GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
Geografia militar tem trajetória traçada por geógrafo brasileiro
Alfredo Durães
Publicação: 29/09/2010 08:00
Belo Horizonte — Foi um fracasso total. Uma das mais famosas fortificações militares de defesa, a Linha Maginot (leia Para saber mais), criada na França na década de 1930 para repelir possíveis ataques alemães teve um custo estratosférico, levou anos para ser construída e, na hora do vamos ver, se mostrou totalmente inútil. A Maginot não impediu que o exército alemão (Wehrmacht) ocupasse a França e Hitler posasse para fotos embaixo do Arco do Triunfo, para enorme desilusão dos franceses.
Esse grande episódio da história moderna é lembrado pelo professor e geógrafo Filipe Giuseppe Dal Bó Ribeiro, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP). Ele pesquisou a trajetória da geografia militar desde o século 19 e, no mês passado, apresentou suas conclusões. Ele aponta uma possível forma de aproximação com a geografia acadêmica no Brasil, por meio de informações que contribuam para organizar a defesa do território do país, em especial na Região Amazônica. O geógrafo levantou a bibliografia existente sobre o tema no Brasil, concentrada em instituições militares.
De acordo com Dal Bó, “o fracasso da Linha Maginot talvez seja o marco do fim da antiga geografia militar, aquela mais topográfica e imbuída de antigas doutrinas sobre a tática militar”. Ele acredita que o marco da nova geografia militar foi a grande Batalha da Normandia (também na Segunda Guerra), que coordenou, de maneira vitoriosa, a travessia das tropas aliadas do Canal da Mancha, numa área muito bem protegida pelos alemães, por meio de uma logística bem estabelecida. “O chamado ‘dia D’ deve ser considerado um marco para a nova geografia militar, pois os fatores geográficos foram ponderados e os obstáculos naturais transpostos por um bom planejamento e por uma boa engenharia militar”, pontua.
Questionado sobre a importância do estudo e da aplicação da geografia militar nos dias atuais, o professor diz que “o conhecimento do território é uma das matérias fundamentais que todo o comandante e seus encarregados devem estudar”. “É importante, desde o comando das menores unidades de combate até os mais altos escalões, onde se discute a estratégia e se desenvolve o conhecimento da geografia. Não podemos considerar apenas as condições do terreno, mas do território com todas as suas complexidades. Toda solução para uma situação tática ou estratégica requer o conhecimento prévio do cenário de onde vai se atuar”, acrescenta.
Dal Bó acredita firmemente que no Brasil esse estudo é fundamental, pois trata-se de um país de dimensões continentais e que tem uma enorme fronteira se relacionando com quase todos os países de seu continente, com exceção de Chile e Equador. “Além de um dos maiores litorais contínuos e navegáveis do mundo, um dos mais extensos mares territoriais e de um espaço aéreo também grandioso, o Brasil é um país muito diverso no que se refere ao relevo, vegetação e solos; com extensas redes hidrográficas que poderiam funcionar como um fator de integração; uma população de quase 200 milhões de pessoas e um território ainda pouco ocupado. É necessário que haja uma contribuição da ciência acadêmica, e nesse caso, a geografia é aquela que muito pode contribuir, por tratar da interação de todos os fenômenos espaciais, tanto físicos quanto humanos e de como eles transformam a organização do território”, diz.
Ele acrescenta que no campo da geografia não há escolas no Brasil que tratem do tema, mas sim instituições militares, como a Escola de Comando do Estado Maior do Exército e a Escola Superior de Guerra. “A questão da Amazônia não é apenas restrita às suas fronteiras, mas é claro que elas chamam atenção pela sua extensão e pela sua diversidade. Portanto é assunto que deve ser estudado pela geografia militar”, diz.
Inimigos do Brasil? Professor da Universidade de Campinas (Unicamp) e uma das maiores autoridades brasileiras em estratégia militar, o coronel Geraldo Cavagnari, 76 anos, é rápido para devolver a seguinte pergunta: se o Brasil não tem inimigos declarados, por que se preocupar com a defesa do território? “Me diga então quem é o inimigo da França?”, questiona o militar reformado do Exército. Ele mesmo emenda a resposta: “Veja bem, a França não tem nenhum inimigo exposto, mas tem um dos mais modernos exércitos do mundo. Esse é o verdadeiro sentido da segurança nacional. Temos sempre que ter a chamada ‘pronta resposta’”, explica, com a autoridade de quem já foi comandante de inteligência do Exército.
Ele explica que o segmento da geografia militar no Brasil floresceu no começo da década de 1920, com chegada de uma missão militar francesa ao país que teve como tarefa modernizar o Exército. “Essa missão ficou aqui por quase 20 anos, treinando e modernizando nossas tropas, imbuindo o sentimento de organização e estratégia”, explica.
Num cenário de confronto hipotético em fronteiras brasileiras, ele aponta as Forças Armadas da Colômbia como um poderoso inimigo, mas faz ressalvas. “A Colômbia tem um exército moderno e muito bem equipado, treinado inclusive para a guerra de selva. Mas não tem efetivo suficiente para uma penetração profunda. Não teria fôlego para uma ocupação”, decreta.
Outro inimigo, ainda no campo das hipóteses, seria uma aliança de países ao Sul do Brasil, como Paraguai, Uruguai e Argentina. “Essa aliança até poderia ocupar, num primeiro momento, partes do Rio Grande do Sul e do Paraná, mas também não teriam efetivo e força suficiente nem para uma penetração maior em nosso território nem para mantê-la”, argumenta. Cavagnari lembra que para o Brasil obter a tão almejada cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas, tem que ter Forças Armadas fortes. “Note que já somos uma potência econômica, mas teremos que ser, igualmente, uma potência militar”, conjectura.
http://www.correiobraziliense.com.br/ap ... EIRO.shtml
Alfredo Durães
Publicação: 29/09/2010 08:00
Belo Horizonte — Foi um fracasso total. Uma das mais famosas fortificações militares de defesa, a Linha Maginot (leia Para saber mais), criada na França na década de 1930 para repelir possíveis ataques alemães teve um custo estratosférico, levou anos para ser construída e, na hora do vamos ver, se mostrou totalmente inútil. A Maginot não impediu que o exército alemão (Wehrmacht) ocupasse a França e Hitler posasse para fotos embaixo do Arco do Triunfo, para enorme desilusão dos franceses.
Esse grande episódio da história moderna é lembrado pelo professor e geógrafo Filipe Giuseppe Dal Bó Ribeiro, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP). Ele pesquisou a trajetória da geografia militar desde o século 19 e, no mês passado, apresentou suas conclusões. Ele aponta uma possível forma de aproximação com a geografia acadêmica no Brasil, por meio de informações que contribuam para organizar a defesa do território do país, em especial na Região Amazônica. O geógrafo levantou a bibliografia existente sobre o tema no Brasil, concentrada em instituições militares.
De acordo com Dal Bó, “o fracasso da Linha Maginot talvez seja o marco do fim da antiga geografia militar, aquela mais topográfica e imbuída de antigas doutrinas sobre a tática militar”. Ele acredita que o marco da nova geografia militar foi a grande Batalha da Normandia (também na Segunda Guerra), que coordenou, de maneira vitoriosa, a travessia das tropas aliadas do Canal da Mancha, numa área muito bem protegida pelos alemães, por meio de uma logística bem estabelecida. “O chamado ‘dia D’ deve ser considerado um marco para a nova geografia militar, pois os fatores geográficos foram ponderados e os obstáculos naturais transpostos por um bom planejamento e por uma boa engenharia militar”, pontua.
Questionado sobre a importância do estudo e da aplicação da geografia militar nos dias atuais, o professor diz que “o conhecimento do território é uma das matérias fundamentais que todo o comandante e seus encarregados devem estudar”. “É importante, desde o comando das menores unidades de combate até os mais altos escalões, onde se discute a estratégia e se desenvolve o conhecimento da geografia. Não podemos considerar apenas as condições do terreno, mas do território com todas as suas complexidades. Toda solução para uma situação tática ou estratégica requer o conhecimento prévio do cenário de onde vai se atuar”, acrescenta.
Dal Bó acredita firmemente que no Brasil esse estudo é fundamental, pois trata-se de um país de dimensões continentais e que tem uma enorme fronteira se relacionando com quase todos os países de seu continente, com exceção de Chile e Equador. “Além de um dos maiores litorais contínuos e navegáveis do mundo, um dos mais extensos mares territoriais e de um espaço aéreo também grandioso, o Brasil é um país muito diverso no que se refere ao relevo, vegetação e solos; com extensas redes hidrográficas que poderiam funcionar como um fator de integração; uma população de quase 200 milhões de pessoas e um território ainda pouco ocupado. É necessário que haja uma contribuição da ciência acadêmica, e nesse caso, a geografia é aquela que muito pode contribuir, por tratar da interação de todos os fenômenos espaciais, tanto físicos quanto humanos e de como eles transformam a organização do território”, diz.
Ele acrescenta que no campo da geografia não há escolas no Brasil que tratem do tema, mas sim instituições militares, como a Escola de Comando do Estado Maior do Exército e a Escola Superior de Guerra. “A questão da Amazônia não é apenas restrita às suas fronteiras, mas é claro que elas chamam atenção pela sua extensão e pela sua diversidade. Portanto é assunto que deve ser estudado pela geografia militar”, diz.
Inimigos do Brasil? Professor da Universidade de Campinas (Unicamp) e uma das maiores autoridades brasileiras em estratégia militar, o coronel Geraldo Cavagnari, 76 anos, é rápido para devolver a seguinte pergunta: se o Brasil não tem inimigos declarados, por que se preocupar com a defesa do território? “Me diga então quem é o inimigo da França?”, questiona o militar reformado do Exército. Ele mesmo emenda a resposta: “Veja bem, a França não tem nenhum inimigo exposto, mas tem um dos mais modernos exércitos do mundo. Esse é o verdadeiro sentido da segurança nacional. Temos sempre que ter a chamada ‘pronta resposta’”, explica, com a autoridade de quem já foi comandante de inteligência do Exército.
Ele explica que o segmento da geografia militar no Brasil floresceu no começo da década de 1920, com chegada de uma missão militar francesa ao país que teve como tarefa modernizar o Exército. “Essa missão ficou aqui por quase 20 anos, treinando e modernizando nossas tropas, imbuindo o sentimento de organização e estratégia”, explica.
Num cenário de confronto hipotético em fronteiras brasileiras, ele aponta as Forças Armadas da Colômbia como um poderoso inimigo, mas faz ressalvas. “A Colômbia tem um exército moderno e muito bem equipado, treinado inclusive para a guerra de selva. Mas não tem efetivo suficiente para uma penetração profunda. Não teria fôlego para uma ocupação”, decreta.
Outro inimigo, ainda no campo das hipóteses, seria uma aliança de países ao Sul do Brasil, como Paraguai, Uruguai e Argentina. “Essa aliança até poderia ocupar, num primeiro momento, partes do Rio Grande do Sul e do Paraná, mas também não teriam efetivo e força suficiente nem para uma penetração maior em nosso território nem para mantê-la”, argumenta. Cavagnari lembra que para o Brasil obter a tão almejada cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas, tem que ter Forças Armadas fortes. “Note que já somos uma potência econômica, mas teremos que ser, igualmente, uma potência militar”, conjectura.
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"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
Argentina impide el paso inocente por sus aguas a un barco de Cangas
que operó en las Malvinas
Las aguas del Atlántico suroccidental se están complicando para la
flota gallega.
Si en suelo uruguayo son las reclamaciones laborales lo que están
complicando el panorama pesquero, en las rutas marítimas es la tensión
Argentina-islas Malvinas lo que dificulta el trabajo de los armadores.
Un pesquero gallego, el Costa do Cabo, se vio obligado a navegar 187
millas de más, afrontar 17 horas de navegación a mayores y consumir
casi 7.000 litros de combustible por encima de lo habitual después de
que Argentina negara el paso inocente por sus aguas tras conocer que
había transbordado la pesca en las islas Malvinas, según explicaron
fuentes de las consignatarias uruguayas.?
Según recogió el diario uruguayo El País, Argentina alegó que para
discurrir por su zona tenía que pedir autorización con una semana de
antelación, debido a que había operado en Puerto Stanley. El Costa do
Cabo había transbordado las capturas de la marea anterior a un
mercante en la capital de las islas Malvinas precisamente por los
problemas que está habiendo en Uruguay con las reclamaciones de los
trabajadores. En este caso pretendía alijar la pesca en Montevideo,
pero se topó con las trabas impuestas por Argentina.
Negativa uruguaya
Mientras, Uruguay negó la entrada al puerto de Montevideo a un buque
de la Armada Británica que iba hacia las islas Malvinas, solicitada
hace una semana para reponer víveres y combustible, informaron ayer a
Efe fuentes oficiales.
que operó en las Malvinas
Las aguas del Atlántico suroccidental se están complicando para la
flota gallega.
Si en suelo uruguayo son las reclamaciones laborales lo que están
complicando el panorama pesquero, en las rutas marítimas es la tensión
Argentina-islas Malvinas lo que dificulta el trabajo de los armadores.
Un pesquero gallego, el Costa do Cabo, se vio obligado a navegar 187
millas de más, afrontar 17 horas de navegación a mayores y consumir
casi 7.000 litros de combustible por encima de lo habitual después de
que Argentina negara el paso inocente por sus aguas tras conocer que
había transbordado la pesca en las islas Malvinas, según explicaron
fuentes de las consignatarias uruguayas.?
Según recogió el diario uruguayo El País, Argentina alegó que para
discurrir por su zona tenía que pedir autorización con una semana de
antelación, debido a que había operado en Puerto Stanley. El Costa do
Cabo había transbordado las capturas de la marea anterior a un
mercante en la capital de las islas Malvinas precisamente por los
problemas que está habiendo en Uruguay con las reclamaciones de los
trabajadores. En este caso pretendía alijar la pesca en Montevideo,
pero se topó con las trabas impuestas por Argentina.
Negativa uruguaya
Mientras, Uruguay negó la entrada al puerto de Montevideo a un buque
de la Armada Británica que iba hacia las islas Malvinas, solicitada
hace una semana para reponer víveres y combustible, informaron ayer a
Efe fuentes oficiales.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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- romeo
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Re: GEOPOLÍTICA
Amigo; vc - e cada um de nós - tem todo o direito de supor o que achar por bem.Boss escreveu:Serra eleito vai assinar um dos poucos tratados que "capam" nossas FA's que FHC esqueceu de assinar.
O que impede o Brasil de ter armas de fogo.
Qualquer ameaça, vamos na faca
Mas lembre-se que foi o atual governo quem jogou no lixo, de fato, a opinião da maioria que votou CONTRA o desarmamento.
Então foi esse governo atual quem impediu o Brasil de ter armas de fogo... Fato.... Não suposição !
Isso nos tornou ainda mais indefesos como nação.
Fosse nos Estados Unidos, vc pode supor o que aconteceria com um governo desses ?
Queira-me bem na divergência; pois havemos de brindar nas - muitas - convergências.
abcs
Romeo
Editado pela última vez por romeo em Qua Set 29, 2010 8:48 pm, em um total de 2 vezes.
- romeo
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Re: GEOPOLÍTICA
Caro Luiz Bastos... Sei que vc está apenas brincando comigo.Luiz Bastos escreveu:Acho que o amigo Romeo estava naquela palestra do Merval no Clube militar e saiu de lá convencido que o Lula é terrorista e a Dilma come criancinha. Talvez ele esteja certo só que são criancinhas de 16 pra cima.
Mas queria dizer-te que não tenho nuances ideológicos.
Tenho sim; quase 60 anos bem vividos, e conheço muito bem a história do meu país...
Fico por aqui, para não desfigurar o foco do tópico com hilações politico-eleitorais.
abcs
Romeo
Re: GEOPOLÍTICA
29/09/2010 - 20h55
Estudo aponta crise nos rios do mundo
Por Alister Doyle
OSLO (Reuters) - Os rios do mundo estão em crise, inclusive na América do Norte e na Europa, onde os governos já investiram trilhões de dólares para recuperar as fontes de água doce, segundo um estudo divulgado na quarta-feira.
"As ameaças à segurança hídrica humana e à diversidade biológica são pandêmicas", disse à Reuters Charles Vorosmarty, da City University, de Nova York, um dos autores do estudo publicado na revista Nature.
A equipe internacional de cientistas estima que quase 80 por cento da população mundial -- ou cerca de 5 bilhões de pessoas -- vivam em áreas com altíssimos níveis de ameaça à segurança hídrica, causada principalmente pela má gestão dos rios e pela poluição.
Um mapa mostra que a ameaça é gravíssima em grande parte dos Estados Unidos, inclusive na bacia do Mississippi, e em quase toda a Europa. A Índia, inclusive a bacia do Ganges, e o leste da China, com o rio Yangtze, também aparecem marcados em vermelho no mapa.
O aumento da prosperidade também implica um agravamento das ameaças, por causa de represas instaladas no lugar errado ou do aumento da poluição por fertilizantes, pesticidas e outros produtos químicos, por exemplo. Os países ricos então acobertam a má gestão dos recursos instalando caríssimas usinas de tratamento da água.
Os autores disseram que as formas de proteção dos rios deveriam ser repensadas, especialmente nas bacias ainda menos afetadas, nos países em desenvolvimento.
O estudo diz ter sido o primeiro a examinar detalhadamente dois conjuntos de ameaças -- ao abastecimento de água potável para as pessoas e à biodiversidade.
"Diante das tendências de escalada na extinção de espécies, na população humana, na mudança climática, no uso da água e nas pressões pelo desenvolvimento, os sistemas de água doce vão continuar sob ameaça num futuro bem longínquo", escreveram os cientistas.
Os rios menos afetados ficam na Sibéria, Canadá, Alasca, Amazônia e norte da Austrália. Partes das bacias do Amazonas, Congo e Nilo têm baixos níveis de ameaça.
Um caso citado positivamente é o da prefeitura de Nova York, que comprou uma área dos montes Catskills para obter água filtrada naturalmente, pois isso é mais barato do que construir uma usina de tratamento.
Os autores disseram que os políticos vão levar décadas para se engajarem suficientemente na solução dos problemas. "Enquanto isso, uma fração substancial da população mundial e incontáveis espécies de água doce continuam em perigo", escreveram.
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... mundo.jhtm
Estudo aponta crise nos rios do mundo
Por Alister Doyle
OSLO (Reuters) - Os rios do mundo estão em crise, inclusive na América do Norte e na Europa, onde os governos já investiram trilhões de dólares para recuperar as fontes de água doce, segundo um estudo divulgado na quarta-feira.
"As ameaças à segurança hídrica humana e à diversidade biológica são pandêmicas", disse à Reuters Charles Vorosmarty, da City University, de Nova York, um dos autores do estudo publicado na revista Nature.
A equipe internacional de cientistas estima que quase 80 por cento da população mundial -- ou cerca de 5 bilhões de pessoas -- vivam em áreas com altíssimos níveis de ameaça à segurança hídrica, causada principalmente pela má gestão dos rios e pela poluição.
Um mapa mostra que a ameaça é gravíssima em grande parte dos Estados Unidos, inclusive na bacia do Mississippi, e em quase toda a Europa. A Índia, inclusive a bacia do Ganges, e o leste da China, com o rio Yangtze, também aparecem marcados em vermelho no mapa.
O aumento da prosperidade também implica um agravamento das ameaças, por causa de represas instaladas no lugar errado ou do aumento da poluição por fertilizantes, pesticidas e outros produtos químicos, por exemplo. Os países ricos então acobertam a má gestão dos recursos instalando caríssimas usinas de tratamento da água.
Os autores disseram que as formas de proteção dos rios deveriam ser repensadas, especialmente nas bacias ainda menos afetadas, nos países em desenvolvimento.
O estudo diz ter sido o primeiro a examinar detalhadamente dois conjuntos de ameaças -- ao abastecimento de água potável para as pessoas e à biodiversidade.
"Diante das tendências de escalada na extinção de espécies, na população humana, na mudança climática, no uso da água e nas pressões pelo desenvolvimento, os sistemas de água doce vão continuar sob ameaça num futuro bem longínquo", escreveram os cientistas.
Os rios menos afetados ficam na Sibéria, Canadá, Alasca, Amazônia e norte da Austrália. Partes das bacias do Amazonas, Congo e Nilo têm baixos níveis de ameaça.
Um caso citado positivamente é o da prefeitura de Nova York, que comprou uma área dos montes Catskills para obter água filtrada naturalmente, pois isso é mais barato do que construir uma usina de tratamento.
Os autores disseram que os políticos vão levar décadas para se engajarem suficientemente na solução dos problemas. "Enquanto isso, uma fração substancial da população mundial e incontáveis espécies de água doce continuam em perigo", escreveram.
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... mundo.jhtm
Re: GEOPOLÍTICA
29/09/2010 - 21h31
Bilhões correm risco de abastecimento de água, diz estudo
Represas não são as soluções ideais, dizem os pesquisadores Cerca de 80% da população mundial vive em áreas onde o abastecimento de água potável não é assegurado, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica Nature.
Os pesquisadores organizaram um índice com as "ameaças para a água" incluindo itens como escassez e poluição.
Cerca de 3,4 bilhões de pessoas enfrentam as piores ameaças, segundo o estudo. Os pesquisadores dizem que o hábito ocidental de conservar água para suas populações em reservatórios funciona para as pessoas, mas não para a natureza.
Eles recomendam que países em desenvolvimento não sigam o mesmo caminho, mas sim invistam em estratégias de gerenciamento hídrico que mescle infraestrutura com opções "naturais", como bacias hidrográficas e pântanos.
Mapeamento Os autores dizem que nas próximas décadas o panorama deve piorar, com o aumento populacional e as mudanças climáticas. Eles combinaram dados de diferentes ameaças para a confecção do índice.
O resultado é um mapa que indica as ameaças ao fornecimento para a humanidade e para a biodiversidade.
"Olhamos para o fatos de forma fria, analisando o que acontece em relação ao abastecimento de água para as pessoas e o impacto no meio-ambiente da infraestrutura criada para garantir este fornecimento", disse o responsável pelo estudo Charles Vorosmarty, do City College de Nova York.
"O que mapeamos foi um padrão de ameaças em todo o planeta, apesar dos trilhões de dólares gastos em engenharias paliativas", completou, referindo-se a represas, canais e aquedutos usados para assegurar o abastecimento de cidades.
No mapa das ameaças ao abastecimento, boa parte da Europa e América do Norte aparecem em condições ruins.
Mas quando o impacto da infraestrura criada para distribuir e conservar a água é adicionado, as ameaças desaparecem destas regiões, com exceção da África, que parece estar rumando para a direção oposta.
"O problema é que sabemos que uma fatia enorme da população mundial não pode pagar por estes investimentos", disse Peter McIntyre, da Universidade de Wisconsin, que também participou da pesquisa.
"Na verdade, estes investimentos beneficiam menos de um bilhão de pessoas, o que significa que excluímos a grande maioria da população mundial", disse ele.
"Mas mesmo em países ricos, esta não é a opção mais inteligente. Poderíamos continuar a construir mais represas ou explorar mais fundo o subterrâneo, mas mesmo se tivermos dinheiro para isso, não é uma saída eficiente em termos de custo", disse ele.
Críticas De acordo com esta e outras pesquisas, a forma como a água é tratada no ocidente teve um impacto significativo na natureza.
Atualmente, um conceito defendido por organizações de desenvolvimento é o gerenciamento integrado da água, no qual as necessidades de todos os usuários são levadas em consideração e as particularidades naturais são integradas às soluções criadas pelo homem.
Um exemplo citado é o abastecimento de água da cidade de Nova York, feito por fontes nas montanhas de Catskill. Estas águas historicamente não precisavam de filtragem até a década de 1990, quando a poluição agricultural mudou o cenário.
A solução adotada, um programa de conservação de terras, se provou mais barata do que a alternativa de construção de unidades de tratamento.
A atual análise pode vir a ser contestada por conter elementos relativamente subjetivos, como por exemplo a forma como as diferentes ameaças são pesadas e combinadas.
Mas os pesquisadores a consideram uma base para futuros estudos e calculam que ela possa ser melhorada quando surgirem dados mais precisos, especialmente de regiões como a África.
Eles calculam que os países desenvolvidos e os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), não conseguirão investir em infraestrutura os US$ 800 bilhões que o estudo julga necessários até 2015. O panorama para países em desenvolvimento é mais sombrio.
"Este é um raio-x do mundo há cinco ou dez anos, porque fizemos o estudo com bases nestes dados", disse McIntyre.
http://noticias.uol.com.br/bbc/2010/09/ ... studo.jhtm
Bilhões correm risco de abastecimento de água, diz estudo
Represas não são as soluções ideais, dizem os pesquisadores Cerca de 80% da população mundial vive em áreas onde o abastecimento de água potável não é assegurado, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica Nature.
Os pesquisadores organizaram um índice com as "ameaças para a água" incluindo itens como escassez e poluição.
Cerca de 3,4 bilhões de pessoas enfrentam as piores ameaças, segundo o estudo. Os pesquisadores dizem que o hábito ocidental de conservar água para suas populações em reservatórios funciona para as pessoas, mas não para a natureza.
Eles recomendam que países em desenvolvimento não sigam o mesmo caminho, mas sim invistam em estratégias de gerenciamento hídrico que mescle infraestrutura com opções "naturais", como bacias hidrográficas e pântanos.
Mapeamento Os autores dizem que nas próximas décadas o panorama deve piorar, com o aumento populacional e as mudanças climáticas. Eles combinaram dados de diferentes ameaças para a confecção do índice.
O resultado é um mapa que indica as ameaças ao fornecimento para a humanidade e para a biodiversidade.
"Olhamos para o fatos de forma fria, analisando o que acontece em relação ao abastecimento de água para as pessoas e o impacto no meio-ambiente da infraestrutura criada para garantir este fornecimento", disse o responsável pelo estudo Charles Vorosmarty, do City College de Nova York.
"O que mapeamos foi um padrão de ameaças em todo o planeta, apesar dos trilhões de dólares gastos em engenharias paliativas", completou, referindo-se a represas, canais e aquedutos usados para assegurar o abastecimento de cidades.
No mapa das ameaças ao abastecimento, boa parte da Europa e América do Norte aparecem em condições ruins.
Mas quando o impacto da infraestrura criada para distribuir e conservar a água é adicionado, as ameaças desaparecem destas regiões, com exceção da África, que parece estar rumando para a direção oposta.
"O problema é que sabemos que uma fatia enorme da população mundial não pode pagar por estes investimentos", disse Peter McIntyre, da Universidade de Wisconsin, que também participou da pesquisa.
"Na verdade, estes investimentos beneficiam menos de um bilhão de pessoas, o que significa que excluímos a grande maioria da população mundial", disse ele.
"Mas mesmo em países ricos, esta não é a opção mais inteligente. Poderíamos continuar a construir mais represas ou explorar mais fundo o subterrâneo, mas mesmo se tivermos dinheiro para isso, não é uma saída eficiente em termos de custo", disse ele.
Críticas De acordo com esta e outras pesquisas, a forma como a água é tratada no ocidente teve um impacto significativo na natureza.
Atualmente, um conceito defendido por organizações de desenvolvimento é o gerenciamento integrado da água, no qual as necessidades de todos os usuários são levadas em consideração e as particularidades naturais são integradas às soluções criadas pelo homem.
Um exemplo citado é o abastecimento de água da cidade de Nova York, feito por fontes nas montanhas de Catskill. Estas águas historicamente não precisavam de filtragem até a década de 1990, quando a poluição agricultural mudou o cenário.
A solução adotada, um programa de conservação de terras, se provou mais barata do que a alternativa de construção de unidades de tratamento.
A atual análise pode vir a ser contestada por conter elementos relativamente subjetivos, como por exemplo a forma como as diferentes ameaças são pesadas e combinadas.
Mas os pesquisadores a consideram uma base para futuros estudos e calculam que ela possa ser melhorada quando surgirem dados mais precisos, especialmente de regiões como a África.
Eles calculam que os países desenvolvidos e os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), não conseguirão investir em infraestrutura os US$ 800 bilhões que o estudo julga necessários até 2015. O panorama para países em desenvolvimento é mais sombrio.
"Este é um raio-x do mundo há cinco ou dez anos, porque fizemos o estudo com bases nestes dados", disse McIntyre.
http://noticias.uol.com.br/bbc/2010/09/ ... studo.jhtm
Re: GEOPOLÍTICA
FOXTROT escreveu:Pessoal é só ver o que o governo Lula/PT fez pelas forças armadas e comparar com o que foi feito (ou melhor, o que não foi realizado), pelo partido do Serra com o FHC a frente da nação.
Não se trata da Dilma salvar o EB, ou qualquer das forças, mas sim que agora há uma política de defesa pensada a médio/longo prazo, e que com os representantes do PSDB essa política não existe.
Ontem em uma conversa informal na subseção da OAB aqui na minha cidade um advogado da antiga, delegado aposentado que logrou esse posto graças a ARENA, disse que o PSDB é a esquerda brasileira, que é preciso se contrapor a esse governo de extrema direita
Quem eles querem enganar?
Saudações
Re: GEOPOLÍTICA
x3PRick escreveu:FOXTROT escreveu:Pessoal é só ver o que o governo Lula/PT fez pelas forças armadas e comparar com o que foi feito (ou melhor, o que não foi realizado), pelo partido do Serra com o FHC a frente da nação.
Não se trata da Dilma salvar o EB, ou qualquer das forças, mas sim que agora há uma política de defesa pensada a médio/longo prazo, e que com os representantes do PSDB essa política não existe.
Ontem em uma conversa informal na subseção da OAB aqui na minha cidade um advogado da antiga, delegado aposentado que logrou esse posto graças a ARENA, disse que o PSDB é a esquerda brasileira, que é preciso se contrapor a esse governo de extrema direita
Quem eles querem enganar?
Saudações
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Re: GEOPOLÍTICA
Timothy Power, entrevista a globonews...
Para ele o sistema eleitoral brasileiro é um dos mais inclusivos em todo o mundo, porém um dos mais complicados quando se fala em representantes distritais como senadores e deputados federais. “São tantas as vagas em disputa no Congresso brasileiro, tantos os candidatos concorrendo a elas que essa situação acaba gerando uma quantidade absurda de informações e propaganda e, talvez por isso, grande parte dos brasileiros não consiga se lembrar em quem votou nas últimas eleições.”
Power ressalta dois pontos cruciais na percepção de que o Brasil é um país em pleno amadurecimento político: a liberdade de imprensa e a inserção diplomática internacional. A imprensa é um ator importantíssimo na luta contra a corrupção e a impunidade, principalmente nos meios políticos, “e o Brasil, considerado um dos países mais confiáveis do mundo, se mostrou um dos mais viáveis intermediadores de conflito. Independente de ter dado certo o não, quem mais poderia costurar um acordo entre Teerã e Washington por ser considerado confiável pelos representes dos dois lados?”, completa Timothy Power.
http://globonews.globo.com/Jornalismo/G ... 14,00.html
Para ele o sistema eleitoral brasileiro é um dos mais inclusivos em todo o mundo, porém um dos mais complicados quando se fala em representantes distritais como senadores e deputados federais. “São tantas as vagas em disputa no Congresso brasileiro, tantos os candidatos concorrendo a elas que essa situação acaba gerando uma quantidade absurda de informações e propaganda e, talvez por isso, grande parte dos brasileiros não consiga se lembrar em quem votou nas últimas eleições.”
Power ressalta dois pontos cruciais na percepção de que o Brasil é um país em pleno amadurecimento político: a liberdade de imprensa e a inserção diplomática internacional. A imprensa é um ator importantíssimo na luta contra a corrupção e a impunidade, principalmente nos meios políticos, “e o Brasil, considerado um dos países mais confiáveis do mundo, se mostrou um dos mais viáveis intermediadores de conflito. Independente de ter dado certo o não, quem mais poderia costurar um acordo entre Teerã e Washington por ser considerado confiável pelos representes dos dois lados?”, completa Timothy Power.
http://globonews.globo.com/Jornalismo/G ... 14,00.html
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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- Sterrius
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Re: GEOPOLÍTICA
ta ae algo que nao se ve todo dia. Elogios ao nosso sistema eleitoral .
Concordo que é muito candidato pra escolher. Agora passar pra 2012 ou pior, pra 2011 ou 2013 não tornaria as coisas mais agradaveis ja que ae teriamos de votar todo ano. (o que seria +1 dia com o país parado e gastando dinheiro colocando urnas no país todo).
Concordo que é muito candidato pra escolher. Agora passar pra 2012 ou pior, pra 2011 ou 2013 não tornaria as coisas mais agradaveis ja que ae teriamos de votar todo ano. (o que seria +1 dia com o país parado e gastando dinheiro colocando urnas no país todo).
- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
Valor:
Corte de gasto militar na UE ameaça ações da Otan
Rodrigo Uchoa | De São Paulo
Vários países europeus devem definir nas próximas semanas onde farão os anunciados cortes
de gasto público. Com a dificuldade política cada vez maior de cortar gastos sociais, uma das áreas que
deve ser mais afetada é a de defesa. No caso do Reino Unido, os cortes no gasto militar foram definidos
como "draconianos". Para analistas, essa tendência irá afetar operações da Otan e preocupa os EUA.
Os cortes ameaçam debilitar a capacidade militar dos países europeus num momento em que
boa parte deles se vê diretamente envolvida em conflitos quentes, como no Afeganistão. Especialistas
temem que a Otan perca capacidade de ação, o que poderia até colocar em xeque a sobrevivência da
aliança militar ocidental.
Autoridades europeias do setor de defesa vêm tornando públicas suas críticas quanto ao rumo
que os cortes vêm tomando.
O ministro da Defesa britânico, Liam Fox, avisou por meio de uma carta ao premiê David
Cameron que fazer cortes profundos nos gastos militares enquanto o país se encontra envolvido em
combates no Afeganistão irá prejudicar o governo e afetar o moral dos soldados. A carta, à qual o jornal
"Daily Telegraph" teve acesso, diz que os cortes "draconianos" não poderiam ser tomados sem "graves
consequências políticas".
"Os países europeus desistiram, na maioria, de uma ambição simples: dispor de um aparelho
militar que lhes permita ter peso nas questões mundiais", disse no início da semana o ministro da Defesa
da França, Hervé Morin. "Ao ritmo em que estamos, a Europa irá se tornar progressivamente um
protetorado e, daqui a 50 anos, onde estaremos sob um condomínio sino-americano."
O mais preocupante, no curto prazo, é que os países não estão se consultando sobre os cortes,
disse Nick Witney, ex-diretor da Agência de Defesa Europeia e pesquisador do Council on Foreign
Relations. "A Itália não fala para a Suécia o que está cortando; a Bélgica não se comunica com a
Republica Tcheca; e assim por diante. Sendo assim, se precisarem montar ações militares coordenadas,
eles podem se ver incapacitados, se tiverem feito cortes no mesmo setor."
E os cortes vão ocorrer em áreas importantes, o que poderia levar até mesmo a uma debilitação
da Otan. "Isso pode ameaçar a capacidade da Otan em agir como uma força coerente", afirma Witney.
Para Mats Berdal, professor do Departamento de Estudos Bélicos do King's College, em
Londres, esse cenário ocorre num momento em que a Otan vive seu maior desafio: a primeira operação
fora da área euro-atlântica, no Afeganistão. "A aliança tem uma história de sobrevivência institucional,
notável pela capacidade dos aliados de conviver com suas tensões internas. Podemos assumir que o
envolvimento no Afeganistão, qualquer que seja o resultado, não resultará no fim da Otan. Mas revelou a
diferença entre as aspirações políticas ambiciosas da aliança e a capacidade de seus membros de
realizá-las."
A Otan recomenda que seus membros gastem 2% de seu orçamento em defesa (os EUA gastam
perto de 4%). Mas, mesmo antes da crise, isso não era cumprido pela maioria dos países europeus.
A magnitude dos cortes preocupa os analistas. A redução no gasto militar britânico nos próximos
seis anos podem ir de 10% a 20%.
Autoridades americanas vêm levantando dúvidas sobre se os britânicos terão uma força
suficientemente ágil para se juntar às tropas americanas nas operações de combate, como as que estão
em curso no Afeganistão.
A Alemanha anunciou que quer reduzir um terço da suas Forças Armadas. Espera-se que o
serviço militar compulsório seja revisto. O Exército, que hoje tem cerca de 250 mil soldados, deve passar
para algo em torno de 150 mil. A Alemanha mantém cerca de 7 mil militares estacionados no exterior - é
o terceiro maior contingente internacional no Afeganistão.
Espera-se ainda um forte corte de compra de equipamento militar, o que afetará empresas
bélicas.
Com agências internacionais
Corte de gasto militar na UE ameaça ações da Otan
Rodrigo Uchoa | De São Paulo
Vários países europeus devem definir nas próximas semanas onde farão os anunciados cortes
de gasto público. Com a dificuldade política cada vez maior de cortar gastos sociais, uma das áreas que
deve ser mais afetada é a de defesa. No caso do Reino Unido, os cortes no gasto militar foram definidos
como "draconianos". Para analistas, essa tendência irá afetar operações da Otan e preocupa os EUA.
Os cortes ameaçam debilitar a capacidade militar dos países europeus num momento em que
boa parte deles se vê diretamente envolvida em conflitos quentes, como no Afeganistão. Especialistas
temem que a Otan perca capacidade de ação, o que poderia até colocar em xeque a sobrevivência da
aliança militar ocidental.
Autoridades europeias do setor de defesa vêm tornando públicas suas críticas quanto ao rumo
que os cortes vêm tomando.
O ministro da Defesa britânico, Liam Fox, avisou por meio de uma carta ao premiê David
Cameron que fazer cortes profundos nos gastos militares enquanto o país se encontra envolvido em
combates no Afeganistão irá prejudicar o governo e afetar o moral dos soldados. A carta, à qual o jornal
"Daily Telegraph" teve acesso, diz que os cortes "draconianos" não poderiam ser tomados sem "graves
consequências políticas".
"Os países europeus desistiram, na maioria, de uma ambição simples: dispor de um aparelho
militar que lhes permita ter peso nas questões mundiais", disse no início da semana o ministro da Defesa
da França, Hervé Morin. "Ao ritmo em que estamos, a Europa irá se tornar progressivamente um
protetorado e, daqui a 50 anos, onde estaremos sob um condomínio sino-americano."
O mais preocupante, no curto prazo, é que os países não estão se consultando sobre os cortes,
disse Nick Witney, ex-diretor da Agência de Defesa Europeia e pesquisador do Council on Foreign
Relations. "A Itália não fala para a Suécia o que está cortando; a Bélgica não se comunica com a
Republica Tcheca; e assim por diante. Sendo assim, se precisarem montar ações militares coordenadas,
eles podem se ver incapacitados, se tiverem feito cortes no mesmo setor."
E os cortes vão ocorrer em áreas importantes, o que poderia levar até mesmo a uma debilitação
da Otan. "Isso pode ameaçar a capacidade da Otan em agir como uma força coerente", afirma Witney.
Para Mats Berdal, professor do Departamento de Estudos Bélicos do King's College, em
Londres, esse cenário ocorre num momento em que a Otan vive seu maior desafio: a primeira operação
fora da área euro-atlântica, no Afeganistão. "A aliança tem uma história de sobrevivência institucional,
notável pela capacidade dos aliados de conviver com suas tensões internas. Podemos assumir que o
envolvimento no Afeganistão, qualquer que seja o resultado, não resultará no fim da Otan. Mas revelou a
diferença entre as aspirações políticas ambiciosas da aliança e a capacidade de seus membros de
realizá-las."
A Otan recomenda que seus membros gastem 2% de seu orçamento em defesa (os EUA gastam
perto de 4%). Mas, mesmo antes da crise, isso não era cumprido pela maioria dos países europeus.
A magnitude dos cortes preocupa os analistas. A redução no gasto militar britânico nos próximos
seis anos podem ir de 10% a 20%.
Autoridades americanas vêm levantando dúvidas sobre se os britânicos terão uma força
suficientemente ágil para se juntar às tropas americanas nas operações de combate, como as que estão
em curso no Afeganistão.
A Alemanha anunciou que quer reduzir um terço da suas Forças Armadas. Espera-se que o
serviço militar compulsório seja revisto. O Exército, que hoje tem cerca de 250 mil soldados, deve passar
para algo em torno de 150 mil. A Alemanha mantém cerca de 7 mil militares estacionados no exterior - é
o terceiro maior contingente internacional no Afeganistão.
Espera-se ainda um forte corte de compra de equipamento militar, o que afetará empresas
bélicas.
Com agências internacionais
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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- suntsé
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Re: GEOPOLÍTICA
Até no velho continente, esta dando lições de irresponsabilidade na área de defesa.
Mas, se isto continuar. será muito bom para nós. Uma Otan Debilitada é muito interessante para os nossos desejos de segurança.
Mas, se isto continuar. será muito bom para nós. Uma Otan Debilitada é muito interessante para os nossos desejos de segurança.
- FOXTROT
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Re: GEOPOLÍTICA
suntsé escreveu:Até no velho continente, esta dando lições de irresponsabilidade na área de defesa.
Mas, se isto continuar. será muito bom para nós. Uma Otan Debilitada é muito interessante para os nossos desejos de segurança.
Quanto pior (Otan) melhor (Brasil).
Suadações
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
- Franz Luiz
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Re: GEOPOLÍTICA
kurgan escreveu:29/09/2010 - 20h55
Estudo aponta crise nos rios do mundo
Por Alister Doyle
OSLO (Reuters) - Os rios do mundo estão em crise, inclusive na América do Norte e na Europa, onde os governos já investiram trilhões de dólares para recuperar as fontes de água doce, segundo um estudo divulgado na quarta-feira.
"As ameaças à segurança hídrica humana e à diversidade biológica são pandêmicas", disse à Reuters Charles Vorosmarty, da City University, de Nova York, um dos autores do estudo publicado na revista Nature.
A equipe internacional de cientistas estima que quase 80 por cento da população mundial -- ou cerca de 5 bilhões de pessoas -- vivam em áreas com altíssimos níveis de ameaça à segurança hídrica, causada principalmente pela má gestão dos rios e pela poluição.
Um mapa mostra que a ameaça é gravíssima em grande parte dos Estados Unidos, inclusive na bacia do Mississippi, e em quase toda a Europa. A Índia, inclusive a bacia do Ganges, e o leste da China, com o rio Yangtze, também aparecem marcados em vermelho no mapa.
O aumento da prosperidade também implica um agravamento das ameaças, por causa de represas instaladas no lugar errado ou do aumento da poluição por fertilizantes, pesticidas e outros produtos químicos, por exemplo. Os países ricos então acobertam a má gestão dos recursos instalando caríssimas usinas de tratamento da água.
Os autores disseram que as formas de proteção dos rios deveriam ser repensadas, especialmente nas bacias ainda menos afetadas, nos países em desenvolvimento.
O estudo diz ter sido o primeiro a examinar detalhadamente dois conjuntos de ameaças -- ao abastecimento de água potável para as pessoas e à biodiversidade.
"Diante das tendências de escalada na extinção de espécies, na população humana, na mudança climática, no uso da água e nas pressões pelo desenvolvimento, os sistemas de água doce vão continuar sob ameaça num futuro bem longínquo", escreveram os cientistas.
Os rios menos afetados ficam na Sibéria, Canadá, Alasca, Amazônia e norte da Austrália. Partes das bacias do Amazonas, Congo e Nilo têm baixos níveis de ameaça.
Um caso citado positivamente é o da prefeitura de Nova York, que comprou uma área dos montes Catskills para obter água filtrada naturalmente, pois isso é mais barato do que construir uma usina de tratamento.
Os autores disseram que os políticos vão levar décadas para se engajarem suficientemente na solução dos problemas. "Enquanto isso, uma fração substancial da população mundial e incontáveis espécies de água doce continuam em perigo", escreveram.
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... mundo.jhtm
Já há algum tempo temos lido artigos vindos do norte
informando que os rios americanos estão contaminados com antibióticos e agrotóxicos.
Mais um motivo para nos cuidarmos aqui, tanto para não envenenarmos os nosso rios,
quanto para nos fortalecermos (e bem) na defesa.
Um abraço