. O Brasil é o primeiro da lista. Gastou US$ 7,2 bilhões (cerca de R$ 12,24 bilhões) em armamentos. Preste atenção: o orçamento do Bolsa Família, em 2010, foi de R$ 13,7 bilhões.
Em gastos bélicos, atrás do Brasil seguem Venezuela (US$ 6,4 bilhões), Arábia Saudita (US$ 4,2 bilhões) e Taiwan (US$ 3,8 bilhões). No período entre 2002 e 2009, Brasil e Venezuela aparecem entre os 10 primeiros compradores de armas no mundo em desenvolvimento.
Entre 2006 e 2009, a América Latina quadruplicou seus gastos em armamentos: pulou de US$ 5,763 bilhões para US$ 23,726 bilhões.
Outra novidade é a Rússia suplantar os EUA como principal vendedora de armas para a América Latina. Entre 2002 e 2005, Moscou vendeu apenas US$ 600 milhões, enquanto Tio Sam faturou US$ 1,362 bilhão. Mas, entre 2006 e 2009, a Rússia vendeu US$ 11,1 bilhões — quase 50% do mercado latinoamericano — e os EUA apenas US$ 2,426 bilhões, pouco mais de 10% do mercado continental.
O segundo lugar pertence, agora, à França. Até 2005, este país abocanhava apenas 5% do mercado latinoamericano, com vendas que não ultrapassavam US$ 300 milhões. Entre 2006 e 2009, passou a vender US$ 6,3 bilhões, cerca de 25% do total, superando os EUA.
Segundo o Ministério da Defesa da França, o Brasil é, hoje, o maior importador de armas fabricadas por aquele país. Os contratos assinados entre os governos Lula e Sarkozy, de 2005 a 2009, somam R$ 12,8 bilhões. As importações brasileiras de armas da França pularam de US$ 101 milhões, em 2005, para US$ 3,8 bilhões, em 2009, salto de 3.700%.
O relatório francês revela que a predominância do Brasil se deu graças sobretudo à aquisição de submarinos do tipo Scopèrne. Em Brasília, o Ministério do Desenvolvimento não divulga valores de importação de armas estratégicas.
As compras de armas comuns (fuzis, bombas e artilharia) feitas pelo Brasil de diversos parceiros subiram de R$ 8,5 milhões em 2005 para R$ 46 milhões em 2009, um aumento de 440%. A conta exclui equipamentos pesados, como submarinos e aviões.
Em dezembro de 2002, quando Bush pediu a Lula o apoio do Brasil à invasão do Iraque, o presidente eleito respondeu: “Nossa guerra não é para tirar vidas e sim para salvá-las. Vamos combater a fome!” Por que, em vez de volta da CPMF, não se aplica igual valor do orçamento militar na melhoria da saúde, da educação, da preservação ambiental e da qualidade de vida de nossa população? O relatório mostra ainda que a França exportou, em 2009, 7,2% dos armamentos no mundo. Ficou atrás dos EUA, responsáveis por 52% das exportações mundiais; do Reino Unido, com 13,4%; e da Rússia, com 8,4%.
O lobby bélico é mundialmente poderoso, pois a indústria da morte assegura a vida abastada dos que obtêm, graças a ela, abundantes lucros.
Contudo, já não multiplica empregos, como o comprova a atual conjuntura dos EUA. As novas tecnologias dispensam mão de obra numerosa.
Lamento que os bispos que se indignam com a proposta de descriminalização do aborto não digam uma palavra quando se trata da produção e do comércio de armas.
Segundo o TSE, no Brasil os fabricantes de armas destinaram, nas últimas eleições, R$ 1,55 milhão a candidatos.
É a “bancada da bala”, empenhada em evitar qualquer restrição legal ao setor. E quem agradece são os narcotraficantes, que, refugiados no alto de favelas, possuem armas de última geração, a ponto de derrubarem helicópteros da polícia.
Cerca de 40 mil pessoas morrem assassinadas, por ano, no Brasil, vítimas de armas de fogo.
A paz jamais virá do equilíbrio de forças. Como profetizava Isaías há séculos, ela resultará, sim, da promoção da justiça, o que supõe desarmamento de espíritos e fim dos arsenais.
FREI BETTO é escritor.

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Ter Nov 16, 2010 12:23 pm
por Boss
*FREI BETTO é traidor.

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Ter Nov 16, 2010 12:54 pm
por Túlio
Quem dá bola para esse véio COMUNA GUEVARISTA? Até o Lula correu com ele do governo... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Ter Nov 16, 2010 12:55 pm
por RobertoRS
Túlio escreveu:Quem dá bola para esse véio COMUNA GUEVARISTA? Até o Lula correu com ele do governo... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
Bahh, tenso isso, hehe...

Re: END: o fim de um Estado pacifista?

Enviado: Ter Nov 16, 2010 10:04 pm
por Ilya Ehrenburg
Frei Betto é uma pessoa honrada, e como tal, expõe um ponto de vista que possui mais seguidores do que aquele de qualquer um abrigado aqui.
Será que fui claro o suficiente?
Não adianta chorar: há verdades naquelas palavras!

Portanto...
Não será com o velho esperneio burguês de direita, que viceja em tantos por aqui, que se fará mostrar a população, que o mundo real exige que se tenha um Colt na cintura, quando se visita o outro lado da colina.
Entenderam, ou terei que desenhar?

Dano real à sociedade, provém antes, dos prelados hipócritas da Opus Dei e asseclas, os quais são combatidos pelo Frei Betto com vigor. Mas estes, ora pois, ninguém lembra de criticar... Apenas quando com o alter-ego de “surfista-quarentão”, vier a alertar-se com o esquecimento do uso do preservativo, com aquela loira vadia do final de semana: “- Putz! E se ela tiver AIDS?"...

:twisted: