Re: Padre que viajava de balões se perde no mar
Enviado: Qua Abr 23, 2008 12:03 pm
Maré pode estar levando padre que voava com balões para o litoral do Rio Grande do Sul
FLORIANÓPOLIS E RIO - O padre Aderli de Carli, de 41 anos, que decolou há três dias suspenso por mil balões de festa coloridos, continua desaparecido. As buscas prosseguem nesta quarta-feira. Segundo a Capitania dos Portos de São Francisco do Sul, além de dois navios da Marinha, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) auxilia na procura do padre. Como na terça-feira foram localizados os balões que o padre usava e o que pode se tratar da cadeira utilizada por ele a 50 quilômetros a leste de Florianópolis , a extensão da área de busca foi ampliada em 100 quilômetros entre São Francisco do Sul até Navegantes.
Para o capitão do Grupamento Aéreo da Polícia Militar de Santa Catarina, Nelson Henrique Coelho, o local onde foram encontrados os balões sugerem que o padre pode estar sendo levado pela maré e pode até mesmo aparecer no litoral do Rio Grande do Sul.
- A distância entre o local em que ele teria pousado e de onde os balões foram encontrados é muito grande (160 km). Quanto mais tempo se passa, maiores as chances da maré levar ele para o Rio Grande do Sul - diz Coelho, que descartou que o corpo encontrado por volta de 23h entre Camburiú e Navegantes fosse do padre.
O religioso saiu de Paranaguá (PR) com destino a Dourados (MS), às 13h de domingo, após rezar uma missa, mas os ventos o desviaram para o litoral. Ele teria caído a 40 quilômetros da costa, em São Francisco do Sul (SC) onde pedaços de balões foram encontrados perto da praia.
Segundo o comandante, a temperatura da água em Santa Catarina continua em torno de 21ºC e 22ºC. Coelho começa a perder a esperança de que Carli esteja vivo.
- As chances de ele estar vivo são mais remotas, mas ainda existem chances. Depende das condições físicas e psicológicas do padre - afirmou.
Padre já foi expulso de escola de vôo
Aderli de Carli já foi expulso de uma escola de vôo livre de Curitiba há cerca de três anos. De acordo com o professor e sócio da escola Vento Norte, Kauan Felipe Lichtonow, o religioso, que está desaparecido desde domingo, mostrou indisciplina e inexperiência no tempo em que ficou na escola de parapente.
- Ele fez aula só um tempo, um mês mais ou menos. O padre foi muito indisciplinado, não quis participar das aulas teóricas. Ele não nos respeitava. Nós pedíamos para ele fazer uma coisa e ele fazia outra - explicou Lichtonow, que afirma que o padre não mostrou nenhuma experiência com parapente.
- Acho que ele não tinha nem experiência com pára-quedas, como afirmou ter - disse.
O presidente da Federação Paranaense de Balonismo, Adriano Perini, chegou a ligar para Carli para tentar fazê-lo desistir da idéia do vôo. O padre também não tinha autorização de nenhum órgão de controle de tráfego aéreo para voar em um balão.
Mas o irmão do padre, Marcos de Carli, afirma que tudo foi feito dentro da lei e que o religioso tinha sim experiência de vôo.
- Ele tinha cursos de vôo. Fez tudo dentro da lei, isso é tudo boato. Não foi feito nada em cima da hora, foram quatro, cinco meses de planejamento - afirmou Marcos, que acompanha as buscas em Santa Catarina e mantém a esperança de encontrar o irmão com vida.
- A expectativa da família é que ele esteja em alguma ilha perdido precisando de socorro. A gente está preocupado com ele.
Em busca de apoio para a Pastoral
O padre tentou realizar um vôo inusitado com uma cadeira de parapente amarrada a cerca de mil balões de festa enchidos com gás hélio. Ele viajou com roupa térmica, levou dois celulares e um aparelho GPS que, porém, não sabia utilizar. A viagem tinha como objetivo despertar a atenção para a Pastoral Rodoviária, projeto idealizado por ele para promover apoio aos caminhoneiros que chegam ao porto de Paranaguá. Ele pretendia levantar fundos para a obra de construção da sede do projeto.
Na hora da partida, o tempo estava fechado e chovendo, mas o padre alegou que as nuvens estavam baixas e que ele logo passaria por elas, de acordo com a coordenadora. Pouco antes de decolar, ele chegou a dizer em resposta a uma repórter:
- Não é teimosia voar com esta chuva, porque eu ultrapasso. Eu vou voar 10 minutos e eu passo a chuva. Aí eu vou voar sempre com tempo bom - disse ele.
Essa não foi a primeira vez que Carli desafiou os céus. Ele levantou vôo com 500 balões em janeiro deste ano, em Ampere, no Sudoeste paranaense. O padre atingiu 5.337 metros e desceu quatro horas depois, a 110 quilômetros dali, em San Antonio, na Argentina. Para se aproximar do chão e pousar, o padre usou um estilete, com o qual furou e soltou parte dos balões.
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/0 ... 015202.asp
FLORIANÓPOLIS E RIO - O padre Aderli de Carli, de 41 anos, que decolou há três dias suspenso por mil balões de festa coloridos, continua desaparecido. As buscas prosseguem nesta quarta-feira. Segundo a Capitania dos Portos de São Francisco do Sul, além de dois navios da Marinha, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) auxilia na procura do padre. Como na terça-feira foram localizados os balões que o padre usava e o que pode se tratar da cadeira utilizada por ele a 50 quilômetros a leste de Florianópolis , a extensão da área de busca foi ampliada em 100 quilômetros entre São Francisco do Sul até Navegantes.
Para o capitão do Grupamento Aéreo da Polícia Militar de Santa Catarina, Nelson Henrique Coelho, o local onde foram encontrados os balões sugerem que o padre pode estar sendo levado pela maré e pode até mesmo aparecer no litoral do Rio Grande do Sul.
- A distância entre o local em que ele teria pousado e de onde os balões foram encontrados é muito grande (160 km). Quanto mais tempo se passa, maiores as chances da maré levar ele para o Rio Grande do Sul - diz Coelho, que descartou que o corpo encontrado por volta de 23h entre Camburiú e Navegantes fosse do padre.
O religioso saiu de Paranaguá (PR) com destino a Dourados (MS), às 13h de domingo, após rezar uma missa, mas os ventos o desviaram para o litoral. Ele teria caído a 40 quilômetros da costa, em São Francisco do Sul (SC) onde pedaços de balões foram encontrados perto da praia.
Segundo o comandante, a temperatura da água em Santa Catarina continua em torno de 21ºC e 22ºC. Coelho começa a perder a esperança de que Carli esteja vivo.
- As chances de ele estar vivo são mais remotas, mas ainda existem chances. Depende das condições físicas e psicológicas do padre - afirmou.
Padre já foi expulso de escola de vôo
Aderli de Carli já foi expulso de uma escola de vôo livre de Curitiba há cerca de três anos. De acordo com o professor e sócio da escola Vento Norte, Kauan Felipe Lichtonow, o religioso, que está desaparecido desde domingo, mostrou indisciplina e inexperiência no tempo em que ficou na escola de parapente.
- Ele fez aula só um tempo, um mês mais ou menos. O padre foi muito indisciplinado, não quis participar das aulas teóricas. Ele não nos respeitava. Nós pedíamos para ele fazer uma coisa e ele fazia outra - explicou Lichtonow, que afirma que o padre não mostrou nenhuma experiência com parapente.
- Acho que ele não tinha nem experiência com pára-quedas, como afirmou ter - disse.
O presidente da Federação Paranaense de Balonismo, Adriano Perini, chegou a ligar para Carli para tentar fazê-lo desistir da idéia do vôo. O padre também não tinha autorização de nenhum órgão de controle de tráfego aéreo para voar em um balão.
Mas o irmão do padre, Marcos de Carli, afirma que tudo foi feito dentro da lei e que o religioso tinha sim experiência de vôo.
- Ele tinha cursos de vôo. Fez tudo dentro da lei, isso é tudo boato. Não foi feito nada em cima da hora, foram quatro, cinco meses de planejamento - afirmou Marcos, que acompanha as buscas em Santa Catarina e mantém a esperança de encontrar o irmão com vida.
- A expectativa da família é que ele esteja em alguma ilha perdido precisando de socorro. A gente está preocupado com ele.
Em busca de apoio para a Pastoral
O padre tentou realizar um vôo inusitado com uma cadeira de parapente amarrada a cerca de mil balões de festa enchidos com gás hélio. Ele viajou com roupa térmica, levou dois celulares e um aparelho GPS que, porém, não sabia utilizar. A viagem tinha como objetivo despertar a atenção para a Pastoral Rodoviária, projeto idealizado por ele para promover apoio aos caminhoneiros que chegam ao porto de Paranaguá. Ele pretendia levantar fundos para a obra de construção da sede do projeto.
Na hora da partida, o tempo estava fechado e chovendo, mas o padre alegou que as nuvens estavam baixas e que ele logo passaria por elas, de acordo com a coordenadora. Pouco antes de decolar, ele chegou a dizer em resposta a uma repórter:
- Não é teimosia voar com esta chuva, porque eu ultrapasso. Eu vou voar 10 minutos e eu passo a chuva. Aí eu vou voar sempre com tempo bom - disse ele.
Essa não foi a primeira vez que Carli desafiou os céus. Ele levantou vôo com 500 balões em janeiro deste ano, em Ampere, no Sudoeste paranaense. O padre atingiu 5.337 metros e desceu quatro horas depois, a 110 quilômetros dali, em San Antonio, na Argentina. Para se aproximar do chão e pousar, o padre usou um estilete, com o qual furou e soltou parte dos balões.
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/0 ... 015202.asp