juarez castro escreveu:Caro Orestes!
Parabéns pelo texto que traz uma opinião bem clara e objetiva sobre o tema.
Se tu permitires, gostaria de questionar 2 pensamentos contidos no texto, o que relata a questão dos UAVs, onde, eu respeitosamente discordo de sua opinião, pois os desenvolvimentos recentes já permitem que um UAV seja reabastecido em vôo por outro UAV, se caminha para homologação de um modelo AWACS, capaz de operar de pequenos convôos.
A outra questão está na seguinte afirmativa:
" Uma força naval que possua um porta-aviões possuirá as características de mobilidade, flexibilidade, versatilidade e capacidade de permanência. que permitirá cumprir um espectro de missões........"
Desde que o mesmo possa ser defendido consistentemente das ameaças submarina, e aquelas representadas por misseis ar/mar, mar/mar e principalmente sub/mar, o que seguramente não ocorre com o SP na MB.
No mais o amigo foi perfeito.
Olá amigo Juarez,
obrigado pelas palavras e carinho pessoal. Minha intenção com o trabalho era de divulgar a importância dos fundamentos e conceitos, não apenas na MB, mas em todas as três Forças. Comecei pela MB, com o tempo vou avançando se o caminho trilhado estiver correto.
O Marino já respondeu os pontos levantados por você, e de maneira correta, da forma que eu entendo as coisas. Mas vamos ao meu ponto de vista.
1) Sobre os UAV´s: lembro-me de quanto o mesmo se tornou "moda", todos diziam que substituiria os caças tripulados. Isso morreu, nem os americanos acreditam mais nisso (palavras deles).
Ainda falta muito para os UAV´s fazerem a diferença. Claro que são importantes, mesmo com o que existe hoje, mas ainda falta muito, principalmente para uso naval.
Como eu disse no artigo, os UAV´s apresentam a característica de baixa permanência nas operações e não são muito versáteis. O fato de que alguns já podem ser reabastecidos não muda o quadro, pois ainda apresentam problemas em áreas muito distantes e de grandes dimensões. Quanto a versatilidade, nem se fala, deixa muito a desejar.
Mas observe que o cenário analisado no texto para uso dos UAV´s é o naval, e isto faz grande diferença. Para cenários terrestres, tudo bem. Neste ambiente (naval) ainda falta muito para me convencer que um UAV é efetivo, mas deixo claro (como no artigo) que a MB não pode ignorar a existência deste meio, tem que investir, mas o mesmo não substitui (hoje e nem no futuro de médio prazo) outros meios navais.
2) Quanto a frase: "Uma força naval que possua um porta-aviões possuirá as características de mobilidade, flexibilidade, versatilidade e capacidade de permanência. que permitirá cumprir um espectro de missões..." A mesma está corretíssima, não pensei no Nae São Paulo, mas em um PA que a MB deveria ter.
Se o SP não cumpre todo o esperado, não acredito que seja por incompetência da MB, mas dos Governo que estiveram no poder nos últimos anos. Sem dinheiro não se mantém uma máquina de guerra.
O objetivo do artigo é mostrar a importância de se ter um PA efetivo na MB, a necessidade deste meio naval para o Brasil e o que ele significa do ponto de vista político e estratégico. Não é porque existem deficiências que deve-se jogar fora o que foi conquistado, pelo contrário, deve-se investir e muito para se ter algo verdadeiramente operacional.
Hoje e nos próximos anos o que a MB pode ter em termos de PA é mesmo o SP. Então que o deixemos operacional e combativo. Não vale argumentos do tipo: se é pra ter isso, que não tenha. Argumento ingênuo (não é o seu caso). Vamos investir pesadamente no PA, em suas escoltas e criar condições para defesa do mesmo em todos os sentidos, para que ele possa realizar suas missões.
O que não aceito é que leigo que fazem parte do poder queiram transformar a MB em uma guarda costeira, e a FAB em uma forma de transportes aéreos. Aí definitivamente não.
Porque o amigo com certeza já sabe que aqueles que querem destruir a MB, são os mesmo que querem destruir a FAB, mas para a segunda a bomba ainda não foi anunciada para o grande público, nem nas entrelinhas. Vou cutucar, a patota que está por trás de meia dúzia de dois ou três do MD é a mesma patota revolucionária do governo FHC. Lembra-se do estrago? É disso que falo!
Forte abraço,
Oreestes