"...A negociação é um triunfo político para Putin..."
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21.05.2014 | 09:36 | MUNDO
Rússia fecha acordo de US$ 400 bilhões para fornecer gás à China
O Globo
As estatais CNPC, da China, e Gazprom, da Rússia, assinaram nesta quarta-feira um aguardado acordo de US$ 400 bilhões para suprimento de gás, que garante ao país que é o maior consumidor de energia do mundo uma fonte mais limpa de combustível, ao mesmo tempo que abre um novo mercado para Moscou.
A negociação é um triunfo político para Putin, que está cortejando novos parceiros na Ásia, na medida em que os clientes na Europa tentam reduzir sua dependência do gás de Moscou para melhorar sua posição de barganha após a anexação da Crimeia, em abril.
Fontes da indústria disseram que a China tinha a vantagem quando as negociações entraram em sua fase final, sabendo da necessidade de Putin para novos clientes, já que seu isolamento na Europa se intensificou.
O gás será transportado por meio de um novo duto ligando os campos de gás na Sibéria aos principais centros de consumo da China perto da costa. A Rússia vai começar a entregar o combustível em 2018, até alcançar, gradualmente, a meta anual de 38 bilhões de metros cúbicos.
Putin anunciou que a Rússia planeja investir US$ 55 bilhões em exploração e na construção do gasoduto até a China. A CNPC informou que construirá a seção chinesa da estrutura.
Preço abaixo do esperado
A indústria estima que o preço do acordo deve ter ficardo em torno de US$ 350 por metro cúbico de gás, enquanto a média no Leste Europeu é de US$ 380. Fontes da companhia dizem que a China ofereceu pagar mais do que os cerca de US$ 9 por milhão de BTUs que paga ao Turcomenistão, enquanto a menor oferta da rússia foi de US$ 9,67 por milhão de BTUs.
— Quero destacar que houve trabalho árduo no nível dos especialistas. Nossos amigos chineses são negociadores difíceis — afirmou Putin, que compareceu à assinatura do acordo, junto com o primeiro-ministro chinês, Xi Jinping
— Através de compromisso mútuo, conseguimos alcançar temos não só aceitáveis, mas satisfatórios, para ambos os lados.
Analistas dizem que fatores políticos mais amplos provavelmente foram colocados na mesa de negociações:
— Dadas as sanções que a União Europeia podem adotar contra a Rússia, não acho que a Gazprom estava em posição de conseguir um preço muito alto por seu gás — disse Gordon Kwan, diretor de pesquisa da consultoria Nomura.
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