RÚSSIA
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Re: RÚSSIA
China mostra músculos para Obama e as costas para o mercado
REPRODUÇÃO/CHINA DAILY
Enquanto o presidente americano, Barack Obama, pousava hoje no Japão para o início de um giro pela Ásia que não incluirá visita a Pequim, a China iniciava um exercício militar conjunto com outros sete países no Mar do Leste, na costa de Qingdao. O “comitê de boas vindas” a Obama organizado pela Forças Armadas chinesas tenta mostrar ao presidente americano um retrato do cenário que ele enfrenta ao tentar aprofundar a orientação asiática de sua política externa. Os chineses convidaram Bangladesh, Paquistão, Cingapura, Indonésia, Índia, Malásia e Brunei para a festa.
Obama passará dois dias no Japão de Shinzo Abe, primeiro-ministro que tem como um dos pilares de seus esforços de governo uma ampliação do poderio militar japonês e mudanças profundas na legislação pacifista do país. Antes de partir para a região, o presidente americano fez questão de reafirmar o compromisso dos EUA em defesa conjunta na questão das ilhas Diaoyu/Senkaku, de posse do Japão e reivindicadas pelos chineses.
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As expressões de descontentamento de Pequim com a presença de Obama foram levadas à luz do dia, também, nos textos oficiais. O jornal People’s Daily, principal voz do regime chinês, publicou editorial contundente sobre a visita, criticando a estratégia adotada por Washington há três anos para um reforço na aproximação com a Ásia. Os chineses avaliam que os aliados americanos não confiam plenamente nos compromissos de Obama e que o chamado “pivô para a Ásia” adotado pelo governo dos EUA é produto de uma “mentalidade da Guerra Fria”.
Tensões estratégicas à parte, a notícia ruim mesmo para o Ocidente no dia veio de outro front chinês. A Comissão de Desenvolvimento Nacional e Reforma do país, principal organismo de planejamento econômico, assegurou que não haverá plano de estímulo de grande porte, contrariando expectativas de parte do mercado internacional. A China mantém a perspectiva de um crescimento de 7,5% do PIB para 2014, perto da meta estabelecida pelo Plano Quinquenal lançado em 2012. A informação foi publicada pela agência oficial de notícias Xinhua.
Em 2008, diante da crise desencadeada pelos EUA no mundo, Pequim lançou um enorme plano de estímulo voltado, principalmente, para a construção civil, movimentando o mercado de commodities e dando oxigênio a parte da economia mundial diante do caos. Dessa vez, porém, a desaceleração chinesa está dentro do desejado pelo governo central, apesar dos sobressaltos e da inflação levemente acima do esperado.
O Brasil é grande interessado e um plano de estímulo chinês, ainda que em porte muito menor do que o lançado em 2008, melhoraria o cenário para as exportações de minérios e outros insumos para construção. Por enquanto, ao menos, nada feito.
Fonte: www.estadao.com.br
REPRODUÇÃO/CHINA DAILY
Enquanto o presidente americano, Barack Obama, pousava hoje no Japão para o início de um giro pela Ásia que não incluirá visita a Pequim, a China iniciava um exercício militar conjunto com outros sete países no Mar do Leste, na costa de Qingdao. O “comitê de boas vindas” a Obama organizado pela Forças Armadas chinesas tenta mostrar ao presidente americano um retrato do cenário que ele enfrenta ao tentar aprofundar a orientação asiática de sua política externa. Os chineses convidaram Bangladesh, Paquistão, Cingapura, Indonésia, Índia, Malásia e Brunei para a festa.
Obama passará dois dias no Japão de Shinzo Abe, primeiro-ministro que tem como um dos pilares de seus esforços de governo uma ampliação do poderio militar japonês e mudanças profundas na legislação pacifista do país. Antes de partir para a região, o presidente americano fez questão de reafirmar o compromisso dos EUA em defesa conjunta na questão das ilhas Diaoyu/Senkaku, de posse do Japão e reivindicadas pelos chineses.
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As expressões de descontentamento de Pequim com a presença de Obama foram levadas à luz do dia, também, nos textos oficiais. O jornal People’s Daily, principal voz do regime chinês, publicou editorial contundente sobre a visita, criticando a estratégia adotada por Washington há três anos para um reforço na aproximação com a Ásia. Os chineses avaliam que os aliados americanos não confiam plenamente nos compromissos de Obama e que o chamado “pivô para a Ásia” adotado pelo governo dos EUA é produto de uma “mentalidade da Guerra Fria”.
Tensões estratégicas à parte, a notícia ruim mesmo para o Ocidente no dia veio de outro front chinês. A Comissão de Desenvolvimento Nacional e Reforma do país, principal organismo de planejamento econômico, assegurou que não haverá plano de estímulo de grande porte, contrariando expectativas de parte do mercado internacional. A China mantém a perspectiva de um crescimento de 7,5% do PIB para 2014, perto da meta estabelecida pelo Plano Quinquenal lançado em 2012. A informação foi publicada pela agência oficial de notícias Xinhua.
Em 2008, diante da crise desencadeada pelos EUA no mundo, Pequim lançou um enorme plano de estímulo voltado, principalmente, para a construção civil, movimentando o mercado de commodities e dando oxigênio a parte da economia mundial diante do caos. Dessa vez, porém, a desaceleração chinesa está dentro do desejado pelo governo central, apesar dos sobressaltos e da inflação levemente acima do esperado.
O Brasil é grande interessado e um plano de estímulo chinês, ainda que em porte muito menor do que o lançado em 2008, melhoraria o cenário para as exportações de minérios e outros insumos para construção. Por enquanto, ao menos, nada feito.
Fonte: www.estadao.com.br
- cassiosemasas
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Re: RÚSSIA
chris escreveu: pt, nem leio o que vc escreve mais...... vc não tem o mínimo de discernimento, para vc a Rússia é Satã, os EUA são Deus e ponto final....se os EUA jogassem uma bomba atômica em Portugal, na tua casa, vc ia dar razão a eles...ficou enfadonho já....sem condições de debater contigo...
vixe!!!!
viajou!!!
...
- cassiosemasas
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Re: RÚSSIA
tirem suas conclusões!!!! a mesma noticia em portais diferentes!!
essa é do: http://www.huffingtonpost.com/2014/04/2 ... 05211.html
e essa da : http://www.aljazeera.com/news/europe/20 ... 11810.html
essa é do: http://www.huffingtonpost.com/2014/04/2 ... 05211.html
Putin Calls The Internet A 'CIA Project'
MOSCOW (AP) — President Vladimir Putin on Thursday called the Internet a CIA project and made comments about Russia's biggest search engine Yandex, sending the company's shares plummeting.
The Kremlin has been anxious to exert greater control over the Internet, which opposition activists — barred from national television — have used to promote their ideas and organize protests.
Russia's parliament this week passed a law requiring social media websites to keep their servers in Russia and save all information about their users for at least half a year. Also, businessmen close to Putin now control Russia's leading social media network, VKontakte.
Speaking Thursday at a media forum in St. Petersburg, Putin said that the Internet originally was a "CIA project" and "is still developing as such."
To resist that influence, Putin said, Russia needs to "fight for its interests" online.
A Russian blogger complained to Putin that foreign websites and Yandex, the web search engine which is bigger in Russia than Google, are storing information on servers abroad, which could be undermining Russia's security.
In his reply, Putin mentioned unspecified pressure that was exerted on Yandex in its early years and chided the company for its registration in the Netherlands "not only for tax reasons but for other considerations, too."
Although Putin's comments didn't include any specific threats to Yandex, one of Russia's most successful tech companies, its shares plunged by 5 percent at the Nasdaq's opening on Thursday.
In a statement Thursday, Yandex said the company got registered in the Netherlands "solely due to the specifics of corporate law," not because of the low taxes there and added that its core business is based in Russia and "practically all the taxes are paid in Russia."
Reacting to Putin's claims that Yandex was under "pressure," the company said it got its first investments from international funds and investors, "which is the usual practice for any online start-up in any country."
e essa da : http://www.aljazeera.com/news/europe/20 ... 11810.html
Putin says Internet is a CIA project
President warns Russians against making Google searches saying its web traffic goes through servers that are in the US.
Vladimir Putin, Russia's president, has called the Internet a "CIA project" and warned Russians against making Google searches.
Speaking to a group of young journalists during a televised event on Thursday, Putin said the Internet was developed by the US as a "special project" by the Central Intelligence Agency.
When asked about Google, the Russian leader said the company's web traffic "goes through servers that are in the States", adding "everything is monitored there", the AFP news agency reported.
Shares in Russia's biggest search engine, Yandex, fell as Putin expressed concern about its overseas investors, reiterating his fear of foreign control of the Internet.
"We must fight determinedly for our own interests. This process is happening. And we will support it from the government side, of course" he said.
The Kremlin has been anxious to exert greater control over the Internet, which opposition activists, who are barred from national television, have used to promote their ideas and organise protests, the AP news agency reported.
Russia's parliament passed a law earlier this week requiring social media websites to keep their servers in Russia and save all information about their users for six months.
Another new law allowed the government to block blacklisted sites without a court order, and businessmen close to the Russian president now control the country's leading social media network, VKontakte.
Opposition leader Alexei Navalny had his popular blog blocked and a widely read news site that covered opposition causes sacked its long-term editor and changed its stance after a warning on extremism from the state watchdog.
Putin has frequently been scathing about the Internet, which he once described as "half pornography".
...
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Re: RÚSSIA
Conheço brasileiros que colocam os EUA antes do Brasil. E não fazemos parte da OTAN.cassiosemasas escreveu:chris escreveu: pt, nem leio o que vc escreve mais...... vc não tem o mínimo de discernimento, para vc a Rússia é Satã, os EUA são Deus e ponto final....se os EUA jogassem uma bomba atômica em Portugal, na tua casa, vc ia dar razão a eles...ficou enfadonho já....sem condições de debater contigo...
vixe!!!!
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Re: RÚSSIA
É incrivel o nível de fanatismo de algumas crianças ...
Pura e simplesmente descarrilam quando são confrontadas com argumentação que é tão simples que não se pode desmontar.
Sem capacidade de argumentação a criança normalmente insulta, bate ou grita e depois desiste.
No entanto não devemos dar demasiada importância.
Afinal crianças são assim mesmo.
Eu também era assim ...
Se quer debater alguma coisa, veja num dicionário o significado da palavra ARGUMENTO.
Estude, aprenda, e não insulte alguém que se lhe opõe, apenas pela sua nacionalidade.
Você cresceu escutando demasiada piada de «Portuga». Tem por isso dificuldade em raciocinar quando fala com um. Normalmente acha que com «Portuga» tem que responder com piada.
Pura e simplesmente descarrilam quando são confrontadas com argumentação que é tão simples que não se pode desmontar.
Sem capacidade de argumentação a criança normalmente insulta, bate ou grita e depois desiste.
No entanto não devemos dar demasiada importância.
Afinal crianças são assim mesmo.
Eu também era assim ...
Se quer debater alguma coisa, veja num dicionário o significado da palavra ARGUMENTO.
Estude, aprenda, e não insulte alguém que se lhe opõe, apenas pela sua nacionalidade.
Você cresceu escutando demasiada piada de «Portuga». Tem por isso dificuldade em raciocinar quando fala com um. Normalmente acha que com «Portuga» tem que responder com piada.
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Re: RÚSSIA
Aliados de Putin assumem 'Orkut russo' e demitem fundador do site
FSP, DE SÃO PAULO
22/04/201416h07
O fundador do Vkontakte, Pavel Durov, disse nesta terça-feira (22) ter sido demitido da empresa que fundou e que aliados do presidente da Rússia, Vladimir Putin, assumiram o comando total do site, que é a rede social russa de maior popularidade, após uma disputa pelo controle entre seus acionistas.
Durov, que diz ter ficado sabendo de sua demissão por meio da imprensa, afirmou em comunicado que o controle da empresa passou para Alisher Usmanov (segundo a "Forbes" o homem mais rico da Rússia) –que já detinha 52% das ações da empresa, mas não seu controle efetivo– e de Igor Sechin, que dirige a estatal de petróleo Rosneft e que já foi vice-primeiro-ministro de Putin.
No primeiro dia deste mês, Durov anunciou publicamente a saída da empresa, alegando que uma "mudança no controle acionário" havia reduzido sua liberdade dentro do Vkontakte. Tal decisão foi retificada dois dias mais tarde.
O Vkontakte, ao explicar a recente demissão de Durov, disse que não havia recebido a retificação oficialmente do ex-diretor, e que, portanto, determinou o fim do emprego do fundador.
O Vkontakte é uma espécie do que foi durante alguns anos no Brasil o Orkut, site do Google, por contar com mais usuários que o Facebook localmente, em contraste com o cenário mundial, de dominância da rede social americana. Segundo o "Russia Today", o Vkontakte tem 61 milhões de usuários naquele país, ante 13 milhões do Facebook (e de 54 milhões do Odnoklassniki, outra rede social russa).
Ao site "TechCrunch", Durov disse que não está mais na Rússia e que "não tem planos de retornar". Ele também diz que planeja abrir uma rede social fora de seu país.
FSP, DE SÃO PAULO
22/04/201416h07
O fundador do Vkontakte, Pavel Durov, disse nesta terça-feira (22) ter sido demitido da empresa que fundou e que aliados do presidente da Rússia, Vladimir Putin, assumiram o comando total do site, que é a rede social russa de maior popularidade, após uma disputa pelo controle entre seus acionistas.
Durov, que diz ter ficado sabendo de sua demissão por meio da imprensa, afirmou em comunicado que o controle da empresa passou para Alisher Usmanov (segundo a "Forbes" o homem mais rico da Rússia) –que já detinha 52% das ações da empresa, mas não seu controle efetivo– e de Igor Sechin, que dirige a estatal de petróleo Rosneft e que já foi vice-primeiro-ministro de Putin.
No primeiro dia deste mês, Durov anunciou publicamente a saída da empresa, alegando que uma "mudança no controle acionário" havia reduzido sua liberdade dentro do Vkontakte. Tal decisão foi retificada dois dias mais tarde.
O Vkontakte, ao explicar a recente demissão de Durov, disse que não havia recebido a retificação oficialmente do ex-diretor, e que, portanto, determinou o fim do emprego do fundador.
O Vkontakte é uma espécie do que foi durante alguns anos no Brasil o Orkut, site do Google, por contar com mais usuários que o Facebook localmente, em contraste com o cenário mundial, de dominância da rede social americana. Segundo o "Russia Today", o Vkontakte tem 61 milhões de usuários naquele país, ante 13 milhões do Facebook (e de 54 milhões do Odnoklassniki, outra rede social russa).
Ao site "TechCrunch", Durov disse que não está mais na Rússia e que "não tem planos de retornar". Ele também diz que planeja abrir uma rede social fora de seu país.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Carlo M. Cipolla
Re: RÚSSIA
Por favor, gostaria que alguém que realmente entendesse de assuntos militares me respondesse, sem ideologias e de forma realista, como está em 2014 a paridade nuclear entre NATO x Rússia?
E existe uma tendência de crescimento ou declínio no poder de dissuasão nuclear entre essas 2 potências?
Os EUA estiveram próximos mesmo da primazia nuclear?
E a China? como está seu arsenal?
E existe uma tendência de crescimento ou declínio no poder de dissuasão nuclear entre essas 2 potências?
Os EUA estiveram próximos mesmo da primazia nuclear?
E a China? como está seu arsenal?
- cabeça de martelo
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Re: RÚSSIA
Paridade nuclear existe a partir do momento em que as duas partes tenham a capacidade de projectar qualquer ADM. Tanto faz ter 200 misseis como 20000, o resultado seria sempre inaceitável para qualquer uma das partes.
- rodrigo
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Re: RÚSSIA
Assim o Ocidente ressuscita a Guerra Fria
Além de não representar ameaça militar ou econômica, Rússia suportou provocações em série. Mas militares, petroleiras e mídia querem fabricar um demônio.
Por Roberto Sávio | Tradução: Antonio Martins
Faz várias semanas, agora, que toda a mídia mainstream está engajada em denunciar primeiro a suposta ação de Putin na Crimeia – e em seguida, na Ucrânia. A última capa de The Economist mosta um urso engolindo a Ucrânia, sob o título “Insaciável”. A unanimidade na mídia é sempre constrangedora, porque significa algum ato de dobrar joelhos. Será possível que os quarenta anos de Guerra Fria estejam sendo ressuscitados?
A inércia desta guerra, na verdade, nunca foi rompida. Diga “o presidente comunista de Cuba, Raúl Castro”, e ninguém ficará chocado. Use a mesma lógica, e chame o presidente Obama de “capitalista” e repare nas reações. Na Itália, Sílvio Berlusconi foi capaz, durante vinte anos, de ganhar as eleições contra a “ameaça” do comunismo – representada, segundo ele, pelo partido à esquerda, agora no poder, sob Matteo Renzi, um católico devoto.
No caso da Ucrânia, há pelo menos quatro pontos fulcrais de análise que estão sendo ocultados pelo coro de mídia. O primeiro é que nunca se mencionam as responsabilidades do Ocidente no caso. Deveríamos lembrar que Mikhail Gorbachev, presidente russo ao final dos anos 1990, negociou com os chefes de Estado dos EUA (Ronald Reagan), Grã-Bretanha (Margareth Thatcher), Alemanha (Helmut Kohl) e França (François Mitterrand) que aceitaria a reunificação da Alemanha; mas que que o Ocidente, em contrapartida, não deveria tentar invadir a área de influência da Rússia. Sobre isso, há grande quantidade de documentos.
Mas assim que Gorbachev foi eliminado, o jogo foi reaberto. A total docilidade de Boris Yeltsin, seu sucessor, diante dos Estados Unidos, é bastante conhecida. Muito menos debatido é o fato de o Fundo Monetário Internacional ter oferecido um empréstimo de 3,5 bilhões de dólares, para sustantar o rublo. O empréstimo, porém, foi dirigido ao Bank of America, que o distribuiu entre várias contas russas. Nenhum centavo chegou ao Banco Central russo. O dinheiro desembarcou nas contas de oligarcas, que puderam comprar praticamente todas as empresas públicas russas. Em seu livro Farewell Russia,Gioulietto Chiesa explica o processo em detalhes. E o FMI jamais sequer balbuciou um protesto. Quando um desconhecido Vladimir Putin foi levado ao poder por Yeltsin, ele foi obrigado a aceitar um acordo de proteção aos oligarcas.
Depois de Yeltsin, Putin apoiou a invasão iminente do Afeganistão por Washington, de uma forma que teria sido inimaginável durante a Guerra Fria. Aceitou que aviões norte-americanos sobrevoassem o espaço aéreo da Rússia, que os EUA usassem as bases militares nas repúblicas da ex-União Soviética na Ásia Central, e ordenou aos militares que compatilhassem sua experiênia no Afeganistão. Então, em novembro de 2001, Putin visitou George Bush em seu rancho no Texas, em meio a declarações amistosas (“Putin é um novo líder que ajuda a paz mundial… trabalhando em proximidade com os Estados Unidos”). Poucas semanas depois, Bush anunciou que os EUA estavam abandonando o Tratado de Mísseis Anti-balísticos, para poder construir um sistema de guerra no espaço destinado, em palavras a proteger a OTAN do… Irã. Era uma ação claramente voltada, na prática, contra a Rússia, para espanto de Putin.
Na sequência, em 2002, Bush convidou sete nações da ex-União Soviética – entre elas, Estônia, Lituânia e Letônia – a somar-se à OTAN, o que se concretizou em 2004. Em 2003, a invasão do Iraque, sem consentimento da França, Alemanha e Rússia, transformou Putin num cítico aberto dos Estados Unidos e de sua proposta de promover a democracia passando por cima do direito internacional. No mesmo ano, na Geórgia, a Revolução Rosa levou Saakashvili, um pró-ocidental, ao poder. Quatro meses depois, na Ucrânia, a Revolução Laranja empoderou outro presidente pró-ocidental, Yushcenko. Em 2006, a Casa Banca pediu permissão para reabastecer o avião de Bush em Moscou, mas deixou claro que Bush não teria tempo para saudar Putin. E em 2008, houve a declaração unilateral de independência de Kososo da Sérvia, com o apoio dos Estados Unidos e contra as posições da Rússia. Então, Bush pediu à OTAN para incorporar a Ucrânia e a Geórgia – um tapa na cara de Moscou. Em face disso, não deveria ter causado surpresa o gesto de Putin, que interveio militarmente na Geórgia em 2008, quando este país tentou incorporar as regiões da Ossétia do sul e Abkhazia, de maioria russa. Ainda assim, é fácil lembrar que a mídia tratou o movimento como ação sem motivos.
Obama tentou reparar os danos provocados por Bush nas relações internacionais dos EUA. Ele propôs uma retomada (“reset”) nas relações com a Rússia, que foi, de início, bem sucedida. Moscou aceitou oferecer seu espaço aéreo para transporte de suprimentos militares norte-americanos destinados ao Afeganistão. Em 2010, a Rússia e os Estados Unidos assinaram um novo tratado Start, reduzindo seu arsenal nuclear. E a Rússia apoiou as sanções aprovadas pela ONU contra o Irã, desistindo de vender seis mísseis terra-ar S/300 ao Teerã.
Mas logo a seguir, em 2011, tornou-se claro que os Estados Unidos tentaram intervir nas eleições parlamentares russas. Toda a mídia ocidental colocou-se contra Putin, que acusou os EUA de financiarem, com centenas de milhões de dólares, grupos oposicionistas. O embaixador norte-americano, McFaul, afirmou tratar-se de um grande exagero, e acrescentou que apenas algumas dezenas de milhões de dólares haviam sido doados a grupos da sociedade civil. Putin foi eleito novamente para a presidência em 2012 [após quatro anos como primeiro-ministro], já então obcecado com as ameaças ocidentais a seu poder. Em 2013, ele deu asilo ao ex-agente norte-americano Edward Snowden. Em represália, Obama cancelou um encontro bilateral – a primeira vez em que uma reunião de cúpula entre Washington e Moscou foi desmarcada, em cinquanta anos.
Em meio a tudo isso, houve a Primavera Árabe. A Rússia autorizou ação militar na Líbia, mas apenas para garantir ajuda humanitária. Ela foi utilizada para provocar mudança de regime, e Moscou sentiu-se enganada. Protestou, inutilmente. Então, surgiu a crise na Síria e o Ocidente tentou obter novamente o apoio da Rússia para uma mudança de regime – irritando-se com a recusa de Putin. Finalmente, agora, houve a bem conhecida intervenção na Ucrânia, para colocar o país na União Europeia e distante do bloco econômico eurasiano que a Rússia tenta criar.
O segundo ponto é que nenhuma ação política, exceto uma guerra, pode reduzir a Rússia à condição de um poder apenas local. É o maior país do mundo, em território. Estende-se das fronteiras da União Europeia até o Extremo Oriente. É, ao mesmo tempo, Europa e Ásia. Mantém rivalidade com a China na Ásia, tem conflitos territoriais com o Japão e está diante dos EUA no Estreito de Behring. É um produtor destacado de petróleo, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e tem um arsenal nuclear. Qualquer esforço para cercá-la ou enfraquecê-la, agora que o confronto ideológico ficou para trás, só pode ser visto como parte da velha política imperial.
A Rússia não é uma ameça, ao contrário da União Soviética. Seu PIB é 15% da Europa – que tem 500 milhões de habitantes e 16% das exportações mundiais. A China tem 1,3 bilhão de habitantes, e 9% do comércio mundial. A Rússia, apenas 145 milhões e 2,5% das exportações mundiais. Tem poucas indústrias, também porque Putin não está interessado na modernização do país, que inevitávelmente produziria um crescimento da classe de profissionais instruídos, que já se opõe a ele.
O terceiro ponto é que, portanto, a crise ucraniana deveria ser examinada melhor. É um Estado muito frágil, em que a corrupção controla a política e que vive problemas econômicos estruturais. Seu Oeste é mais rural; o Leste, mais industrializado. Os trabalhadores desta região sabem que um ingresso na Europa representaria o fim de muitas fábricas. No Oeste, muitos colocaram-se ao lado dos nazistas na II Guerra Mundial e há um movimento nacionalista forte, próximo ao fascismo. A Ucrânia é um problema muito caro e complicado.
É evidente que intervir apenas para desafiar Putin, e oferecer dinheiro (basicamente, o que fez a União Europeia) parece um pensamento muito tacanho. Estaria a UE preparada para mudar os critérios de pertencimento ao bloco, para aceitar um país que claramente não se adequa a eles; e a assumir um enorme peso, para aparecer como vencedora, na disputa contra um “homem forte”?
Isso finalmente nos leva ao quarto ponto. Putin é um ex dirigente da KGB, para quem a Rússia foi tratada injustamente, na dissolução da União Soviética. Todos os esforços para chegar a um entendimento com o Ocidente foram traídos, com sucessivas ampliações da OTAN, uma rede de bases militares cercando o país, um claro apoio do Ocidente a todas as oposições, um tratamento comercial medíocre. Ele sabe que estas opiniões sobre o declínio russo são compartilhadas por uma ampla maioria de cidadãos. Mas ele também é um autocrata arrogante, para dizer o menos, que nada tem feito para promover modernização econômica – porque, ao manter a produção e o comércio em suas mãos, conserva seu controle.
Para ele, a Ucrânia foi politicamente inaceitável. Ele está apresentando-se como defensor dos cidadãos russos, algo que lhe permite atuar em todos os lugares onde há minorias russas. A questão é: se Putin se for, haverá uma Rússia democrática, participatória, limpa, incorrompida? Aqueles que conhecem bem o país não acreditam nesta hipótese. Há inúmeros exemplos de que a remoção de autocratas não conduz à democracia por si mesma.
Portanto, haveria lógica em continua a cercar Putin, em nome da democracia? Isso não fortaleceria o próprio jogo do presidente, que associa sua imagem à de defensor dos russos? Eles também sofrem com a inércia da Guerra Fria e não veem o Ocidente exatamente como um aliado. Putin é hoje a única força de coesão na Rússia. Se ele se fosse, haveria, muito provavelmente, um longo período de caos. Isso certamente não interessa aos cidadãos russos… e é sempre perigoso praticar jogos de poder sem levar em conta a estabilidade da Europa… Claro, este não é o cálculo dos estrategistas ocidentais, que adorariam eliminar qualquer outro poder…
Como escreve Naomi Klein, o único vencedor, nesta disputa, são as empresas de energia. Elas estão fazendo campanha para que o mundo torne-se independente do petróleo russo. Portanto, vamos acelerar a produção petroleira nos EUA, a despeito dos notórios prejuízos ao ambiente. E vamos torcer para que a Europa deixe de usar gás russo – “nós exportaremos para eles”. Na verdade, não há estruturas para fazê-lo e seriam necessários muitos anos para criá-las… Mas exatamente no momento em que o mundo debate como controlar a mudança climática, e reduzir o uso de combustíveis fósseis, uma contra-estratégia importante é colocar o tema em segundo plano… Tarzi Vittach, um autor do Sri Lanka, disse, certa vez: “no fundo de tudo, há outra coisa”. Não há muitos exemplos de petróleo e democracia caminhando lado a lado…
http://www.cartacapital.com.br/blogs/ou ... -1788.html
Além de não representar ameaça militar ou econômica, Rússia suportou provocações em série. Mas militares, petroleiras e mídia querem fabricar um demônio.
Por Roberto Sávio | Tradução: Antonio Martins
Faz várias semanas, agora, que toda a mídia mainstream está engajada em denunciar primeiro a suposta ação de Putin na Crimeia – e em seguida, na Ucrânia. A última capa de The Economist mosta um urso engolindo a Ucrânia, sob o título “Insaciável”. A unanimidade na mídia é sempre constrangedora, porque significa algum ato de dobrar joelhos. Será possível que os quarenta anos de Guerra Fria estejam sendo ressuscitados?
A inércia desta guerra, na verdade, nunca foi rompida. Diga “o presidente comunista de Cuba, Raúl Castro”, e ninguém ficará chocado. Use a mesma lógica, e chame o presidente Obama de “capitalista” e repare nas reações. Na Itália, Sílvio Berlusconi foi capaz, durante vinte anos, de ganhar as eleições contra a “ameaça” do comunismo – representada, segundo ele, pelo partido à esquerda, agora no poder, sob Matteo Renzi, um católico devoto.
No caso da Ucrânia, há pelo menos quatro pontos fulcrais de análise que estão sendo ocultados pelo coro de mídia. O primeiro é que nunca se mencionam as responsabilidades do Ocidente no caso. Deveríamos lembrar que Mikhail Gorbachev, presidente russo ao final dos anos 1990, negociou com os chefes de Estado dos EUA (Ronald Reagan), Grã-Bretanha (Margareth Thatcher), Alemanha (Helmut Kohl) e França (François Mitterrand) que aceitaria a reunificação da Alemanha; mas que que o Ocidente, em contrapartida, não deveria tentar invadir a área de influência da Rússia. Sobre isso, há grande quantidade de documentos.
Mas assim que Gorbachev foi eliminado, o jogo foi reaberto. A total docilidade de Boris Yeltsin, seu sucessor, diante dos Estados Unidos, é bastante conhecida. Muito menos debatido é o fato de o Fundo Monetário Internacional ter oferecido um empréstimo de 3,5 bilhões de dólares, para sustantar o rublo. O empréstimo, porém, foi dirigido ao Bank of America, que o distribuiu entre várias contas russas. Nenhum centavo chegou ao Banco Central russo. O dinheiro desembarcou nas contas de oligarcas, que puderam comprar praticamente todas as empresas públicas russas. Em seu livro Farewell Russia,Gioulietto Chiesa explica o processo em detalhes. E o FMI jamais sequer balbuciou um protesto. Quando um desconhecido Vladimir Putin foi levado ao poder por Yeltsin, ele foi obrigado a aceitar um acordo de proteção aos oligarcas.
Depois de Yeltsin, Putin apoiou a invasão iminente do Afeganistão por Washington, de uma forma que teria sido inimaginável durante a Guerra Fria. Aceitou que aviões norte-americanos sobrevoassem o espaço aéreo da Rússia, que os EUA usassem as bases militares nas repúblicas da ex-União Soviética na Ásia Central, e ordenou aos militares que compatilhassem sua experiênia no Afeganistão. Então, em novembro de 2001, Putin visitou George Bush em seu rancho no Texas, em meio a declarações amistosas (“Putin é um novo líder que ajuda a paz mundial… trabalhando em proximidade com os Estados Unidos”). Poucas semanas depois, Bush anunciou que os EUA estavam abandonando o Tratado de Mísseis Anti-balísticos, para poder construir um sistema de guerra no espaço destinado, em palavras a proteger a OTAN do… Irã. Era uma ação claramente voltada, na prática, contra a Rússia, para espanto de Putin.
Na sequência, em 2002, Bush convidou sete nações da ex-União Soviética – entre elas, Estônia, Lituânia e Letônia – a somar-se à OTAN, o que se concretizou em 2004. Em 2003, a invasão do Iraque, sem consentimento da França, Alemanha e Rússia, transformou Putin num cítico aberto dos Estados Unidos e de sua proposta de promover a democracia passando por cima do direito internacional. No mesmo ano, na Geórgia, a Revolução Rosa levou Saakashvili, um pró-ocidental, ao poder. Quatro meses depois, na Ucrânia, a Revolução Laranja empoderou outro presidente pró-ocidental, Yushcenko. Em 2006, a Casa Banca pediu permissão para reabastecer o avião de Bush em Moscou, mas deixou claro que Bush não teria tempo para saudar Putin. E em 2008, houve a declaração unilateral de independência de Kososo da Sérvia, com o apoio dos Estados Unidos e contra as posições da Rússia. Então, Bush pediu à OTAN para incorporar a Ucrânia e a Geórgia – um tapa na cara de Moscou. Em face disso, não deveria ter causado surpresa o gesto de Putin, que interveio militarmente na Geórgia em 2008, quando este país tentou incorporar as regiões da Ossétia do sul e Abkhazia, de maioria russa. Ainda assim, é fácil lembrar que a mídia tratou o movimento como ação sem motivos.
Obama tentou reparar os danos provocados por Bush nas relações internacionais dos EUA. Ele propôs uma retomada (“reset”) nas relações com a Rússia, que foi, de início, bem sucedida. Moscou aceitou oferecer seu espaço aéreo para transporte de suprimentos militares norte-americanos destinados ao Afeganistão. Em 2010, a Rússia e os Estados Unidos assinaram um novo tratado Start, reduzindo seu arsenal nuclear. E a Rússia apoiou as sanções aprovadas pela ONU contra o Irã, desistindo de vender seis mísseis terra-ar S/300 ao Teerã.
Mas logo a seguir, em 2011, tornou-se claro que os Estados Unidos tentaram intervir nas eleições parlamentares russas. Toda a mídia ocidental colocou-se contra Putin, que acusou os EUA de financiarem, com centenas de milhões de dólares, grupos oposicionistas. O embaixador norte-americano, McFaul, afirmou tratar-se de um grande exagero, e acrescentou que apenas algumas dezenas de milhões de dólares haviam sido doados a grupos da sociedade civil. Putin foi eleito novamente para a presidência em 2012 [após quatro anos como primeiro-ministro], já então obcecado com as ameaças ocidentais a seu poder. Em 2013, ele deu asilo ao ex-agente norte-americano Edward Snowden. Em represália, Obama cancelou um encontro bilateral – a primeira vez em que uma reunião de cúpula entre Washington e Moscou foi desmarcada, em cinquanta anos.
Em meio a tudo isso, houve a Primavera Árabe. A Rússia autorizou ação militar na Líbia, mas apenas para garantir ajuda humanitária. Ela foi utilizada para provocar mudança de regime, e Moscou sentiu-se enganada. Protestou, inutilmente. Então, surgiu a crise na Síria e o Ocidente tentou obter novamente o apoio da Rússia para uma mudança de regime – irritando-se com a recusa de Putin. Finalmente, agora, houve a bem conhecida intervenção na Ucrânia, para colocar o país na União Europeia e distante do bloco econômico eurasiano que a Rússia tenta criar.
O segundo ponto é que nenhuma ação política, exceto uma guerra, pode reduzir a Rússia à condição de um poder apenas local. É o maior país do mundo, em território. Estende-se das fronteiras da União Europeia até o Extremo Oriente. É, ao mesmo tempo, Europa e Ásia. Mantém rivalidade com a China na Ásia, tem conflitos territoriais com o Japão e está diante dos EUA no Estreito de Behring. É um produtor destacado de petróleo, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e tem um arsenal nuclear. Qualquer esforço para cercá-la ou enfraquecê-la, agora que o confronto ideológico ficou para trás, só pode ser visto como parte da velha política imperial.
A Rússia não é uma ameça, ao contrário da União Soviética. Seu PIB é 15% da Europa – que tem 500 milhões de habitantes e 16% das exportações mundiais. A China tem 1,3 bilhão de habitantes, e 9% do comércio mundial. A Rússia, apenas 145 milhões e 2,5% das exportações mundiais. Tem poucas indústrias, também porque Putin não está interessado na modernização do país, que inevitávelmente produziria um crescimento da classe de profissionais instruídos, que já se opõe a ele.
O terceiro ponto é que, portanto, a crise ucraniana deveria ser examinada melhor. É um Estado muito frágil, em que a corrupção controla a política e que vive problemas econômicos estruturais. Seu Oeste é mais rural; o Leste, mais industrializado. Os trabalhadores desta região sabem que um ingresso na Europa representaria o fim de muitas fábricas. No Oeste, muitos colocaram-se ao lado dos nazistas na II Guerra Mundial e há um movimento nacionalista forte, próximo ao fascismo. A Ucrânia é um problema muito caro e complicado.
É evidente que intervir apenas para desafiar Putin, e oferecer dinheiro (basicamente, o que fez a União Europeia) parece um pensamento muito tacanho. Estaria a UE preparada para mudar os critérios de pertencimento ao bloco, para aceitar um país que claramente não se adequa a eles; e a assumir um enorme peso, para aparecer como vencedora, na disputa contra um “homem forte”?
Isso finalmente nos leva ao quarto ponto. Putin é um ex dirigente da KGB, para quem a Rússia foi tratada injustamente, na dissolução da União Soviética. Todos os esforços para chegar a um entendimento com o Ocidente foram traídos, com sucessivas ampliações da OTAN, uma rede de bases militares cercando o país, um claro apoio do Ocidente a todas as oposições, um tratamento comercial medíocre. Ele sabe que estas opiniões sobre o declínio russo são compartilhadas por uma ampla maioria de cidadãos. Mas ele também é um autocrata arrogante, para dizer o menos, que nada tem feito para promover modernização econômica – porque, ao manter a produção e o comércio em suas mãos, conserva seu controle.
Para ele, a Ucrânia foi politicamente inaceitável. Ele está apresentando-se como defensor dos cidadãos russos, algo que lhe permite atuar em todos os lugares onde há minorias russas. A questão é: se Putin se for, haverá uma Rússia democrática, participatória, limpa, incorrompida? Aqueles que conhecem bem o país não acreditam nesta hipótese. Há inúmeros exemplos de que a remoção de autocratas não conduz à democracia por si mesma.
Portanto, haveria lógica em continua a cercar Putin, em nome da democracia? Isso não fortaleceria o próprio jogo do presidente, que associa sua imagem à de defensor dos russos? Eles também sofrem com a inércia da Guerra Fria e não veem o Ocidente exatamente como um aliado. Putin é hoje a única força de coesão na Rússia. Se ele se fosse, haveria, muito provavelmente, um longo período de caos. Isso certamente não interessa aos cidadãos russos… e é sempre perigoso praticar jogos de poder sem levar em conta a estabilidade da Europa… Claro, este não é o cálculo dos estrategistas ocidentais, que adorariam eliminar qualquer outro poder…
Como escreve Naomi Klein, o único vencedor, nesta disputa, são as empresas de energia. Elas estão fazendo campanha para que o mundo torne-se independente do petróleo russo. Portanto, vamos acelerar a produção petroleira nos EUA, a despeito dos notórios prejuízos ao ambiente. E vamos torcer para que a Europa deixe de usar gás russo – “nós exportaremos para eles”. Na verdade, não há estruturas para fazê-lo e seriam necessários muitos anos para criá-las… Mas exatamente no momento em que o mundo debate como controlar a mudança climática, e reduzir o uso de combustíveis fósseis, uma contra-estratégia importante é colocar o tema em segundo plano… Tarzi Vittach, um autor do Sri Lanka, disse, certa vez: “no fundo de tudo, há outra coisa”. Não há muitos exemplos de petróleo e democracia caminhando lado a lado…
http://www.cartacapital.com.br/blogs/ou ... -1788.html
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
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Re: RÚSSIA
Mas também, quanta ingenuidade acreditar nessa gente que historicamente sempre mentiu e distorceu fatos.No caso da Ucrânia, há pelo menos quatro pontos fulcrais de análise que estão sendo ocultados pelo coro de mídia. O primeiro é que nunca se mencionam as responsabilidades do Ocidente no caso. Deveríamos lembrar que Mikhail Gorbachev, presidente russo ao final dos anos 1990, negociou com os chefes de Estado dos EUA (Ronald Reagan), Grã-Bretanha (Margareth Thatcher), Alemanha (Helmut Kohl) e França (François Mitterrand) que aceitaria a reunificação da Alemanha; mas que que o Ocidente, em contrapartida, não deveria tentar invadir a área de influência da Rússia. Sobre isso, há grande quantidade de documentos
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Re: RÚSSIA
Sanções mostram que Putin não precisa mudar seus objetivos
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014 ... ivos.shtml
Fala-se muito e se faz muito pouco, como Putin certamente havia previsto.
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Fala-se muito e se faz muito pouco, como Putin certamente havia previsto.
Re: RÚSSIA
hades767676 escreveu:Sanções mostram que Putin não precisa mudar seus objetivos
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014 ... ivos.shtml
Fala-se muito e se faz muito pouco, como Putin certamente havia previsto.
Não é por nada não...mas Putin é o cara.....
Peitar os EUA não é para qualquer um...não só na questão militar, porque a Rússia é forte também nisso....mas em questão econômica, em questão de guerra midiática.....
E ainda por cima ele conseguiu desenvolver a Rússia economicamente...e politicamente, já que combateu a corrupção.....Putin, é o cara!
- cabeça de martelo
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Re: RÚSSIA
"Rico" culto da personalidade!
Se alguém colocar alguma fotografia do homem em tronco nu... eu vomito-me!
Para homofóbico ele esforça-se bastante fazer propaganda homo-herótica!
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Re: RÚSSIA
Por cabeça... Você já viu?cabeça de martelo escreveu:"Rico" culto da personalidade!
Se alguém colocar alguma fotografia do homem em tronco nu... eu vomito-me!
Para homofóbico ele esforça-se bastante fazer propaganda homo-herótica!