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Re: SYRIA

Enviado: Ter Mai 28, 2013 11:00 am
por pt
Esse discurso é tipicamente de propaganda.
A intevenção americana na Síria não seria diferente da intervenção na Líbia, com ataques aéreos e no máximo algumas forças de ligação no terreno.

O problema é que os europeus estão falidos e dependem do fornecimento de armamento e munições por parte dos americanos. Precisam de mísseis Tomahawk em quantidade e só os Estados Unidos podem fornecer esse tipo de apoio.

As encomendas de armas dos países europeus são ridiculas e por isso os países da Europa não conseguiriam manter uma pressão constante sobre Assad, durante um periodo de tempo suficiente para o derrotar.

E quanto mais tempo durar o conflito, maiores serão as divisões entre as fações e mais complicado será gerir um acordo entre todos depois de matarem o Assad.

Sem uma intervenção, a Siria vai afundar-se mais e mais na guerra civil e acabará criando uma cisão ainda maior entre sunitas e xiitas. E essa divisão é o principal problema.

Re: SYRIA

Enviado: Ter Mai 28, 2013 12:45 pm
por LeandroGCard
pt escreveu:Sem uma intervenção, a Siria vai afundar-se mais e mais na guerra civil e acabará criando uma cisão ainda maior entre sunitas e xiitas. E essa divisão é o principal problema.
Neste exato momento parece que sem intervenção externa o Assad vai eliminar a revolta armada. E depois, é claro, ele terá que negociar algum grau de abertura do regime se quiser estabilizar o país.

O que interessa mais agora, dar apoio mais direto aos rebeldes e recrudescer o conflito, com consequências imprevisíveis, ou deixar a coisa se resolver e depois negociar e/ou pressionar o Assad, conforme for o caso?


Leandro G. Card

Re: SYRIA

Enviado: Ter Mai 28, 2013 1:27 pm
por FOXTROT
http://noticias.terra.com.br/mundo/orie ... aRCRD.html

Pois bem, parece que o caldo vai entornar é para os Sionistas, que já devem ter um plano para desocupar o Golã!

A Síria não será a versão 2.0 da Líbia, por mais que alguns não gostem!

Saudações

Re: SYRIA

Enviado: Ter Mai 28, 2013 1:58 pm
por FCarvalho
Enquanto a América estiver sedenta de petróleo e derivados para suas industrias, e não alcançar a sua auto-suficiência, fato que ainda vai levar mais uns vinte anos, não haverá guerra nesse nundo que não seja americana. Ou não tenha o seu dedo nela.

abs.

Re: SYRIA

Enviado: Ter Mai 28, 2013 2:11 pm
por pt
Se o caldo entornar para o lado de Israel, é por causa do Hezbollah. Se o Hezbollah atacar Israel, será para atrair sobre si a ira do estado judaico e para tentar obter a simpatia dos muçulmanos sunitas.

Portanto, é previsível que mesmo que Israel seja atacado, tanto os americanos quanto os europeus tentem evitar que Israel responda na mesma moeda.
A História diz que isso é muito dificil ainda que não seja impossível.

O sistema de defesa anti-míssil de Israel pode evitar alguns mísseis mas não pode responder a um ataque combinado. Por outro lado o Hezbollah só poderá atacar uma vez, porque depois já não terá capacidade para organizar um segundo ataque.

Seja como for, se Israel for atacado, Assad não poderá contar com o Hezbollah.


O que interessa mais agora, dar apoio mais direto aos rebeldes e recrudescer o conflito, com consequências imprevisíveis, ou deixar a coisa se resolver e depois negociar e/ou pressionar o Assad, conforme for o caso?
O conflito já está aí e já não há nada a fazer.
Assad foi convidado a ir embora, não quis sair porque sabe que como criminoso de delito comum, cometeu crimes contra a humanidade e espera-o uma cela no tribunal de Haia, ou então a morte num qualquer esgoto de Damasco, com o seu corpo a ser dilacerado e arrastado pelas ruas.

Logo, não resta mais nada a Assad e não adianta mais negociar com ele. Assad não conseguirá voltar a dominar a situação na Síria. As coisas já não se podem resolver, a não ser que Assad seja autorizado a massacrar um ou dois milhões de sírios oposicionistas ou então se desaparecer pura e simplesmente de cena.

As coisas também se íam resolver na Libia, quando Kadafi juntou toda a sua artilharia pesada e se preparava para arrasar Benghazi, até que alguns aviões e bombas inteligentes mostraram de que é feito o material dos aviões dos países que realmente têm força aérea.

Para já vai haver uma conferência de paz. Assad não se quer ir embore, mas esperemos para ver o que vai acontecer. Se nada for feito e se nada resultar da próxima e derradeira tentativa, então não haverá outra forma de resolver o problema senão apoiar os oposicionistas, tentando escolher quais dos grupos são aceitáveis e quais não são.

Além do Hezbollah, que agora joga o seu futuro juntamente com Assad, ninguém mais pode ajudar o ditador sírio de forma eficiente, se os países da NATO e os Estados Unidos decidirem acabar com ele.
O Irão está longe e teria que haver uma convulsão (guerra civil) no Iraque, para poder apoiar Assad abertamente.

Se o fizer, atrai a ira dos sauditas e com ela, os Emirados e o Catar.
E depois não esquecer uma coisa:
Nem o governo da Irmandade Muçulmana do Mohamed Mursi do Egito, gosta de Assad. E este é cada vez mais um conflito entre xiitas e sunitas.

Re: SYRIA

Enviado: Ter Mai 28, 2013 4:39 pm
por rodrigo
Aquela força da ONU na fronteira Israel/Líbano não fiscaliza nada?

Re: SYRIA

Enviado: Ter Mai 28, 2013 4:45 pm
por pt
A resposta é simples: Não.

A força da ONU impede que se façam ataques entre Israel e o sul do Líbano mas o Hezbollah recebeu já sistemas de foguetes de artilharia com alcances superiores a 40km, pelo que eles podem lançar foguetes sobre Israel a partir de posições bastante recuadas.

Eles continuam no entanto a ter o problema da capacidade de resposta de Israel. Os F-16i agora estão equipados com bombas inteligentes GBU-39 e esse é o principal problema dos foguetes do Hezbollah.
Além disso os foguetes de maiores dimensões já não podem ser colocados na janela da cozinha e são por isso mais fáceis de encontrar e de deslocar de um lugar para o outro.

Re: SYRIA

Enviado: Ter Mai 28, 2013 4:50 pm
por FoxTroop
Até dá dó.... :roll: :roll: :roll:

Re: SYRIA

Enviado: Ter Mai 28, 2013 8:34 pm
por FCarvalho
E ainda vão a mandar fuzileiros navs brazucas a servir de isca nesta seara de tubarões. :?
abs.

Re: SYRIA

Enviado: Ter Mai 28, 2013 8:42 pm
por pt
FCarvalho escreveu:Enquanto a América estiver sedenta de petróleo e derivados para suas industrias, e não alcançar a sua auto-suficiência, fato que ainda vai levar mais uns vinte anos, não haverá guerra nesse nundo que não seja americana. Ou não tenha o seu dedo nela.

abs.
Na verdade a China está proporcionalmente muito mais sedenta de petroleo neste momento. A China é muito mais capaz de entrar em conflitos e mesmo em conflitos com os seus vizinhos. A possibilidade de conflito entre a India e o Paquistão por exemplo, resulta das rivalidades entre a China e a India.

Há muitos conflitos no mundo que não têm nada que ver com a América, a não ser que queiramos forçar a interpretação, mas nesse caso há muitos países que poderíamos acusar de causadores de guerras.

Depois temos os conflitos que sempre estiveram latentes, resultado de questões históricas e religiosas, que já existiam ainda a América não tinha sido descoberta.

Neste caso da Siria, a questão está muito mais próxima da Turquia e de algumas potências europeias e da Russia que não quer que a Turquia assuma um papel de maior importância porque isso levará os turcos a rivalizar com os russos, por exemplo nos Balcãs e no Caucaso.

E os problemas entre sunitas e xiitas já existiam antes de os americanos terem chegado.

Não adianta tentarmos racionalizar tudo através do prisma do americano malvado chifrudo e com cara de bode que tem um pacto com o diabo. O mundo não gira apenas em torno dos Estados Unidos.

Re: SYRIA

Enviado: Ter Mai 28, 2013 10:11 pm
por FOXTROT
:D :D :D :D :D :D :D :D :D :D :D :D

Da ultima vez que Israel ameaçou o hesbolá, levou foguetes por 40 dias, agora estão a prometer que o mesmo grupo só pode fazer 01 (um) ataque?

:twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:

Cachaça da boa em Portugal heimmmmmmm :D

Saudações

Re: SYRIA

Enviado: Ter Mai 28, 2013 11:04 pm
por hades767676
Volta e meia o ocidente cria cobras, que não reclame quando for picado!

Re: SYRIA

Enviado: Qua Mai 29, 2013 4:58 am
por pt
Da ultima vez que Israel ameaçou o hesbolá, levou foguetes por 40 dias, agora estão a prometer que o mesmo grupo só pode fazer 01 (um) ataque?
Talvez não fosse má ideia ler primeiro antes de comentar.

Da última vez (aquela em que Israel entrou pelo Líbano e meteu os bravos militantes nas escolas a disparar foguetes), Israel não tinha operacional o sistema de defesa Iron Dome.

O que eu disse é que com o Iron Dome, os ataques com foguetes ficam mais dificeis. O sistema calcula a trajetória do foguete e só dispara um projetil anti-míssil se for provável que um foguete atinja um alvo registado na base de dados do sistema.

A forma de tornar o Iron Dome ineficiente, é jogar uma grande quantidade de foguetes ao mesmo tempo contra Israel para saturar o sistema. Não são 40 por dia, são 400 em menos de um minuto.

O problema, é que ao fazer isto o Hezbollah estará a revelar onde estão os lugares de lançamento, o que leva a um bombardeamento quase imediato do local, das estradas circundantes e dos sistemas de comunicação.
Para voltar a organizar outro ataque idêntico, depois de ter sido bombardeado por uma chuva de bombas inteligentes e projeteis de artilharia, demora demasiado tempo. O Hezbollah precisa de vários meses para conseguir fazer isso debaixo dos drones de vigilância e da força aérea de Israel.

O Hezbollah pode recorrer a ataques de menor intensidade, mas aí o Iron Dome pode ser utilizado com mais eficiência. Para fazer isto o Hezbollah não poderá ajudar Assad, precisa de todos os homens disponíveis.

Deveria ser um raciocínio simples de seguir.

Embora por razões diferentes o Hezbollah e Israel no conflito sírio têm objetivos idênticos. Os dois estão interessados na manutenção do ditador.

Mais uma vez: Cegos pela mania do anti-americanismo primário, estamos a olhar, mas não estamos a ver o que realmente se passa.

Re: SYRIA

Enviado: Qua Mai 29, 2013 6:08 am
por P44

Rússia enviará mísseis antiaéreos S-300 a Síria

A decisão vai contra o acordo de ontem entre Putin e Netanyahu


Redação - 28 de maio de 2013 às 11:24

TEL AVIV (ANSA) - O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serghiei Riabkov, disse hoje que os mísseis antiaéreos S-300 serão entregues para a Síria. A declaração foi feita hoje após o anuncio do fim do embargo das armas aos rebeldes sírios decidido pela União Europeia (UE).

Ontem o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tinha chegado a um acordo com o presidente russo, Vladimir Putin, após uma reunião na cidade russa de Sochi, para evitar a entrega das armas para o regime de Bashar al-Assad.

"O fornecimento de mísseis antiaéreos S-300 para a Síria desempenha um papel estabilizador no conflito sírio, ajudando a evitar intervenções externas", declarou Riabkov durante uma coletiva de imprensa em Moscou, alegando que essa media impedirá que "o conflito sírio possa se transformar em um conflito internacional".

O ministro da Defesa israelense, Moshe Yaalon, alertou que "se os mísseis russos S-300 chegarão na Síria, Israel saberá o que fazer".

"O regime ameaça Israel de uma forma diferente de como ameaça os rebeldes. O regime não é contrastado pelos seus cidadãos, enquanto é por nos", disse Yaalon, ressaltando a possibilidade de um ataque químico realizado por Damasco contra o território israelense.
http://www.oreporter.com/Russia-enviara ... 298970.htm

Re: SYRIA

Enviado: Qua Mai 29, 2013 11:29 am
por P44
Imagem
Russia says S-300 missiles will prevent “foreign meddling” in Syria, but in fact their delivery will put paid to any Western plans to enforce a “no-fly” zone.

Russian Missile Plan Chills Chances for Syrian No-Fly Zone


(Source: Voice of America; published May 29, 2013)

Analysts say it will be more difficult for the United States or other Western powers to enforce a no-fly zone over Syria if Russia goes ahead with the sale of anti-aircraft missiles to its ally Damascus.

Moscow said this week it plans to deliver the advanced S-300 air defense system to the embattled government of Syrian President Bashar al-Assad, despite objections by the U.S., France and Israel.

Russian Deputy Foreign Minister Sergei Ryabkov said Tuesday the transfer will be a "stabilizing factor" and will deter what he called "some hotheads" from considering sending foreign forces to intervene in the Syrian conflict.

The surface-to-air missiles would represent a major upgrade over Syria's current air defenses and could challenge Western aircraft, said Ben MacQueen, a Middle East analyst at Australia's Monash University.

"The S-300 has the capacity to knock down cruise missiles as well as high-altitude planes," he said. "So the possession of the S-300 certainly does pose greater difficulties to a no-fly zone."

"It's not something that's likely to be a game changer in technical terms. If there were still a decision made to go ahead with a full-scale intervention, it's nothing that would repel those forces, but it changes the cost-benefit analysis for any sort of international coalition," said MacQueen.

The Obama administration has been reluctant to directly intervene in Syria. But some top U.S. lawmakers have been urging the White House to consider a no-fly zone to stop Syrian armed forces from carrying out air attacks that have killed a large number of both rebels and civilians during the over two-year-old conflict.

Russian officials are worried that a Western-imposed no-fly zone would end up like the one put in place by NATO over Libya in 2011, when longtime leader Moammar Gadhafi was overthrown with the support of foreign air power.

"NATO went well beyond that mandate, essentially becoming the air force for the rebel army," said University of San Francisco Middle East Studies professor Stephen Zunes. "And [the Russians] don't want to see a repeat of that. They don't want to see Western powers trying to impose their will on what has historically been allied with the Russians."

But some say the S-300 itself would not necessarily make the U.S. more reluctant to intervene. Even if Moscow goes ahead with the long-delayed sale, it could take up to two years before Syrian forces are able to effectively use the advanced Russian missile system, according to Middle East analyst Jonathan Adelman of the University of Denver.

"The Syrians don't know how to operate the S-300, and there's no way they're going to learn how to do it in an area as chaotic as Syria. So they're going to have to go to Moscow," he said. "Then they've got to bring it back and try and secure a place, because it's going to be immediately a tremendous focus of attention for the rebels and for the jihadists."

Another issue to consider, said Adelman, is whether Israel would intervene to stop the transfer of the S-300, which could challenge the dominance of Israeli air power in the region. It could also provide cover for the Syrian government to transfer weapons to the pro-Assad Lebanese militant group Hezbollah.

Israel's defense minister on Tuesday hinted at military action if the missiles are delivered.

"I hope they will not leave. And if, God forbid, they reach Syria, we will know what to do," said Moshe Yaalon.

Adelman said he has little doubt that Israel would take out the Russian missile system if it felt threatened.

"It's way up in the air whether this [system] is every going get there. If it gets there, is it ever going to get functional or is it going to get taken out by the Israelis or by forces on the ground? So I would argue that it's quite a destabilizing thing," he said.

-ends-

http://www.defense-aerospace.com/articl ... -zone.html#