NOTÍCIAS POLÍTICAS

Área para discussão de Assuntos Gerais e off-topics.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21087
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26821 Mensagem por Bourne » Qui Set 20, 2018 8:14 pm

Li e reli a carta do FHC. Não achei o nome do Alckmin. E algo me diz que ele está fazendo campanha para outro candidato.
Carta aos eleitores e eleitoras

Em poucas semanas escolheremos os candidatos que passarão ao segundo turno. Em minha já longa vida recordo-me de poucos momentos tão decisivos para o futuro do Brasil em que as soluções dos grandes desafios dependeram do povo. Que hoje dependam, é mérito do próprio povo e de dirigentes políticos que lutaram contra o autoritarismo nas ruas e no Congresso e criaram as condições para a promulgação, há trinta anos, da Constituição que nos rege.

Em plena vigência do estado de direito nosso primeiro compromisso há de ser com a continuidade da democracia. Ganhe quem ganhar, o povo terá decidido soberanamente o vencedor e ponto final.
A democracia para mim é um valor pétreo. Mas ela não opera no vazio. Em poucas ocasiões vi condições políticas e sociais tão desafiadoras quanto as atuais. Fui ministro de um governo fruto de outro impeachment, processo sempre traumático. Na época, a inflação beirava 1000 por cento ao ano. O presidente Itamar Franco percebeu que a coesão política era essencial para enfrentar os problemas. Formou um ministério com políticos de vários partidos, incluída a oposição ao seu governo, tal era sua angústia com o possível despedaçamento do país. Com meu apoio e de muitas outras pessoas, lançou-se a estabilizar a economia. Criara as bases políticas para tanto.

Agora, a fragmentação social e política é maior ainda. Tanto porque as economias contemporâneas criam novas ocupações, mas destroem muitas outras, gerando angústia e medo do futuro, como porque as conexões entre as pessoas se multiplicaram. Ao lado das mídias tradicionais, as “mídias sociais” permitem a cada pessoa participar diretamente da rede de informações (verdadeiras e falsas) que formam a opinião pública. Sem mídia livre não há democracia.

Mudanças bruscas de escolhas eleitorais são possíveis, para o bem ou para o mal, a depender da ação de cada um de nós.

Nas escolhas que faremos o pano de fundo é sombrio. Desatinos de política econômica, herdados pelo atual governo, levaram a uma situação na qual há cerca de treze milhões de desempregados e um déficit público acumulado, sem contar os juros, de quase R$ 400 bilhões só nos últimos quatro anos, aos quais se somarão mais de R$ 100 bilhões em 2018. Essa sequência de déficits primários levou a dívida pública do governo federal a quase R$ 4 trilhões e a dívida pública total a mais de R$ 5 trilhões, cerca de 80% do PIB este ano, a despeito da redução da taxa de juros básica nos últimos dois anos. A situação fiscal da União é precária e a de vários Estados, dramática.

Como o novo governo terá gastos obrigatórios (principalmente salários do funcionalismo e benefícios da previdência) que já consomem cerca de 80% das receitas da União, além de uma conta de juros estimada em R$ 380 bilhões em 2019, o quadro fiscal da União tende a se agravar. O agravamento colocará em perigo o controle da inflação e forçará a elevação da taxa de juros. Sem a reversão desse círculo vicioso o país, mais cedo que tarde, mergulhará em uma crise econômica ainda mais profunda.

Diante de tão dramática situação, os candidatos à Presidência deveriam se recordar do que prometeu Churchill aos ingleses na guerra: sangue, suor e lágrimas. Poucos têm coragem e condição política para isso. No geral, acenam com promessas que não se realizarão com soluções simplistas, que não resolvem as questões desafiadoras. É necessária uma clara definição de rumo, a começar pelo compromisso com o ajuste inadiável das contas públicas. São medidas que exigem explicação ao povo e tempo para que seus benefícios sejam sentidos. A primeira dessas medidas é uma lei da Previdência que elimine privilégios e assegure o equilíbrio do sistema em face do envelhecimento da população brasileira. A fixação de idades mínimas para a aposentadoria é inadiável. Ou os homens públicos em geral e os candidatos em particular dizem a verdade e mostram a insensatez das promessas enganadoras ou, ganhe quem ganhar, o pião continuará a girar sem sair do lugar, sobre um terreno que está afundando.

Ante a dramaticidade do quadro atual, ou se busca a coesão política, com coragem para falar o que já se sabe e a sensatez para juntar os mais capazes para evitar que o barco naufrague, ou o remendo eleitoral da escolha de um salvador da Pátria ou de um demagogo, mesmo que bem intencionado, nos levará ao aprofundamento da crise econômica, social e política.
Os partidos têm responsabilidade nessa crise. Nos últimos anos, lançaram-se com voracidade crescente ao butim do Estado, enredando-se na corrupção, não apenas individual, mas institucional: nomeando agentes políticos para, em conivência com chefes de empresas, privadas e públicas, desviarem recursos para os cofres partidários e suas campanhas. É um fato a desmoralização do sistema político inteiro, mesmo que nem todos hajam participado da sanha devastadora de recursos públicos. A proliferação dos partidos (mais de 20 na Câmara Federal e muitos outros na fila para serem registrados) acelerou o “dá-cá, toma-lá” e levou de roldão o sistema eleitoral-partidário que montamos na Constituição de 1988. Ou se restabelece a confiança nos partidos e na política ou nada de duradouro será feito.

É neste quadro preocupante que se vê a radicalização dos sentimentos políticos. A gravidade de uma facada com intenções assassinas haver ferido o candidato que está à frente nas pesquisas eleitorais deveria servir como um grito de alerta: basta de pregar o ódio, tantas vezes estimulado pela própria vítima do atentado. O fato de ser este o candidato à frente das pesquisas e ter ele como principal opositor quem representa um líder preso por acusações de corrupção mostra o ponto a que chegamos.

Ainda há tempo para deter a marcha da insensatez. Como nas Diretas-já, não é o partidarismo, nem muito menos o personalismo, que devolverá rumo ao desenvolvimento social e econômico. É preciso revalorizar a virtude da tolerância à política, requisito para que a democracia funcione. Qualquer dos polos da radicalização atual que seja vencedor terá enormes dificuldades para obter a coesão nacional suficiente e necessária para adoção das medidas que levem à superação da crise. As promessas que têm sido feitas são irrealizáveis. As demandas do povo se transformarão em insatisfação ainda maior, num quadro de violência crescente e expansão do crime organizado.

Sem que haja escolha de uma liderança serena que saiba ouvir, que seja honesto, que tenha experiência e capacidade política para pacificar e governar o país; sem que a sociedade civil volte a atuar como tal e não como massa de manobra de partidos; sem que os candidatos que não apostam em soluções extremas se reúnam e decidam apoiar quem melhores condições de êxito eleitoral tiver, a crise tenderá certamente a se agravar. Os maiores interessados nesse encontro e nessa convergência devem ser os próprios candidatos que não se aliam às visões radicais que opõem “eles” contra ”nós”.
Não é de estagnação econômica, regressão política e social que o Brasil precisa. Somos todos responsáveis para evitar esse descaminho. É hora de juntar forças e escolher bem, antes que os acontecimentos nos levem para uma perigosa radicalização. Pensemos no país e não apenas nos partidos, neste ou naquele candidato. Caso contrário, será impossível mudar para melhor a vida do povo. É isto o que está em jogo: o povo e o país. A Nação é o que importa neste momento decisivo.

https://www.facebook.com/presidentefhc/ ... __tn__=K-R
Avatar do usuário
Marcelo Ponciano
Sênior
Sênior
Mensagens: 1264
Registrado em: Seg Abr 30, 2018 4:14 pm
Localização: Brasília-DF
Agradeceu: 703 vezes
Agradeceram: 557 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26822 Mensagem por Marcelo Ponciano » Qui Set 20, 2018 10:54 pm

Particularmente acho que o Haddad seria um ótimo presidente....se não fosse do PT. Sendo do PT as coisas complicam muito para lado dele.

Sobre o temperamento do Ciro e mudanças de partido, ele tem currículo em vários vargos relevantes do executivo. Se ele fosse tão nitroglicerina assim, e deixasse muitos inimigos pelo caminho, não teria seguido carreira política por tanto tempo.

(Lembrando que o Ciro ja foi do PSDB e que lá se tornou amigo do Alckmin. Amizade que nessas eleições ja renderam frutos. Li há duas semanas uma reportagem que dizia que o marqueteiro do Alckmin mandou ele abrir fogo contra o Ciro e ele teria se negado a fazer por amizade.)

Quanto ao Bozo, certamente a governabilidade dele está fundada no blefe do militarismo. O problema é quando quem blefa começa a acreditar na mentira e resolve por em prática.

Mas para o PSDB humilhação maior não é perder a presidência. Nisso ja são fregueses há 4 eleições. Humilhação forte mesmo será perder a vaga mineira no senado....e o pior....para a Dilma!!!!!!!!
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
Avatar do usuário
Rurst
Sênior
Sênior
Mensagens: 1150
Registrado em: Dom Ago 21, 2016 10:45 pm
Agradeceu: 152 vezes
Agradeceram: 181 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26823 Mensagem por Rurst » Qui Set 20, 2018 11:02 pm



Imagem
Avatar do usuário
Rurst
Sênior
Sênior
Mensagens: 1150
Registrado em: Dom Ago 21, 2016 10:45 pm
Agradeceu: 152 vezes
Agradeceram: 181 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26824 Mensagem por Rurst » Sex Set 21, 2018 3:22 am

Sobre a nova constituição do Brasil

As ideias do príncipe

Candidato, Luiz Philippe Orleans e Bragança, um dos herdeiros da Casa Imperial do Brasil, propõe que uma nova Constituição seja feita fora do Congresso, por juristas, não por deputados como ele quer ser


Fonte: http://epoca.globo.com/as-ideias-do-principe-23079741

Imagem

Partes mais importantes da matéria:

Entre entradas e taças de vinho português, servidas por uma equipe de três funcionários contratados especialmente para a ocasião, Luiz Philippe de Orleans e Bragança, candidato a deputado federal pelo PSL, o partido do presidenciável Jair Bolsonaro, faz uma confidência em sua sala. Conta que, mesmo depois de ser preterido pelo general Mourão (PRTB) para o posto de vice, mantém uma relação cordial com "Jair" e seus filhos – sobretudo Carlos e Eduardo. Foi graças a essa proximidade que, segundo ele, sugeriu a Mourão brigar pela possibilidade de o Brasil ter uma nova Constituição elaborada por "notáveis" – e não por um Congresso eleito pela população.

"Fui eu que falei para ele (Mourão) falar isso. Foi em uma conversa que tivemos aqui em casa, na semana passada", disse Orleans e Bragança. "A gente não pode passar por uma Assembleia Constituinte. Seria um desastre", defende, reforçando o ceticismo com os sistemas partidário e eleitoral brasileiros.

Um dos mais de 8.000 candidatos a uma das 513 cadeiras na Câmara dos Deputados, o príncipe Luiz Phillippe de Orleans e Bragança, de 49 anos, é integrante da Casa Imperial Brasileira, descendente dos imperadores D. Pedro I e D. Pedro II. Orleans e Bragança recebeu jornalistas para um "jantar íntimo" e "no melhor estilo real" em seu apartamento, um imóvel alugado de três quartos no bairro do Jardins, em São Paulo. De dez jornalistas convidados, três compareceram.

A sala era decorada por um retrato de Dom Pedro II. Na parede da antessala estava pendurada uma bandeira do Brasil, de 1889, que originalmente ficava hasteada no Paço Imperial, no Rio de Janeiro. A pena da assinatura da Lei Áurea e uma espada de D. Pedro II, de propriedade de Luiz, ficaram em outro imóvel, no Rio.

Ao longo de quatro horas de conversa, o príncipe, que concorre pela via democrática da eleição, detalhou um pouco sua ideia de uma nova proposta de Constituição, a ser elaborada fora desse sistema democrático. Segundo ele, essa carta "não populista" e que "descentraliza" e "estabiliza" os Três Poderes está sendo escrita por um grupo de 61 juristas e integrantes da sociedade, divididos em dois grupos – um integrado por ele e outro pelo jurista Modesto Carvalhosa, direto de Paris. A estratégia é fundir as ideias das duas equipes e produzir um texto único a ser disseminado por grupos de mobilização responsáveis por "catequisar", nas palavras do próprio príncipe, a população. "A partir daí podemos chamar um plebiscito", diz. Mas as pessoas leriam um documento tão extenso e complexo? "As pessoas leem a Bíblia? Você depende do pastor e do padre, não é mesmo?", compara.

Pela Constituição em vigor, promulgada em 1988, apenas um Congresso formado por deputados e senadores eleitos pela população pode escrever uma nova Carta de leis para o Brasil. A proposta de Orleans e Bragança remonta à primeira Constituição brasileira, feita por seu antepassado D. Pedro I. Logo após a Independência, em 1822, , o primeiro imperador do Brasil nomeou um conselho de Estado, composto por eminentes juristas, que escreveu a Carta de leis sob sua orientação. Ele a promulgou.

As ideias do príncipe que remetem ao passado imperial vão um pouco além. Entre suas propostas está a criação de um quarto poder na figura de um chefe de Estado, com direito a veto, como no parlamentarismo. Isso já existiu no Brasil imperial, da monarquia da família Orleans e Bragança, e chamava-se Poder Moderador.

Orleans e Bragança afirma que o título de príncipe chama a atenção, mas também é usado para desqualificá-lo, com apelidos como "princeso" e "princesa Safiri" (em referência à personagem principal do desenho japonês A princesa e o cavaleiro, do final da década de 1960). Egresso do mercado financeiro, empresário, Orleans e Bragança foi filiado ao Partido Novo e mudou-se para o PSL no dia de seu aniversário, 3 de abril. Entre suas propostas estão medidas para maior transparência tributária, além de uma forma de "recall" de políticos que não cumprirem promessas em seus mandatos.

O príncipe conta que seu primeiro interlocutor no PSL foi o deputado federal Fernando Francischini, de Londrina (PR), ex-delegado da Polícia Federal. Sua trajetória no partido é recente, como a da maior parte dos filiados e candidatos, atraídos à legenda exclusivamente pelo desempenho de Bolsonaro. Apesar do pouco tempo, não faltou confusão. Recentemente, Orleans e Bragança disse à revista Crusoé que o presidente do PSL, Gustavo Bebbiano, e o vice, Julian Lemos, ambos coordenadores da campanha presidencial, atuaram como "agiotas" na negociação para que ele eventualmente fosse o vice de Bolsonaro.

O príncipe contou que, em ligações telefônicas posteriores à publicação, teve conversas "nada positivas" com ambos, e que "não queria botar lenha na fogueira". "Vou ter de me acertar pessoalmente com os dois", esquivou-se. Em relação a Bolsonaro, afirmou que o presidenciável mandou a seguinte mensagem pelo WhatsApp, após a definição de Mourão como vice: "Um dia conversaremos, você foi importante nesse processo. Nosso alvo é afastar o comunismo do Brasil", escreveu. Luiz respondeu: "Conte comigo nisso sempre. Obrigado, abraço".

Imagem

Entusiasta do regime monárquico, como não poderia deixar de ser, o príncipe afirma que a defesa do sistema não é uma "meta", pois as reformas que defende cabem dentro da República. "Estou dentro do movimento monárquico, pois seria feito um resgate de cidadania importante, de valores, da origem, do respeito à história (...) Agora, não defendo o plebiscito", diz, ponderando que a medida carece de popularidade. "Se tivesse monarquia no Brasil, teriam de morrer 28 antes de mim", brincou, lembrando que seu pai abdicou de entrar na linha sucessória da realeza. "Na França, estamos mais próximos, (teria de morrer) metade disso", emendou. Ele ainda contou que sua entrada em um partido republicano provocou rusgas familiares com monarquistas mais puristas. Por fim, o príncipe também se definiu como católico, mas não um "praticante virtuoso". "Sou um pecador", disse, em tom descontraído.
Avatar do usuário
prp
Sênior
Sênior
Mensagens: 9083
Registrado em: Qui Nov 26, 2009 11:23 am
Localização: Montes Claros
Agradeceu: 138 vezes
Agradeceram: 430 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26825 Mensagem por prp » Sex Set 21, 2018 7:02 am

:lol: Não defendo o plebiscito porque o povo não quer o que eu quero.
Avatar do usuário
Marcelo Ponciano
Sênior
Sênior
Mensagens: 1264
Registrado em: Seg Abr 30, 2018 4:14 pm
Localização: Brasília-DF
Agradeceu: 703 vezes
Agradeceram: 557 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26826 Mensagem por Marcelo Ponciano » Sex Set 21, 2018 9:12 am

Bourne escreveu: Qui Set 20, 2018 8:14 pm Li e reli a carta do FHC. Não achei o nome do Alckmin. E algo me diz que ele está fazendo campanha para outro candidato.
Carta aos eleitores e eleitoras

Em poucas semanas escolheremos os candidatos que passarão ao segundo turno. Em minha já longa vida recordo-me de poucos momentos tão decisivos para o futuro do Brasil em que as soluções dos grandes desafios dependeram do povo. Que hoje dependam, é mérito do próprio povo e de dirigentes políticos que lutaram contra o autoritarismo nas ruas e no Congresso e criaram as condições para a promulgação, há trinta anos, da Constituição que nos rege.

Em plena vigência do estado de direito nosso primeiro compromisso há de ser com a continuidade da democracia. Ganhe quem ganhar, o povo terá decidido soberanamente o vencedor e ponto final.
A democracia para mim é um valor pétreo. Mas ela não opera no vazio. Em poucas ocasiões vi condições políticas e sociais tão desafiadoras quanto as atuais. Fui ministro de um governo fruto de outro impeachment, processo sempre traumático. Na época, a inflação beirava 1000 por cento ao ano. O presidente Itamar Franco percebeu que a coesão política era essencial para enfrentar os problemas. Formou um ministério com políticos de vários partidos, incluída a oposição ao seu governo, tal era sua angústia com o possível despedaçamento do país. Com meu apoio e de muitas outras pessoas, lançou-se a estabilizar a economia. Criara as bases políticas para tanto.

Agora, a fragmentação social e política é maior ainda. Tanto porque as economias contemporâneas criam novas ocupações, mas destroem muitas outras, gerando angústia e medo do futuro, como porque as conexões entre as pessoas se multiplicaram. Ao lado das mídias tradicionais, as “mídias sociais” permitem a cada pessoa participar diretamente da rede de informações (verdadeiras e falsas) que formam a opinião pública. Sem mídia livre não há democracia.

Mudanças bruscas de escolhas eleitorais são possíveis, para o bem ou para o mal, a depender da ação de cada um de nós.

Nas escolhas que faremos o pano de fundo é sombrio. Desatinos de política econômica, herdados pelo atual governo, levaram a uma situação na qual há cerca de treze milhões de desempregados e um déficit público acumulado, sem contar os juros, de quase R$ 400 bilhões só nos últimos quatro anos, aos quais se somarão mais de R$ 100 bilhões em 2018. Essa sequência de déficits primários levou a dívida pública do governo federal a quase R$ 4 trilhões e a dívida pública total a mais de R$ 5 trilhões, cerca de 80% do PIB este ano, a despeito da redução da taxa de juros básica nos últimos dois anos. A situação fiscal da União é precária e a de vários Estados, dramática.

Como o novo governo terá gastos obrigatórios (principalmente salários do funcionalismo e benefícios da previdência) que já consomem cerca de 80% das receitas da União, além de uma conta de juros estimada em R$ 380 bilhões em 2019, o quadro fiscal da União tende a se agravar. O agravamento colocará em perigo o controle da inflação e forçará a elevação da taxa de juros. Sem a reversão desse círculo vicioso o país, mais cedo que tarde, mergulhará em uma crise econômica ainda mais profunda.

Diante de tão dramática situação, os candidatos à Presidência deveriam se recordar do que prometeu Churchill aos ingleses na guerra: sangue, suor e lágrimas. Poucos têm coragem e condição política para isso. No geral, acenam com promessas que não se realizarão com soluções simplistas, que não resolvem as questões desafiadoras. É necessária uma clara definição de rumo, a começar pelo compromisso com o ajuste inadiável das contas públicas. São medidas que exigem explicação ao povo e tempo para que seus benefícios sejam sentidos. A primeira dessas medidas é uma lei da Previdência que elimine privilégios e assegure o equilíbrio do sistema em face do envelhecimento da população brasileira. A fixação de idades mínimas para a aposentadoria é inadiável. Ou os homens públicos em geral e os candidatos em particular dizem a verdade e mostram a insensatez das promessas enganadoras ou, ganhe quem ganhar, o pião continuará a girar sem sair do lugar, sobre um terreno que está afundando.

Ante a dramaticidade do quadro atual, ou se busca a coesão política, com coragem para falar o que já se sabe e a sensatez para juntar os mais capazes para evitar que o barco naufrague, ou o remendo eleitoral da escolha de um salvador da Pátria ou de um demagogo, mesmo que bem intencionado, nos levará ao aprofundamento da crise econômica, social e política.
Os partidos têm responsabilidade nessa crise. Nos últimos anos, lançaram-se com voracidade crescente ao butim do Estado, enredando-se na corrupção, não apenas individual, mas institucional: nomeando agentes políticos para, em conivência com chefes de empresas, privadas e públicas, desviarem recursos para os cofres partidários e suas campanhas. É um fato a desmoralização do sistema político inteiro, mesmo que nem todos hajam participado da sanha devastadora de recursos públicos. A proliferação dos partidos (mais de 20 na Câmara Federal e muitos outros na fila para serem registrados) acelerou o “dá-cá, toma-lá” e levou de roldão o sistema eleitoral-partidário que montamos na Constituição de 1988. Ou se restabelece a confiança nos partidos e na política ou nada de duradouro será feito.

É neste quadro preocupante que se vê a radicalização dos sentimentos políticos. A gravidade de uma facada com intenções assassinas haver ferido o candidato que está à frente nas pesquisas eleitorais deveria servir como um grito de alerta: basta de pregar o ódio, tantas vezes estimulado pela própria vítima do atentado. O fato de ser este o candidato à frente das pesquisas e ter ele como principal opositor quem representa um líder preso por acusações de corrupção mostra o ponto a que chegamos.

Ainda há tempo para deter a marcha da insensatez. Como nas Diretas-já, não é o partidarismo, nem muito menos o personalismo, que devolverá rumo ao desenvolvimento social e econômico. É preciso revalorizar a virtude da tolerância à política, requisito para que a democracia funcione. Qualquer dos polos da radicalização atual que seja vencedor terá enormes dificuldades para obter a coesão nacional suficiente e necessária para adoção das medidas que levem à superação da crise. As promessas que têm sido feitas são irrealizáveis. As demandas do povo se transformarão em insatisfação ainda maior, num quadro de violência crescente e expansão do crime organizado.

Sem que haja escolha de uma liderança serena que saiba ouvir, que seja honesto, que tenha experiência e capacidade política para pacificar e governar o país; sem que a sociedade civil volte a atuar como tal e não como massa de manobra de partidos; sem que os candidatos que não apostam em soluções extremas se reúnam e decidam apoiar quem melhores condições de êxito eleitoral tiver, a crise tenderá certamente a se agravar. Os maiores interessados nesse encontro e nessa convergência devem ser os próprios candidatos que não se aliam às visões radicais que opõem “eles” contra ”nós”.
Não é de estagnação econômica, regressão política e social que o Brasil precisa. Somos todos responsáveis para evitar esse descaminho. É hora de juntar forças e escolher bem, antes que os acontecimentos nos levem para uma perigosa radicalização. Pensemos no país e não apenas nos partidos, neste ou naquele candidato. Caso contrário, será impossível mudar para melhor a vida do povo. É isto o que está em jogo: o povo e o país. A Nação é o que importa neste momento decisivo.

https://www.facebook.com/presidentefhc/ ... __tn__=K-R
No trecho destacado claramente o FHC está chamando
chamando Alckmin, Marina e Ciro para um diálogo ainda no primeiro turno a fim de evitar o PT contra o Bolsonaro. Evidentemente que ele quer essa aliança em torno do Alckimin, mas ele sabe da dificuldade disso, por isso não citou o picolé de chuchu.

Lembrando que o Alckmin se declara abertamente muito amigo do Ciro, a ponto de ter proibido seu marqueteiro de atacar o Ciro em sua campanha.

Se o Ciro mantiver a posição dele em terceiro, o que está conseguindo até agora, acredito em uma inédita aliança em primeiro turno!!!

Em tempo, não vi o debate da CNBB ontem, mas pelas impressões que colhi na internet o pessoal estava comentando o desempenho pífio do Haddad. Foi esmurrado por todo mundo, até pelo Álvaro Dias (que segundo alguns estava parecendo bêbado)

Os destaques parece que ficaram com o Boulos e a dobradinha Marina-Ciro.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
Avatar do usuário
Rurst
Sênior
Sênior
Mensagens: 1150
Registrado em: Dom Ago 21, 2016 10:45 pm
Agradeceu: 152 vezes
Agradeceram: 181 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26827 Mensagem por Rurst » Sex Set 21, 2018 2:13 pm

prp escreveu: Sex Set 21, 2018 7:02 am :lol: Não defendo o plebiscito porque o povo não quer o que eu quero.
Vou respostar de novo, quem sabe assim o povo dá uma lida.

:lol: :lol: :lol: :lol: :lol:

A Nova Constituição e a Velha Política:

https://www.facebook.com/luizphilippebr/

Os presidenciáveis querem obter ganhos eleitorais as custas das declarações sobre uma nova constituição feitas pelo General Mourão e isso é de se esperar considerando que no rol de candidatos que o criticaram não há nenhum estadista.

Como se não bastasse alguns ex-ministros do STF parecem desconhecer o problema constitucional e acabam por fazer um desserviço ao desinformar a sociedade brasileira.

O que desinformam? Achar que uma constituinte é a maneira democrática de fazer uma constituição demonstra dissintonia completa sobre o atual problema. Desde quando temos representatividade efetiva nos nossos constituintes?

Nosso problema constitucional deriva exatamente do fato que nossas constituições republicanas foram elaboradas por constituintes tingidas por um sistema eleitoral e partidário que não geram representantes de fato.

Por isso, sobre o processo sugerido pelo General Mourão, procede que não cabe uma constituinte elaborar nem definir a as linhas mestres da nova constituição. Nesse caso deve vir sim por um grupo qualificado de juristas, intelectuais, professores e empresários todos membros da sociedade e desvinculados ao máximo possível dos partidos e das outras forças do Estado.

O que a mídia e presidenciáveis convenientemente não relataram é que o General sugeriu que a nova Carta Constitucional deva ser ratificada pelo povo via plebiscito ou referendo.

Quem é que lança um plebiscito se o teor da constituição é desconhecido e não tem apelo popular? Ninguém. Portanto antes de lançar o plebiscito o texto constitucional deve existir. Em seguida deve ser divulgado e debatido de forma popular e direta; de preferência via palestras sobre seu conteúdo em cada estado da nação.

Somente depois de ter essas etapas cumpridas um plebiscito se torna viável. Mourão apoia inteiramente esse processo.

Se for por via um plebiscito basta que o mesmo seja proposto por 1/3 da câmara e/ou senado e aprovado nas duas casas por maioria simples. O poder executivo pode sugerir o plebiscito mas quem leva a cabo o pedido oficial de plebiscito é o Congresso.

O texto da nova constituição pode ser vinculado nesse pedido. Amigos, mais democrático que isso acho difícil.


Há exemplos em países desenvolvidos de processos similares. Sugiro ler história da França sobre a mudança da Quarta para Quinta República.

Pela primeira vez a raiz de nossos problemas é mencionada numa disputa presidencial. Os que temem perder com as reais mudanças, ou os incapazes de representar-las, logo se apresentam para atacar-las. Sufocar a verdade suscitando pre-conceitos é coisa da velha política.

Na minha opinião esse tema deveria ter balizado os debates presidenciais ao invés de ter sido ignorado. Mourão trouxe o único tema que vale a pena ser debatido para dentro do debate.
Editado pela última vez por Rurst em Sex Set 21, 2018 2:55 pm, em um total de 1 vez.
Avatar do usuário
J.Ricardo
Sênior
Sênior
Mensagens: 7827
Registrado em: Qui Jan 13, 2005 1:44 pm
Agradeceu: 2710 vezes
Agradeceram: 1109 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26828 Mensagem por J.Ricardo » Sex Set 21, 2018 2:34 pm

Mas o que é o que o povo quer?
Carnaval, cerveja e vida boa!
Assim não pode, assim não dá!!! :lol:
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
nveras
Sênior
Sênior
Mensagens: 2627
Registrado em: Dom Ago 02, 2009 1:16 pm
Agradeceu: 203 vezes
Agradeceram: 147 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26829 Mensagem por nveras » Sex Set 21, 2018 3:50 pm

E vamos ao inverso. E só uma pergunta que não tenho a resposta. Como dar poder ao povo com tal percentual de analfabetos ou analfabetos funcionais de votar em seus constituintes , quando eles nem sabem o que é uma constituição, ou são incapazes de entender qualquer de seus artigos?
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 62262
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceu: 6522 vezes
Agradeceram: 6891 vezes
Contato:

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26830 Mensagem por Túlio » Sex Set 21, 2018 4:22 pm

Não resisti... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:


Imagem
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Avatar do usuário
EduClau
Sênior
Sênior
Mensagens: 2633
Registrado em: Sáb Abr 28, 2012 9:04 pm
Agradeceu: 2593 vezes
Agradeceram: 788 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26831 Mensagem por EduClau » Sex Set 21, 2018 4:26 pm

nveras escreveu: Sex Set 21, 2018 3:50 pm E vamos ao inverso. E só uma pergunta que não tenho a resposta. Como dar poder ao povo com tal percentual de analfabetos ou analfabetos funcionais de votar em seus constituintes , quando eles nem sabem o que é uma constituição, ou são incapazes de entender qualquer de seus artigos?
Imagem
Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21087
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26832 Mensagem por Bourne » Sex Set 21, 2018 7:26 pm

Assim chegamos a conclusão que o governo autoritário e dos "notáveis" é melhor do que a possibilidade de voto e sistema política com competição entre elites. Agora, qual o critério para o governo autoritária e escolher os notáveis? Ou melhor, como se escolhe o poder não eleito? Alguém tem que tutorar o povo ignorante e analfabeto*.

Na Ásia é baseado na meritocracia e capacidade técnica. Na Japão funcionou relativamente bem. Na Coreia teve uma roubalheiras, mas também. Na China partido comunista impõe esses critérios para subir na hierarquia. Nesses casos as preferências e liberdades individuais são minimizadas ou irrelevantes. Na Europa e Américas o conflito é entre preferências do eleitorados e poder não eleito. Parece que também deu certo.

*O tutorar é o erro da esquerdinha universitária do Boulus, PSOL e boa parte do PT. Não entendem como peão pensa e querem impor determinado comportamento. Não tão diferente desses outros intelectuais das elites universitárias.
Avatar do usuário
Rurst
Sênior
Sênior
Mensagens: 1150
Registrado em: Dom Ago 21, 2016 10:45 pm
Agradeceu: 152 vezes
Agradeceram: 181 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26833 Mensagem por Rurst » Sex Set 21, 2018 7:30 pm

Imagem
Avatar do usuário
Matheus
Sênior
Sênior
Mensagens: 6182
Registrado em: Qui Abr 28, 2005 4:33 pm
Agradeceu: 341 vezes
Agradeceram: 432 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26834 Mensagem por Matheus » Sáb Set 22, 2018 10:00 am

Hoje tava assistindo parte da audiência do Palocci ao Moro....é impressionante como tem gente que não é analfabeta que ainda vota no PT....
nveras
Sênior
Sênior
Mensagens: 2627
Registrado em: Dom Ago 02, 2009 1:16 pm
Agradeceu: 203 vezes
Agradeceram: 147 vezes

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#26835 Mensagem por nveras » Sáb Set 22, 2018 10:41 am

Bourne escreveu: Sex Set 21, 2018 7:26 pm Assim chegamos a conclusão que o governo autoritário e dos "notáveis" é melhor do que a possibilidade de voto e sistema política com competição entre elites. Agora, qual o critério para o governo autoritária e escolher os notáveis? Ou melhor, como se escolhe o poder não eleito? Alguém tem que tutorar o povo ignorante e analfabeto*.

Na Ásia é baseado na meritocracia e capacidade técnica. Na Japão funcionou relativamente bem. Na Coreia teve uma roubalheiras, mas também. Na China partido comunista impõe esses critérios para subir na hierarquia. Nesses casos as preferências e liberdades individuais são minimizadas ou irrelevantes. Na Europa e Américas o conflito é entre preferências do eleitorados e poder não eleito. Parece que também deu certo.

*O tutorar é o erro da esquerdinha universitária do Boulus, PSOL e boa parte do PT. Não entendem como peão pensa e querem impor determinado comportamento. Não tão diferente desses outros intelectuais das elites universitárias.
Não é bem assim. O que temos hoje é uma classe política que é a mesma que escreveria a nova carta , que se recusa a abrir mão do poder. Vide haver deputados presidiários que não são cassados. Vide que o impeachment do presidente está nas mãos de uma única pessoa que é o presidente da câmara . Ainda temos foro privilegiado, ministros do Supremo vitalícios e por aí vai. Assim, uma nova constituçao se faz necessária pra TIRAR PODER DESTAS PESSOAS. Ai eu pergunto, quantas pessoas entendem isso? Entre os letrados e entre os analfabetos? Quantas pessoas são capazes de entender, isoladamente, um artigo da constituição ? E um conjunto de artigos?. Eu não tenho a solução , mas a proposta de notáveis não descarto.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
Trancado