Missilhouse do Brasil

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Re: Mssilhouse do Brasil

#2731 Mensagem por Carlos Lima » Seg Out 24, 2016 7:17 pm

LeandroGCard escreveu:
knigh7 escreveu:Não faria sentido a FAB armar o AMX com um míssil antinavio sendo que nem radar ele tem.
Ué, mas a FAB não é justamente a força que melhor capacidade tem de operar em NCW? E não é justamente para isso que isso serve, permitir que diferentes plataformas cooperem de forma que uma não precisa integrar tudo o que a outra possui em termos de capacidades? Então que história é esta agora?

Carlos Lima escreveu:A versão ar-mar do Exocet, a mais moderna, a Block2, tem um alcance de 70km. Não iria resolver o problema e duvido muito que a cópia saia bem melhor que o original.
Uma frota de AMX ou mesmo Gripen voando a 900 km/h, com capacidade de mudar de altitude muito mais rapidamente e carregando dois mísseis em cada aeronave (que podem se aproximar do alvo de diversas direções diferentes e simultâneas), sem limite para o número de unidades lançadas em cada ataque (a produção sendo local os números são outros) orientados pelos Órion que ficariam voando bem mais longe e protegidos por uma escolta me parece muito mais eficaz do que um punhado de Órions tentando operar sozinho no meio do oceano contra uma frota inimiga economizando os poucos mísseis disponíveis (já ouviu falar que ataques a navios hoje são de saturação? sabe o que isso significa?), mesmo com mísseis de 70km de alcance no primeiro caso e 280 no segundo.
Carlos Lima escreveu:Que condicionados ao humor do DoD, não foi cessão gratuita. O que a FAB não pode fazer é repassar a outros. Aliás eu não vejo essas críticas com relação aos torpedos MK48ADCAP da MB.
Dinheiro algum do mundo vai mudar o fato de que na hora H é muito, muito fácil os mísseis simplesmente errarem os alvos (por um tantinho assim...), não explodirem, baterem nas ondas e etc... . Como aliás tem sido quase uma regra antes da exceção no caso de mísseis adquiridos de terceiros e empregados por países clientes em condições politicamente "inconvenientes".
Carlos Lima escreveu:Se fosse para armar um caça, acho que as críticas valeriam. Mas para armar um P-3 lento e raro para nós (temos apenas 8 e se contar com a diagonal de manutenção deve ficar só uns 4 disponíveis) acho que a FAB acertou.
Mais uma vez, porque alguém arriscaria uma plataforma cara, complexa, vulnerável e com grande tripulação em missões de ataque de superfície tendo aviões de caça e ataque disponíveis numa era dominada pelas comunicações eletrônicas como a atual?

Leandro G. Card
Bem por ai Leandro.

Concordo plenamente.

[]s
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Re: Mssilhouse do Brasil

#2732 Mensagem por Carlos Lima » Seg Out 24, 2016 7:21 pm

LeandroGCard escreveu:
knigh7 escreveu:Eu também sei do AVMT, também acompanho o desenvolvimento do MAN e nunca li nada além do objetivo de alcance igual ao MM40 Block2.
O motor do MAN já está pronto, é motor foguete, não é turbojato.
O motor da PRIMEIRA VERSÃO do MAN-1 está pronto. A tecnologia para uma segunda versão turbojato também já está pronta (e inclusive procurando compradores). É só juntar 2+2. Ou algum inimigo já está pronto para se lançar sobre nosso litoral e não temos tempo de esperar por algum desenvolvimento?

Este raciocínio estático, em que só vale o que foi decidido na primeira instância e o que já está pronto, sem se pensar no futuro, é a principal causa do atraso não apenas de nossa BID, mas da maior parte da indústria nacional em geral :? .

Leandro G. Card

P.S.: Busque os primeiros posts de nosso amigo Marino (onde será que ele anda?) sobre o MAN-1 aqui mesmo no DB, e vai ver como já foi sim considerada a versão com propulsão turbojato.
Exatamente isso (Novamente).

'E por essas e outras que os nossos programas de armamento sao tao atrasados, pouquissimos eficientes em termos de continuidade, custos, e capacidade de expansao.

E 'e sempre bom lembrar que qualquer pais que hoje tem uma certa capacidade de desenvolvimento de misseis comecou com misseis que nao se comparavam com 'o que h'a de melhor' , mas foram se atualizando constantemente e finalmente desenvolvendo projetos proprios.

E esse tipo de coisa so' se faz gastando $$$$, disparando misseis, errando errando errando...e finalmente acertando.

Comprar Harpoon para dizer que tem em uma aeronave ultra lenta nem de longe 'e o ideal :|

Principalmente dada as quantidades que compramos.

[]s
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Re: Mssilhouse do Brasil

#2733 Mensagem por knigh7 » Seg Out 24, 2016 7:41 pm

vai em vermelho
LeandroGCard escreveu:
knigh7 escreveu:Não faria sentido a FAB armar o AMX com um míssil antinavio sendo que nem radar ele tem.
Ué, mas a FAB não é justamente a força que melhor capacidade tem de operar em NCW? E não é justamente para isso que isso serve, permitir que diferentes plataformas cooperem de forma que uma não precisa integrar tudo o que a outra possui em termos de capacidades? Então que história é esta agora?

Acha que os A1 antes vão operar com o link BR2 do que a modernização dele?
Carlos Lima escreveu:A versão ar-mar do Exocet, a mais moderna, a Block2, tem um alcance de 70km. Não iria resolver o problema e duvido muito que a cópia saia bem melhor que o original.
Uma frota de AMX ou mesmo Gripen voando a 900 km/h, com capacidade de mudar de altitude muito mais rapidamente e carregando dois mísseis em cada aeronave (que podem se aproximar do alvo de diversas direções diferentes e simultâneas), sem limite para o número de unidades lançadas em cada ataque (a produção sendo local os números são outros) orientados pelos Órion que ficariam voando bem mais longe e protegidos por uma escolta me parece muito mais eficaz do que um punhado de órions tentando operar sozinho no meio do oceano contra uma frota inimiga.
Deixa para quando a gente receber os Gripens ou quando os A1 tiverem sido modernizados. Agora o que não pode é FAB ficar esperando com os P3 desdentados para guerra ASuW
Carlos Lima escreveu:Que condicionados ao humor do DoD, não foi cessão gratuita. O que a FAB não pode fazer é repassar a outros. Aliás eu não vejo essas críticas com relação aos torpedos MK48ADCAP da MB.
Dinheiro algum do mundo vai mudar o fato de que na hora H é muito, muito fácil os mísseis simplesmente errarem os alvos (por um tantinho assim...), não explodirem, baterem nas ondas e etc... . Como aliás tem sido quase uma regra antes da exceção no caso de mísseis adquiridos de terceiros e empregados por países clientes em condições politicamente "inconvenientes".
Argentina só tinha 5 Exocet, acertou 3 navios afundando 2.
Carlos Lima escreveu:Se fosse para armar um caça, acho que as críticas valeriam. Mas para armar um P-3 lento e raro para nós (temos apenas 8 e se contar com a diagonal de manutenção deve ficar só uns 4 disponíveis) acho que a FAB acertou.
Mais uma vez, porque alguém arriscaria uma plataforma cara, complexa, vulnerável e com grande tripulação em missões de ataque de superfície tendo aviões de caça e ataque disponíveis numa era dominada pelas comunicações eletrônicas como a atual?


Leandro G. Card
A FAB comprou o AGM-84L (Block II), o mais moderno em operação. O alcance dele deixa fora do raio de ação da maioria dos mísseis das escoltas AAW, como o Aster 30, o RIM 66 SM2. Aliás, não tem escolta da Europa Ocidental com míssil que suplante o alcance dele.




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Re: Mssilhouse do Brasil

#2734 Mensagem por Carlos Lima » Seg Out 24, 2016 7:46 pm

E isso tudo as custas (pois o $$$ foi para o Harpoon e infra estrutura associada) do desenvolvimento (e eventual compra) de uma versao ar-superficie do MAN-1... incluindo ai com eventual evolucao e ampliacao de alcance.

:|

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Re: Mssilhouse do Brasil

#2735 Mensagem por knigh7 » Seg Out 24, 2016 7:54 pm

LeandroGCard escreveu:
knigh7 escreveu:Eu também sei do AVMT, também acompanho o desenvolvimento do MAN e nunca li nada além do objetivo de alcance igual ao MM40 Block2.
O motor do MAN já está pronto, é motor foguete, não é turbojato.
O motor da PRIMEIRA VERSÃO do MAN-1 está pronto. A tecnologia para uma segunda versão turbojato também já está pronta (e inclusive procurando compradores). É só juntar 2+2. Ou algum inimigo já está pronto para se lançar sobre nosso litoral e não temos tempo de esperar por algum desenvolvimento?

Este raciocínio estático, em que só vale o que foi decidido na primeira instância e o que já está pronto, sem se pensar no futuro, é a principal causa do atraso não apenas de nossa BID, mas da maior parte da indústria nacional em geral :? .


Leandro G. Card

P.S.: Busque os primeiros posts de nosso amigo Marino (onde será que ele anda?) sobre o MAN-1 aqui mesmo no DB, e vai ver como já foi sim considerada a versão com propulsão turbojato.
Leandro, por várias vezes já critiquei o alcance do MAN aqui no DB justamente por nunca ler nada além do alcance de 75km.Vc pode revirar o monte de informação até oficiosa na internet que vc não vai ler nada além disso (vai ter informação de 70km, ou 30nm, ou 75km) A Avibrás até tem tecnologia de turbojato, tanto é que tem o projeto do AVMT. Mas com certeza, mesmo se tivesse como objetivo para o MAN, seria distante.
A FAB supriu uma carência pra lá de urgente.




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Re: Mssilhouse do Brasil

#2736 Mensagem por FCarvalho » Seg Out 24, 2016 8:18 pm

Congratulações aos amigos pelo debate. É muito bom ver que ainda temos muito o que falar sobre vários assuntos que aqui, apesar de exasustivamente discutidos, ainda propiciam um bom debate.

Uma pequena contribuição. Todos os documentos lançados pelo MD e ffaa's nos últimos anos - Livro Branco, PND, END,etc... - falam claramente em privilegiar a BID com investimentos a partir de programas e projetos levados a cabo pelo MD e respectivas forças. Tais programas, projetos, e planejamentos, teriam como força indutora a gestão do MD como fator integrador dos esforços dos vários centros de pesquisa militar que temos e dos estados maiores e escolas militares junto a BID. Mas o que se viu foi justamente o contrário disso. O MD simplesmente não consegue, ou não quer, coordenadar absolutamente nada no campo comercial-industrial e de pesquisa das ffaa's, e estas por sua vez já demosntraram "enes" vezes pouca ou nenhuma disposição de cooperação a este nível.

O exemplo mais claro e estarecedor disso é o projeto da AAe. Isso para não falar na falta de cooperação real entre as forças nos programas Guarani, Astros, VBMT-LR, MAN, AV-MT, MS-1.2, ALAC, morteiros, IA-2, helos treinamento, EG e Ataque, e tantos aqui já tão comentados aqui.

Enfim, parece uma lambança atrás da outra. E como o poder civil não tem intimidade com estas e outras questões da defesa, fica realmente muito difívil esperar que o MD não tenha outra papel que não servir apenas de antepara entre o cmte em chefe das ffaa's e os próprios militares.

abs.




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Re: Mssilhouse do Brasil

#2737 Mensagem por LeandroGCard » Seg Out 24, 2016 8:23 pm

knigh7 escreveu:Leandro, por várias vezes já critiquei o alcance do MAN aqui no DB justamente por nunca ler nada além do alcance de 75km.Vc pode revirar o monte de informação até oficiosa na internet que vc não vai ler nada além disso (vai ter informação de 70km, ou 30nm, ou 75km) A Avibrás até tem tecnologia de turbojato, tanto é que tem o projeto do AVMT. Mas com certeza, mesmo se tivesse como objetivo para o MAN, seria distante.
A FAB supriu uma carência pra lá de urgente.
E urgente porquê exatamente?

Nunca tivemos nada sequer parecido em termos de capacidade, mesmo em momentos muito mais tensos aqui na AL, e agora que praticamente ninguém neste continente está em condições de bancar uma guerra ficou "urgente" possuir 15 mísseis no segundo estado da arte (segundo, porque não dá para comparar nenhuma versão do Harpoon com mísseis como o Brahmos)?

Enquanto isso empresas antes promissoras do setor de defesa estão fechando as portas, o país está perdendo capacitação e a economia está em frangalhos principalmente pela perda de nossa capacidade industrial, mas é mais "urgente" mandar US$170 milhões para a Boeing Defense para ter 15 mísseis em estoque?

Não lhe parece mesmo haver uma inversão de prioridades aí?

Leandro G. Card

P.S. Os Exocets argentinos afundaram apenas 2 navios, o Destróier HMS Shefield e o Cargueiro HMS Coventry. O terceiro navio atingido (HMS Glamorgan) não apenas sobreviveu como continuou em ação. Números contam, e se a Argentina tivesse uma quantidade ilimitada de mísseis para colocar em seus aviões, mesmo que inferiores aos Exocet, a guerra poderia nem mesmo ter acontecido.




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Re: Mssilhouse do Brasil

#2738 Mensagem por Carlos Lima » Seg Out 24, 2016 9:00 pm

LeandroGCard escreveu:
knigh7 escreveu:Leandro, por várias vezes já critiquei o alcance do MAN aqui no DB justamente por nunca ler nada além do alcance de 75km.Vc pode revirar o monte de informação até oficiosa na internet que vc não vai ler nada além disso (vai ter informação de 70km, ou 30nm, ou 75km) A Avibrás até tem tecnologia de turbojato, tanto é que tem o projeto do AVMT. Mas com certeza, mesmo se tivesse como objetivo para o MAN, seria distante.
A FAB supriu uma carência pra lá de urgente.
E urgente porquê exatamente?

Nunca tivemos nada sequer parecido em termos de capacidade, mesmo em momentos muito mais tensos aqui na AL, e agora que praticamente ninguém neste continente está em condições de bancar uma guerra ficou "urgente" possuir 15 mísseis no segundo estado da arte (segundo, porque não dá para comparar nenhuma versão do Harpoon com mísseis como o Brahmos)?

Enquanto isso empresas antes promissoras do setor de defesa estão fechando as portas, o país está perdendo capacitação e a economia está em frangalhos principalmente pela perda de nossa capacidade industrial, mas é mais "urgente" mandar US$170 milhões para a Boeing Defense para ter 15 mísseis em estoque?

Não lhe parece mesmo haver uma inversão de prioridades aí?

Leandro G. Card

P.S. Os Exocets argentinos afundaram apenas 2 navios, o Destróier HMS Shefield e o Cargueiro HMS Coventry. O terceiro navio atingido (HMS Glamorgan) não apenas sobreviveu como continuou em ação. Números contam, e se a Argentina tivesse uma quantidade ilimitada de mísseis para colocar em seus aviões, mesmo que inferiores aos Exocet, a guerra poderia nem mesmo ter acontecido.
Exatamente.

Somos conhecidos pelas bombas burras e foguetes mesmo depois de uma Guerra ocorrendo no quintal de casa.

Quando temos o potencial de ter uma solucao mais 'local' o que fazemos?

Compramos um missil enlatado tirando potencial $$$ para um programa mais nacionalizado.

:|

[]s
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Re: Mssilhouse do Brasil

#2739 Mensagem por knigh7 » Seg Out 24, 2016 11:57 pm

LeandroGCard escreveu:
knigh7 escreveu:Leandro, por várias vezes já critiquei o alcance do MAN aqui no DB justamente por nunca ler nada além do alcance de 75km.Vc pode revirar o monte de informação até oficiosa na internet que vc não vai ler nada além disso (vai ter informação de 70km, ou 30nm, ou 75km) A Avibrás até tem tecnologia de turbojato, tanto é que tem o projeto do AVMT. Mas com certeza, mesmo se tivesse como objetivo para o MAN, seria distante.
A FAB supriu uma carência pra lá de urgente.
E urgente porquê exatamente?

Nunca tivemos nada sequer parecido em termos de capacidade, mesmo em momentos muito mais tensos aqui na AL, e agora que praticamente ninguém neste continente está em condições de bancar uma guerra ficou "urgente" possuir 15 mísseis no segundo estado da arte (segundo, porque não dá para comparar nenhuma versão do Harpoon com mísseis como o Brahmos)?

Enquanto isso empresas antes promissoras do setor de defesa estão fechando as portas, o país está perdendo capacitação e a economia está em frangalhos principalmente pela perda de nossa capacidade industrial, mas é mais "urgente" mandar US$170 milhões para a Boeing Defense para ter 15 mísseis em estoque?

Não lhe parece mesmo haver uma inversão de prioridades aí?
Ainda bem que a FAB não jogou mais dinheiro na Metron...só no A-Darter a FAB jogou 300 milhões de DÓLARES. Uma parte foi para a Denel, mas boa parte ficou aqui. Aliás a última notícia oficial que se teve do míssil foi aquela que eu coloquei...

Na década de 80 quando a FAB queria instalar um radar no AMX, a Força pensava adquirir o Kormoran II. Aí o Gov. não teve mas grana pra bancar o programa e o Scipio foi postergado. Então o projeto de equipar o caça com um missil antinavio foi postergado junto.

Agora a FAB tem uma aeronave capaz de realizar missões ASuW, é lenta, é grande, é um Flanker da vida nos radares dos adversários, portanto precisa ficar longe do alcance dos mísseis antiaéreos, já tem um míssil integrado ao sistema espanhol FITS que tem um alcance o suficiente para poder disparar fora do alcance dos mísseis antiaéreos, enquanto a solução nacional tem um alcance curto e nada consta longo alcance pra ela.


A imprensa especializada em defesa no Brasil não bate de frente com os militares. Mas questionam. E nunca vi questionar a compra dos Harpoons. Porque é uma escolha óbvia que vc e o Lima não estão enxergando.

Vc pensa do tipo: primeiro a indústria nacional. É o caso da bost@ do MSS 1.2 que está sendo desenvolvido há 30 anos. E o EB continua sem um míssil antitanque. Daqui há 5 anos ele vai estar do mesmo jeito. E o EB sem um míssil antitanque.

Obs: foram comprados 20 Harpoons, sendo 4 para treinamento.
LeandroGCard escreveu: P.S. Os Exocets argentinos afundaram apenas 2 navios, o Destróier HMS Shefield e o Cargueiro HMS Coventry. O terceiro navio atingido (HMS Glamorgan) não apenas sobreviveu como continuou em ação. Números contam, e se a Argentina tivesse uma quantidade ilimitada de mísseis para colocar em seus aviões, mesmo que inferiores aos Exocet, a guerra poderia nem mesmo ter acontecido.
Sim, foi o que eu havia colocado, acertou 3 navios sendo que 2 foram afundados.




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Re: Mssilhouse do Brasil

#2740 Mensagem por Penguin » Ter Out 25, 2016 9:45 am

LeandroGCard escreveu:
FCarvalho escreveu:Não quero parecer pessimista, mas temos que concordar que nossa BID sempre vivei à míngua e alhures aos projetos nacionais de desenvolvimento e que defesa no Brasil nunca foi e ainda vai continuar sendo um assunto incômodo, quando não um imbróglio chato e desinteressante, para a imensa maioria do populacho e, principalmente, para o pessoal que assina o cheque.

Não temos muitas alternativas reais para desenvolver a BID, que não seja vivendo com o pires na mão no mercado interno e, esperando por um milagre vindo do mercado externo.

Bem, no mais, viva-se com isso.

abs.
Amigo FCarvalho,

Suas colocações estão corretas e não tenho reparos a fazer, mas nas minha opinião esta questão que quotei acima deveria ter uma solução até simples. Caberia ao governo do país, via MD e eventualmente até de uma reforma no texto constitucional, definir que uma das atribuições de nossas FA's seria também o fomento da indústria e da tecnologia nacionais (até porque uma base industrial forte e moderna sempre foi um dos melhores pilares da defesa em países realmente civilizados), e que isso seria feito através da obrigatoriedade da manutenção de programas em áreas que fossem consideradas estratégicas e da definição conjunta dos requisitos operacionais pelas FA's a as empresas de defesa envolvidas. Não seria mais feito como no caso da grande maioria dos programas já deslanchados, em que o EB, a MB ou a FAB definem sozinhos os já famosos ROB's, os publicam e depois as empresas precisam se encaixar neles da forma que conseguirem.

Isso pode até soar estranho para alguns, mas é exatamente o que se faz quando o assunto envolve o desenvolvimento de aeronaves pela Embraer: A FAB informa o que gostaria de receber mas a definição final do produto a ser realmente desenvolvido é de responsabilidade da empresa, que estuda o mercado internacional e consulta seus potenciais clientes a nível mundial antes de fechar as especificações. Isso geralmente acaba gerando algo além, em termos de capacidades e custos, do que a própria FAB inicialmente gostaria (e o KC-390 é um exemplo clássico disso), mas isso não importa, ela que avalie se vale à pena se adequar a operar o que a empresa considera mais apropriado para garantir a sua competitividade em nível global, e caso contrário o programa é cancelado antes mesmo de começar. O mesmo se a empresa avaliar que os militares insistem em obter algo que não vale à pena para ela desenvolver (e neste caso a prateleira está aí para isso mesmo, como no caso dos caças). Mas se ambos concordarem o programa é lançado sob controle do fabricante, e no final todo mundo bate palmas.

É claro que além disso os recursos para tocar os programas após a decisão de lançá-los ser tomada, incluindo a aquisição do lote inicial que viabilize a questão de custos, precisam necessariamente ser garantidos. O budget mínimo a ser despendido com o desenvolvimento de programas industriais de aplicação militar (veja bem, não na AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS militares, mas sim em PROGRAMAS INDUSTRIAIS do setor) precisa ser definido pelo poder político em conjunto com as empresas e as FA's numa base periódica, digamos, no início de cada governo, e depois seguido a risca, sem contingenciamentos ou atrasos (e com cobranças igualmente rígidas sobre os envolvidos, empresas e militares). O budget não precisa englobar absolutamente tudo o que nossas FA's precisam, e o que estiver fora dele pode ser adquirido de outras formas (prateleira, licenças de fabricação, etc...), mas aí a responsabilidade e o risco serão das próprias FA's e das empresas que decidirem tentar a sorte neste mercado, o governo já não seria obrigado a garantir nada.

Desta forma pelo menos alguns programas de cunho mais estratégico, tanto em termos militares quanto industriais (o que para um país que não pode apontar inimigos mas está sofrendo um desastroso processo de desindustrialização é ainda mais importante) poderiam ser lançados e funcionar a contento, com garantia de suporte e continuidade. As empresas teriam um horizonte de planejamento para investir e liberdade de desenvolver produtos competitivos a nível mundial, para se livrar da dependência das pequenas e esporádicas aquisições locais, e as FA's estariam cientes de que o que não conseguirem encaixar neste modelo poderia sofrer atrasos ou mesmo interrupção total aos sabores da política e da economia, e teriam que aprender a se planejar muito melhor.

Esta é a minha sugestão para possibilitar que o Brasil tenha uma BID compatível com o seu tamanho e as aspirações de nossa sociedade. Existem diversos detalhes menores que ainda podem ser discutidos, mas o conceito seria este.


Leandro G. Card
Muito boa análise Leandro.

Na minha opinião:

1) É necessário que haja um melhor planejamento e uma maior previsibilidade orçamentária para os principais projetos militares, compatibilizando o planejamento com a realidade orçamentária.

2) Deveria haver um efetivo sistema brasileiro de aquisições militares, contemplando as 3 forças, profissional, civil (e com a participação dos militares), estilo FMV (Suécia), DGA (França), BWB (Alemanha) etc.

"O MD atualmente coordena as principais aquisições, mas não controla de forma integrada (desde o início) o surgimento dos principais projetos militares brasileiros".




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: Mssilhouse do Brasil

#2741 Mensagem por LeandroGCard » Ter Out 25, 2016 11:24 am

knigh7 escreveu:Agora a FAB tem uma aeronave capaz de realizar missões ASuW, é lenta, é grande, é um Flanker da vida nos radares dos adversários, portanto precisa ficar longe do alcance dos mísseis antiaéreos, já tem um míssil integrado ao sistema espanhol FITS que tem um alcance o suficiente para poder disparar fora do alcance dos mísseis antiaéreos, enquanto a solução nacional tem um alcance curto e nada consta longo alcance pra ela.
Mas a FAB não tem o mais importante para justificar esta aquisição quando dois mísseis de categorias iguais ou semelhantes estão sendo desenvolvidos no próprio país (e que aliás deveria ser só um): Um inimigo a apontar.

A imprensa especializada em defesa no Brasil não bate de frente com os militares. Mas questionam. E nunca vi questionar a compra dos Harpoons. Porque é uma escolha óbvia que vc e o Lima não estão enxergando.
Entre tantas coisas a discutir, me parece que a imprensa especializada nem deu bola foi para a aquisição do Harpoon em si. E os editores de revistas podem ter a opinião que tiverem. Eu tenho a minha.
Vc pensa do tipo: primeiro a indústria nacional. É o caso da bost@ do MSS 1.2 que está sendo desenvolvido há 30 anos. E o EB continua sem um míssil antitanque. Daqui há 5 anos ele vai estar do mesmo jeito. E o EB sem um míssil antitanque.

Obs: foram comprados 20 Harpoons, sendo 4 para treinamento.
Em um momento em que não há inimigo algum a apontar no horizonte mas o desmantelamento da base industrial e tecnológica nacionais é um perigo real e imediato, não dá para não colocar a indústria brasileira em primeiro plano. Isso é no mínimo leviano.

Agora, se você ler os meus posts sobre o tema verá que eu discordo da forma como os programas do tipo tem sido tocados no Brasil, tanto pelas FA's quanto pelo governo e pelas próprias empresas envolvidas, com raras exceções. Mas não é porque existe um problema no gerenciamento do assunto que vamos matar tudo e partir para a prateleira a qualquer percalço, da mesma forma que não se decepa uma perna só porque se está mancando.


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Re: Mssilhouse do Brasil

#2742 Mensagem por LeandroGCard » Ter Out 25, 2016 11:32 am

Penguin escreveu:Muito boa análise Leandro.

Na minha opinião:

1) É necessário que haja um melhor planejamento e uma maior previsibilidade orçamentária para os principais projetos militares, compatibilizando o planejamento com a realidade orçamentária.
Exatamente.

Dadas as condições econômicas atuais do país dificilmente se poderia dar garantias deste tipo a todo e qualquer programa militar que se desejasse, mas pelo menos alguns considerados mais importantes por critérios não apenas operacionais mas também econômicos, estratégicos e até geopolíticos precisariam receber garantias de continuidade.
2) Deveria haver um efetivo sistema brasileiro de aquisições militares, contemplando as 3 forças, profissional, civil (e com a participação dos militares), estilo FMV (Suécia), DGA (França), BWB (Alemanha) etc."

O MD atualmente coordena as principais aquisições, mas não controla de forma integrada (desde o início) o surgimento dos principais projetos militares brasileiros".
Isso seria o ideal, mas esbarra na preocupação de nossos militares em manter sob suas próprias asas as aquisições de cada uma das forças. No médio prazo isso precisaria ser mudado. No curto, o MD deveria assumir pelo menos os programas considerados factíveis e estratégicos, que envolvessem a capacitação industrial do país para não termos mais uma vez que recomeçar do zero se e quando a situação financeira melhorar. Como exemplos posso citar os mísseis AAe e anti-navio, a artilharia inteligente e os submarinos (pelo menos os convencionais) e seus torpedos.


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Re: Mssilhouse do Brasil

#2743 Mensagem por Penguin » Ter Out 25, 2016 11:46 am

LeandroGCard escreveu:
Penguin escreveu:Muito boa análise Leandro.

Na minha opinião:

1) É necessário que haja um melhor planejamento e uma maior previsibilidade orçamentária para os principais projetos militares, compatibilizando o planejamento com a realidade orçamentária.
Exatamente.

Dadas as condições econômicas atuais do país dificilmente se poderia dar garantias deste tipo a todo e qualquer programa militar que se desejasse, mas pelo menos alguns considerados mais importantes por critérios não apenas operacionais mas também econômicos, estratégicos e até geopolíticos precisariam receber garantias de continuidade.
2) Deveria haver um efetivo sistema brasileiro de aquisições militares, contemplando as 3 forças, profissional, civil (e com a participação dos militares), estilo FMV (Suécia), DGA (França), BWB (Alemanha) etc."

O MD atualmente coordena as principais aquisições, mas não controla de forma integrada (desde o início) o surgimento dos principais projetos militares brasileiros".
Isso seria o ideal, mas esbarra na preocupação de nossos militares em manter sob suas próprias asas as aquisições de cada uma das forças. No médio prazo isso precisaria ser mudado. No curto, o MD deveria assumir pelo menos os programas considerados factíveis e estratégicos, que envolvessem a capacitação industrial do país para não termos mais uma vez que recomeçar do zero se e quando a situação financeira melhorar. Como exemplos posso citar os mísseis AAe e anti-navio, a artilharia inteligente e os submarinos (pelo menos os convencionais) e seus torpedos.


Leandro G. Card
Apenas um detalhe crucial.
Essas agências citadas, são muito bem equipadas em termos de pessoal e capacidade de gestão de projetos complexos e de alto valor e de articulação entre o poder político, sistema de CTI e indústria.
O FMV possui mais de 3.000 funcionário especializados.
O DGS e o BWB possuem em torno de 10.000 funcionários especializados.
O nosso MD não possui capacidade similar atualmente.

[]s




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Re: Mssilhouse do Brasil

#2744 Mensagem por knigh7 » Ter Out 25, 2016 12:45 pm

vai em vermelho
LeandroGCard escreveu:
knigh7 escreveu:Agora a FAB tem uma aeronave capaz de realizar missões ASuW, é lenta, é grande, é um Flanker da vida nos radares dos adversários, portanto precisa ficar longe do alcance dos mísseis antiaéreos, já tem um míssil integrado ao sistema espanhol FITS que tem um alcance o suficiente para poder disparar fora do alcance dos mísseis antiaéreos, enquanto a solução nacional tem um alcance curto e nada consta longo alcance pra ela.
Mas a FAB não tem o mais importante para justificar esta aquisição quando dois mísseis de categorias iguais ou semelhantes estão sendo desenvolvidos no próprio país (e que aliás deveria ser só um): Um inimigo a apontar.

Vc joga como se o Harpoon e o MAN fosse iguais. Os 2 são mísseis antinavio e as semelhanças param por aí. O MAN não faz movimentos sinuosos na fase terminal, o alcance é 3, 4 vezes menor. A bem verdade o MAN é um míssil antinavio com desempenho da década de 70
A imprensa especializada em defesa no Brasil não bate de frente com os militares. Mas questionam. E nunca vi questionar a compra dos Harpoons. Porque é uma escolha óbvia que vc e o Lima não estão enxergando.
Entre tantas coisas a discutir, me parece que a imprensa especializada nem deu bola foi para a aquisição do Harpoon em si. E os editores de revistas podem ter a opinião que tiverem. Eu tenho a minha.
O Harpoon foi anunciado em todas as revistas. O problema é que vc encampou a bandeira da produção nacional e insiste mesmo quando ela é absolutamente inadequada ou falida. As revistas relataram mas não questionaram e nem teriam motivo.
Vc pensa do tipo: primeiro a indústria nacional. É o caso da bost@ do MSS 1.2 que está sendo desenvolvido há 30 anos. E o EB continua sem um míssil antitanque. Daqui há 5 anos ele vai estar do mesmo jeito. E o EB sem um míssil antitanque.

Obs: foram comprados 20 Harpoons, sendo 4 para treinamento.
Em um momento em que não há inimigo algum a apontar no horizonte mas o desmantelamento da base industrial e tecnológica nacionais é um perigo real e imediato, não dá para não colocar a indústria brasileira em primeiro plano. Isso é no mínimo leviano.

Agora, se você ler os meus posts sobre o tema verá que eu discordo da forma como os programas do tipo tem sido tocados no Brasil, tanto pelas FA's quanto pelo governo e pelas próprias empresas envolvidas, com raras exceções. Mas não é porque existe um problema no gerenciamento do assunto que vamos matar tudo e partir para a prateleira a qualquer percalço, da mesma forma que não se decepa uma perna só porque se está mancando.

Nós não estamos comprando tudo de prateleira, nem acho que deveríamos. Há o A-Darter,
o ALAC e o próprio MAN para a MB que eu acho que deva continuar. Aliás, a AAAe de média altura eu defendo que seja uma solução nacional. Poderemos aproveitar o A-Darter e fazer uma versão dele com booster e data link com o Saber M200. O problema é que vc está querendo que se insista em projetos que já deram provas há muito que são "falidos" como é o caso do MSS 1.2 ou encaixar projetos que absolutamente inadequados. E o MAN para os P-3 não iria salvar a Mectron. O problema da Mectron está nos rumos comerciais da empresa. Outras produtoras de munição nacional como a GESPI, a Britanite e a Avibrás se moveram para o mercado do externo. A Mectron, não, apenas vendeu para o Paquistão, isso porque foi uma negociação governo a governo que começou pelo interesse dos paquistaneses.
Vc vai ver várias declarações da FAB que se deve dar capacitação a industria nacional. Mas eles não são radicais e nem deveria ser.





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Re: Mssilhouse do Brasil

#2745 Mensagem por LeandroGCard » Ter Out 25, 2016 1:30 pm

knigh7 escreveu:Vc joga como se o Harpoon e o MAN fosse iguais. Os 2 são mísseis antinavio e as semelhanças param por aí. O MAN não faz movimentos sinuosos na fase terminal, o alcance é 3, 4 vezes menor. A bem verdade o MAN é um míssil antinavio com desempenho da década de 70
Você é que está travado neste conceito fixista de que o MAN é e será sempre uma arma inferior. Mas caberia à própria FAB (e ao MD) ter colocado a questão em outros termos, como chegar para quem está desenvolvendo a versão da MB do MAN-1 e ter dito: "Tenho X milhões para garantir a disponibilidade (o que é diferente de adquirir) um míssil com características tais e tais. Até onde vocês podem levar as capacidades do MAN (que não seria mais o 1) com isso, e em quanto tempo?"

Mas não, o MAN é um projeto da marinha, então... .
O Harpoon foi anunciado em todas as revistas. O problema é que vc encampou a bandeira da produção nacional e insiste mesmo quando ela é absolutamente inadequada ou falida. As revistas relataram mas não questionaram e nem teriam motivo.
E as empresas nacionais de defesa serão para sempre inadequadas e falidas se não podem contar com o apoio de nossas FA's mesmo quando estão desenvolvendo programas que poderiam atendê-las.

Nós não estamos comprando tudo de prateleira, nem acho que deveríamos. Há o A-Darter,
o ALAC e o próprio MAN para a MB que eu acho que deva continuar. Aliás, a AAAe de média altura eu defendo que seja uma solução nacional. Poderemos aproveitar o A-Darter e fazer uma versão dele com booster e data link com o Saber M200. O problema é que vc está querendo que se insista em projetos que já deram provas há muito que são "falidos" como é o caso do MSS 1.2 ou encaixar projetos que absolutamente inadequados. E o MAN para os P-3 não iria salvar a Mectron. O problema da Mectron está nos rumos comerciais da empresa. Outras produtoras de munição nacional como a GESPI, a Britanite e a Avibrás se moveram para o mercado do externo. A Mectron, não, apenas vendeu para o Paquistão, isso porque foi uma negociação governo a governo que começou pelo interesse dos paquistaneses.
Vc vai ver várias declarações da FAB que se deve dar capacitação a industria nacional. Mas eles não são radicais e nem deveria ser.
Os casos do MSS-1.2 (e na verdade também do MAA-1, do MAR-1, e até o do próprio MAN-1) são apenas exemplos (infelizmente há muitos deles) do problema que eu estou apontando, e do qual um outro aspecto foi justamente a aquisição do Harpoon. O pouco-caso com que as próprias FAA's brasileiras definem os requisitos para os programas de armas que decidem bancar:

As especificações de nosos militares na maioria absoluta das vezes simplesmente copiam as de alguma coisa que eles já operam (por vezes há décadas!) ou pelo menos já conhecem e depois, quando os primeiros protótipos ficam prontos, "descobre-se" que já estão pra lá de obsoletos e tenta-se correr atrás do prejuízo por décadas e décadas sem sucesso, já que os desenvolvimentos lá fora também continuam. Mas ninguém se importa em mudar este processo, porque quando a coisa pega é só ir lá fora e comprar de prateleira alguma coisa em quantidades hilárias para "formar doutrina", torrando os recursos que poderiam ser usados justamente para fazer o s programas rodarem direito, se fossem concebidos da forma adequada desde o início. E depois a culpa é jogada toda nas costas das empresas :roll: (embora algumas tenham sim a sua parcela de culpa, por aceitar trabalhar dentro deste esquema).


Leandro G. Card




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