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Mensagem
por Clermont » Qui Jul 01, 2004 12:42 am
Grandes filmes de guerra?
Deixa ver o que vem à cabeça sem nenhuma ordem específica:
1) Sem Novidades no Front: Imortais diálogos e a memorável cena final que entrou para a história. Além do mais, um filme que foi odiado e proibido pelos porcos nazistas merece uma olhadela.
2) Platoon: Muito bom na representação do que acontece quando o tenente comandante do pelotão não consegue se impor sobre o sargento ajudante do pelotão e os sargentos de GC. Grandes cenas de combate.
3) Resgate do Soldado Ryan: Quem esteve lá, na Normandia, disse que foi a coisa mais próxima da realidade do Dia D as cenas representadas na parte inicial do filme. Gente sensível se choca fácil com o filme.
4) O Mais Longo dos Dias: Claro, não tem as representações realistas do filme mais recente sobre o tema. Porém, tem alguma coisa que não se vê mais hoje em dia: grandiosidade. Vários ex-combatentes do Dia D, participaram como pontas nas filmagens. E uma incrível quantidade de astros da década de 60, de Sean Connery até Marlon Brando. E, é claro, tinha Jonh Wayne.
5) As Areias de Iwo Jima: Não é um grande clássico mundial, mas tem cenas excelentes. Como curiosidade, traz a presença de alguns dos comandantes dos U.S. Marines representando a si próprios durantes as batalhas de Tarawa e Iwo Jima. E, convenhamos, tem Jonh Wayne. De novo. A cena que ele ensina esgrima de baionetas a um fuzileiro naval é deliciosa.
6) Uma Ponte Longe Demais: Outro filme épico. Com cenas memoráveis. Como a barragem de artilharia que abriu da ofensiva do XXX Corpo britânico; ou o ataque do batalhão de reconhecimento da 10a Divisão Panzer SS contra a ponte sob domínio dos "Diabos Vermelhos" britânicos. Ah, também tinha Sean Connery. E a deliciosa Liv Ulman.
7) Tora! Tora! Tora!: Uma vez, eu li que esse filme gastou mais dólares do que o ataque japonês à Pearl Harbor. Pra falar a verdade, nunca acreditei muito nisso. Mas que o filme é inigualável, ah isso é.
8 ) Apocalipse Now!: Um outro tipo de filme de guerra. Denso, psicológico, delirante. E inesquecível. Aquela cena do ataque da Cavalaria americana ao som da "Cavalgada das Valquírias" é de tirar o fôlego. Impressionante o que o Robert Duvall faz com aquela ponta: "Adoro o cheiro de napalm! É o cheiro da vitória!" E, é claro, tinha "The Doors" como trilha sonora. Que pena que Jim Morrison já tivesse morrido, ele iria adorar o estilo do filme...
9) Nascido Para Matar: A primeira parte, mostrando como se forjam os "centuriões da América" é fenomenal. O ator que faz o sargento-instrutor merecia ter ganho algum prêmio. Claro que facilitou o fato dele ser mesmo um ex-combatente do Vietnam.
10) As Pontes de Toko-Ri: Um filme elegante, típico da época. Mas com cenas de ação sensacionais. Se não me engano, a deliciosa esposa do oficial (era William Holden?) era Grace Kelly, certo?
11) A Cruz de Ferro: Tinha algumas incongruências. Difícil acreditar que tenha existido um comandante de batalhão de infantaria alemão que não soubesse engatilhar uma submetralhadora MP-40. Mas aquele sargento linha-dura (James Coburn) que cagava e andava para qualquer oficial deve ter sido fonte de inspiração para muito sargento da vida real, no mundo todo. Um diálogo ótimo que eu não esqueço era assim:
"- Desculpe, senhor. Mas eu acho que ele já está morto!
- Eu sei que ele está morto!
- Então, por quê o senhor continua a esfaqueá-lo?
- Não sei. Só sei que isso me faz bem!"
12) Os Doze Condenados: Um filme absolutamente inesquecível. Com o grande Lee Marvin dando o melhor de si. Na verdade, como filme de guerra, estritamente falando, não é lá essas coisas. Os combates da parte final não me convencem. Mas o filme é um clássico, só pela parte inicial, mostrando a seleção de doze sujeitos marcados para morrerem na forca, e a tranformação deles numa unidade de incursores, sob o comando implacável de um major linha-dura (mas que, no fundo, era uma mãe para seus homens). A gente entende bem o desempenho de Lee Marvin quando ficamos sabendo que ele foi um ex-combatente dos Fuzileiros Navais, participando de dúzias de combates cerrados contra os japoneses, enquanto fazia parte de uma unidade de elite do USMC.
13) Glória: Esse é um filme deslumbrante, ambientado na Guerra Civil americana. Não só uma simples história de guerra, mas uma história de honra e dignidade. O filme narra a formação do 54o Regimento de Infantaria de Voluntários de Massachussets, a primeira unidade do Exército da União formada por negros. Uma porção de atores dando um show de bola. Denzel Washington, Matthew Broderick, Morgan Freeman. As cenas de combate são fantásticas, principalmente a última, o ataque ao Forte Wagner.
14) O Álamo: Outro daqueles filmes grandiosos típicos de Hollywood. Mostrando a famosa batalha, travada em 1836, no qual os texanos foram aniquilados pelos mexicanos. Mas só depois de fazerem um belo estrago no inimigo. De tirar o fôlego as cenas de combates, principalmente no assalto final, quando a infantaria mexicana escala os parapeitos da fortificação texana. E tem John Wayne. De novo.
15) O Senhor da Guerra: Ambientado nos Tempos Medievais, é o mais nobre e autêntico filme retratando essa época que eu me lembre de ter visto. Embora a guerra não seja seu tema principal, eu o considero um representante do tema devido aos terríveis combates entre os normandos e os invasores frísios pela controle de um castelo. Ah, e quem ouvir a trilha sonora não a esquecerá jamais. E o ator principal era o "Ben-Hur", digo, o "Moisés", digo o Charlton Heston.
16) Alexandre Nevski: Vou mencionar esse filme. Embora nunca o tenha visto, só os trailers. Mas o filme é tão famoso, e tem uma história de arma de propaganda por trás dele que merece uma menção. De autoria de Sergei Eisenstein, retrata a luta do príncipe russo Alexandre Nevski contra a ânsia expansionista e colonizadora da Ordem do Hospital de Santa Maria dos Alemães. Feito em 1938, foi uma arma de propaganda contra o perigo da expansão nazista. A cena do combate final, por sobre o congelado Lago Peipus, quando os Cavaleiros Teutônicos são aniquilados, faz parte de qualquer coletânea de cinema.
17) Henry V: Talvez a rapaziada considere esse filme teatral e empolado demais. Mas não tem jeito, afinal é uma filmagem de uma obra de Shakespeare. Mas as cenas de luta na Batalha de Agincourt entre ingleses e franceses são tremendonas. Ah, e tem também o "Non Nobis", se alguém tiver interesse em ouvir esse salmo da Bíblia sendo entoado no estilo gregoriano. Salmo esse que se constituiu no canto de guerra dos Cavaleiros Templários.
E além desses tem uma miríade de outros filmes do tipo "Classe B", cujos nomes já me esqueci nesses anos todos. Mas alguns deles são notáveis. Como um sobre a Guerra da Coréia, com outro grande ator Richard Widmark, interpretando um sargento instrutor linha dura. Ao ouvir outro sargento, no rancho, o criticar por ser muito duro com os recrutas, dizendo: - "Puxa! Ele é pior do que o combate!" Ele vira bicho parte para cima e grita: - "Estúpido! Não existe nada pior do que o combate!"
Ah, tem mais uma coisinha. Não sei até que ponto isso diferencia os filmes de uma época anterior dos dias de hoje. Mas o fato é que, um grande número dos grandes astros de Hollywood dos anos 50-60, até 70, era ex-combatente da Segunda Guerra Mundial. Até algumas atrizes (das mais belas e famosas) viram, bem de perto, o horrores da guerra.
Pelo menos, a gente pode ficar certo de que muitos deles sabiam sobre o que estavam representando. Ainda que alguns filmes pecassem pelo estilo da época, muito glorioso, mas nem sempre realista.