17/07/2011 - 19:38 | Efe | Lisboa
Portugal diz que há um desvio de 2 bilhões de euros em contas públicas
O governo português informou neste domingo (17/07) que existe um "desvio" nas contas públicas de cerca de 2 bilhões de euros que obrigará a reforçar as medidas de contenção da despesa para "tapar o buraco" e cumprir seus objetivos de redução do déficit.
Assim confirmou em declarações aos jornalistas o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, quando participava de um ato de seu grupo, o Partido Social Democrata (PSD, centro-direita) na localidade de Vila Real, ao norte do país.
Passos Coelho, vencedor nas eleições legislativas de 5 de junho, fez referência neste domingo publicamente e pela primeira vez a este "desvio" sobre o qual já falou durante uma reunião com membros de seu partido no início desta semana, em uma conversa privada que vazou à imprensa.
"Quando chegamos ao governo não pudemos deixar de olhar à situação na qual nos encontramos. Não é para responsabilizar ninguém que esteve antes, isso já foi feito nas eleições, mas para saber em que medida necessitamos ajustar nossas políticas", explicou o líder conservador em seu discurso perante os militantes.
Este buraco nas finanças públicas de cerca de 2 bilhões de euros em relações aos números previstos no balanço de despesas e receita do Estado - realizado pelo anterior Executivo - obrigará a intensificar os esforços de redução do gasto público.
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/n ... 3611.shtml
Crise Econômica Mundial
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Re: Crise Econômica Mundial
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
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Re: Crise Econômica Mundial
Economia
Desvalorização do dólar foi um fracasso
Historicamente tentativas de melhorar a competitividade através de desvalorizações falharam, diz James C. Rickards, da Omnis, um especialista financeiro norte-americano envolvido na criação de fundos de alto risco e de fundos de fundos. Avisa para o risco de "uma guerra financeira total".
Jorge Nascimento Rodrigues (www.expresso.pt)
12:25 Segunda feira, 18 de julho de 2011
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A política de desvalorização do dólar seguida pelos Estados Unidos teve dois resultados: os números da balança comercial continuam a desapontar e essa estratégia está a lançar as sementes de uma guerra de divisas total. É a opinião de James G. Rickards, diretor de Inteligência de Mercado e administrador da Omnis, um especialista financeiro norte-americano envolvido na criação de fundos de alto risco e de fundos de fundos, em entrevista ao Expresso.
O dólar desvalorizou-se face ao euro nos últimos doze meses quase 15%. E em relação à moeda chinesa - o yuan ou renminbi -, a divisa norte-americana quase desvalorizou 19% desde 1 de janeiro de 2007. Desde o final desta última recessão em 2009, a desvalorização do dólar face a um cabaz de seis moedas (euro, iene, libra, franco suíço, dólar canadiano e dólar australiano) foi superior a 10%, segundo a Shadow Government Statistics. Em relação a 1985, a queda é superior a 50%.
Os estrategos norte-americanos esperavam que o resultado fosse positivo na balança comercial da maior potência económica do mundo. Ora a dinâmica mensal do défice comercial tem revelado o acentuar de uma tendência negativa.
Dinâmica de crescimento do "buraco" comercial
O "buraco" comercial subiu, em termos mensais, para 50,3 mil milhões de dólares no final de maio, o último número oficial disponível. Entre maio de 2010 e maio de 2011, o valor do défice comercial americano, em termos de défices mensais, subiu 20% e entre janeiro de 2010 e janeiro de 2011 disparou 35%. O valor do défice, neste momento, para os seis meses e meio já decorridos, é superior a 289 mil milhões de dólares, segundo os dados ao segundo da American Economic Alert .
"Na realidade, os mais recentes números da balança comercial dos Estados Unidos são um desapontamento. Isto é normal, porque os padrões da balança comercial são muito difíceis de mudar no curto prazo. Por isso, o efeito imediato de uma desvalorização é aumentar o preço das importações e diminuir o preço das exportações sem mudar o 'mix" dos dois fluxos", sublinha-nos este especialista com mais de 30 anos de mercados.
"Historicamente, os esforços para aumentar o crescimento através de desvalorizações falharam. E não há razão para acreditar que o esforço atual para desvalorizar o dólar tenha mais sucesso. O mais provável é gerar inflação", prossegue Rickards, que publica trabalhos académicos na área da econofísica, ciências cognitivas, redes e gestão de risco.
Ele tem andado a chamar a atenção para a probabilidade de se gerar uma "guerra total financeira" à escala mundial, que evolua por "fases".
"A China, Índia, Rússia e outros ainda não estão preparados para um confronto com os Estados Unidos no campo de uma guerra financeira, diz-nos. Por ora, a principal ameaça ao dólar vem dos mercados de capitais e não dos países emergentes. Os mercados de capitais podem sair do dólar, independentemente de qualquer objetivo ou política dos governos. Esse cenário pode levar a um colapso caótico do dólar, em que a única alternativa seja o mercado livre do ouro".
O problema dos Estados Unidos não é o valor cambial do dólar. "Concordo que a questão real é estrutural. Mas não creio que se centre no problema da tecnologia, pois os EUA continuam a ter a melhor tecnologia do mundo", sublinha Rickards, para depois completar o argumento: "O problema tem a ver com quatro pontos: a) impostos elevados; b) despesa elevada do Estado; c) incerteza causada por políticas governamentais erráticas e intrusivas e mesmo regulamentação excessiva; e d) endividamento de mais". Um dos pontos que acha importante é "a liquidação dos bancos insolventes e a reorganização de todo o sector financeiro".
É de opinião, por isso, que é necessária uma mudança em todos esses planos. "Mas não creio que isso venha a acontecer, pelo que prevejo mais estagnação nos Estados Unidos", afirma com pessimismo.
Oportunidade europeia no padrão ouro
James Rickards admite que haja, também, essa tentação de usar a desvalorização como política na Europa: "Até agora, na guerra das desvalorizações, os principais ganhadores têm sido a China e os Estados Unidos e os principais perdedores a Europa e o Brasil. Contudo, isto poderá mudar, pois as pressões aumentam sobre os fabricantes europeus e brasileiros. Nessas circunstâncias, as retaliações podem começar. Mas podem tomar várias formas: controlos de capital, de novo, controlos das taxas de juro, levantamento de impostos sobre as importações e outras barreiras protecionistas ao comércio livre internacional".
No entanto, ele vê uma oportunidade interessante para a Europa - não a da desvalorização do euro, mas a do padrão ouro, o que pode ser surpreendente para os leitores europeus: "A Europa está em melhores condições para regressar ao padrão ouro do que a China ou a Rússia. Os Estados Unidos têm 8000 toneladas de ouro em reservas, mas o sistema da zona euro tem 10 mil. Em comparação a China tem pouco mais de mil toneladas e a Rússia menos. Se a Europa entrar no padrão ouro terá a divisa mais apetecida no mundo e poderá refinanciar facilmente as suas dívidas, colocando um ponto final na atual crise das dívidas soberanas".
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/desvalorizacao ... z1SVRBjnb7
Desvalorização do dólar foi um fracasso
Historicamente tentativas de melhorar a competitividade através de desvalorizações falharam, diz James C. Rickards, da Omnis, um especialista financeiro norte-americano envolvido na criação de fundos de alto risco e de fundos de fundos. Avisa para o risco de "uma guerra financeira total".
Jorge Nascimento Rodrigues (www.expresso.pt)
12:25 Segunda feira, 18 de julho de 2011
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A política de desvalorização do dólar seguida pelos Estados Unidos teve dois resultados: os números da balança comercial continuam a desapontar e essa estratégia está a lançar as sementes de uma guerra de divisas total. É a opinião de James G. Rickards, diretor de Inteligência de Mercado e administrador da Omnis, um especialista financeiro norte-americano envolvido na criação de fundos de alto risco e de fundos de fundos, em entrevista ao Expresso.
O dólar desvalorizou-se face ao euro nos últimos doze meses quase 15%. E em relação à moeda chinesa - o yuan ou renminbi -, a divisa norte-americana quase desvalorizou 19% desde 1 de janeiro de 2007. Desde o final desta última recessão em 2009, a desvalorização do dólar face a um cabaz de seis moedas (euro, iene, libra, franco suíço, dólar canadiano e dólar australiano) foi superior a 10%, segundo a Shadow Government Statistics. Em relação a 1985, a queda é superior a 50%.
Os estrategos norte-americanos esperavam que o resultado fosse positivo na balança comercial da maior potência económica do mundo. Ora a dinâmica mensal do défice comercial tem revelado o acentuar de uma tendência negativa.
Dinâmica de crescimento do "buraco" comercial
O "buraco" comercial subiu, em termos mensais, para 50,3 mil milhões de dólares no final de maio, o último número oficial disponível. Entre maio de 2010 e maio de 2011, o valor do défice comercial americano, em termos de défices mensais, subiu 20% e entre janeiro de 2010 e janeiro de 2011 disparou 35%. O valor do défice, neste momento, para os seis meses e meio já decorridos, é superior a 289 mil milhões de dólares, segundo os dados ao segundo da American Economic Alert .
"Na realidade, os mais recentes números da balança comercial dos Estados Unidos são um desapontamento. Isto é normal, porque os padrões da balança comercial são muito difíceis de mudar no curto prazo. Por isso, o efeito imediato de uma desvalorização é aumentar o preço das importações e diminuir o preço das exportações sem mudar o 'mix" dos dois fluxos", sublinha-nos este especialista com mais de 30 anos de mercados.
"Historicamente, os esforços para aumentar o crescimento através de desvalorizações falharam. E não há razão para acreditar que o esforço atual para desvalorizar o dólar tenha mais sucesso. O mais provável é gerar inflação", prossegue Rickards, que publica trabalhos académicos na área da econofísica, ciências cognitivas, redes e gestão de risco.
Ele tem andado a chamar a atenção para a probabilidade de se gerar uma "guerra total financeira" à escala mundial, que evolua por "fases".
"A China, Índia, Rússia e outros ainda não estão preparados para um confronto com os Estados Unidos no campo de uma guerra financeira, diz-nos. Por ora, a principal ameaça ao dólar vem dos mercados de capitais e não dos países emergentes. Os mercados de capitais podem sair do dólar, independentemente de qualquer objetivo ou política dos governos. Esse cenário pode levar a um colapso caótico do dólar, em que a única alternativa seja o mercado livre do ouro".
O problema dos Estados Unidos não é o valor cambial do dólar. "Concordo que a questão real é estrutural. Mas não creio que se centre no problema da tecnologia, pois os EUA continuam a ter a melhor tecnologia do mundo", sublinha Rickards, para depois completar o argumento: "O problema tem a ver com quatro pontos: a) impostos elevados; b) despesa elevada do Estado; c) incerteza causada por políticas governamentais erráticas e intrusivas e mesmo regulamentação excessiva; e d) endividamento de mais". Um dos pontos que acha importante é "a liquidação dos bancos insolventes e a reorganização de todo o sector financeiro".
É de opinião, por isso, que é necessária uma mudança em todos esses planos. "Mas não creio que isso venha a acontecer, pelo que prevejo mais estagnação nos Estados Unidos", afirma com pessimismo.
Oportunidade europeia no padrão ouro
James Rickards admite que haja, também, essa tentação de usar a desvalorização como política na Europa: "Até agora, na guerra das desvalorizações, os principais ganhadores têm sido a China e os Estados Unidos e os principais perdedores a Europa e o Brasil. Contudo, isto poderá mudar, pois as pressões aumentam sobre os fabricantes europeus e brasileiros. Nessas circunstâncias, as retaliações podem começar. Mas podem tomar várias formas: controlos de capital, de novo, controlos das taxas de juro, levantamento de impostos sobre as importações e outras barreiras protecionistas ao comércio livre internacional".
No entanto, ele vê uma oportunidade interessante para a Europa - não a da desvalorização do euro, mas a do padrão ouro, o que pode ser surpreendente para os leitores europeus: "A Europa está em melhores condições para regressar ao padrão ouro do que a China ou a Rússia. Os Estados Unidos têm 8000 toneladas de ouro em reservas, mas o sistema da zona euro tem 10 mil. Em comparação a China tem pouco mais de mil toneladas e a Rússia menos. Se a Europa entrar no padrão ouro terá a divisa mais apetecida no mundo e poderá refinanciar facilmente as suas dívidas, colocando um ponto final na atual crise das dívidas soberanas".
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"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
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Re: Crise Econômica Mundial
meu deus, parece um texto de um cabeca de planilha recomendando o costumeiro receituario para uma republica de bananas.
os eua decairam MESMO!
salu2.
os eua decairam MESMO!
salu2.
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
Re: Crise Econômica Mundial
pafuncio escreveu:meu deus, parece um texto de um cabeca de planilha recomendando o costumeiro receituario para uma republica de bananas.
os eua decairam MESMO!
salu2.
Pois é, já foi tempo que medidas pontuais faziam a diferença, dado que existe todo um processo histórico que aponta para a decadência, não se reverte isso com medidas pontuais. Nem acredito que um governo tenha poder para fazer o necessário hoje nos EUA, isso só será possível quando a situação estiver bem pior que agora.
[]´s
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Re: Crise Econômica Mundial
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Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: Crise Econômica Mundial
Desentendimentos na Alemanha
Kohl acusa Merkel de estar a destruir o projecto europeu
18.07.2011 - 08:41 Por José Manuel Rocha
A revista Der Spiegel revelou que Helmuth Kohl afirmou a um amigo que as políticas europeias de Merkel são "muito perigosas".
Angela Merkel perdeu a confiança do homem que a ajudou a crescer politicamente. Helmut Kohl, o antigo chanceler alemão que teve um papel preponderante na construção do actual edifício europeu, queixa-se de que as políticas europeias de Merkel são "muito perigosas".
"Ela [Angela Merkel] está a destruir a minha Europa", terá confidenciado Helmut Kohl a um amigo que o visitou recentemente, segundo a edição de ontem da revista alemã Der Spiegel. O antigo chanceler referia-se, defende a revista, à forma como a Alemanha tem lidado com a corrente crise da dívida soberana na zona euro e ao papel de Merkel no desenvolvimento do projecto europeu e da moeda única.
Não é a primeira vez que Kohl, que adoptou Angela Merkel como delfim política ainda na década de 1990, tem palavras duras em relação à chanceler e às políticas do seu Governo. Há dois meses, quando recebeu o prémio Henry Kissinger, Kohl afirmou que "a Alemanha sempre teve sucesso quando ajudou os outros. Temos que continuar o nosso caminho." Todos viram nestas palavras uma crítica à forma como o Governo alemão estava a lidar com o novo pedido de ajuda financeiro da Grécia - um dossier que ainda não foi decidido.
Continuando, aos 81 anos, um claro entusiasta do projecto europeu, Kohl defendeu que o futuro da Alemanha é "com os seus vizinhos", com os "parceiros na União Europeia".
As críticas do antigo chanceler constituem mais um disparo na forte barreira de fogo político a que Angela Merkel está, actualmente, sujeita. Há poucos dias, Volker Bouffier, destacado dirigente da CDU e chefe do governo do estado do Hesse, dizia que a chanceler corria o risco de estar a destruir a herança pró-europeia do seu partido. E, à revista Der Spiegel, afirmava: "A Europa é um projecto político. É demasiado importante para ser deixada à mercê das agências de rating."
O responsável pelos temas económicos no partido que a chanceler lidera (a CDU), Kurt Lauk, sustentava, na semana passada, que pior para um país exportador como a Alemanha era ter uma população rendida aos valores do eurocepticismo. "O Governo tem que passar à ofensiva, rapidamente."
Cimeira à vista
O endurecimento e, particularmente, a dimensão das críticas à chanceler alemã advêm do facto de Angela Merkel estar a ser vista como o principal obstáculo à libertação de uma segunda ajuda financeira à Grécia. O impasse das últimas semanas fez disparar os juros da dívida pagos pelos países em crise e produziu efeitos de contágio a outros dois - a Espanha e a Itália. O primeiro-ministro Sílvio Berlusconi foi mesmo obrigado a acelerar o processo de aprovação de um orçamento de austeridade para evitar consequências mais graves.
Merkel frustrou a tentativa de convocação de uma cimeira europeia extraordinária para sexta-feira passada, mas depois acabou por aceitar que ela se realize na próxima quinta-feira. Para discutir o novo resgate da Grécia.
http://economia.publico.pt/Noticia/kohl ... eu_1503463
nunca pensei vir a escrever isto...meu rico Helmut Kohl

Kohl acusa Merkel de estar a destruir o projecto europeu
18.07.2011 - 08:41 Por José Manuel Rocha
A revista Der Spiegel revelou que Helmuth Kohl afirmou a um amigo que as políticas europeias de Merkel são "muito perigosas".
Angela Merkel perdeu a confiança do homem que a ajudou a crescer politicamente. Helmut Kohl, o antigo chanceler alemão que teve um papel preponderante na construção do actual edifício europeu, queixa-se de que as políticas europeias de Merkel são "muito perigosas".
"Ela [Angela Merkel] está a destruir a minha Europa", terá confidenciado Helmut Kohl a um amigo que o visitou recentemente, segundo a edição de ontem da revista alemã Der Spiegel. O antigo chanceler referia-se, defende a revista, à forma como a Alemanha tem lidado com a corrente crise da dívida soberana na zona euro e ao papel de Merkel no desenvolvimento do projecto europeu e da moeda única.
Não é a primeira vez que Kohl, que adoptou Angela Merkel como delfim política ainda na década de 1990, tem palavras duras em relação à chanceler e às políticas do seu Governo. Há dois meses, quando recebeu o prémio Henry Kissinger, Kohl afirmou que "a Alemanha sempre teve sucesso quando ajudou os outros. Temos que continuar o nosso caminho." Todos viram nestas palavras uma crítica à forma como o Governo alemão estava a lidar com o novo pedido de ajuda financeiro da Grécia - um dossier que ainda não foi decidido.
Continuando, aos 81 anos, um claro entusiasta do projecto europeu, Kohl defendeu que o futuro da Alemanha é "com os seus vizinhos", com os "parceiros na União Europeia".
As críticas do antigo chanceler constituem mais um disparo na forte barreira de fogo político a que Angela Merkel está, actualmente, sujeita. Há poucos dias, Volker Bouffier, destacado dirigente da CDU e chefe do governo do estado do Hesse, dizia que a chanceler corria o risco de estar a destruir a herança pró-europeia do seu partido. E, à revista Der Spiegel, afirmava: "A Europa é um projecto político. É demasiado importante para ser deixada à mercê das agências de rating."
O responsável pelos temas económicos no partido que a chanceler lidera (a CDU), Kurt Lauk, sustentava, na semana passada, que pior para um país exportador como a Alemanha era ter uma população rendida aos valores do eurocepticismo. "O Governo tem que passar à ofensiva, rapidamente."
Cimeira à vista
O endurecimento e, particularmente, a dimensão das críticas à chanceler alemã advêm do facto de Angela Merkel estar a ser vista como o principal obstáculo à libertação de uma segunda ajuda financeira à Grécia. O impasse das últimas semanas fez disparar os juros da dívida pagos pelos países em crise e produziu efeitos de contágio a outros dois - a Espanha e a Itália. O primeiro-ministro Sílvio Berlusconi foi mesmo obrigado a acelerar o processo de aprovação de um orçamento de austeridade para evitar consequências mais graves.
Merkel frustrou a tentativa de convocação de uma cimeira europeia extraordinária para sexta-feira passada, mas depois acabou por aceitar que ela se realize na próxima quinta-feira. Para discutir o novo resgate da Grécia.
http://economia.publico.pt/Noticia/kohl ... eu_1503463
nunca pensei vir a escrever isto...meu rico Helmut Kohl
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
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Re: Crise Econômica Mundial
Apetecia-me chamar-lhe put@ mas não quero ofender as mulheres da vida:
http://economico.sapo.pt/noticias/crise ... 22936.html
http://economico.sapo.pt/noticias/crise ... 22936.html
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Re: Crise Econômica Mundial
A Grécia podia pedir as reparações pela invasão, com juros e com isso pagar a dívida. Ou então apenas descontar...Assunto: Alemanha foi a maior caloteira do século XX
Alemanha foi a maior caloteira do século XX
Especialista alemão em história económica, entrevistado pela Der
Spiegel, recorda que no século passado o governo germânico ficou
insolvente três vezes e só foi salvo pelos EUA e pelos países europeus
que aceitaram desistir de pedir reparações pelos prejuízos das guerras
e ocupações.
[d4986997-6905-485e-96d2-
217e987572df]
A delegação alemã durante a assinatura do Acordo de Londres sobre as
Dívidas Externas da Alemanha, Fevereiro de 1953
Albrecht Ritschl, professor universitário e investigador ligado ao
departamento de História Económica da London School of Economics,
recomenda que os alemães sejam menos hipócritas quando abordam casos
como o da dívida da Grécia, que é, proporcionalmente, insignificante
se comparada com os calotes que a própria Alemanha deu em três
oportunidades no século XX.
A Alemanha hoje é apontada como um exemplo de estabilidade e
prosperidade económica, mas os seus governantes parecem sofrer de
memória curta, acusa o historiador, que lembra que essa estabilidade
não existiria se não fossem os Estados Unidos, que lhe entregaram
vastas somas de dinheiro tanto depois da Primeira quanto da Segunda
Guerra Mundial. E também graças aos países contra os quais desencadeou
uma guerra de aniquilação e extermínio e lhe perdoaram depois,
totalmente ou em grande parte, as reparações de guerra. Sem isso, o
Wirtschaftswunder, o "milagre alemão", não teria ocorrido.
[cid:5384909a-0e6f-45f0-a34c-0d660d23df6b]"De 1924 a 1929, a República
de Weimar viveu do crédito e chegou mesmo a pedir emprestado aos EUA o
dinheiro necessário para pagar as reparações da I Guerra Mundial",
aponta. "Esta pirâmide de crédito entrou em colpaso durante a crise
económica de 1931. O dinheiro sumiu, o prejuízo dos Estados Unidos foi
enorme, e o efeito sobre a economia global devastador", relembra
Ritschl, que afirma que o calote da Alemanha desse ano foi comparável
à crise financeira de 2008.
Depois da II Guerra, iniciada por Berlim e conduzida como guerra de
extermínio, os EUA mais uma vez deram passos para que não se repetisse
a mesma situação do pós-Primeira Guerra e, assim, com poucas
excepções, todos os pedidos de reparações por parte dos países
ocupados e arrasados foram deixados de lado até que se verificasse a
reunificação alemã. Esta foi, recorda o economista, a base do milagre
alemão.
Tudo isto ficou estabelecido no Acordo de Londres sobre as Dívidas
Externas da Alemanha, de 1953. Mas quando finalmente aconteceu a
reunificação alemã, em 1990, o chanceler Kohl nem quis ouvir falar de
reparações de guerra, apenas pagou aos prisioneiros forçados a
trabalhar, e mesmo assim através de ONGs, para evitar a criação de
precedentes. "Foi um período de não-pagamento", define o académico
alemão.
Para Ritschl, tal como no caso da Alemanha nos anos 50, é ilusório
pensar que a Grécia possa pagar sozinha todas as suas dívidas. "É
necessário determinar agora qual é o índice de falência dos títulos da
dívida soberana grega e quanto dinheiro os credores vão ter de
sacrificar", afirma.
E alerta para os perigos do sentimento anti-grego que se espalha pela Alemanha.
"Os gregos conhecem muito bem os artigos agressivos nos média alemães.
Se o humor no país mudar, poderiam ser retomados antigos pedidos de
reparações, e por parte de outras nações europeias também", adverte,
argumentando que os alemães deviam estar gratos por a Grécia estar a
ser "reorganizada indulgentemente à nossa custa. Se seguirmos a
opinião pública, com a sua propaganda barata e não quisermos pagar, as
contas antigas poderão ser apresentados novamente".
E conclui: "As falências alemãs no século passado mostram que o mais
sensato a fazer agora é uma redução real da dívida [grega]. Quem tiver
emprestado dinheiro à Grécia teria de desistir de uma parte
considerável do que lhes era devido. Alguns bancos não seriam capazes
de aguentar, então teria de haver novos programas de ajuda. Para a
Alemanha, poderia sair caro, mas vamos ter de pagar de qualquer
maneira. Pelo menos a Grécia teria, então, a oportunidade de começar
de novo."

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Re: Crise Econômica Mundial
Ui, o que tu foste fazer.
Daqui a pouco chega aqui o "especialista", o "entendido", aquele-que-tudo-sabe-enquanto-os-outros-são-todos-burros-e estúpidos-ou-pior-são comunas e/ou castelhanos, e vai dizer que isso são tudo falácias.![Cool 8-]](./images/smilies/icon_cool.gif)
Daqui a pouco chega aqui o "especialista", o "entendido", aquele-que-tudo-sabe-enquanto-os-outros-são-todos-burros-e estúpidos-ou-pior-são comunas e/ou castelhanos, e vai dizer que isso são tudo falácias.
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Re: Crise Econômica Mundial
^^^^^^A Alemanha só teve a ganhar com a crise, porquê acabar com ela?
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Re: Crise Econômica Mundial
Está a falar do Kohl, que já veio dizer que é mentira que tivesse dito o que lhe atribuiram ? ? ?P44 escreveu:Ui, o que tu foste fazer.
Daqui a pouco chega aqui o "especialista", o "entendido", aquele-que-tudo-sabe-enquanto-os-outros-são-todos-burros-e estúpidos-ou-pior-são comunas e/ou castelhanos, e vai dizer que isso são tudo falácias.
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Re: Crise Econômica Mundial
Você já anda perseguindo os pérfidos chucrutes pelas ruas de Lisboa?P44 escreveu:^^^^^^A Alemanha só teve a ganhar com a crise, porquê acabar com ela?
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- cabeça de martelo
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