rcolistete escreveu:Olá Sintra,
Tenho essa curiosidade. Na sua opinião pessoal, qual seria o caminho que a FAB devia tomar no FX-2 (até 2010) e FX-3 (substituição de F-5EM/FM e AMX-M depois de 2020) ? Um só caça ou dois ? Quais ? Eurofighter, Gripen, Rafale, Su-35, F-18 E/F, Pak-FA, F-35, etc ?
E Portugal ? Pós F-16 MLU, pensa em quê ? É especulação ou já há alguma previsão oficial quanto a isso ?
A Embraer junto com a OGMA em Portugal poderia credenciar uma maior colaboração entre Portugal e Brasil na operação e aquisição futura de aeronaves ? C-390, por exemplo ?
Abraços, Roberto
Roberto
Uiiii, em que "saco de gatos" tu queres que eu me meta
Correndo o risco de ser "apedrejado" (tenho evitado dar "bitaites" em relação à vossa Força Aérea porque eu sou do outro lado do "lago") cá vai:
1- A primeira coisa a fazer é uma reestruturação de "alto a baixo" da FAB.
Alguma coisa está muito mal quando um serviço com quase 74000 mil "homens" não consegue alinhar um par de esquadrões de aviões de combate modernos (o seu "core business", FORÇA aérea, não é a mesma coisa que POLICIA aérea ou TRANSPORTES aéreos) e que permite que os seus equipamentos sejam uma "torre de babel" de proveniências, o que vai criar problemas logisticos completamente desnecessários.
Como comparação a "RAF" é composta por 46000 elementos, o "l'armée de l'air " é composto por 65000 elementos, o "Ejercito del Aire" é composto por cerca de 28000 elementos, a Royal Australian Air Force por cerca de 16000 elementos, etc, etc...
Primeiro passo, standardizar equipamentos, cortar no nº de elementos (principalmente os de topo), eliminar a redundância de pistas, LARGAR de vez serviços que devem ser feitos por civis (controlo do espaço aéreo por exemplo), acaba-se com os deperdicios e redundâncias em termos de investigação (alguém me explica porque é que o Brasil está a gastar dinheiro em dois AAM´s IR ao mesmo tempo?!
), etc, etc, etc
"Leaner and meaner"
Agora vamos ver a parte do equipamento e da estrutura.
Num mundo ideal é facil, agarra-se no projecto FX-1, actualiza-se o concurso com as versões mais recentes dos aparelhos (e já que estamos num mundo ideal, a concurso entram apenas bimotores), escolhe-se aquele que a FAB quer, compram-se 150 deles, com os primeiros 24 a serem entregues imediatamente e os proximos a serem "montados" na Embraer. De seguida retira-se o "Museu Aéreo" pela seguinte ordem Matusa, AMX e F5E, espalha-se 6 "esquadras" de 12 aviões cada, pelo país e utiliza-se as "airframes" restantes como "back-up". Em termos de transporte fica-se apenas com dois tipos de aviões, o "Casa" e o C-390, a frota de AEW, Patrulha Maritima, Guerra Electrônica, Transporte VIP, etc standardiza num unico modelo, o EMB-145 (ok, deixamos o Lula ficar com um avião um "bocadinho" maior), em termos de helicopteros, dois modelos também, um pequeno multifunções e outro médio/pesado (estes dois modelos seriam também "standard" para a MB e o EB).
Agora é ABSOLUTAMENTE ESSENCIAL que seja garantido que a metade dos elementos que ia restar tivesse ordenados DIGNOS, tivesse treino, condições logisticas, etc, etc, estou a falar em colocar esta força a um nivel "Médio" NATO (pelo menos).
No final de uma década vocês iam ter UMA FORÇA aérea muitissimo mais capaz e com metade do pessoal.
Agora para se fazer isto é necessário DEZ coisas, vontade politica, dinheiro, vontade politica, vontade politica, vontade politica, dinheiro, vontade politica, vontade politica, dinheiro e vontade politica...
Agora estou a ouvir uma vozinha a dizer "Earth calling Rui Oliveira"...
No mundo "Real", a primeira coisa é... fazer à FAB precisamente o que eu já descrevi acima...
Em termos de equipamentos, teria de ser algo bastante mais "prosaico", eventualmente um HI-LO, em que o LO fosse um monomotor com as caracteristicas minimas (tipo Mach1,8, BVR "fire and Forget shooter", 9 g´s, etc), eventualmente em segunda mão, com a condição de ser relativamente barato de operar, teriam de ser adquiridos bastantes dezenas de aparelhos de forma a substituir todos os AMX e F5 da FAB. Só consigo ver dois aviões nesta classe, o Gripen e o "Viper", as outras três alternativas, duas, o LCA Indiano e o J-10 Chinês, são demasiado "foclóricas" para serem levadas a sério (alguém "mete as mãos no fogo" pelo apoio logistico por parte dos Chineses ou Indianos? Parece-me bem que não) e o Mirage 2000 não apresenta condições para ocupar o lugar devido ao elevado nº de horas que os actuais "airframes" já voaram e pela inexistência de quantidades suficientes destes aviões disponiveis no mercado.
O HI seria um Bimotor e seria adquirido novo em pequenos nºs, limitar-se-ia a substituir os Mirage2000, eventualmente estamos a falar de 24 unidades. Este aparelho deveria "Top of top´s, best of the best" e em termos de estrutura logistica e armamento ter o máximo de "Standardização" com o LO. Vejo três aviões que responderiam (mais coisa menos coisa) a estes critérios, o "Super Hornet", o "Streak Eagle" e o "Typhoon".
Em termos de Portugal, uma parte do que eu escrevi para a FAB também se aplica na FAP, a unica diferença é o tamanho e ainda juntaria "UM TREMENDO PONTAPÉ" nas OGMA...
Quanto a plataformas pós F-16, ainda não existe nada "oficial", mas a FAP já fez saber através de declarações públicas de va´rios oficiais generais que quer o F35A (em 2019, dizem eles, mas cá para mim estão com um ataque de optimismo), e eu concordo, é o substituo natural do "Viper". Isto claro desde que a factura não seja horrorosamente salgada (ou seja desde que se mantenha por valores próximos dos Eurocanards/Superbug).
Abraços
(Sintra prestes a ser apedrejado
)
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