Olá pessoal,
Incrível : basta algumas pessoas repetirem algo N vezes que uma opinião vira fato !
RBE-2 PESA é "míope" : na verdade não acrescenta mais alcance ao seu antecessor, o RDY/RDY-2 (que por sua vez é bem melhor em alcance que qualquer radar que o Brasil operar hoje, RDI ou Grifo-X). RBE-2 AESA (em testes na versão final em 2008, produção em 2010-11 e operacional em esquadrão em 2012) também "fraco" : terá 1.000 módulos ativos tal como radares AESA concorrentes, e será basicamente inferior ao do F-22 e F-35. Será o 1o radar AESA europeu. Aliás, cadê o radar AESA russo, operacional ???
[]s, Roberto
Caro Roberto, não é porque o RBE2 ou RBE2 AA é melhor que todos os radares de caças brasileiros que temos que comprá-lo, ou de outra forma, não é porque eu tive Fusca a vida inteira que tenho que comprar um Fiat Palio, que é melhor do que o primeiro. Sinto muito, péssimo argumento. O que está em jogo é o radar do Rafale comparado com os radares dos concorrentes oferecidos ao Brasil, só isso, e neste quesito eu o tenho como o pior de todos, na verdade é muito inferior aos demais, assim o vejo. Ponto!
Você é doutor em Física, logo deve saber o significado de se aumentar o número de módulos ativos em um radar. Se não é da área (o que não é nada demais), posso lhe garantir que os módulos extras é para aumentar a resolução do radar e não para aumentar o alcance necessariamente.
Vamos mais uma vez... AESA é uma tecnologia empregada na construção de radar, não tem ligação com o alcance em si, alcance é o objeto de discussão (pela n-ésima vez, "n" enorme). O problema do alcance para os radares disponíveis para o Rafale é o tamanho da antena, só isso, se for possível ter uma antena maior, problema resolvido, se não, sem chances, porque não basta aumentar a potência na antena, tecnicamente isso tem nome: casar as impedâncias. Basta procurar (na Internet mesmo) informações sobre isso, é bem simples o tempo, bem acessível.
Faz tempo que eu venho batendo na mesma tecla: os franceses fizeram uma aposta, e esta aposta está vinculada ao SPECTRA, uso de sensores passivos, por isso não se importou com um radar com antena maior e de grande alcance. Na concepção dos franceses um radar com alcance 100-120 km seria mais do que suficiente para um engajamento na arena ar-ar. Isto é perfeito, pelo menos no papel, mas desde que todos os demais sensores funcionem perfeitamente.
Neste caso, alguns pontos precisam ser questionados por parte dos interessados no Rafale:
- Comprar o Rafale é comprar uma nova concepção para combates aéreos, muda tudo. Logo é necessário saber do possível comprador se ele apostas suas fichas neste novo modelo, ou se ele prefere continuar com o modelo atual (onde o alcance do radar é importante).
- O comprador (ou interessado) precisa estar convencido que o sistema passivo do Rafale funciona plenamente, conforme alega o vendedor.
- O comprador (interessado) precisa saber se terá condições de implementar as novas doutrinas que se fazem necessárias com uma concepção nova introduzida pelo Rafale. As estratégias mudam, as doutrinas mudam. Tudo isso envolve custos adicionais, mas se compensar, por que não?
- O interessado tem que ter certeza absoluta que as novas estratégias e doutrinas oriundas desta nova concepção para o caça apresenta um ganho substancial se comparada com o "tradicional". Se compensar, ótimo, se não compensar, um abraço.
Minha opinião: o Rafale não vende porque é uma grande incógnita, se houvesse certeza que o caça faz tudo o que é prometido e os custos se justificassem, tudo bem, venderia. Mas como não vende a lição é clara, os potenciais compradores ainda não estão convencidos que a proposta francesa faz uma grande diferença em relação ao que os demais fabricantes vêm fazendo atualmente.
Claro que o Rafale é muito superior a tudo que temos, nem se compara, mas nem por isso devemos comprá-lo. Dinheiro do contribuinte não é capim, merece respeito, e isso se aplica a todo e qualquer caça pra FAB. Se existe disponibilidade orçamentária e até com "folga", que se faça bom uso do mesmo. E mais, se tenho dinheiro para comprar uma Mercedes e mantê-la, então não tenho que comprar um Palio só porque tive Fusca a vida inteira.
Abraços,
Orestes
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Permitam, por favor, mais um pitaco de um marinheiro que não entende nada de aeronaves. Um suposto enfrentamento entre Rafales e SU-35.
1) Vamos supor uma situação sem AEW.
Se fosse eu, colocaria um SU atrás da vaga atacante, emitindo com seu radar como um AEW, transmitindo os dados por data-link para a vaga atacante adiante.
Os Rafales detectariam o SU emissor, que estaria a longa distância, fora do alcance dos Mica, e não detectariam a vaga atacante, em silêncio radar.
Mesmo que o Meteor já esteja integrado, se o SU emissor fizer uma programação de emissões, em intervalos não regulares, de curta duração, e se movimentar a grande velocidade para outra posição antes de emitir de novo, os Rafales estão mal.
2) Outra situação com AEW
Nesta situação, o alcance dos mísseis BVR seriam decisivos.
Temos doutores aqui sobre alcance de mísseis, e me furto, então, de comentar estes parâmetros dos franceses e russos.
O que o Orestes comentou é a chave: nova concepção de combate aéreo. Esta nova concepção se mostrou superior as outras? Está realmente prescindido o uso de radares em combates aéreos modernos?
Os pilotos franceses estão "confortáveis" com a nova concepção? Não se esqueçam do comentário do francês em Anápolis ao piloto brasileiro.
Só um pitaco de quem não entende muito por estas bandas.