Geopolítica Energética
Moderador: Conselho de Moderação
-
- Sênior
- Mensagens: 8577
- Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
- Agradeceu: 7 vezes
- Agradeceram: 28 vezes
Re: Geopolítica Energética
Atualizado em 8 de outubro, 2009 - 10:43 (Brasília) 13:43 GMT
Produção de petróleo atingirá seu pico em 20 anos, diz relatório
Um relatório divulgado nesta quinta-feira por um think tank britânico prevê que a produção de petróleo atingirá seu pico dentro de 20 anos – e a partir de então entrará em declínio, que nem as recentes ou futuras descobertas serão capazes de reverter.
Para simplesmente manter o atual nível de produção e consumo, de cerca de 30 bilhões de barris por ano, seria preciso que a cada três anos uma Arábia Saudita – o maior produtor mundial do combustível – entrasse na linha de produção.
Para efeito de comparação, estima-se que a camada pré-sal do Brasil contenha entre 50 bilhões e 80 bilhões de barris.
A pesquisa do UK Energy Research Council destaca que, embora existam 70 mil campos de petróleo no mundo, apenas 500 respondem por dois terços das reservas.
"A maior parte da produção vem de um pequeno número de grandes campos. A maioria deles foi descoberta há muitos anos ou décadas atrás, em dois terços deles a produção já está em declínio, outros entrarão em declínio nos próximos anos, e isso terá de ser substituído por novas descobertas ou projetos que normalmente estão em campos menores", explicou à BBC Brasil o principal autor do estudo, Steve Sorrell.
"E mesmo se são grandes, como Tupi, no Brasil, estão em locais de difícil acesso e caros de explorar. Ainda que sejamos otimistas em relação às reservas do mundo, a geologia coloca restrições em relação ao que é possível extrair."
A taxa de declínio de produção em campos que já passaram de seu pico – justamente os que concentram o grosso da produção mundial – é em média de pelo menos 6,5% ao ano, diz o estudo.
Alternativa
Os pesquisadores estimam que a produção atingirá o teto até 2030, mas que existe um “risco significativo” de que o pico se dê dez antes, em 2020.
A esse passo, mais de dois terços da capacidade atual de produção precisariam ser substituídos nas próximas duas décadas apenas para evitar uma queda na oferta.
Diante deste cenário, o estudo critica o que chama de "lentidão" e "pouca preocupação" por parte de governos em agir.
Sorrell argumenta que, ainda que o mundo esteja avançando em tecnologias alternativas, como eólica e solar, estas fontes não necessariamente substituem o petróleo, cuja utilização está concentrada no setor de transportes.
"Há alternativas, como o plano europeu de aumentar a eficiência dos veículos, o uso de veículos elétricos, uso de transporte público e eficiência do transporte público", disse Sorrell.
"Mas o petróleo responde por 30% da energia do mundo e se estamos pensando em substitui-lo com fontes alternativas, isso levará décadas."
Volatilidade
Sobre o uso de biocombustíveis líquidos como alternativa ao petróleo, o pesquisador se disse “cético” em relação à possibilidade de que esta seja uma "alternativa global".
"Há limites em relação à fonte desses recursos e à concorrência com a produção de alimentos. Precisamos de alimentos para atender a uma população que cresce", disse.
Para ele, "os biocombustíveis terão um papel importante, especialmente no Brasil, mas menos nos Estados Unidos, onde a produção é cara e compete com a produção de alimentos".
Na opinião do especialista, o mundo não apenas entrará em uma fase de petróleo "caro" e de "exploração demorada", como também "volátil".
"Hoje, o barril está custando US$ 70 e estamos no meio da maior recessão mundial desde a Segunda Guerra", argumenta.
"Quando, e se, a demanda voltar a se aquecer, esperamos que os preços voltem a subir, porque justamente a recessão fez com que muitos projetos fossem cancelados ou adiados e são necessários muitos anos para extrair petróleo dos campos. Isso em si é um problema, porque desencoraja projetos e investimentos."
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... o_pu.shtml
Produção de petróleo atingirá seu pico em 20 anos, diz relatório
Um relatório divulgado nesta quinta-feira por um think tank britânico prevê que a produção de petróleo atingirá seu pico dentro de 20 anos – e a partir de então entrará em declínio, que nem as recentes ou futuras descobertas serão capazes de reverter.
Para simplesmente manter o atual nível de produção e consumo, de cerca de 30 bilhões de barris por ano, seria preciso que a cada três anos uma Arábia Saudita – o maior produtor mundial do combustível – entrasse na linha de produção.
Para efeito de comparação, estima-se que a camada pré-sal do Brasil contenha entre 50 bilhões e 80 bilhões de barris.
A pesquisa do UK Energy Research Council destaca que, embora existam 70 mil campos de petróleo no mundo, apenas 500 respondem por dois terços das reservas.
"A maior parte da produção vem de um pequeno número de grandes campos. A maioria deles foi descoberta há muitos anos ou décadas atrás, em dois terços deles a produção já está em declínio, outros entrarão em declínio nos próximos anos, e isso terá de ser substituído por novas descobertas ou projetos que normalmente estão em campos menores", explicou à BBC Brasil o principal autor do estudo, Steve Sorrell.
"E mesmo se são grandes, como Tupi, no Brasil, estão em locais de difícil acesso e caros de explorar. Ainda que sejamos otimistas em relação às reservas do mundo, a geologia coloca restrições em relação ao que é possível extrair."
A taxa de declínio de produção em campos que já passaram de seu pico – justamente os que concentram o grosso da produção mundial – é em média de pelo menos 6,5% ao ano, diz o estudo.
Alternativa
Os pesquisadores estimam que a produção atingirá o teto até 2030, mas que existe um “risco significativo” de que o pico se dê dez antes, em 2020.
A esse passo, mais de dois terços da capacidade atual de produção precisariam ser substituídos nas próximas duas décadas apenas para evitar uma queda na oferta.
Diante deste cenário, o estudo critica o que chama de "lentidão" e "pouca preocupação" por parte de governos em agir.
Sorrell argumenta que, ainda que o mundo esteja avançando em tecnologias alternativas, como eólica e solar, estas fontes não necessariamente substituem o petróleo, cuja utilização está concentrada no setor de transportes.
"Há alternativas, como o plano europeu de aumentar a eficiência dos veículos, o uso de veículos elétricos, uso de transporte público e eficiência do transporte público", disse Sorrell.
"Mas o petróleo responde por 30% da energia do mundo e se estamos pensando em substitui-lo com fontes alternativas, isso levará décadas."
Volatilidade
Sobre o uso de biocombustíveis líquidos como alternativa ao petróleo, o pesquisador se disse “cético” em relação à possibilidade de que esta seja uma "alternativa global".
"Há limites em relação à fonte desses recursos e à concorrência com a produção de alimentos. Precisamos de alimentos para atender a uma população que cresce", disse.
Para ele, "os biocombustíveis terão um papel importante, especialmente no Brasil, mas menos nos Estados Unidos, onde a produção é cara e compete com a produção de alimentos".
Na opinião do especialista, o mundo não apenas entrará em uma fase de petróleo "caro" e de "exploração demorada", como também "volátil".
"Hoje, o barril está custando US$ 70 e estamos no meio da maior recessão mundial desde a Segunda Guerra", argumenta.
"Quando, e se, a demanda voltar a se aquecer, esperamos que os preços voltem a subir, porque justamente a recessão fez com que muitos projetos fossem cancelados ou adiados e são necessários muitos anos para extrair petróleo dos campos. Isso em si é um problema, porque desencoraja projetos e investimentos."
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... o_pu.shtml
-
- Sênior
- Mensagens: 8577
- Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
- Agradeceu: 7 vezes
- Agradeceram: 28 vezes
Re: Geopolítica Energética
Sexta-feira, 23 de outubro de 2009, 17:20
Vale estuda comprar 51% de empresa de logística em Moçambique
REUTERS
RIO DE JANEIRO - A Vale informou na sexta-feira que está avaliando exercer a opção de compra de 51 por cento da Insitec, empresa de Moçambique dona de concessões ferroviárias e portuárias, o que viabilizaria a expansão do seu projeto de carvão (Moatize) naquele país.
Nesta sexta-feira, a mineradora assina em Moaçambique protocolo de intenções com o governo e a Insitec, acionista das empresas constituintes do Corredor de Desenvolvimento de Nacala (CDN). O protocolo será assinado pelo ministro de Transportes e Comunicações de Moçambique, Paulo Zucula; pelo diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli; e pelo presidente da Insitec, Celso Corrêa.
Segundo a Vale, o objetivo é reproduzir o modelo de integração mina-ferrovia-porto usado com sucesso no Brasil.
"A viabilização deste corredor logístico possibilitará a expansão da mina de carvão de Moatize, e facilitará o desenvolvimento da mina de fosfato de Evate, projetos moçambicanos que estão atualmente em fase de estudo, além de permitir no futuro o escoamento do cobre a ser produzido pela Vale no Copperbelt da Zâmbia", informou a companhia em nota.
O projeto Moatize prevê a produção inicial de 11 milhões de toneladas de carvão, que já tem logística assegurada. A compra das ações da Insitec seriam para garantir a expansão de Moatize para 24 milhões de toneladas.
"Estamos examinando a viabilização de ferrovia de Moatize a Nacala, envolvendo construção de ligação ferroviária com aproximadamente 180 quilômetros de extensão entre Moatize e Lirangwe, no Malawi", informou a Vale.
Além disso, "a empresa avalia a reabilitação de 730 quilômetros da ferrovia já existente conectando o Malawi a Moçambique, e o desenvolvimento de um terminal marítimo de águas profundas... em Nacala", complementou a companhia.
"Este projeto vai promover o desenvolvimento da África Oriental, com destaque para países como Moçambique, Zâmbia, Malawi e República Democrática do Congo, onde existem importantes reservas de carvão, cobre e fosfato e enorme potencial agrícola", declarou na nota o presidente da Vale, Roger Agnelli, que esta semana anunciou investimentos de 12,9 bilhões de dólares para 2010.
O executivo tem sido pressionado pelo governo brasileiro para investir mais no Brasil, que receberá 63 por cento do total anunciado. Agnelli tem demonstrado porém que a companhia também precisa se expandir internacionalmente. Além do protocolo em Moçambique, a Vale participa nesta sexta-feira de uma licitação na Mongólia, também para exploração de carvão.
(Por Denise Luna)
http://www.estadao.com.br/noticias/gera ... 5476,0.htm
Vale estuda comprar 51% de empresa de logística em Moçambique
REUTERS
RIO DE JANEIRO - A Vale informou na sexta-feira que está avaliando exercer a opção de compra de 51 por cento da Insitec, empresa de Moçambique dona de concessões ferroviárias e portuárias, o que viabilizaria a expansão do seu projeto de carvão (Moatize) naquele país.
Nesta sexta-feira, a mineradora assina em Moaçambique protocolo de intenções com o governo e a Insitec, acionista das empresas constituintes do Corredor de Desenvolvimento de Nacala (CDN). O protocolo será assinado pelo ministro de Transportes e Comunicações de Moçambique, Paulo Zucula; pelo diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli; e pelo presidente da Insitec, Celso Corrêa.
Segundo a Vale, o objetivo é reproduzir o modelo de integração mina-ferrovia-porto usado com sucesso no Brasil.
"A viabilização deste corredor logístico possibilitará a expansão da mina de carvão de Moatize, e facilitará o desenvolvimento da mina de fosfato de Evate, projetos moçambicanos que estão atualmente em fase de estudo, além de permitir no futuro o escoamento do cobre a ser produzido pela Vale no Copperbelt da Zâmbia", informou a companhia em nota.
O projeto Moatize prevê a produção inicial de 11 milhões de toneladas de carvão, que já tem logística assegurada. A compra das ações da Insitec seriam para garantir a expansão de Moatize para 24 milhões de toneladas.
"Estamos examinando a viabilização de ferrovia de Moatize a Nacala, envolvendo construção de ligação ferroviária com aproximadamente 180 quilômetros de extensão entre Moatize e Lirangwe, no Malawi", informou a Vale.
Além disso, "a empresa avalia a reabilitação de 730 quilômetros da ferrovia já existente conectando o Malawi a Moçambique, e o desenvolvimento de um terminal marítimo de águas profundas... em Nacala", complementou a companhia.
"Este projeto vai promover o desenvolvimento da África Oriental, com destaque para países como Moçambique, Zâmbia, Malawi e República Democrática do Congo, onde existem importantes reservas de carvão, cobre e fosfato e enorme potencial agrícola", declarou na nota o presidente da Vale, Roger Agnelli, que esta semana anunciou investimentos de 12,9 bilhões de dólares para 2010.
O executivo tem sido pressionado pelo governo brasileiro para investir mais no Brasil, que receberá 63 por cento do total anunciado. Agnelli tem demonstrado porém que a companhia também precisa se expandir internacionalmente. Além do protocolo em Moçambique, a Vale participa nesta sexta-feira de uma licitação na Mongólia, também para exploração de carvão.
(Por Denise Luna)
http://www.estadao.com.br/noticias/gera ... 5476,0.htm
-
- Sênior
- Mensagens: 8577
- Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
- Agradeceu: 7 vezes
- Agradeceram: 28 vezes
Re: Geopolítica Energética
O petróleo abiótico e suas perspectivas
19 October, 2009 02:33:00 Geraldo Luís Lino
Qualquer livro de Ciências ou Geografia do ensino médio informará aos seus leitores que o petróleo é um conjunto de hidrocarbonetos líquidos formados a partir da decomposição de detritos orgânicos em ambientes marinhos e na ausência de oxigênio, para evitar a sua destruição por bactérias aeróbias. Por isso, a pesquisa petrolífera é feita em bacias sedimentares de origem marinha, nas quais existam estruturas geológicas capazes de aprisionar o petróleo assim formado em depósitos com volumes suficientes para justificar a exploração comercial. Não obstante, desde há muito se discute a possibilidade da formação inorgânica do petróleo, proposta ainda no século XIX por Alexander von Humboldt e Dmitri Mendeleyev (o criador da Tabela Periódica dos Elementos). Na antiga URSS, na década de 1950, cientistas russos e ucranianos desenvolveram toda uma formulação teórica sobre o chamado petróleo abiótico (ou abiogênico) e, nos dois países, petróleo e gás natural têm sido encontrados e explorados em formações geológicas não-sedimentares, em profundidades e condições que excluem a possibilidade de que sejam provenientes de migrações de formações sedimentares sobrepostas ou vizinhas.
Embora a teoria abiótica seja geralmente rejeitada pela corrente principal das geociências no Ocidente, nos últimos anos o interesse nela vem aumentando aos poucos, na medida em que evidências empíricas e experimentais demonstram que não se trata de uma idéia marginal. Em junho de 2005, a venerável Associação Americana de Geólogos de Petróleo (AAPG), a maior e mais antiga organização do gênero do mundo, abriu espaço na pauta da sua reunião anual, realizada em Calgary, Canadá, para uma “Conferência sobre a origem do petróleo”. Mesmo tendo colocado na sua página a advertência de que não endossava ou recomendava as conclusões do debate, o simples fato de a AAPG ter incluído o tema na agenda é bastante significativo da mudança de ares a respeito. Os objetivos do evento foram assim descritos: a) apresentar as mais recentes informações que apoiam uma origem orgânica e inorgânica do petróleo e debater as hipóteses sobre a formação de petróleo e gás natural; b) discutir as ramificações de uma gênese inorgânica do petróleo na estimativa das reservas de petróleo e gás das bacias sedimentares, incluindo as rochas do embasamento, e na determinação das reservas de petróleo e gás; c) explorar o significado de uma formação inorgânica do petróleo para os suprimentos futuros de petróleo e gás natural. (Para os não-iniciados nos arcanos da Geologia, embasamento é o termo aplicado às rochas situadas abaixo das formações de rochas sedimentares, sendo estas formadas por variados processos a partir de detritos de outras rochas.)
A edição de outubro de 2005 da revista Geotimes assim descreveu o evento:
Pela primeira vez na América do Norte, proponentes da hipótese da origem inorgânica, em sua maioria da Rússia e da Ucrânia, tiveram um fórum importante para as suas idéias... Realizada em associação com a reunião anual da AAPG – um grupo de pessoas cujos meios de vida dependem do entendimento de como e onde se formam o petróleo e o gás -, este não foi um fórum comum.
A sessão, que teve uma dúzia de conferencistas, foi presidida por Alexander A. Kitchka, membro da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia e secretário da Associação de Geólogos Ucranianos. Em sua exposição, ele apresentou um dos motivos do aumento do interesse pelo tema no Ocidente, ao afirmar que mais de 450 campos de petróleo e gás em rochas do embasamento cristalino encontram-se atualmente em exploração comercial. Ele comenta as dificuldades e as possibilidades:
Ainda não existem critérios válidos para a prospecção bem-sucedida de petróleo e gás no embasamento, dentro do arcabouço do paradigma tradicional para a origem do petróleo... Entretanto, zonas bastante prolíficas têm sido testadas nas áreas profundas fraturadas de alguns campos na Sibéria Ocidental e na plataforma continental do Vietnã (bacia de Cuu Long), onde o petróleo se espalha até uma profundidade de 1.000-1.500 metros abaixo da superfície do embasamento. Assim, é óbvio que o potencial do reservatório e as reservas do embasamento pré-cambriano têm sido grandemente subestimado durante décadas.
Em novembro de 2007, a AAPG dedicou outro painel da reunião da sua seção européia, em Atenas, ao tema “Recursos não-convencionais – A moderna teoria da gênese abiótica dos hidrocarbonetos: desafio ou mito?”. Em agosto de 2008, o 33°. Congresso Geológico Internacional, realizado em Oslo, também realizou uma sessão sobre “Origem profunda abiótica dos hidrocarbonetos: mito ou realidade?”. Dificilmente, tais entidades dedicariam tanto espaço a um mito ou teoria marginal, se não houvesse bons motivos para isso.
Por outro lado, mesmo com um sólido arcabouço teórico sobre a possibilidade da formação de hidrocarbonetos a grandes profundidades na crosta ou na parte superior do manto terrestre (camada situada logo abaixo da crosta), até há pouco não havia evidências experimentais que comprovassem a teoria. Nos últimos meses, duas experiências realizadas nos EUA e na Suécia começaram a preencher a lacuna.
Em 27 de julho, o Laboratório de Geofísica do Instituto Carnegie (EUA) anunciou que uma equipe do instituto, encabeçada pelo Dr. Alexander F. Goncharov, havia conseguido sintetizar etano e hidrocarbonetos pesados em condições de pressões e temperaturas semelhantes às encontradas no manto superior. Utilizado uma prensa de diamante e um aparelho laser como fonte de calor, os cientistas submeteram amostras de metano a pressões até 20.000 vezes superiores à atmosférica e a temperaturas de até 1250oC, equivalentes às encontradas a profundidades entre 64-152 km. Como resultado, o metano se desfez em etano, propano, butano, hidrogênio molecular e grafite. Submetido às mesmas condições, o etano produziu metano. Essas transformações sugerem que hidrocarbonetos pesados podem existir em grandes profundidades e a reversibilidade dos processos implicam em que a síntese de hidrocarbonetos saturados tem um controle termodinâmico, não requerendo a presença de matéria orgânica.
Um dos autores, Vladimir Kutcherov, do Instituto Real de Tecnologia (KTH) da Suécia, colocou os resultados em perspectiva:
A noção de que que hidrocarbonetos gerados no manto migram para a crosta terrestre e contribuem para os reservatórios de petróleo e gás foi promovida na Rússia e na Ucrânia anos atrás. Agora, é preciso explorar a síntese e a estabilidade dos compostos estudados aqui, bem como de hidrocarbonetos mais pesados, em toda a gama de condições dentro do manto da Terra... Essas e outras questões correlatas demonstram a necessidade de um novo programa experimental e teórico para estudar o destino do carbono nas profundezas da Terra.
A linha de pesquisa do Instituto Carnegie tem o apoio de órgãos governamentais como o Departamento de Energia, a Agência Nacional de Segurança Nuclear e a Fundação Nacional de Ciências, além de recursos de fundações privadas.
Em 7 de setembro, foi a vez do KTH sueco anunciar os bons resultados de uma pesquisa semelhante, coordenada por Kutcherov. “Não há dúvidas de que a nossa pesquisa mostrou que petróleo cru e gás natural ocorrem sem a inclusão de fósseis. Todos os tipos de formações rochosas podem atuar como hospedeiras para depósitos petrolíferos”, disse ele.
Evidentemente, tais resultados não implicam em que se pode encontrar petróleo em qualquer lugar. Independentemente da origem, as condições geológicas para o acúmulo de hidrocarbonetos em quantidades passíveis de exploração comercial continuam sendo relativamente raras. Porém, eles indicam a necessidade de exploração desse novo caminho aberto pelas pesquisas e o conhecimento acumulado ao longo de décadas pelos geólogos e geofísicos russos e ucranianos nessa área. E, principalmente, sugerem que o conceito da iminente escassez de petróleo e gás (conhecido em inglês como “Peak Oil”) deve ser deixado de lado, em favor da perspectiva de que os hidrocarbonetos, que já respondem por três quartos da energia gerada no planeta, possam continuar proporcionando energia para o pleno desenvolvimento da economia mundial até que fontes energéticas mais avançadas estejam disponíveis. Todavia, para isso será preciso também neutralizar outra tese limitadora, a do aquecimento global antropogênico. Mas isso já é outra história.
http://www.msia.org.br/c---t/877.html
19 October, 2009 02:33:00 Geraldo Luís Lino
Qualquer livro de Ciências ou Geografia do ensino médio informará aos seus leitores que o petróleo é um conjunto de hidrocarbonetos líquidos formados a partir da decomposição de detritos orgânicos em ambientes marinhos e na ausência de oxigênio, para evitar a sua destruição por bactérias aeróbias. Por isso, a pesquisa petrolífera é feita em bacias sedimentares de origem marinha, nas quais existam estruturas geológicas capazes de aprisionar o petróleo assim formado em depósitos com volumes suficientes para justificar a exploração comercial. Não obstante, desde há muito se discute a possibilidade da formação inorgânica do petróleo, proposta ainda no século XIX por Alexander von Humboldt e Dmitri Mendeleyev (o criador da Tabela Periódica dos Elementos). Na antiga URSS, na década de 1950, cientistas russos e ucranianos desenvolveram toda uma formulação teórica sobre o chamado petróleo abiótico (ou abiogênico) e, nos dois países, petróleo e gás natural têm sido encontrados e explorados em formações geológicas não-sedimentares, em profundidades e condições que excluem a possibilidade de que sejam provenientes de migrações de formações sedimentares sobrepostas ou vizinhas.
Embora a teoria abiótica seja geralmente rejeitada pela corrente principal das geociências no Ocidente, nos últimos anos o interesse nela vem aumentando aos poucos, na medida em que evidências empíricas e experimentais demonstram que não se trata de uma idéia marginal. Em junho de 2005, a venerável Associação Americana de Geólogos de Petróleo (AAPG), a maior e mais antiga organização do gênero do mundo, abriu espaço na pauta da sua reunião anual, realizada em Calgary, Canadá, para uma “Conferência sobre a origem do petróleo”. Mesmo tendo colocado na sua página a advertência de que não endossava ou recomendava as conclusões do debate, o simples fato de a AAPG ter incluído o tema na agenda é bastante significativo da mudança de ares a respeito. Os objetivos do evento foram assim descritos: a) apresentar as mais recentes informações que apoiam uma origem orgânica e inorgânica do petróleo e debater as hipóteses sobre a formação de petróleo e gás natural; b) discutir as ramificações de uma gênese inorgânica do petróleo na estimativa das reservas de petróleo e gás das bacias sedimentares, incluindo as rochas do embasamento, e na determinação das reservas de petróleo e gás; c) explorar o significado de uma formação inorgânica do petróleo para os suprimentos futuros de petróleo e gás natural. (Para os não-iniciados nos arcanos da Geologia, embasamento é o termo aplicado às rochas situadas abaixo das formações de rochas sedimentares, sendo estas formadas por variados processos a partir de detritos de outras rochas.)
A edição de outubro de 2005 da revista Geotimes assim descreveu o evento:
Pela primeira vez na América do Norte, proponentes da hipótese da origem inorgânica, em sua maioria da Rússia e da Ucrânia, tiveram um fórum importante para as suas idéias... Realizada em associação com a reunião anual da AAPG – um grupo de pessoas cujos meios de vida dependem do entendimento de como e onde se formam o petróleo e o gás -, este não foi um fórum comum.
A sessão, que teve uma dúzia de conferencistas, foi presidida por Alexander A. Kitchka, membro da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia e secretário da Associação de Geólogos Ucranianos. Em sua exposição, ele apresentou um dos motivos do aumento do interesse pelo tema no Ocidente, ao afirmar que mais de 450 campos de petróleo e gás em rochas do embasamento cristalino encontram-se atualmente em exploração comercial. Ele comenta as dificuldades e as possibilidades:
Ainda não existem critérios válidos para a prospecção bem-sucedida de petróleo e gás no embasamento, dentro do arcabouço do paradigma tradicional para a origem do petróleo... Entretanto, zonas bastante prolíficas têm sido testadas nas áreas profundas fraturadas de alguns campos na Sibéria Ocidental e na plataforma continental do Vietnã (bacia de Cuu Long), onde o petróleo se espalha até uma profundidade de 1.000-1.500 metros abaixo da superfície do embasamento. Assim, é óbvio que o potencial do reservatório e as reservas do embasamento pré-cambriano têm sido grandemente subestimado durante décadas.
Em novembro de 2007, a AAPG dedicou outro painel da reunião da sua seção européia, em Atenas, ao tema “Recursos não-convencionais – A moderna teoria da gênese abiótica dos hidrocarbonetos: desafio ou mito?”. Em agosto de 2008, o 33°. Congresso Geológico Internacional, realizado em Oslo, também realizou uma sessão sobre “Origem profunda abiótica dos hidrocarbonetos: mito ou realidade?”. Dificilmente, tais entidades dedicariam tanto espaço a um mito ou teoria marginal, se não houvesse bons motivos para isso.
Por outro lado, mesmo com um sólido arcabouço teórico sobre a possibilidade da formação de hidrocarbonetos a grandes profundidades na crosta ou na parte superior do manto terrestre (camada situada logo abaixo da crosta), até há pouco não havia evidências experimentais que comprovassem a teoria. Nos últimos meses, duas experiências realizadas nos EUA e na Suécia começaram a preencher a lacuna.
Em 27 de julho, o Laboratório de Geofísica do Instituto Carnegie (EUA) anunciou que uma equipe do instituto, encabeçada pelo Dr. Alexander F. Goncharov, havia conseguido sintetizar etano e hidrocarbonetos pesados em condições de pressões e temperaturas semelhantes às encontradas no manto superior. Utilizado uma prensa de diamante e um aparelho laser como fonte de calor, os cientistas submeteram amostras de metano a pressões até 20.000 vezes superiores à atmosférica e a temperaturas de até 1250oC, equivalentes às encontradas a profundidades entre 64-152 km. Como resultado, o metano se desfez em etano, propano, butano, hidrogênio molecular e grafite. Submetido às mesmas condições, o etano produziu metano. Essas transformações sugerem que hidrocarbonetos pesados podem existir em grandes profundidades e a reversibilidade dos processos implicam em que a síntese de hidrocarbonetos saturados tem um controle termodinâmico, não requerendo a presença de matéria orgânica.
Um dos autores, Vladimir Kutcherov, do Instituto Real de Tecnologia (KTH) da Suécia, colocou os resultados em perspectiva:
A noção de que que hidrocarbonetos gerados no manto migram para a crosta terrestre e contribuem para os reservatórios de petróleo e gás foi promovida na Rússia e na Ucrânia anos atrás. Agora, é preciso explorar a síntese e a estabilidade dos compostos estudados aqui, bem como de hidrocarbonetos mais pesados, em toda a gama de condições dentro do manto da Terra... Essas e outras questões correlatas demonstram a necessidade de um novo programa experimental e teórico para estudar o destino do carbono nas profundezas da Terra.
A linha de pesquisa do Instituto Carnegie tem o apoio de órgãos governamentais como o Departamento de Energia, a Agência Nacional de Segurança Nuclear e a Fundação Nacional de Ciências, além de recursos de fundações privadas.
Em 7 de setembro, foi a vez do KTH sueco anunciar os bons resultados de uma pesquisa semelhante, coordenada por Kutcherov. “Não há dúvidas de que a nossa pesquisa mostrou que petróleo cru e gás natural ocorrem sem a inclusão de fósseis. Todos os tipos de formações rochosas podem atuar como hospedeiras para depósitos petrolíferos”, disse ele.
Evidentemente, tais resultados não implicam em que se pode encontrar petróleo em qualquer lugar. Independentemente da origem, as condições geológicas para o acúmulo de hidrocarbonetos em quantidades passíveis de exploração comercial continuam sendo relativamente raras. Porém, eles indicam a necessidade de exploração desse novo caminho aberto pelas pesquisas e o conhecimento acumulado ao longo de décadas pelos geólogos e geofísicos russos e ucranianos nessa área. E, principalmente, sugerem que o conceito da iminente escassez de petróleo e gás (conhecido em inglês como “Peak Oil”) deve ser deixado de lado, em favor da perspectiva de que os hidrocarbonetos, que já respondem por três quartos da energia gerada no planeta, possam continuar proporcionando energia para o pleno desenvolvimento da economia mundial até que fontes energéticas mais avançadas estejam disponíveis. Todavia, para isso será preciso também neutralizar outra tese limitadora, a do aquecimento global antropogênico. Mas isso já é outra história.
http://www.msia.org.br/c---t/877.html
Re: Geopolítica Energética
Brasil antecipa para 2010 adição de 5% de biodiesel ao diesel
Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje (23) que a adição de 5% de biodiesel ao diesel consumido no Brasil foi antecipada em três anos. O chamado B5, que entraria em vigor apenas em 2013, já será obrigatório em janeiro de 2010.
“É um combustível menos poluente e mais gerador de empregos. Temos todas as razões do mundo para consagrá-lo. O Brasil pode se apresentar como um grande referencial mundial em conhecimento tecnológico e capacidade produtiva”, disse Lula.
A expectativa, de acordo com a Presidência da República, é de que o B5 aumente a produção de biodiesel para 2,4 bilhões de litros em 2010, fortalecendo a posição do Brasil na liderança mundial de energias renováveis em escala comercial. Para Lula, o país é hoje respeitado mundialmente e é preciso aproveitar o que chamou de “momento de ouro” para transformar o futuro em políticas sociais e econômicas “sólidas”.
O ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, cobrou que é preciso "fazer do biodiesel uma realidade". Segundo ele, o país vai se beneficiar com a geração de emprego e renda lideradas pela produção do biodiesel, além da menor emissão de CO2 na atmosfera.
O presidente lembrou que a nova mistura deverá contribuir também para reduzir a importação de diesel pelo Brasil. Ele destacou que o país não pode continuar a depender apenas da soja. Perdemos 28 anos [desde que o biodiesel foi patenteado, em 1975]. Essa decisão já deveria ter sido tomada”, afirmou.
Lula acredita que a crise econômica mundial veio “provar” que o Estado precisa ser regulador e, ao mesmo tempo, indutor. “Isso aumenta as nossas responsabilidades”, disse, ao sugerir que reuniões sobre biodiesel sejam realizadas pelo menos uma vez ao ano.“Se a gente não induzir o cidadão, não vai acontecer. Temos que dizer que queremos, que vamos comprar, que vamos usar e qual a política de incentivo”, finalizou.
Edição: Talita Cavalcante
Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje (23) que a adição de 5% de biodiesel ao diesel consumido no Brasil foi antecipada em três anos. O chamado B5, que entraria em vigor apenas em 2013, já será obrigatório em janeiro de 2010.
“É um combustível menos poluente e mais gerador de empregos. Temos todas as razões do mundo para consagrá-lo. O Brasil pode se apresentar como um grande referencial mundial em conhecimento tecnológico e capacidade produtiva”, disse Lula.
A expectativa, de acordo com a Presidência da República, é de que o B5 aumente a produção de biodiesel para 2,4 bilhões de litros em 2010, fortalecendo a posição do Brasil na liderança mundial de energias renováveis em escala comercial. Para Lula, o país é hoje respeitado mundialmente e é preciso aproveitar o que chamou de “momento de ouro” para transformar o futuro em políticas sociais e econômicas “sólidas”.
O ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, cobrou que é preciso "fazer do biodiesel uma realidade". Segundo ele, o país vai se beneficiar com a geração de emprego e renda lideradas pela produção do biodiesel, além da menor emissão de CO2 na atmosfera.
O presidente lembrou que a nova mistura deverá contribuir também para reduzir a importação de diesel pelo Brasil. Ele destacou que o país não pode continuar a depender apenas da soja. Perdemos 28 anos [desde que o biodiesel foi patenteado, em 1975]. Essa decisão já deveria ter sido tomada”, afirmou.
Lula acredita que a crise econômica mundial veio “provar” que o Estado precisa ser regulador e, ao mesmo tempo, indutor. “Isso aumenta as nossas responsabilidades”, disse, ao sugerir que reuniões sobre biodiesel sejam realizadas pelo menos uma vez ao ano.“Se a gente não induzir o cidadão, não vai acontecer. Temos que dizer que queremos, que vamos comprar, que vamos usar e qual a política de incentivo”, finalizou.
Edição: Talita Cavalcante
-
- Sênior
- Mensagens: 8577
- Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
- Agradeceu: 7 vezes
- Agradeceram: 28 vezes
Re: Geopolítica Energética
Domingo, 25 de outubro de 2009, 14:47
Rússia adia aumento de imposto e Finlândia aprovará duto
AE-AP - Agencia Estado
SÃO PETERSBURGO - O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse que seu país vai adiar mais uma vez o aumento do imposto de exportação de madeira bruta, algo que vinha preocupando os finlandeses. Em troca, o primeiro-ministro da Finlândia, Matti Vanhanen, prometeu que vai acelerar a aprovação da construção de um gasoduto no trecho em que passa pelo seu país.
A Rússia é o maior produtor de madeira bruta do mundo e fonte de 80% das importações do produto pela Finlândia. Em 2006, o governo russo anunciou que iria mais do que triplicar, para 50 euros por metro cúbico, o imposto de exportação em 2008. A mudança, que já havia sido adiada, tem como objetivo estimular as exportações de madeira processada, de maior valor agregado.
Vanhanen havia pedido o cancelamento do aumento, mas comemorou a decisão de Putin de adiá-lo para 2011. Em sua decisão, Putin disse que manterá o imposto congelado por causa da queda da demanda causada pela crise econômica.
Em troca, o primeiro-ministro finlandês disse que seu país deverá dar permissão para que o gasoduto passe por suas águas após uma avaliação ambiental. "Esperamos que isso seja feito antes do final do ano", disse ele.
O gasoduto, que passará sob o Mar Báltico, deverá transportar 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, do porto russo de Vyborg para o porto alemão de Greifswald, mas precisa de aprovação de diversos países que cercam o mar, inclusive a Finlândia. A Dinamarca tornou-se o primeiro país a aprovar a construção, na terça-feira.
O duto deverá ter 1,2 mil quilômetros, mas desperta preocupações ambientais entre alguns países. O início de sua construção está previsto para 2010. A russa Gazprom possui uma fatia de 51% no projeto, enquanto a as alemãs E.On Ruhrgas e Winterstall detêm 20% cada uma. A holandesa Gasunie NV possui os 9% restantes.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 6143,0.htm
Rússia adia aumento de imposto e Finlândia aprovará duto
AE-AP - Agencia Estado
SÃO PETERSBURGO - O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse que seu país vai adiar mais uma vez o aumento do imposto de exportação de madeira bruta, algo que vinha preocupando os finlandeses. Em troca, o primeiro-ministro da Finlândia, Matti Vanhanen, prometeu que vai acelerar a aprovação da construção de um gasoduto no trecho em que passa pelo seu país.
A Rússia é o maior produtor de madeira bruta do mundo e fonte de 80% das importações do produto pela Finlândia. Em 2006, o governo russo anunciou que iria mais do que triplicar, para 50 euros por metro cúbico, o imposto de exportação em 2008. A mudança, que já havia sido adiada, tem como objetivo estimular as exportações de madeira processada, de maior valor agregado.
Vanhanen havia pedido o cancelamento do aumento, mas comemorou a decisão de Putin de adiá-lo para 2011. Em sua decisão, Putin disse que manterá o imposto congelado por causa da queda da demanda causada pela crise econômica.
Em troca, o primeiro-ministro finlandês disse que seu país deverá dar permissão para que o gasoduto passe por suas águas após uma avaliação ambiental. "Esperamos que isso seja feito antes do final do ano", disse ele.
O gasoduto, que passará sob o Mar Báltico, deverá transportar 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, do porto russo de Vyborg para o porto alemão de Greifswald, mas precisa de aprovação de diversos países que cercam o mar, inclusive a Finlândia. A Dinamarca tornou-se o primeiro país a aprovar a construção, na terça-feira.
O duto deverá ter 1,2 mil quilômetros, mas desperta preocupações ambientais entre alguns países. O início de sua construção está previsto para 2010. A russa Gazprom possui uma fatia de 51% no projeto, enquanto a as alemãs E.On Ruhrgas e Winterstall detêm 20% cada uma. A holandesa Gasunie NV possui os 9% restantes.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 6143,0.htm
-
- Sênior
- Mensagens: 8577
- Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
- Agradeceu: 7 vezes
- Agradeceram: 28 vezes
Re: Geopolítica Energética
Atualizado em 7 de dezembro, 2009 - 07:17 (Brasília) 09:17 GMT
Brasil caminha para se tornar 'petropotência', diz 'Washington Post'
Uma reportagem publicada nesta segunda-feira no jornal americano Washington Post afirma que o Brasil se encaminha para se tornar uma "petropotência".
Intitulado "Brasil se prepara para extração maciça de petróleo", o artigo faz, no entanto, a ressalva de que os desafios envolvendo o desenvolvimento do pré-sal são tão gigantescos quanto a tarefa em si.
"Tudo neste estaleiro é colossal", escreve o repórter, durante uma visita a uma das infraestruturas da Petrobras em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro. "Os 4 mil trabalhadores, os bilhões aplicados em custos de capital, as plataformas com altura de um prédio de dez andares inconclusas."
"Assim também é o desafio que enfrenta a estatal brasileira de energia, a Petrobras: desenvolver um grupo de campos de petróleo recém-descobertos em mar profundo que, segundo analistas de energia, catapultarão o país para o ranking das petropotências."
A reportagem cita estimativas da Petrobras, de que o país poderia chegar a 2020 com uma produção de 3,9 milhões de barris de petróleo por dia, praticamente o dobro do volume de 2 milhões de barris atualmente.
As reservas comprovadas de petróleo podem passar dos atuais 14,4 bilhões de barris para mais de 30 bilhões de barris, diz o texto.
"Em uma era de oferta reduzida, as descobertas na costa brasileira e o aumento da envergadura da Petrobras estão mudando o equilíbrio petroleiro do mundo", diz a matéria.
O artigo lembra que a estatal "permanece firmemente sob o controle do Estado, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tratando-a como um ícone nacional, cujo futuro está entrelaçado com o do Brasil".
"Apesar do otimismo que os dirigentes da Petrobras demonstram para os visitantes, eles listam os desafios: perfurar a camada de sal a 6,5 mil pés e operar campos que estão tão longe da costa que só podem ser alcançados de helicóptero", diz o texto.
Além disso, a reportagem cita a associação de petroleiras estrangeiras que operam no Brasil. O grupo critica o que considera um excessivo posicionamento da Petrobras nos campos do pré-sal, afirmando que o quinhão estatal nos projetos corre o risco de "limitar o desenvolvimento" deles.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... o_pu.shtml
Brasil caminha para se tornar 'petropotência', diz 'Washington Post'
Uma reportagem publicada nesta segunda-feira no jornal americano Washington Post afirma que o Brasil se encaminha para se tornar uma "petropotência".
Intitulado "Brasil se prepara para extração maciça de petróleo", o artigo faz, no entanto, a ressalva de que os desafios envolvendo o desenvolvimento do pré-sal são tão gigantescos quanto a tarefa em si.
"Tudo neste estaleiro é colossal", escreve o repórter, durante uma visita a uma das infraestruturas da Petrobras em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro. "Os 4 mil trabalhadores, os bilhões aplicados em custos de capital, as plataformas com altura de um prédio de dez andares inconclusas."
"Assim também é o desafio que enfrenta a estatal brasileira de energia, a Petrobras: desenvolver um grupo de campos de petróleo recém-descobertos em mar profundo que, segundo analistas de energia, catapultarão o país para o ranking das petropotências."
A reportagem cita estimativas da Petrobras, de que o país poderia chegar a 2020 com uma produção de 3,9 milhões de barris de petróleo por dia, praticamente o dobro do volume de 2 milhões de barris atualmente.
As reservas comprovadas de petróleo podem passar dos atuais 14,4 bilhões de barris para mais de 30 bilhões de barris, diz o texto.
"Em uma era de oferta reduzida, as descobertas na costa brasileira e o aumento da envergadura da Petrobras estão mudando o equilíbrio petroleiro do mundo", diz a matéria.
O artigo lembra que a estatal "permanece firmemente sob o controle do Estado, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tratando-a como um ícone nacional, cujo futuro está entrelaçado com o do Brasil".
"Apesar do otimismo que os dirigentes da Petrobras demonstram para os visitantes, eles listam os desafios: perfurar a camada de sal a 6,5 mil pés e operar campos que estão tão longe da costa que só podem ser alcançados de helicóptero", diz o texto.
Além disso, a reportagem cita a associação de petroleiras estrangeiras que operam no Brasil. O grupo critica o que considera um excessivo posicionamento da Petrobras nos campos do pré-sal, afirmando que o quinhão estatal nos projetos corre o risco de "limitar o desenvolvimento" deles.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... o_pu.shtml
-
- Sênior
- Mensagens: 8577
- Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
- Agradeceu: 7 vezes
- Agradeceram: 28 vezes
Re: Geopolítica Energética
Atualizado em 12 de dezembro, 2009 - 18:49 (Brasília) 20:49 GMT
Venezuela amplia operações de sua estatal petroleira em Cuba
Fernando Ravsberg
Da BBC Mundo em Havana, Cuba
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o presidente de Cuba, Raúl Castro, firmaram neste sábado, em Havana, uma série de novos acordos econômicos que ampliam as operações da petroleira estatal venezuelana na ilha.
Entre estes acordos, em um total de US$ 3 bilhões, estão a abertura de escritórios da Petróleos de Venezuela (PDVSA) na capital cubana, que, segundo o governo venezuelano, será seu "centro de operações" no Caribe.
Também está prevista a participação da PDVSA na prospecção de petróleos nas águas profundas do Golfo do México, além da conclusão de uma refinaria e de um conglomerado petroquímico na cidade cubana de Cienfuegos.
Os acordos também contemplam a compra por Cuba de alimentos, sapatos, roupas, pneus, brinquedos, matérias-primas e material de construção da Venezuela.
Crise
O presidente cubano, Raúl Castro, rompeu seu habitual silêncio para declarar à imprensa que este "é um dia histórico".
"Estamos muito contentes", afirmou.
Castro disse ainda que Cuba está saindo da crise graças à ajuda da Venezuela e da China.
Até hoje, os acordos entre Cuba e Venezuela já somam quase US$ 9 bilhões, e o comércio bilateral entre os dois países passa dos US$ 5 bilhões anuais.
Alba
Chávez chegou a Havana neste sábado para participar da Cúpula da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), organização econômica que inclui ainda Bolívia, Equador, Nicarágua, Dominica, São Vicente e Granadinas, e Antígua e Barbuda.
A reunião ocorre nesta segunda e terça-feiras, e deve se concentrar em temas como as mudanças climáticas e a segurança alimentar.
A Alba foi idealizada e fundada por Chávez e Fidel Castro há cinco anos.
Há especulações de que o ex-líder cubano, que está convalescente desde meados de 2006, possa aparecer em público para a reunião.
O próprio Chávez alimentou a especulação ao declarar que Fidel "está melhor do que nunca".
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... laml.shtml
Venezuela amplia operações de sua estatal petroleira em Cuba
Fernando Ravsberg
Da BBC Mundo em Havana, Cuba
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o presidente de Cuba, Raúl Castro, firmaram neste sábado, em Havana, uma série de novos acordos econômicos que ampliam as operações da petroleira estatal venezuelana na ilha.
Entre estes acordos, em um total de US$ 3 bilhões, estão a abertura de escritórios da Petróleos de Venezuela (PDVSA) na capital cubana, que, segundo o governo venezuelano, será seu "centro de operações" no Caribe.
Também está prevista a participação da PDVSA na prospecção de petróleos nas águas profundas do Golfo do México, além da conclusão de uma refinaria e de um conglomerado petroquímico na cidade cubana de Cienfuegos.
Os acordos também contemplam a compra por Cuba de alimentos, sapatos, roupas, pneus, brinquedos, matérias-primas e material de construção da Venezuela.
Crise
O presidente cubano, Raúl Castro, rompeu seu habitual silêncio para declarar à imprensa que este "é um dia histórico".
"Estamos muito contentes", afirmou.
Castro disse ainda que Cuba está saindo da crise graças à ajuda da Venezuela e da China.
Até hoje, os acordos entre Cuba e Venezuela já somam quase US$ 9 bilhões, e o comércio bilateral entre os dois países passa dos US$ 5 bilhões anuais.
Alba
Chávez chegou a Havana neste sábado para participar da Cúpula da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), organização econômica que inclui ainda Bolívia, Equador, Nicarágua, Dominica, São Vicente e Granadinas, e Antígua e Barbuda.
A reunião ocorre nesta segunda e terça-feiras, e deve se concentrar em temas como as mudanças climáticas e a segurança alimentar.
A Alba foi idealizada e fundada por Chávez e Fidel Castro há cinco anos.
Há especulações de que o ex-líder cubano, que está convalescente desde meados de 2006, possa aparecer em público para a reunião.
O próprio Chávez alimentou a especulação ao declarar que Fidel "está melhor do que nunca".
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... laml.shtml
- Pedro Gilberto
- Sênior
- Mensagens: 1366
- Registrado em: Ter Nov 01, 2005 6:19 pm
- Localização: Salvador / BA
- Agradeceu: 116 vezes
- Agradeceram: 17 vezes
Re: Geopolítica Energética
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... more-45263O novo mapa energético
Do Portal Luís Nassif
* Postado por Ronaldo Bicalho
“Gasoduto conectando norte do Irã e Turcomenistão assinala a constituição de um novo padrão de cooperação energética em plano regional que dispensa negócios com “as grandes do petróleo”. A Rússia tradicionalmente dá o primeiro passo; China e Irã seguem a trilha já aberta. Rússia, Irã e Turcomenistão são donos, respectivamente, da primeira, segunda e terceira maiores reservas mundiais de gás. E a China, nesse século, será consumidora por excelência. Todo esse arranjo regional terá profundas consequências sobre a estratégia global dos EUA.”
Rússia, China e Irã redesenham o mapa energético
Da Carta Maior
Por M. K. Bhadrakumar
A inauguração do gasoduto Dauletabad-Sarakhs-Khangiran anteontem (06/01), conectando o norte do Irã, região do mar Cáspio, com os vastos campos de gás do Turcomenistão, talvez passe sem ser noticiada na cacofonia da mídia ocidental, para a qual o regime islâmico de Teerã estaria vivendo um momento de “apocalipse now”.
O evento, contudo, é uma mensagem com poderoso significado para a segurança da região. No período de três semanas, o Turcomenistão comprometeu com China, Rússia e Irã, todas as suas exportações de gás. Assim sendo, não há qualquer necessidade urgente dos gasodutos que EUA e União Europeia têm oferecido. Estaremos ouvindo os primeiros acordes de uma sinfonia Rússia-China-Irã?
O gasoduto turcomano de 182 quilômetros começa a bombear modestos 8 bilhões de metros cúbicos (bmc) [ing. billion cubic meters (bcm)] de gás turcomano. Mas tem capacidade para bombear anualmente 20 bmc – com o que serão atendidas todas as necessidades da região do Cáspio iraniano, e Teerã poderá dirigir para a exportação toda a produção dos campos do sul do país.
Os interesses dos dois lados estão em perfeita harmonia: Ashgabat consegue um mercado cativo, na porta ao lado; o norte do Irã pode consumir sem medo de racionamentos de inverno; Teerã passa a gerar excedentes para exportar; o Turcomenistão pode buscar vias de exportação para o mercado mundial, via Irã; e o Irã pode aspirar a extrair vantagens de sua excelente localização geográfica, como eixo para as exportações turcomanas.
Estamos assistindo a constituição de um novo padrão de cooperação energética em plano regional que dispensa negócios com “as grandes do petróleo”. A Rússia tradicionalmente dá o primeiro passo; China e Irã seguem a trilha já aberta. Rússia, Irã e Turcomenistão são donos, respectivamente, da primeira, segunda e terceira maiores reservas mundiais de gás. E a China, nesse século, será consumidora por excelência. Todo esse arranjo regional terá profundas consequências sobre a estratégia global dos EUA.
O gasoduto turcomano-iraniano ri-se da política dos EUA para o Irã. Os EUA ameaçam o Irã com novas sanções e bradam que o Irã estaria “cada vez mais isolado”. Mas o jato presidencial de Mahmud Ahmadinejad voa para a Ásia Central, pousa no tapete vermelho de Ashgabat para ser acolhido pelo presidente Gurbanguly Berdymukhammedov do Turcomenistão e… forma-se novo eixo econômico. A diplomacia de coerção e ameaças de Washington não funcionou. O Turcomenistão, com PIB de US$18,3 bilhões, desafiou a única superpotência (PIB de $14,2 trilhões) – e, ainda melhor, fez a coisa parecer rotina.
Há também subtramas. Teerã anuncia negociações com Ancara para transportar o gás turcomano até a Turquia pelos já existentes 2.577 quilômetros de gasoduto que ligam Tabriz, no noroeste do Irã, e Ancara. De fato, a diplomacia turca segue orientação de política exterior independente. A Turquia também aspira a operar como eixo de distribuição para fornecer energia para a Europa. A Europa pode estar perdendo a batalha pelo estabelecimento de acesso direto ao Cáspio.
Em segundo lugar, a Rússia não dá sinais de qualquer incômodo por a China aproveitar-se da energia gerada na Ásia Central. As importações europeias de energia russa caíram, e os produtores de energia na Ásia Central têm batido às portas do mercado consumidor chinês. Do ponto de vista dos russos, as importações chinesas não privarão a Rússia nem da energia de que precisa para consumo, nem da que precisa para exportar. A Rússia já está implantada com suficiente profundidade no setor energético da Ásia Central e do Cáspio, para saber que não enfrentará racionamentos de energia.
O que realmente interessa à Rússia é não comprometer seu papel de maior fornecedor de energia para a Europa. En quanto os países da Ásia Central não precisarem de novos gasodutos transcaspianos financiados pelos EUA, tudo continuará perfeitamente bem do ponto de vista dos russos.
Em recente visita a Ashgabat, o presidente russo Dmitry Medvedev normalizou os contatos energéticos entre Rússia e Turcomenistão. A restauração desses laços é importante conquista política para os dois países. Primeiro, porque depois do reaquecimento dessas relações, o Turcomenistão manterá suprimento anual de 30 bcm de gás para a Rússia. Segundo, nas palavras do presidente Medvedev, “Pela primeira vez na história das relações Rússia-Turcomenistão, o gás será negociado por preços absolutamente alinhados com as condições do mercado europeu.” Analistas russos dizem que a [empresa] Gazprom acabará por descobrir que comprar gás turcomano é mau negócio; e que, se Moscou escolheu pagar preço mais alto, é, sobretudo, porque decidiu não deixar para trás nenhum gás que possa ser distribuído para outros consumidores, sobretudo pelos gasodutos alternativos do Projeto Nabucco financiado pelos EUA
Em terceiro lugar, ao contrário da propaganda ocidental, o Turcomenistão não vê o gasoduto chinês como substituto para a [empresa] Gazprom. A política de preços da Rússia assegura que, do ponto de vista do Turcomenistão, a Gazprom continua a ser consumidor insubstituível. O preço do gás turcomano de exportação para a China ainda está sendo negociado e simplesmente não pode alcançar a oferta russa.
Em quarto, Rússia e Turcomenistão reiteraram seu compromisso com o Gasoduto Cáspio Costeiro [ing. Caspian Coastal Pipeline] (que corre ao longo da costa leste do Cáspio, para a Rússia) com capacidade para 30 bcm. Evidentemente, a Rússia espera obter gás adicional da Ásia Central, do Turcomenistão (e do Cazaquistão).
Em quinto, Moscou e Ashgabat concordaram em construir juntos um gasoduto leste-oeste conectando todos os campos turcomanos de gás a uma única rede, de modo que os gasodutos que andam em direção à Rússia, Irã e China possam receber gás de todos os campos.
De fato, contra o pano de fundo da intensificação dos movimentos dos EUA em direção à Ásia Central, a visita de Medvedev a Ashgabat tem impacto sobre toda a segurança regional. Na conferência conjunta de imprensa com Medvedev, Berdymukhammedov disse que as posições de Turcomenistão e Rússia nos processos regionais, particularmente na região da Ásia Central e do Cáspio, são em geral idênticas. Sublinhou que os dois países entendem que a segurança de um não pode ser obtida à custa do outro. Medvedev concordou que havia semelhança ou unanimidade entre os dois países nas questões relacionadas à segurança, e confirmou a disposição para agirem juntos.
A diplomacia dos EUA para o gasoduto no Cáspio, que visava a passar ao largo da Rússia, deslocar a China e isolar o Irã fracassou. A Rússia planeja agora duplicar o gás importado do Azerbaijão, cortando ainda mais os esforços ocidentais para conquistar Baku como fornecedor para o Projeto Nabucco. Em linha com a Rússia, o Irã também está emergindo como consumidor do gás do Azerbaijão. Em dezembro, o Azerbaijão firmou acordo para fornecer gás ao Irã através dos 1.400 quilômetros do gasoduto de Kazi-Magomed-Astara.
O “grande quadro” mostra que as correntes Sul e Norte Russas – que fornecem gás para o sul e o norte da Europa – estão ganhando força irreversível. Os obstáculos que havia na Corrente do Norte foram superados quando a Dinamarca (em outubro), a Finlândia e a Suécia (em novembro) e a Alemanha (em dezembro) aprovaram o projeto do ponto de vista ambiental. Na próxima primavera, o gasoduto começará a ser construído.
O projeto conjunto para que a Gazprom, a alemã E.ON Ruhrgas e a BASF-Wintershall construam o gasoduto de $12 bilhões, e a empresa de transporte Gasunie evita as rotas de passagem da era soviética via Ucrânia, Polônia e Belarus e parte do porto russo de Vyborg, no noroeste da Rússia, para o porto alemão de Greifswald, em rota de 1.220 km que cruza o Mar Báltico. A primeira perna do projeto, com capacidade para transportar anualmente 27,5 bmc de gás, estará pronta no próximo ano; e até 2012 a capacidade estará duplicada. Essa Corrente Norte afetará profundamente a geopolítica da Eurásia, as equações transatlânticas e os laços que aproximam Rússia e Europa.
Não há dúvidas de que 2009 foi ano de fortes emoções na “guerra da energia”. Com o gasoduto chinês inaugurado pelo presidente Hu Jintao dia 14 de dezembro; com o terminal petroleiro próximo ao porto de Nakhodka, no extremo oriente da Rússia inaugurado pelo primeiro-ministro Vladimir Putin dia 27 de dezembro (que será alimentado pelo oleoduto-gigante de $22 bilhões, desde os novos campos da Sibéria e alcança os mercados do Pacífico asiático); e com o gasoduto iraniano que Ahmadinejad inaugurou anteontem, dia 6 de janeiro – não há dúvidas de que o mapa energético da Eurásia e do Cáspio foi virtualmente redesenhado.
O ano novo de 2010 começa com uma questão fascinante: Rússia, China e Irã saberão operar em movimentos coordenados ou, pelo menos, saberão harmonizar seus interesses concorrentes?
O artigo original, em inglês, pode ser lido em:
http://www.atimes.com/atimes/Central_Asia/LA08Ag01.html
M. K. Bhadrakumar é diplomata de carreira do Departamento de Relações Exteriores da Índia. Já trabalhou como diplomata na União Soviética, Coréia do Sul, Paquistão, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Uzbequistão, Kuwait e Turquia.
Tradução: Caia Fitipaldi
Fonte: Agência Carta Maior
[]'s
"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
-
- Sênior
- Mensagens: 8577
- Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
- Agradeceu: 7 vezes
- Agradeceram: 28 vezes
Re: Geopolítica Energética
Muito interesssante esse artigo Pedro Gilberto. É, mais uma vez o EUA/Grã-Bretanha substimaram a capacidade e convergências do eixo Euro-asiático quanto ao fornecimento/necessidade energética e ficarão de novo a ver navios, ou melhor, gasodutos, dos outros...
-
- Sênior
- Mensagens: 8577
- Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
- Agradeceu: 7 vezes
- Agradeceram: 28 vezes
Re: Geopolítica Energética
Atualizado em 2 de fevereiro, 2010 - 20:57 (Brasília) 22:57 GMT
Petróleo nas Malvinas cria atrito entre Argentina e Grã-Bretanha
Marcia Carmo
De Buenos Aires para a BBC Brasil
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Taiana, convocou a embaixadora britânica em Buenos Aires para protestar contra a informação de que a Grã-Bretanha teria autorizado a busca de petróleo na região das ilhas Malvinas (conhecidas como Falklands pelos britânicos).
Taiana entregou uma nota formal ao governo britânico expressando “enérgico protesto” contra a decisão.
Segundo o comunicado, o governo "rejeita firmemente a pretensão do Reino Unido de autorizar a realização das operações de exploração de hidrocarbonetos em regiões da plataforma continental argentina submetidas à ocupação ilegítima britânica".
"Esta é uma iniciativa ilegítima", disse Taiana a jornalistas no ministério.
Na segunda-feira, o jornal El Cronista publicou que a petroleira Desire Petroleum deverá começar a buscar petróleo no arquipélago ainda neste mês. Segundo o diário, esta é uma das quatro empresas com autorização britânica para realizar exploração petroleira naquele território.
Disputa por soberania
Os dois países entraram em guerra em 1982 na chamada "Guerra das Malvinas". Apesar da derrota das tropas argentinas, o governo mantém uma reivindicação pela soberania das ilhas na Organização das Nações Unidas (ONU).
A ONU, por sua vez, recomenda que os dois governos retomem a negociação pela soberania das ilhas e aconselha ainda que nenhum dos dois países realize modificações unilaterais sobre as Malvinas.
No comunicado emitido pelo governo argentino e entregue nesta terça-feira ao encarregado de negócios da representação diplomática da Grã Bretanha, o ministério "responsabiliza Londres por não respeitar as resoluções das Nações Unidas".
"A nova ação unilateral britânica soma-se à sucessão de ações unilaterais que levaram o governo argentino a dar por terminado, a partir de 27 de março de 2007, a Declaração conjunta argentino-britânico de setembro de 1995".
A Declaração se refere à chamada Cooperação de Atividades referente à "exploração de hidrocarbonetos na área sujeita a disputa de soberania".
No comunicado, a Argentina ressalta ainda que a "nova ação unilateral" do governo britânico é "incompatível" com o que foi estabelecido na ONU, que reconhece a "existência da disputa pela soberania" das ilhas e sugere que as negociações sejam retomadas para uma "solução pacífica da disputa".
A reclamação argentina pela soberania das ilhas tem sido frequente desde que o ex-presidente Nestor Kirchner assumiu o governo, em 2003, e persiste durante a gestão da atual da presidente Cristina Kirchner, que chegou ao poder em 2007.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... c_np.shtml
Petróleo nas Malvinas cria atrito entre Argentina e Grã-Bretanha
Marcia Carmo
De Buenos Aires para a BBC Brasil
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Taiana, convocou a embaixadora britânica em Buenos Aires para protestar contra a informação de que a Grã-Bretanha teria autorizado a busca de petróleo na região das ilhas Malvinas (conhecidas como Falklands pelos britânicos).
Taiana entregou uma nota formal ao governo britânico expressando “enérgico protesto” contra a decisão.
Segundo o comunicado, o governo "rejeita firmemente a pretensão do Reino Unido de autorizar a realização das operações de exploração de hidrocarbonetos em regiões da plataforma continental argentina submetidas à ocupação ilegítima britânica".
"Esta é uma iniciativa ilegítima", disse Taiana a jornalistas no ministério.
Na segunda-feira, o jornal El Cronista publicou que a petroleira Desire Petroleum deverá começar a buscar petróleo no arquipélago ainda neste mês. Segundo o diário, esta é uma das quatro empresas com autorização britânica para realizar exploração petroleira naquele território.
Disputa por soberania
Os dois países entraram em guerra em 1982 na chamada "Guerra das Malvinas". Apesar da derrota das tropas argentinas, o governo mantém uma reivindicação pela soberania das ilhas na Organização das Nações Unidas (ONU).
A ONU, por sua vez, recomenda que os dois governos retomem a negociação pela soberania das ilhas e aconselha ainda que nenhum dos dois países realize modificações unilaterais sobre as Malvinas.
No comunicado emitido pelo governo argentino e entregue nesta terça-feira ao encarregado de negócios da representação diplomática da Grã Bretanha, o ministério "responsabiliza Londres por não respeitar as resoluções das Nações Unidas".
"A nova ação unilateral britânica soma-se à sucessão de ações unilaterais que levaram o governo argentino a dar por terminado, a partir de 27 de março de 2007, a Declaração conjunta argentino-britânico de setembro de 1995".
A Declaração se refere à chamada Cooperação de Atividades referente à "exploração de hidrocarbonetos na área sujeita a disputa de soberania".
No comunicado, a Argentina ressalta ainda que a "nova ação unilateral" do governo britânico é "incompatível" com o que foi estabelecido na ONU, que reconhece a "existência da disputa pela soberania" das ilhas e sugere que as negociações sejam retomadas para uma "solução pacífica da disputa".
A reclamação argentina pela soberania das ilhas tem sido frequente desde que o ex-presidente Nestor Kirchner assumiu o governo, em 2003, e persiste durante a gestão da atual da presidente Cristina Kirchner, que chegou ao poder em 2007.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... c_np.shtml
Re: Geopolítica Energética
Venezuela faz acordo de exploração de petróleo com empresas estrangeiras
Brasília - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, assinou um contrato de concessão com empresas internacionais para a exploração conjunta do bloco de Carabobo, na Faixa Petrolífera do Orinoco – que em 2007 foi nacionalizada por ele. A estimativa é de investir US$ 80 bilhões e aumentar a certificação das reservas de petróleo para, no mínimo, 316 bilhões de barris/ano. Para Chávez, o acordo é uma demonstração para parte da comunidade internacional de que seu governo se mantém sólido e sem ameaças de desestabilização.
As empresas vencedoras são Chevron, dos Estados Unidos, Repsol, da Espanha, Petronas, da Malásia; as indianas Oil Indian Ltda e Indian Oil Corporation, além da japonesa Mitsubishi e Impex. A venezuelana Suelopetrol também foi selecionada.
Desde o final do ano passado, Chávez enfrenta protestos e críticas geradas por decisões internas de seu governo que levantam suspeitas sobre a repressão à liberdade de expressão.
“Contra nós há uma campanha continuada de fora e de dentro. A presença dos senhores [investidores estrangeiros] aqui ajuda a dizer ao mundo a verdade sobre o que está acontecendo e o que estamos fazendo. Este país renasce agora “, disse Chávez, de acordo com a agência oficial de notícias venezuelana – Agência Bolivariana de Notícias.
O ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramirez, disse que a partir desse acordo a Venezuela terá a maior reserva mundial de petróleo. De acordo com o ministro, o país, em 2009, produziu 175 bilhões de barris de petróleo e o cálculo é elevar para 210 bilhões até dezembro.
Chávez afirmou que serão asseguradas todas as garantias necessárias para que os investidores estrangeiros tenham condições de aplicar na Venezuela. “Queridos amigos, parceiros, aliados, vocês sabem que têm todas as garantias na Constituição e nas nossas leis de investimentos.”
Segundo o presidente, os investimentos servirão como um novo estímulo à economia nacional, gerando impacto no desenvolvimento de áreas, como a indústria, construção civil, metalurgia e siderúrgica. Para ele, a geração de empregos será uma consequência, mas não mencionou números.
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticia ... 05179/view
Brasília - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, assinou um contrato de concessão com empresas internacionais para a exploração conjunta do bloco de Carabobo, na Faixa Petrolífera do Orinoco – que em 2007 foi nacionalizada por ele. A estimativa é de investir US$ 80 bilhões e aumentar a certificação das reservas de petróleo para, no mínimo, 316 bilhões de barris/ano. Para Chávez, o acordo é uma demonstração para parte da comunidade internacional de que seu governo se mantém sólido e sem ameaças de desestabilização.
As empresas vencedoras são Chevron, dos Estados Unidos, Repsol, da Espanha, Petronas, da Malásia; as indianas Oil Indian Ltda e Indian Oil Corporation, além da japonesa Mitsubishi e Impex. A venezuelana Suelopetrol também foi selecionada.
Desde o final do ano passado, Chávez enfrenta protestos e críticas geradas por decisões internas de seu governo que levantam suspeitas sobre a repressão à liberdade de expressão.
“Contra nós há uma campanha continuada de fora e de dentro. A presença dos senhores [investidores estrangeiros] aqui ajuda a dizer ao mundo a verdade sobre o que está acontecendo e o que estamos fazendo. Este país renasce agora “, disse Chávez, de acordo com a agência oficial de notícias venezuelana – Agência Bolivariana de Notícias.
O ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramirez, disse que a partir desse acordo a Venezuela terá a maior reserva mundial de petróleo. De acordo com o ministro, o país, em 2009, produziu 175 bilhões de barris de petróleo e o cálculo é elevar para 210 bilhões até dezembro.
Chávez afirmou que serão asseguradas todas as garantias necessárias para que os investidores estrangeiros tenham condições de aplicar na Venezuela. “Queridos amigos, parceiros, aliados, vocês sabem que têm todas as garantias na Constituição e nas nossas leis de investimentos.”
Segundo o presidente, os investimentos servirão como um novo estímulo à economia nacional, gerando impacto no desenvolvimento de áreas, como a indústria, construção civil, metalurgia e siderúrgica. Para ele, a geração de empregos será uma consequência, mas não mencionou números.
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticia ... 05179/view
- marcelo l.
- Sênior
- Mensagens: 6096
- Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
- Agradeceu: 138 vezes
- Agradeceram: 66 vezes
Re: Geopolítica Energética
Petrobras concluyó la perforación del pozo exploratorio 4-PM-53 en aguas poco profundas (200 metros) en el postsal de la Cuenca de Campos. El pozo permitió el descubrimiento de una nueva área productora, adyacente al Campo de Pampo, a seis kilómetros de la PPM-1 (Plataforma de Pampo).
Se estima el volumen recuperable en 25 millones de barriles de petróleo de 20 grados API. Debido a las excelentes características de porosidad y permeabilidad y al espesor del reservorio, se estima que el flujo de crudo del pozo será de alrededor de tres mil barriles por día. Este descubrimiento abre un importante frente exploratorio al este de las concesiones de Pampo y Bicudo.
Como en el lugar ya existe infraestructura de producción instalada, el pozo iniciará la producción aún este año. Se analiza su interconexión con la plataforma PPM-1 o con la plataforma P-7, productora en el campo de Bicudo.
El descubrimiento es resultado de la estrategia exploratoria de intensificar los trabajos en áreas próximas a campos en producción y tiene la finalidad de aprovechar la capacidad de las instalaciones existentes, reducir los costos de producción y agilizar la producción de nuevos volúmenes de petróleo. La Compañía pretende perforar nuevos pozos en la región.

Se estima el volumen recuperable en 25 millones de barriles de petróleo de 20 grados API. Debido a las excelentes características de porosidad y permeabilidad y al espesor del reservorio, se estima que el flujo de crudo del pozo será de alrededor de tres mil barriles por día. Este descubrimiento abre un importante frente exploratorio al este de las concesiones de Pampo y Bicudo.
Como en el lugar ya existe infraestructura de producción instalada, el pozo iniciará la producción aún este año. Se analiza su interconexión con la plataforma PPM-1 o con la plataforma P-7, productora en el campo de Bicudo.
El descubrimiento es resultado de la estrategia exploratoria de intensificar los trabajos en áreas próximas a campos en producción y tiene la finalidad de aprovechar la capacidad de las instalaciones existentes, reducir los costos de producción y agilizar la producción de nuevos volúmenes de petróleo. La Compañía pretende perforar nuevos pozos en la región.

"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
- irlan
- Sênior
- Mensagens: 2757
- Registrado em: Qua Out 08, 2008 8:26 pm
- Agradeceu: 4 vezes
- Agradeceram: 40 vezes
Re: Geopolítica Energética
Interessante esse tanto de empresas do ramo petroleiro querendo investir lá agora, até que o Chavez parou um pouco com as nacionalizações...
Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
- Bourne
- Sênior
- Mensagens: 21086
- Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
- Localização: Campina Grande do Sul
- Agradeceu: 3 vezes
- Agradeceram: 21 vezes
Re: Geopolítica Energética
Olha que site fantástico que achei
< http://upmf-grenoble.fr/iepe/Publicatio ... Rech2.html >
LEPII - Energie, Ressources, Environnement et Négociations
O artigo é interessante
NOEL Pierre.- Indépendance énergétique versus marché mondial.- grenoble : IEPE, 1999, 18 p. PDF
link < http://upmf-grenoble.fr/iepe/textes/Noel9910.PDF >
Está em francês![[092]](./images/smilies/092.gif)
< http://upmf-grenoble.fr/iepe/Publicatio ... Rech2.html >
LEPII - Energie, Ressources, Environnement et Négociations
O artigo é interessante
NOEL Pierre.- Indépendance énergétique versus marché mondial.- grenoble : IEPE, 1999, 18 p. PDF
link < http://upmf-grenoble.fr/iepe/textes/Noel9910.PDF >
Está em francês
![[092]](./images/smilies/092.gif)
-
- Sênior
- Mensagens: 8577
- Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
- Agradeceu: 7 vezes
- Agradeceram: 28 vezes
Re: Geopolítica Energética
Atualizado em 19 de fevereiro, 2010 - 15:36 (Brasília) 17:36 GMT
Britânicos mantêm plano de explorar petróleo nas Malvinas
As autoridades britânicas nas ilhas Malvinas (chamadas de Falklands pelos britânicos) afirmaram que a exploração de petróleo no arquipélago terá início na próxima semana, apesar da oposição do governo argentino.
No início da semana, a Argentina anunciou que iria ampliar as restrições aos navios que vão em direção ao arquipélago.
O país protesta contra a iniciativa britânica de iniciar a exploração de petróleo na região e convocar licitações sem comunicar a Argentina. A primeira plataforma de exploração já alcançou as águas na região das Malvinas.
A Assembleia Legislativa do arquipélago informou que as restrições "não surpreendem", mas prometeu que a exploração vai "começar como planejado".
Em um comunicado, a assembleia afirma que tem "todo o direito" de desenvolver "negócios legítimos" no setor de hidrocarbonetos.
"Esta é uma medida da Argentina para tentar interromper a exploração de petróleo que deve começar na próxima semana. Não é surpresa para ninguém quando eles se comportam desta forma, mas, mesmo assim, é decepcionante quando fazem isso", acrescenta o texto.
O comunicado afirma ainda que "todos os suprimentos que a indústria precisa" estão disponíveis no próprio arquipélago e diz que a exploração vai começar "se o clima permitir".
Cooperação
O governo da Argentina afirmou que pretende buscar o apoio de países vizinhos para tentar ampliar o bloqueio a navios em volta das ilhas Malvinas.
O decreto assinado pela presidente Cristina Kirchner na última terça-feira determina que todos os navios que seguem em direção ao arquipélago a partir de portos argentinos precisam ter permissões especiais.
Mas o deputado Ruperto Godoy, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, afirmou que espera que os países vizinhos cooperem com a Argentina.
No próximo fim de semana, os países do Grupo do Rio - que reúne países da América Latina e do Caribe - se reúnem em Cancún, no México, e o deputado diz não ter "a menor dúvida de que a Argentina encontrará solidariedade de todos os países".
Ilhas Malvinas/Falklands
No entanto, a plataforma de exploração Ocean Guardian, que viajava desde novembro pelo Atlântico, já chegou às águas em volta das Malvinas.
A proprietária da plataforma, a Desire Petroleum, afirmou que sua plataforma "nem chegou perto das águas argentinas" e, por isso, não pediu permissão ao governo do país.
A plataforma Ocean Guardian ficará atracada a mais de 96 quilômetros das ilhas durante o final de semana antes da exploração começar, no domingo.
A companhia acrescentou que não tomou nenhuma medida de segurança além das previstas para uma operação de "rotina".
Tensões
A disputa entre a Argentina e a Grã-Bretanha envolvendo as ilhas Malvinas, sob controle britânico desde 1833, já foi objeto de uma guerra em 1982, quando os argentinos foram derrotados após tentarem uma invasão.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown disse que o país já adotou "todas as medidas necessárias" para proteger sua soberania no arquipélago.
Brown disse ainda que não planeja o envio de um reforço militar à região e afirmou que espera que prevaleçam "discussões sensatas" com Buenos Aires.
À BBC, o porta-voz argentino Ruperto Godoy disse que seu país quer "sentar para dialogar".
"Quero deixar claro que nossas ações serão diplomáticas, de reivindicações, de protestos, mas de maneira alguma pensando em uma possibilidade de confronto com a Grã-Bretanha", afirmou.
Ele acrescentou que uma "relação plena" com a Grã-Bretanha só será possível "a partir da definição de uma questão que hoje está em discussão e que aparentemente querem encobrir: a disputa sobre a soberania" nas Malvinas.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... eofn.shtml
Britânicos mantêm plano de explorar petróleo nas Malvinas
As autoridades britânicas nas ilhas Malvinas (chamadas de Falklands pelos britânicos) afirmaram que a exploração de petróleo no arquipélago terá início na próxima semana, apesar da oposição do governo argentino.
No início da semana, a Argentina anunciou que iria ampliar as restrições aos navios que vão em direção ao arquipélago.
O país protesta contra a iniciativa britânica de iniciar a exploração de petróleo na região e convocar licitações sem comunicar a Argentina. A primeira plataforma de exploração já alcançou as águas na região das Malvinas.
A Assembleia Legislativa do arquipélago informou que as restrições "não surpreendem", mas prometeu que a exploração vai "começar como planejado".
Em um comunicado, a assembleia afirma que tem "todo o direito" de desenvolver "negócios legítimos" no setor de hidrocarbonetos.
"Esta é uma medida da Argentina para tentar interromper a exploração de petróleo que deve começar na próxima semana. Não é surpresa para ninguém quando eles se comportam desta forma, mas, mesmo assim, é decepcionante quando fazem isso", acrescenta o texto.
O comunicado afirma ainda que "todos os suprimentos que a indústria precisa" estão disponíveis no próprio arquipélago e diz que a exploração vai começar "se o clima permitir".
Cooperação
O governo da Argentina afirmou que pretende buscar o apoio de países vizinhos para tentar ampliar o bloqueio a navios em volta das ilhas Malvinas.
O decreto assinado pela presidente Cristina Kirchner na última terça-feira determina que todos os navios que seguem em direção ao arquipélago a partir de portos argentinos precisam ter permissões especiais.
Mas o deputado Ruperto Godoy, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, afirmou que espera que os países vizinhos cooperem com a Argentina.
No próximo fim de semana, os países do Grupo do Rio - que reúne países da América Latina e do Caribe - se reúnem em Cancún, no México, e o deputado diz não ter "a menor dúvida de que a Argentina encontrará solidariedade de todos os países".
Ilhas Malvinas/Falklands
No entanto, a plataforma de exploração Ocean Guardian, que viajava desde novembro pelo Atlântico, já chegou às águas em volta das Malvinas.
A proprietária da plataforma, a Desire Petroleum, afirmou que sua plataforma "nem chegou perto das águas argentinas" e, por isso, não pediu permissão ao governo do país.
A plataforma Ocean Guardian ficará atracada a mais de 96 quilômetros das ilhas durante o final de semana antes da exploração começar, no domingo.
A companhia acrescentou que não tomou nenhuma medida de segurança além das previstas para uma operação de "rotina".
Tensões
A disputa entre a Argentina e a Grã-Bretanha envolvendo as ilhas Malvinas, sob controle britânico desde 1833, já foi objeto de uma guerra em 1982, quando os argentinos foram derrotados após tentarem uma invasão.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown disse que o país já adotou "todas as medidas necessárias" para proteger sua soberania no arquipélago.
Brown disse ainda que não planeja o envio de um reforço militar à região e afirmou que espera que prevaleçam "discussões sensatas" com Buenos Aires.
À BBC, o porta-voz argentino Ruperto Godoy disse que seu país quer "sentar para dialogar".
"Quero deixar claro que nossas ações serão diplomáticas, de reivindicações, de protestos, mas de maneira alguma pensando em uma possibilidade de confronto com a Grã-Bretanha", afirmou.
Ele acrescentou que uma "relação plena" com a Grã-Bretanha só será possível "a partir da definição de uma questão que hoje está em discussão e que aparentemente querem encobrir: a disputa sobre a soberania" nas Malvinas.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... eofn.shtml