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Mensagem
por Marino » Ter Mai 15, 2007 9:14 am
Evo quer aviões negados a Chávez
Venda de Supertucanos à Bolívia depende de financiamento do BNDES; valor pode chegar a US$ 100 milhões
Roberto Godoy
A venda para a aviação militar da Bolívia de 12 a 20 turboélices AT-29 Supertucano, da Embraer, depende da abertura de uma linha de financiamento pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor estimado do contrato, considerado pela empresa em fase inicial de discussões, varia entre US$ 60 milhões e US$ 100 milhões, dependendo da configuração a ser definida para a aeronave de ataque e treinamento.
Em 2005, o banco deveria ter realizado uma operação desse tipo envolvendo a exportação de 24 aeronaves do mesmo modelo para a Venezuela. Um embargo dos Estados Unidos ao fornecimento para o regime de Hugo Chávez de equipamentos militares que utilizem componentes de tecnologia dos EUA impediu que o negócio fosse concluído.
O chefe do Estado-Maior da aviação boliviana, general Carlos Daniel Salazar Osório, pilotou o AT-29 durante uma hora na base aérea de Natal, no Rio Grande do Norte, durante visita realizada em abril. Osório também esteve na unidade da Embraer em Gavião Peixoto, região da Araraquara, onde são fabricados os turboélices.
REAPARELHAMENTO
O presidente Evo Morales está executando um plano de reequipamento das Forças Armadas da Bolívia e conta com amplo apoio de Chávez na iniciativa de modernizar a estrutura operacional da defesa.
O presidente da Venezuela doou à Bolívia dois helicópteros pesados Super Puma, mais um estoque não detalhado de armas leves, e está recebendo oficiais bolivianos para treinamento. Com freqüência, as viagens internacionais de Evo são feitas em jatos executivos da frota presidencial venezuelana.
Vender os Supertucanos seria uma forma de compensar a influência, até agora única, de Chávez , acredita um diplomata ligado ao Departamento da Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores e com grande experiência nas relações com os países andinos.
O general Freddy Bursatti, comandante do Exército da Bolívia, gostaria que técnicos brasileiros cuidassem da revitalização dos cerca de 50 blindados Cascavel e Urutu, além de dezenas de caminhões, comprados há 20 anos da extinta Engesa. Essa intenção foi revelada durante visita do general a Brasília, em setembro do ano passado. Os veículos estão mal conservados. Segundo o general Bursatti, em determinadas guarnições os couraçados estão ao relento, onde foram deixados à medida que saíam de operação. O Cascavel é armado com canhão 90mm e metralhadoras 7.62mm. O Urutu é usado para transporte de tropas.
Na América Latina, o Supertucano que interessa à Bolívia - e já é utilizado por Brasil e Colômbia - também está está sendo negociado com a República Dominicana numa versão de vigilância armada de fronteiras. O modelo pretendido incorpora câmeras de visão noturna e sensores térmicos de acompanhamento de movimento.
O avião padrão sai da Embraer equipado com sistemas eletrônicos digitais de alta tecnologia. Voa a 550 km por hora, leva 1,5 toneladas de bombas, mísseis e foguetes. Pode permanecer até sete horas no ar em regime de patrulha armada.