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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Set 14, 2018 10:45 am
por Marcelo Ponciano
Rurst escreveu: Sex Set 14, 2018 12:21 am A mídia foi em cima dele e confirmou que é oficialmente príncipe, reconhecido nacionalmente e internacionalmente.

Goste ou não, essa é a verdade.


No futuro governo Bolsonaro saberemos o que vai rolar de fato.
A casa imperial brasileira, única reconhecida internacionalmente, é do Ramo das Vassouras. O Ramo de Petrópolis renunciou legitimamente os direitos ao trono.

Dentro do Ramo das Vassouras, o Dom Luiz de Orleans e Bragança (o chefe da Casa Imperial, "Imperador de Jure") proibiu expressamente que os membros da monarquia se envolvam com partidos políticos, que fundem partidos ou que manifestem interesse em concorrer a um cargo.

Seguem as duas principais notas do "Imperador de Jure" sobre o assunto:
Comunicado de 29.08.2013
COMUNICADO


DOM LUIZ DESACONSELHA FORMAÇÃO DE PARTIDO
PRÓ MONARQUIA comunica que o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil — e com ele seus irmãos e imediatos sucessores dinásticos Dom Bertrand e Dom Antônio — não promove, e nem mesmo apoia, a formação de um partido político monarquista. Pelo contrário, tendo sido consultado recentemente a respeito, manifestou Sua Alteza, expressamente, em coerência com inalterável posição mantida pela Chefia da Casa Imperial ao longo de muitas décadas, sua não aprovação a tal iniciativa. O movimento monárquico deve ser, necessariamente, suprapartidário. Alerta assim aos monarquistas para que se acautelem em relação àqueles que insistem em desconsiderar essa orientação serena, prudente e despojada de interesses materiais, e ao mesmo tempo insinuam uma anuência com a qual não contam.

São Paulo, 29 de agosto de 2013

Pró Monarquia José Guilherme Beccari Presidente do Conselho de Administração

Comunicado de 03.09.2013

COMUNICADO
PORQUE NÃO APOIAR A CRIAÇÃO DE UM PARTIDO MONARQUISTA

A monarquia é necessariamente suprapartidária. Deve se sobrepor ao embate político.

O monarca é o símbolo vivo da nação, que abarca todos os súditos, e a encarnação das virtudes de seu povo. Assim foi D. Pedro II.

Veja-se o exitoso caso da Inglaterra em que encontramos o "governo de S. Majestade" e a "leal oposição de S. Majestade".

Todos fazem questão de se identificar com o soberano na condução do bem comum.

O Brasil não é diferente.

No plebiscito de 1993, apesar do evidente boicote à propaganda da monarquia, 13% dos votos válidos, independentemente de sua orientação partidária, foram pela sua restauração.

Embora o Imperador possa e, em alguns casos, até deva se posicionar sobre questões políticas e sociais mais importantes para o seu povo, seus pronunciamentos sempre pairam acima da contenda partidária.

[...]

São Paulo, 3 de setembro de 2013

Pró Monarquia
José Guilherme Beccari
Presidente do Conselho de Administração

Fontes: http://www.monarquia.org.br/comunicados.html
Não sou monarquista, mas quem deseja ser monarquista tem que buscar a ordem e hierarquia. Se for para virar bagunça é melhor ficar na bacanal da República mesmo.

Se o cara deseja ser chamado de Príncipe ele no mínimo deve obedecer a ordem de quem é o herdeiro legítimo, mais velho e anterior na linha sucessória. Se não o fizer é só mais um promovendo a bagunça que se tornou o Brasil.
Bourne escreveu: Sex Set 14, 2018 10:30 am Não sei da onde saiu que o Império foi maravilho e progressista. A história econômica, ciência política e direito dizem ao contrário. Dois pontos.

Na economia ficou estagnada. O governo fazia de tudo para cobrar impostos e evitar a modernização como "a lei dos entraves". Montar bancos, empresas no Brasil era virtualmente impossível. esse é considerado um dos grandes entraves que estagnou a renda per capita e criou o abismo com os EUA. Não legalizou os posseiros que eram os pequenos proprietários de terra em nome dos grandes fazendeiros e escravagistas. A política cambial e de dificultar investimentos entravou o desenvolvimento do interior e empobreceu o Nordeste. O Império nunca gostou de industria e investimentos privado. Os investimentos em São Paulo, de empresário como maua era protegidos pelos governos locais e interesses locais que bancavam o governo imperial.

Na política, o constituição foi autoritária e baseada na manutenção do antigo regime europeu com a visão da desigualdade como natural. O poder moderador era uma aberração para época porque permitia ao Imperador se meter em tudo, assim como o fazia, centralizar o poder e escolher seus queridos. Agravado pelo fato de não ter contrapesos como existia na Europa em que a nobreza e fidalgos devido a tradição forçavam o imperador ou rei se encaixar na lei. Só começou a ceder com a pressão do movimento republicano e regionalista após a guerra do Paraguai. Quando os fazendeiros, industriais, forças armadas e justiça, classes urbanas letradas começaram a exigir mudanças e incorporar a visão iluminista de iguais. E desencadeou o movimento declaração da república e reorganização federativa.

O Império foi responsável por desarticular a capacidade das vilas e regiões se organizarem autonomamente para resolver seus problemas, ofertar bens públicos e incentivar a atividade econômica local. Apesar de muita insistência local para manter os costumes, legislação e direitos que ganham força em 1870/1880. Tanto que terão negros eleitos em 1930, pressão abolicionista muito forte em São Paulo, reformas aprovada a força para organizar o sistema financeiro e bancário, investimento em infraestrutura e industrias, convênios para atração de imigrantes europeus. E também buscou manter como projeto a "pátria iletrada". No fim do século XIX o Brasil era de analfabetos e as universidades só vieram no começo do Século XX. Um atraso gigante mesmo em relação ao Chile e Argentina.

A herança do império foi instituições autoritárias e centralizadas, estagnação e atraso econômico. Por exemplo, a renda per capita era 700 dólares estável ao longo do século XIX. Já os EUA começaram com 700 e explodiram para 4 mil dólares no fim do século XIX.
E no entanto o Império enfrentou 3 conflitos externos: contra Portugal na independência, contra a Argentina na independência do Uruguai e e contra o Paraguai na Tríplice Aliança. Além disso enfrentou 6 Revoltas Provinciais: a Farroupilha, a Confederação do Equador, a Cabanagem, a Sabinada, a Balaiada e a Revolta dos Malês (pasmem, essa última uma revolução muçulmana no Brasil imperial). No entanto o Poder central se manteve intacto e foi responsável por manter a unidade territorial. Não preciso nem lembrar que o herói do exército é o Duque de Caxias, e o espadim da AMAN é um réplica do seu Sabre Invencível com o qual esmagou a maioria dos adversários nesses conflito. Em 81 anos de império nunca houve rompimento da ordem constitucional, até obviamente a proclamação da República.

Por sua vez, a República enfrentou: 2 conflitos externos (I e II GM), 1 intentona Comunista, 1 Revolução estadual (a paulista), e 1 Guerrilha (a do Araguaia). Ou seja, bem menos conflitos/revoltas internas ou externas. Mas em 90 anos tivemos 6 constituições (portanto, 6 rompimentos com a ordem interna) e só 5 presidentes complementaram o mandato. (Fonte: https://super.abril.com.br/historia/so- ... s-90-anos/)

Disso tudo eu concluo e não canso de repetir: sou de esquerda, não sou monarquista, mas é inegável que a República é um caos. Nunca tivemos na República mais do que 20 anos de estabilidade.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Set 14, 2018 11:00 am
por Rurst
Sterrius escreveu: Sex Set 14, 2018 12:42 am Sobre ciro e educação o vídeo explica como o Ceará tem sido o Estado com mais aprovados no ITA a 5 anos consecutivos?

http://tribunadoceara.uol.com.br/notici ... nsecutiva/
Colégio particular de ELITE que treina crianças desde o fundamental para passar no ITA e IME, tradição no Brasil.

Turmas especiais somente para isso.

Gente do Brasil inteiro vai para esse colégio com foco no ITA e IME.

E outro colégio que é MILITAR.

Se esse colégio de ELITE que possui como foco o ITA e IME ficasse na Bahia, seria a Bahia que mais aprova.

Não possui qualquer relação com ensino público.
Marcelo Ponciano escreveu: Sex Set 14, 2018 10:45 am
Rurst escreveu: Sex Set 14, 2018 12:21 am A mídia foi em cima dele e confirmou que é oficialmente príncipe, reconhecido nacionalmente e internacionalmente.

Goste ou não, essa é a verdade.


No futuro governo Bolsonaro saberemos o que vai rolar de fato.
A casa imperial brasileira, única reconhecida internacionalmente, é do Ramo das Vassouras. O Ramo de Petrópolis renunciou legitimamente os direitos ao trono.

Dentro do Ramo das Vassouras, o Dom Luiz de Orleans e Bragança (o chefe da Casa Imperial, "Imperador de Jure") proibiu expressamente que os membros da monarquia se envolvam com partidos políticos, que fundem partidos ou que manifestem interesse em concorrer a um cargo.

Seguem as duas principais notas do "Imperador de Jure" sobre o assunto:
Comunicado de 29.08.2013
COMUNICADO


DOM LUIZ DESACONSELHA FORMAÇÃO DE PARTIDO
PRÓ MONARQUIA comunica que o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil — e com ele seus irmãos e imediatos sucessores dinásticos Dom Bertrand e Dom Antônio — não promove, e nem mesmo apoia, a formação de um partido político monarquista. Pelo contrário, tendo sido consultado recentemente a respeito, manifestou Sua Alteza, expressamente, em coerência com inalterável posição mantida pela Chefia da Casa Imperial ao longo de muitas décadas, sua não aprovação a tal iniciativa. O movimento monárquico deve ser, necessariamente, suprapartidário. Alerta assim aos monarquistas para que se acautelem em relação àqueles que insistem em desconsiderar essa orientação serena, prudente e despojada de interesses materiais, e ao mesmo tempo insinuam uma anuência com a qual não contam.

São Paulo, 29 de agosto de 2013

Pró Monarquia José Guilherme Beccari Presidente do Conselho de Administração

Comunicado de 03.09.2013

COMUNICADO
PORQUE NÃO APOIAR A CRIAÇÃO DE UM PARTIDO MONARQUISTA

A monarquia é necessariamente suprapartidária. Deve se sobrepor ao embate político.

O monarca é o símbolo vivo da nação, que abarca todos os súditos, e a encarnação das virtudes de seu povo. Assim foi D. Pedro II.

Veja-se o exitoso caso da Inglaterra em que encontramos o "governo de S. Majestade" e a "leal oposição de S. Majestade".

Todos fazem questão de se identificar com o soberano na condução do bem comum.

O Brasil não é diferente.

No plebiscito de 1993, apesar do evidente boicote à propaganda da monarquia, 13% dos votos válidos, independentemente de sua orientação partidária, foram pela sua restauração.

Embora o Imperador possa e, em alguns casos, até deva se posicionar sobre questões políticas e sociais mais importantes para o seu povo, seus pronunciamentos sempre pairam acima da contenda partidária.

[...]

São Paulo, 3 de setembro de 2013

Pró Monarquia
José Guilherme Beccari
Presidente do Conselho de Administração

Fontes: http://www.monarquia.org.br/comunicados.html
Não sou monarquista, mas quem deseja ser monarquista tem que buscar a ordem e hierarquia. Se for para virar bagunça é melhor ficar na bacanal da República mesmo.

Se o cara deseja ser chamado de Príncipe ele no mínimo deve obedecer a ordem de quem é o herdeiro legítimo, mais velho e anterior na linha sucessória. Se não o fizer é só mais um promovendo a bagunça que se tornou o Brasil.
Bourne escreveu: Sex Set 14, 2018 10:30 am Não sei da onde saiu que o Império foi maravilho e progressista. A história econômica, ciência política e direito dizem ao contrário. Dois pontos.

Na economia ficou estagnada. O governo fazia de tudo para cobrar impostos e evitar a modernização como "a lei dos entraves". Montar bancos, empresas no Brasil era virtualmente impossível. esse é considerado um dos grandes entraves que estagnou a renda per capita e criou o abismo com os EUA. Não legalizou os posseiros que eram os pequenos proprietários de terra em nome dos grandes fazendeiros e escravagistas. A política cambial e de dificultar investimentos entravou o desenvolvimento do interior e empobreceu o Nordeste. O Império nunca gostou de industria e investimentos privado. Os investimentos em São Paulo, de empresário como maua era protegidos pelos governos locais e interesses locais que bancavam o governo imperial.

Na política, o constituição foi autoritária e baseada na manutenção do antigo regime europeu com a visão da desigualdade como natural. O poder moderador era uma aberração para época porque permitia ao Imperador se meter em tudo, assim como o fazia, centralizar o poder e escolher seus queridos. Agravado pelo fato de não ter contrapesos como existia na Europa em que a nobreza e fidalgos devido a tradição forçavam o imperador ou rei se encaixar na lei. Só começou a ceder com a pressão do movimento republicano e regionalista após a guerra do Paraguai. Quando os fazendeiros, industriais, forças armadas e justiça, classes urbanas letradas começaram a exigir mudanças e incorporar a visão iluminista de iguais. E desencadeou o movimento declaração da república e reorganização federativa.

O Império foi responsável por desarticular a capacidade das vilas e regiões se organizarem autonomamente para resolver seus problemas, ofertar bens públicos e incentivar a atividade econômica local. Apesar de muita insistência local para manter os costumes, legislação e direitos que ganham força em 1870/1880. Tanto que terão negros eleitos em 1930, pressão abolicionista muito forte em São Paulo, reformas aprovada a força para organizar o sistema financeiro e bancário, investimento em infraestrutura e industrias, convênios para atração de imigrantes europeus. E também buscou manter como projeto a "pátria iletrada". No fim do século XIX o Brasil era de analfabetos e as universidades só vieram no começo do Século XX. Um atraso gigante mesmo em relação ao Chile e Argentina.

A herança do império foi instituições autoritárias e centralizadas, estagnação e atraso econômico. Por exemplo, a renda per capita era 700 dólares estável ao longo do século XIX. Já os EUA começaram com 700 e explodiram para 4 mil dólares no fim do século XIX.
E no entanto o Império enfrentou 3 conflitos externos: contra Portugal na independência, contra a Argentina na independência do Uruguai e e contra o Paraguai na Tríplice Aliança. Além disso enfrentou 6 Revoltas Provinciais: a Farroupilha, a Confederação do Equador, a Cabanagem, a Sabinada, a Balaiada e a Revolta dos Malês (pasmem, essa última uma revolução muçulmana no Brasil imperial). No entanto o Poder central se manteve intacto e foi responsável por manter a unidade territorial. Não preciso nem lembrar que o herói do exército é o Duque de Caxias, e o espadim da AMAN é um réplica do seu Sabre Invencível com o qual esmagou a maioria dos adversários nesses conflito. Em 81 anos de império nunca houve rompimento da ordem constitucional, até obviamente a proclamação da República.

Por sua vez, a República enfrentou: 2 conflitos externos (I e II GM), 1 intentona Comunista, 1 Revolução estadual (a paulista), e 1 Guerrilha (a do Araguaia). Ou seja, bem menos conflitos/revoltas internas ou externas. Mas em 90 anos tivemos 6 constituições (portanto, 6 rompimentos com a ordem interna) e só 5 presidentes complementaram o mandato. (Fonte: https://super.abril.com.br/historia/so- ... s-90-anos/)

Disso tudo eu concluo e não canso de repetir: sou de esquerda, não sou monarquista, mas é inegável que a República é um caos. Nunca tivemos na República mais do que 20 anos de estabilidade.
Quem não pode se envolver são membros herdeiros ao trono, coisa que Luiz Philippe de Orléans e Bragança não é.

O herdeiro ao trono autorizou o Luiz Philippe de Orléans e Bragança caso ainda houvesse algum problema.

Luiz Philippe de Orléans e Bragança já explicou isso em vários vídeos.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Set 14, 2018 11:05 am
por nveras
Ai eu digo que sou monarquista e pouca gente entende o porquê. Estabilidade, my friends, estabilidade é o que precisamos. Em pleno século 21 já temos uma constituição mais costurada que a colcha da vovó e já precisamos fazer outra. A república nos tirou a estabilidade. E talvez tenha nos tirado o patriotismo.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Set 14, 2018 11:11 am
por Rurst
Bourne escreveu: Sex Set 14, 2018 7:06 am
Sterrius escreveu: Sex Set 14, 2018 12:42 am Sobre ciro e educação o vídeo explica como o Ceará tem sido o Estado com mais aprovados no ITA a 5 anos consecutivos?

http://tribunadoceara.uol.com.br/notici ... nsecutiva/
Nada mais é do que aplicar as ações que está na literatura sobre o tema há décadas. As medidas incluem avaliação, premiação as melhores escolas e professores, meritocracia na escolha das diretorias e estrutura administrativa, cooperação entre escolas e entre estado-municípios, formação continuada dos docentes e supor aos alunos, maior foco em determinadas disciplinas (português e matemática) que coringas para outras (filosofia, história, geografia, física, química, entre outras), trazer profissionais (mestres ou doutores) para dar aulas especificas. O ensino adequado aos novos tempos em que o aluno tem que aprender a aprender.

Ou seja, tudo que no resto do país com sistemas de educação mais consolidados é inviável. Porque eles os profissionais da área não querem. Olha a grita que deu a mudança de currículo do ensino médio ou tentar implementar alguma métrica de avaliação e diferencial de remuneração. Eles exigem mais dinheiro ou federalizar a educação como fosse a saída mágica. Igual as universidades federais.

Não só os profissionais. Muitos de meus coleguinhas acham um absurdo ensino integral por que o aluno não poderá trabalhar e que o importante é o emprego. Ignora que se o aluno tem que trabalhar para ajudar em casa precisa de programa social com renda para que não trabalhe e possa tirar a família dessa situação. Esses são os mesmos que dizem que capital humano não importa para crescer e distribuir renda. A esquizofrenia seletiva como liga educação, crescimento e distribuição de renda.

Muita calma nessa hora. A receita todo mundo sabe. Os projetos pilotos em escolas estaduais, municipais e regiões são bem numerosos. O problema é como generalizar a experiência e elevar o nível da educação fundamental.
Por que o Ceará têm as melhores escolas públicas do Brasil?
Segundo o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará, o número de crianças que concluíam o 2.º ano do ensino fundamental alfabetizadas saltou de 39,9% para 87% entre 2007 e 2016

Na última década, as escolas públicas do Ceará têm se destacado nas avaliações nacionais de qualidade de ensino, ocupando as primeiras colocações quando o assunto é ensino fundamental.

Um dos carros-chefes do desempenho é o ranking do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), do Ministério da Educação: nos primeiros cinco anos escolares, 77 das 100 melhores escolas públicas do Brasil estão no estado, que também ocupava todas as 24 primeiras posições na avaliação mais recente, divulgada em 2016 com números do ano anterior.

Referência em educação, o exemplo passou a atrair atenção do restante do Brasil, além de ser uma das bandeiras da campanha do pré-candidato à presidência Ciro Gomes, que tem no estado o seu berço eleitoral.

Mas, afinal, como as escolas cearenses passaram a dominar as avaliações nacionais? E o que elas podem ensinar às instituições públicas de outras partes do país?

Destaque nacional
Além do sucesso no Ideb, que mede o resultado dos alunos em provas de português e matemática e a taxa de aprovação das escolas, o estado também brilha no IOEB (Índice de Oportunidades da Educação Básica), que leva em conta dados como experiência dos diretores, formação dos professores, tempo de jornada escolar, entre outros: nesse índice, o Ceará tem sete escolas entre as dez melhores do país.

LEIA TAMBÉM: Maior salário de professores no Brasil é fruto de aumento de impostos e menos verba para saúde

Os bons resultados começaram a surgir em 2007, com a implantação do PAIC (Programa Alfabetização na Idade Certa), durante o governo de Cid Gomes, irmão de Ciro. O foco, ali, era priorizar a alfabetização dos alunos até o final do 2º ano do Ensino Fundamental

Desde então Estado e municípios são incentivados a adotar medidas de cooperação. A experiência educacional virou referência para um país que tem um quadro estatisticamente estagnado nos níveis de alfabetização.

O investimento no PAIC em 2017 foi de R$ 52 milhões. Segundo o governo, esses valores são distribuídos em premiação às escolas com os melhores índices, avaliações dos estudantes, aquisição de material didático padrão aos estudantes, bolsas aos educadores e gestores e apoio logístico para viabilizar as formações dos profissionais.

Para os municípios que atingem os melhores resultados do 2º e 5º anos, no Spaece (Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará), também há benefícios: uma lei estadual garante o repasse do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) com base no IQE (índice da qualidade da educação). Ou seja: quanto melhor o desempenho, mais recursos entram nos cofres das prefeituras.

Comparação
Nos anos iniciais do ensino fundamental medidos pelo Ideb, as instituições cearenses registraram uma nota média de 5,9, frente a uma meta de 4,5. Já nos anos finais, a nota bateu em 4,8, cinco décimos acima da meta de 4,3.

Isso, é claro, em termos de média: as melhores do estado (e do Brasil), como a Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental São Joaquim, em Coreaú, e a Escola Municipal Emílio Sendim, de Sobral, foram avaliadas com nota muito próxima do conceito máximo, chegando a 9,8.

O estado também tem obtido grandes avanços em relação à alfabetização. Segundo o Spaece, o número de crianças que concluíam o 2º ano do ensino fundamental alfabetizadas saltou de 39,9% para 87% entre 2007 e 2016.

Caminhos do sucesso
Em Sobral, cidade de cerca de 150 mil habitantes no semiárido cearense que ostenta os melhores dados municipais, ocupar as primeiras posições dos rankings não é uma novidade.

“Nós investimos em um princípio de meritocracia, com o município implantando um processo seletivo para diretores e coordenadores pedagógicos baseada na competência dos profissionais. Não são indicações de cunho político como costuma acontecer em outros locais”, destaca o secretário de educação de Sobral, Herbert Lima.

Com a gestão escolar fortalecida e mais independente, as escolas contam com maior autonomia em relação ao modelo de ensino e à aplicação dos recursos. Os professores também são incentivados através de gratificações financeiras baseadas no desempenho dos alunos – tanto os profissionais quanto as escolas são premiados de acordo com os resultados medidos periodicamente. Alunos com dificuldades recebem atividades de reforço no turno inverso.

Em Sobral, uma avaliação local ocorre ao final de cada semestre letivo, e os educadores que se destacam recebem uma gratificação extra no contracheque. Políticas de intercâmbio com outras escolas do país também são mantidas no município, com alunos sobralenses participando de diferentes olimpíadas escolares, como a de Matemática e a de Física.

A evolução de Sobral se deve a medidas enérgicas tomadas desde o início dos anos 2000, quando uma avaliação demonstrou que 48% dos alunos do município eram analfabetos funcionais.

O maior investimento e a mudança nos modelos de gestão renderam resultados rápidos: em 2009, os anos iniciais do ensino fundamental em Sobral já despontavam com uma nota de 6,6 no Ideb, superior à meta nacional para o ano de 2021 (que é de 6,0, considerando a média de todas as instituições públicas e privadas).

Na mais recente avaliação do MEC, a média do município batia em 8,8. Sobral tornou-se caso estudado internacionalmente, e foi convidado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para participar do próximo Pisa (o Programa Internacional de Avaliação de Alunos, na sigla em inglês) de forma independente. Antes, o município realizava a prova apenas como parte da média brasileira – agora, terá também uma nota própria, à parte do restante do país.

VEJA TAMBÉM: Professores brasileiros têm salário adequado e benefícios acima da média, diz Banco Mundial

Para Herbert Lima, um grande diferencial que a cidade mais bem avaliada do Ceará possui é a valorização da formação continuada dos professores, que passam por atualizações constantes. Na Escola de Formação Permanente do Magistério e Gestão Educacional (Esfapege), os profissionais da rede pública municipal passam por cursos de capacitação mensais.

“É uma atualização não só dos conteúdos propriamente ditos, como língua portuguesa, matemática e ciências, mas também uma qualificação da formação que eles tiveram em sua formação inicial, ainda na universidade”, explica o secretário.

“A formação passa pela instrumentação e pela boa prática de sala de aula: como motivar os alunos, como abordar determinados conteúdos, como trabalhar com materiais concretos e recursos pedagógicos”, completa.

Críticas às avaliações
Críticos ao sucesso do Ceará nas avaliações nacionais sugerem que algumas escolas do estado teriam se adaptado de modo a jogar com os rankings – de maneiras nem sempre lícitas. Como o Ideb se baseia no desempenho dos alunos em provas de matemática e língua portuguesa, algumas cidades menos destacadas estariam priorizando o ensino dessas disciplinas em detrimento de outras áreas do conhecimento, para correr atrás do prejuízo em relação a municípios historicamente bem avaliados, como Sobral. O índice também multiplica essas notas pela proporção de estudantes aprovados, chamada “fluxo”, o que teria gerado uma redução dos níveis habituais de reprovação em certos locais.

A pressão por manter o crescimento do estado também deixaria alguns municípios de pior performance mais propensos a fraudes. Em maio, na Operação Educação do Mal, a Polícia Civil cearense revelou um esquema no município de Itapajé, em que as notas dos alunos eram manipuladas tanto no Spaece quanto no Ideb, inflando artificialmente os índices de uma escola local e garantindo mais recursos estaduais e nacionais.

Segundo o delegado André Firmino, as notas dos alunos eram “maquiadas” e estudantes tinham suas reprovações revertidas. De acordo com o investigador, “alguns alunos diziam que não iam mais à escola porque sabiam que iriam passar no fim do ano de qualquer jeito”.

Apesar do abalo gerado pelas revelações em Itapajé, são raros os casos comprovados de uma manipulação dos rankings e avaliações. Em geral, a rápida evolução observada nas melhores escolas cearenses foi obtida através de uma mescla de uma alocação mais eficiente dos recursos públicos e de políticas bem-sucedidas que se tornaram referência em todo o país – o Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), por exemplo, nasceu após o PAIC cearense render ótimos resultados.

“Toda e qualquer crítica às avaliações é importante”, admite Herbert Lima. “Mas não se pode pensar em educação sem avaliação, sem uma métrica, um referencial de indicadores”, entende o secretário de educação de Sobral.

“Nós temos indicadores na área da saúde, na segurança, temos indicadores ambientais. É preciso medir de alguma forma os resultados dos alunos para pautar iniciativas, o desenvolvimento cognitivo, a formação de professores, entre outras políticas”, conclui.

https://www.gazetadopovo.com.br/educaca ... 2p4wi223p/
Sobre essa farsa do ITA e IME associada ao ensino público...

Crianças acima da média do Brasil inteiro vai para esse colégio de ELITE, mas foi o ensino público que colocou eles no IMA e ITA.

http://tribunadoceara.uol.com.br/notici ... rasil/amp/

http://www.fariasbrito.com.br/itaime/

http://tribunadoceara.uol.com.br/notici ... do-brasil/

http://g1.globo.com/ceara/noticia/2011/ ... ceara.html

Imagem
Bourne escreveu: Sex Set 14, 2018 10:30 am Não sei da onde saiu que o Império foi maravilho e progressista. A história econômica, ciência política e direito dizem ao contrário. Dois pontos.

Na economia ficou estagnada. O governo fazia de tudo para cobrar impostos e evitar a modernização como "a lei dos entraves". Montar bancos, empresas no Brasil era virtualmente impossível. esse é considerado um dos grandes entraves que estagnou a renda per capita e criou o abismo com os EUA. Não legalizou os posseiros que eram os pequenos proprietários de terra em nome dos grandes fazendeiros e escravagistas. A política cambial e de dificultar investimentos entravou o desenvolvimento do interior e empobreceu o Nordeste. O Império nunca gostou de industria e investimentos privado. Os investimentos em São Paulo, de empresário como maua era protegidos pelos governos locais e interesses locais que bancavam o governo imperial.

Na política, o constituição foi autoritária e baseada na manutenção do antigo regime europeu com a visão da desigualdade como natural. O poder moderador era uma aberração para época porque permitia ao Imperador se meter em tudo, assim como o fazia, centralizar o poder e escolher seus queridos. Agravado pelo fato de não ter contrapesos como existia na Europa em que a nobreza e fidalgos devido a tradição forçavam o imperador ou rei se encaixar na lei. Só começou a ceder com a pressão do movimento republicano e regionalista após a guerra do Paraguai. Quando os fazendeiros, industriais, forças armadas e justiça, classes urbanas letradas começaram a exigir mudanças e incorporar a visão iluminista de iguais. E desencadeou o movimento declaração da república e reorganização federativa.

O Império foi responsável por desarticular a capacidade das vilas e regiões se organizarem autonomamente para resolver seus problemas, ofertar bens públicos e incentivar a atividade econômica local. Apesar de muita insistência local para manter os costumes, legislação e direitos que ganham força em 1870/1880. Tanto que terão negros eleitos em 1930, pressão abolicionista muito forte em São Paulo, reformas aprovada a força para organizar o sistema financeiro e bancário, investimento em infraestrutura e industrias, convênios para atração de imigrantes europeus. E também buscou manter como projeto a "pátria iletrada". No fim do século XIX o Brasil era de analfabetos e as universidades só vieram no começo do Século XX. Um atraso gigante mesmo em relação ao Chile e Argentina.

A herança do império foi instituições autoritárias e centralizadas, estagnação e atraso econômico. Por exemplo, a renda per capita era 700 dólares estável ao longo do século XIX. Já os EUA começaram com 700 e explodiram para 4 mil dólares no fim do século XIX.
Se fosse até 1848/1849 eu poderia concordar, mas a partir desse ano o Imperador passa o poder executivo ao congresso.
Apenas aprovava e impedia leis, coisas desse tipo.

Existiam muitos problemas e por isso o Imperador desejava uma nova constituição.

Anda lendo muito Jorge Caldeira.

A maioria dos historiadores passa longe dessa visão extremista.

Acho que existe dois Impérios brasileiros, esse extremista e caricato, e o que realmente existiu.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Set 14, 2018 1:07 pm
por Marechal-do-ar
Rurst escreveu: Sex Set 14, 2018 11:11 am Acho que existe dois Impérios brasileiros, esse extremista e caricato, e o que realmente existiu.
Um fato inegável é que a economia estagnou durante o império, a revolução industrial passou longe do Brasil, não posso dizer que a república teria sido uma maravilha, porque o México foi uma "república" nesse período e não foi uma maravilha, mas o império brasileiro com certeza não foi nenhuma maravilha.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Set 14, 2018 1:59 pm
por Marcelo Ponciano
Rurst escreveu: Sex Set 14, 2018 11:00 am
Quem não pode se envolver são membros herdeiros ao trono, coisa que Luiz Philippe de Orléans e Bragança não é.

O herdeiro ao trono autorizou o Luiz Philippe de Orléans e Bragança caso ainda houvesse algum problema.

Luiz Philippe de Orléans e Bragança já explicou isso em vários vídeos.
Bom, se esse é o caso, como diz o Chaves, "então assim sim!!!!" :oops: :lol:
Marechal-do-ar escreveu: Sex Set 14, 2018 1:07 pm
Rurst escreveu: Sex Set 14, 2018 11:11 am Acho que existe dois Impérios brasileiros, esse extremista e caricato, e o que realmente existiu.
Um fato inegável é que a economia estagnou durante o império, a revolução industrial passou longe do Brasil, não posso dizer que a república teria sido uma maravilha, porque o México foi uma "república" nesse período e não foi uma maravilha, mas o império brasileiro com certeza não foi nenhuma maravilha.
Em grande parte não por desídia do Imperador, principalmente em relação ao Dom Pedro II. Ele era um entusiasta das ciências e tecnologias, foi uma das primeiras pessoas do mundo a falar em um telefone, diretamente com Gran Bell. O Brasil não se industrializou foi mais por resistências das elites cafeicultoras do que por falta de vontade do Império. Aliás, uma das muitas causas apontadas para o fim do império foi justamente a Princesa Regente Isabel ter peitado as elites cafeicultoras ao abolir escravidão. Um ano depois caiu o Império.

Outros três fatos apontados para o fim do império foram: I) Quando na década de 1860 Pedro II se negou a obedecer uma bula Papal, perdendo a monarquia o apoio do Clero; II) Desconfiança das Elites brasileiras de que Isabel não seria uma boa monarca e que seria manipulada pelo seu marido, Conde D´Eu, que não era brasileiro mas francês; III) problemas com os militares, especial Deodoro da Fonseca.

A grosso modo, a população apoiava o Império quando da sua queda. A parcela do povão que não apoiava foi degolada muitas décadas antes pelo "Sabre Invencível" do Duque de Caxias. Ao que me consta, quando da proclamação da República, não se falava de atraso econômico como fundamento da queda. Por isso a maioria dos historiadores dizem que o fim da Monarquia foi um golpe dos militares aliados às elites.

Deve estar aí a razão da minha simpatia pelo Império, tanto a monarquia como a esquerda foram vítimas das mesmas mordaças no Brasil.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Set 14, 2018 3:08 pm
por Rurst
O imperador tinha 90% de aprovação da população.

Apenas 20% do exército era republicano, uma minoria deu o golpe aliado as elites.

Se o Imperador quisesse peitar, a monarquia teria continuado.

O imperador queria uma nova constituição, justamente para corrigir os erros da 1824, descentralizar as decisões.
Marechal-do-ar escreveu: Sex Set 14, 2018 1:07 pm
Rurst escreveu: Sex Set 14, 2018 11:11 am Acho que existe dois Impérios brasileiros, esse extremista e caricato, e o que realmente existiu.
Um fato inegável é que a economia estagnou durante o império, a revolução industrial passou longe do Brasil, não posso dizer que a república teria sido uma maravilha, porque o México foi uma "república" nesse período e não foi uma maravilha, mas o império brasileiro com certeza não foi nenhuma maravilha.
Eu não disse que foi uma maravilha, mas também não é esse apocalipse como pintam alguns historiadores.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Set 14, 2018 3:34 pm
por Rurst
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sex Set 14, 2018 9:40 pm
por prp
:lol: Haddad deu um sacode no bonner

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sáb Set 15, 2018 1:18 pm
por Rurst
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Sáb Set 15, 2018 9:34 pm
por Bolovo
Ficou preso quatro dias. Tucano tem vida fácil nesse país.

Gilmar Mendes manda soltar ex-governador Beto Richa

Por Mariana Oliveira, TV Globo, Brasília

14/09/2018 21h07 Atualizado há 22 horas

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou nesta sexta-feira (14) soltar Beto Richa (PSDB), ex-governador do Paraná e candidato ao Senado. Também mandou soltar a mulher dele, Fernanda Richa, e mais 13 pessoas. Richa foi preso nesta semana após operações do Ministério Público do Paraná e da Polícia Federal. Segundo o MP, Richa é suspeito de integrar esquema de propina, direcionamento de licitações de empresas, lavagem de dinheiro e obstrução de Justiça.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Dom Set 16, 2018 10:19 am
por Clermont
‘Paulo Guedes é um mitômano e criou falsa narrativa’, diz Persio Arida.

Renata Agostini - O Estado de S.Paulo, 16.09.18.

Coordenador do programa econômico de Geraldo Alckmin (PSDB), Persio Arida diz que o mercado está em autoengano ao acreditar que Paulo Guedes garantirá a linha liberal de um governo Jair Bolsonaro (PSL). “O presidente faz o que quer e não o que combinou com o economista. Quem tem a caneta manda”, disse ao Estado.

Ele critica a inexperiência de Guedes, a quem classifica de mitômano. “Ele nunca produziu um artigo de relevo. Nunca dedicou um minuto à vida pública, não faz ideia das dificuldades.”

Para Arida, a postura liberal de Bolsonaro é uma farsa e ele segue o mesmo roteiro de tradicionais líderes de esquerda latino-americanos ao acenar aos liberais nas eleições. “Hugo Chávez também mostrou-se amigável com o mercado em sua primeira eleição. Durou pouco.”

Sobre a estagnação de Alckmin nas pesquisas, avalia que a campanha precisa buscar a parcela que não quer os extremos de PT e Bolsonaro. Segundo ele, ambos são riscos à democracia.

Como fica a campanha diante do atentado a Bolsonaro e a confirmação do nome de Haddad?

Bolsonaro foi vítima de uma selvageria. O atentado tem de ser recriminado por todos. Agora, do ponto de vista político, ele está onde sempre esteve. Ele sempre comungou com a esquerda o viés estatizante e corporativo. Por isso, votou com a esquerda no passado, inclusive contra o Plano Real. Seguiu assim: votou contra o cadastro positivo, se declarou a favor da criação de municípios. Acabou de dizer que não privatizará Petrobrás, Banco do Brasil ou Caixa, pois são estratégicas, linguagem da esquerda. A virada em busca do discurso liberal está de acordo com o perfil dos candidatos tradicionais de esquerda.

Por quê?

Lula fez isso com a “Carta ao Povo Brasileiro” (que precedeu sua primeira eleição, em 2002). O tenente-coronel Hugo Chávez fez isso. Tal como Bolsonaro, mostrou-se amigável com o mercado financeiro em sua primeira eleição, disse que não tinha nada contra o FMI. Depois, convocou Constituinte e o resto da história é a tragédia que conhecemos. Esse movimento de Bolsonaro é o padrão normal latino-americano. Ele é um engodo liberal.

Paulo Guedes não é o fiador dessa proposta liberal?

Paulo Guedes é mitômano, criou falsa narrativa pela qual PSDB e PT são iguais e que tudo no Brasil foi errado porque ele e os liberais nunca estiveram no poder. Ele nunca escreveu um artigo acadêmico de relevo, tornou-se um pregador liberal. Falar é fácil, fazer é muito mais difícil. Nunca faltaram bons economistas liberais no Brasil. O problema sempre foi a falta de políticos com essas convicções. Se economista liberal resolvesse, o governo Dilma tinha sido um sucesso: Joaquim Levy, também da Universidade de Chicago e, ao contrário de Guedes, com enorme experiência prévia, foi nomeado para a Fazenda. O presidente faz o que quer e não o que combinou com o economista. Quem tem a caneta manda.

Guedes argumenta que se demorou a entender a necessidade de conter o gasto público.

Ele nunca dedicou um minuto à vida pública, não tem noção das dificuldades. Partiu para uma campanha de difamação que é de um grau de incivilidade que não se vê em outro assessor econômico. Pegar um episódio de 1995 quando saí do Banco Central e usá-lo para fins difamatórios, falando mentiras, mostra o caráter dele (segundo a revista Piauí, Guedes tem dito em reuniões com investidores que Arida deixou o BC por ter vazado informações, o que Arida rechaça). Ele está cego de ressentimento, ódio e inveja: difama todos que discordam de suas ideias.

Como ele em Bolsonaro, o sr. não está confiando em Alckmin?

Alckmin já fez ajuste fiscal em São Paulo. É diferente de acreditar em alguém que se “converteu”. O Brasil precisa de reformas que demandam emendas constitucionais e aprovação de leis. Sem articulação política, não se conseguirá. Há duas opções: fazer acordo com Centrão antes ou depois das eleições. A ideia da antipolítica, de que não vai fazer acordo com ninguém, é enganação.

O fato é que Bolsonaro segue subindo nas pesquisas. Alckmin, não.

A indignação criada com a Lava Jato e os 13 milhões de desempregados geraram no País a busca por alguém que resolva os problemas do dia para a noite. Todo sonho messiânico é poderoso e irrealista. Ele aparece no Bolsonaro e no Lula.

Alckmin ficou sem espaço?

Há parcela significativa da população que não quer extremos e não se ilude com essas retóricas. São eles que a campanha tem de chamar para si.

Bolsonaro e PT são a mesma coisa?

No PT, há um líder carismático latino-americano tradicional que é o Lula, o Perón brasileiro. As pessoas se enganam com o primeiro governo dele. Era o Lula com medo da instabilidade econômica. Quando não caiu com o mensalão e se reelegeu, ele deixou de ter medo. O verdadeiro Lula é o do segundo governo e o que nomeou Dilma. O que é Fernando Haddad ninguém sabe. As ideias que vinha pronunciando como assessor são ruins: controle social da mídia, tributação de spread bancário. Continuar a herança do Lula é o caminho para o Brasil se perder.

O diagnóstico econômico de Paulo Guedes não é correto?

Falar de sistema de capitalização na Previdência é irresponsabilidade fiscal. Ele não demonstrou como fazer. Tal como outros, não achei o um trilhão a ser obtido com a venda de estatais. Não se entende tampouco como acabar com o déficit público em um ano.

Tasso Jereissati disse ao 'Estado' que o PSDB paga agora por “erros memoráveis”. Concorda?

Concordo com observações de Tasso. Mas não sou filiado do PSDB, nunca tive vida partidária. Importante lembrar que Alckmin foi contra o PSDB ter cargos no governo Temer. A postura dele foi de apoiar as reformas que o País precisa.

Qual candidatura rival representa o maior risco ao País?

Bolsonaro é um risco à democracia. No passado, várias vezes falou em fechar o Congresso. A vocação totalitária está clara. Alguém que diz que seu livro de cabeceira é do Coronel Ustra empreende uma tentativa de revisão da ditadura como algo positivo, o que é um risco. Conheci Ustra. Fui preso, passei noites ouvindo os gritos das torturas que aconteciam. O revisionismo que se tenta fazer hoje é arrepiante. É exatamente o revisionismo na Alemanha de quem tenta dizer que nunca houve holocausto.

Bolsonaro é o maior risco?

Se Haddad de fato for o Lula, é um risco também. Alguém que incita o povo contra a Justiça, procura fazer o descrédito da Justiça e ataca as instituições é um risco à democracia, sim.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Dom Set 16, 2018 11:42 am
por prp
Só não vai ser atentado a democracia se este ser asqueroso vencer.
Quando o partido deste senhor paralisou o congresso para forçar o caos e o impichimant não foi nada né.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Dom Set 16, 2018 11:54 am
por yuri
"Qual candidatura rival representa o maior risco ao País?

Bolsonaro é um risco à democracia. No passado, várias vezes falou em fechar o Congresso. A vocação totalitária está clara. Alguém que diz que seu livro de cabeceira é do Coronel Ustra empreende uma tentativa de revisão da ditadura como algo positivo, o que é um risco. Conheci Ustra. Fui preso, passei noites ouvindo os gritos das torturas que aconteciam. O revisionismo que se tenta fazer hoje é arrepiante. É exatamente o revisionismo na Alemanha de quem tenta dizer que nunca houve holocausto."

Risco a democracia não. Risco ao sistema atual dito democrático.

Se foi preso é porque algo de bom não deveria estar fazendo.

Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

Enviado: Dom Set 16, 2018 12:54 pm
por Rurst
A Nova Constituição e a Velha Política:

https://www.facebook.com/luizphilippebr ... =3&theater

Os presenciáveis querem obter ganhos eleitorais as custas das declarações sobre uma nova constituição feitas pelo General Mourão e isso é de se esperar considerando que no rol de candidatos que o criticaram não há nenhum estadista.

Como se não bastasse ex-ministros do STF e parte da mídia parecem desconhecer o problema constitucional e acabam por fazer um desserviço ao desinformar a sociedade brasileira.

O que desenformaram? Achar que uma constituinte é a maneira democrática de fazer uma constituição demonstra dissintonia completa sobre o atual problema. Desde quando temos representatividade efetiva nos nossos constituintes?

Nosso problema constitucional deriva exatamente do fato que nossas constituições republicanas foram elaboradas por constituintes tingidas por um sistema eleitoral e partidário que não gera representantes de fato.

Por isso, sobre o processo sugerido pelo General Mourão, procede que não cabe uma constituinte elaborar nem definir a as linhas mestres da nova constituição. Nesse caso deve vir sim por um grupo qualificado de juristas, intelectuais, professores e empresários todos membros da sociedade e desvinculados ao máximo possível dos partidos e das outras forças do Estado.

O que a mídia e presenciáveis convenientemente não relataram é que o General sugeriu que a nova Carta Constitucional deva ser ratificada pelo povo via plebiscito ou referendo.

Quem é que lança um plebiscito se o teor da constituição é desconhecido e não tem apelo popular? Ninguém. Portanto antes de lançar o plebiscito o texto constitucional deve existir. Em seguida deve ser divulgado e debatido de forma popular e direta; de preferência via palestras sobre seu conteúdo em cada estado da nação.

Somente depois de ter essas etapas cumpridas um plebiscito se torna viável. Mourão apoia inteiramente esse processo.

Se for por via um plebiscito basta que o mesmo seja proposto por 1/3 da câmara e/ou senado e aprovado nas duas casas por maioria simples. O poder executivo pode sugerir o plebiscito mas quem leva a cabo o pedido oficial de plebiscito é o Congresso.

O texto da nova constituição pode ser vinculado nesse pedido. Amigos, mais democrático que isso acho difícil.

Há exemplos em países desenvolvidos de processos similares. Sugiro ler história da França sobre a mudança da Quarta para Quinta República.

Pela primeira vez a raiz de nossos problemas é mencionada numa disputa presidencial. Os que temem perder com as reais mudanças ou por serem incapazes de liderá-la logo se apresentam para atacá-la. Sufocar a verdade quando ela é dita é coisa da velha política.

Na minha opinião esse tema deveria ter balizado os debates presidenciais ao invés de ter sido ignorado. Mourão trouxe o único tema que vale a pena ser debatido para dentro do debate.

Luiz Philippe de Orleans e Bragança.

Contrário ao que a esquerda prega, a primeira constituição do Brasil, a de 1824, foi referendada nas paróquias de todo Brasil antes de ser outorgada por Pedro I. Nenhuma das 6 constituições da República foram referendadas pelo povo, todas passaram por constituintes.



Achar que uma constituinte é mais democrática que um plebiscito ou referendo popular é falacioso. Desde quando nossos constituintes nos representam? A elaboração de uma constituição não pode passar por uma constituinte mas deve ser aprovada popularmente.