Asiáticos compram 45% em leilão para ajudar Portugal
País recebe cinco mil milhões de euros já na próxima quarta-feira
PorRedacção VC
2011-06-15 16:53
Portugal vai receber cinco mil milhões de euros do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) para a semana, no dia 22 de Junho. O fundo europeu conseguiu reunir esta quantia na sequência de uma emissão de Obrigações do Tesouro a 10 anos realizada esta quarta-feira, destinada precisamente a financiar o país, no âmbito do plano de resgate acordado com a troika.
Na corrida deste leilão, participaram sobretudo investidores asiáticos que compraram 45% dos milhões que estavam em jogo. Aliás, sozinho, o Ministério das Finanças do Japão comprou 1,1 mil milhões de euros da emissão.
Do lado europeu ficaram 30% sem contar com o Reino Unido que, sozinho, adquiriu 25% dos 5 mil milhões de euros que foram colocados no mercado. Na anterior emissão, tinha comprado apenas 11%.
O Fundo Europeu pode vir a efectuar leilões de Obrigações do Tesouro a 12 anos, mas isso é algo que não está agora nos planos do FEEF, segundo a Reuters.
Na emissão de hoje, a procura superou largamente a oferta disponível, com cerca de 100 investidores a apresentarem ordens de compra de 8 mil milhões de euros. «A procura dos investidores veio de todo o mundo e de todos os géneros de investidores. Tal como era esperado, a procura foi particularmente forte por parte da Ásia, com o Ministério das Finanças do Japão a comprar 1,1 mil milhões de euros», lê-se no comunicado emitido pelo FEEF, citado pela Lusa.
Ainda assim, ficou muito aquém dos 45 mil milhões que a emissão do mesmo género realizada em Janeiro para financiar o resgate de Portugal, no valor de 78 mil milhões de euros, conseguiu atrair.
O montante que será entregue a Portugal e os juros que serão cobrados só serão conhecidos mais tarde. Na emissão de hoje, o spread aumentou 17 pontos base e a taxa de juro fixou-se nos 3,49%.
O FEEF vai realizar um novo leilão destinado a financiar Portugal até meados de Julho. O país tinha solicitado 3,6 mil milhões de euros ao fundo europeu de resgate, mas a emissão de 5 mil milhões foi uma dar uma almofada à entidade que lhe permite ostentar o rating AAA.
Entretanto, o Estado português voltou hoje aos mercados para tentar vender dívida de curto prazo. Prova superada, já que foram colocados mil milhões de euros e os juros cobrados pelos investidores até desceram.
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/mer ... -1727.html