Quarta, 26 de Março de 2008
03-25 07:30
Compra da Spanair sujeita a condições
O fundo de investimento português Longstock Financial, dono da companhia aérea Air Luxor, em conjunto com a companhia aérea ‘charter’ espanhola Gadair, está a ultimar os pormenores da compra da Spanair. O negócio deve ser assinado no final desta semana mas, neste momento, está dependente da negociação de uma condição no contrato a assinar com a SAS, companhia escandinava que detém 100% da Spanair.
Cátia Simões
O consórcio tem o apoio do poder político da Catalunha, já que foi acordado tornar o aeroporto de El Prat a base da Spanair, utilizando o terminal Sul da infra-estrutura para voos da Star Alliance, aliança de companhias aéreas da qual também faz parte a TAP.
Quem o garante é Vítor Pinto da Costa, presidente da Longstock Financial, que está a negociar a compra da espanhola desde Agosto, tendo tornado o interesse público em meados de Fevereiro. Em entrevista ao Diário Económico, o gestor avançar alguns pormenores do negócio, e o que falta para o concretizar.
O que falta para a concretização da compra?
Estamos há duas semanas a discutir os detalhes do contrato, mas à última hora foi posto em cima da mesa uma condição por parte da SAS que nós não aceitamos. Teremos de pagar 100 milhões de euros adiantados, como garantia, caso aconteça alguma coisa ao negócio, por exemplo, se a Concorrência não autorizar. Isto foi posto em cima da mesa dois dias antes de assinarmos o contrato e agora estamos a discutir esta condição. Falámos com a UBS e explicámos que não aceitamos esta condição, mas a UBS também não prescinde dela.
Pode comprometer o negócio?
Pode, porque isto foi posto em cima da mesa no final da semana passada, no último dia de análise do contrato. Os advogados estão a tratar do assunto e estamos à espera de resposta no que toca à negociação. Resolvendo esta questão temos tudo acertado e o negócio pode avançar.
E caso não avance?
Então a SAS provavelmente vende à Iberia, mas a nossa proposta é superior à deles. A Iberia propõe cerca de 300 milhões de euros e assume a dívida da Spanair. Nós propomos 450 milhões de euros e recebemos a empresa já livre de dívida. O financiamento é feito por nós e por bancos, mas prefiro não dizer quais até o contrato estar assinado. Estará tudo concluído assim que tivermos uma resposta. Estamos a negociar desde Agosto do ano passado, quando a empresa foi posta à venda. Mas no dia 31 de Março começa o Verão IATA e se não tivermos possibilidade de planear a nossa operação a contar com o Verão, então a compra deixa de ser tão interessante.
Qual o objectivo para comprar a Spanair?
Queríamos recuperar o que não conseguimos ganhar com o problema da Air Luxor e ter uma companhia aérea forte. Queremos também criar um grande grupo de aviação europeu, juntamente com a Aerocondor, que também comprámos, e criar um concorrente forte à Iberia em Espanha.
Como reage à oposição dos funcionários da companhia em ser a Longstock e a Gadair a comprar a Spanair?
Não tenho conhecimento disso. Mas o nosso plano de negócio não põe em causa os postos de trabalho.