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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Ter Jan 13, 2009 6:59 pm
por Junker
Bope hasteia bandeira do Brasil na Cidade de Deus

Uanderson Fernandes/O Dia
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O Bope se junta aos 40 PMs, que, desde o dia 11 de novembro, circulam na Cidade de Deus
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Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fincaram nesta terça-feira uma bandeira do Brasil na escola abandonada que é usada como base de operações na Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro.

O coronel Paulo César Ferreira Lopes, que comanda o Comando de Policiamento de Área, deve se reunir com o governador do Estado, Sérgio Cabral, e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, para falar sobre o policiamento comunitário no local, aos moldes do que foi feito no morro Dona Marta.

Dois suspeitos foram presos durante a madrugada. Alexandre Faria Silva, 30 anos, e Alberto Luzia de Oliveira, 23 anos, foram detidos por policiais militares do 18º Batalhão da PM, em Jacarepaguá.

Eles foram encontrados em dois pontos da favela com vários papelotes de cocaína. O caso foi registrado na 32ª Delegacia de Polícia (Taquara).

Para abrir caminho para o policiamento comunitário na Cidade de Deus e tentar acabar com o controle territorial dos traficantes de drogas, 150 policiais do Bope ocupam a favela.

Na terceira etapa de planejamento para o novo modelo de segurança, eles se juntam aos 40 PMs do 18º BPM, que, desde o dia 11 de novembro, circulam diariamente na Cidade de Deus.

O Bope vai ocupar a área, apontada pelo secretário de Segurança como responsável por 80% da criminalidade em Jacarepaguá, por tempo indeterminado. O prédio inacabado de dois andares, cujas paredes têm mapas e desenhos infantis, recebeu beliches e material para garantir a ocupação.

O Dia
http://odia.terra.com.br/rio/htm/bope_h ... 223356.asp

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Ter Jan 20, 2009 12:58 pm
por cabeça de martelo
Lembram-se de à uns tempos o pessoal ter ouvido que o GOE (unidade anti-terrorista Portuguesa), estava a enviar homens para tirar cursos com o BOPE?

Olhem a resposta do comandante:
Magina da Silva: GOE não recebeu formação no Brasil

Magina da Silva, intendente responsável pelo comando da nova Unidade Especial de Polícia, integrada no Grupo de Operações Especiais (GOE), garantiu não estarem em curso acções de formação entre o GOE e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) brasileiro, vulgarmente conhecido como Tropa de Elite.

O BOPE “solicitou ao MAI [Ministério da Administração Interna] a realização de um intercâmbio técnico-táctico” com o grupo da PSP, “tendo em vista a preparação para os Jogos Pan-Americanos, que ocorreram no Rio de Janeiro no segundo semestre de 2007”, esclareceu a PSP.

Este “intercâmbio técnico-táctico” é mantido, “com frequência”, com “muitas outras unidades” estrangeiras, explicou Magina da Silva, assegurando que “o GOE não recebeu formação do BOPE”.

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Ter Jan 20, 2009 1:21 pm
por rodrigo
Eu acredito que a GOE portuguesa não tenha muito a aprender com o BOPE, até porque lidam com um ´´público`` completamente diferente. Mas acredito que as portas estejam abertas dos dois lados do Atlântico, pela tradicional irmandande que existe entre as unidades de operações especiais, policiais ou militares.

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Ter Jan 20, 2009 1:25 pm
por cabeça de martelo
Isso é óbvio Rodrigo, na verdade eu até acho que devia haver muito mais intercâmbio entre forças policiais e militares dos dois paises.

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Qui Jan 22, 2009 10:20 pm
por rodrigo
22/01/2009 - 19h16
Sargento do Bope reage a tentativa de roubo e mata assaltante no Rio

DIANA BRITO
Colaboração para a Folha Online, no Rio

Um homem foi morto e outro ficou ferido na manhã desta quinta-feira, durante uma tentativa de assalto no Trevo das Missões, em Cordovil, zona norte do Rio. Segundo a Polícia Militar, um sargento do Bope (Batalhão de Operações Especiais) foi abordado por cinco homens armados que tentavam roubar seu carro e reagiu.

O policial do Bope não sofreu nenhum ferimento. Porém, Fabiano Braun Valentin foi atingido por vários disparos e morreu na hora.

Já Ronald Ferreira Roque ficou ferido e foi levado para o hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha (zona norte).

De acordo com a PM, outros três criminosos conseguiram fugir. O sargento do Bope foi pessoalmente registrar o caso na delegacia. Ele ainda apreendeu uma granada, um carregador artesanal para munições e drogas.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/coti ... 3351.shtml

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Qui Jan 22, 2009 10:41 pm
por Pablo Maica
Putz... nem de folga o cara não para de trabalhar!! :twisted: :twisted:


Um abraço e t+ :D

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Qui Jan 22, 2009 10:58 pm
por Jacobs
Caceta, o treinamento dos caras é foda mesmo! 5x1 e ele ainda sapeca 2!

Esse é um heroi.

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Qua Jan 28, 2009 6:10 pm
por rodrigo
Vitória sobre a morte!

Fui escalado na última hora.

Mas não seria o comandante das operações naquele dia. Na mesma semana, havia estado por duas vezes na Ladeira dos Tabajaras, onde quase fora alvejado por “fogo amigo”. O Major Penteado me garantira que eu deveria apenas fiscalizar o serviço do Rocha, um jovem 2º Tenente que acabara de chegar voluntário para o BOPE, e ainda sem COESP (iria fazê-lo e concluí-lo ainda naquele ano).

Oficial é oficial, foi preparado para comandar, mas, sabe como é, recém-chegado ao Batalhão e “peito-liso” a tropa cria alguma resistência; comporta-se com desconfiança, coisas assim.

Eu era Capitão com três anos de posto, um “antigão” com direito de trincheira, mas naquela época o bicho já pegava. Fartavam fuzis nas mãos do tráfico e o BOPE estava com um reduzido número de Tenentes, o que mantinha os Capitães na luta; bem diferente de como fora no passado, até os idos de 1988, quando chegaram armas de guerra para os criminosos.

Hoje a realidade é essa para qualquer Batalhão: todo mundo no combate.

A chamada “Operação Rio”, com participação das Forças Armadas, havia pouco se encerrado com números tímidos.

Não digo isso para culpar os integrantes das três Forças pelos resultados escassos; do contrário, tanto nós, policiais, como os companheiros das FFAA, sabíamos que os resultados seriam aqueles e não deveríamos contabilizar prisões e apreensões como “a estatística do sucesso”.

Nossa expectativa era preventiva. Quem verdadeiramente apostara em acontecimentos de magnitude, preferencialmente tragédias e hecatombes com “milhares de meninos assassinados pelo Exército Brasileiro despreparado para agir com a população civil”, havia sido os intelectuais palpiteiros, aqueles que sempre aparecem nessas horas para vociferar ideologia, posando de humanistas e detentores exclusivos das formas do bem.

A Operação Rio, na verdade, servira exclusivamente para sepultar carreiras políticas.

Fora uma intervenção incolor. Uma forma de preceder sem ofender.

Mas havia terminado, e lá estávamos nós sozinhos outra vez: BOPE e BPCHOQUE, numa operação de busca e captura ao traficante Flávio Negão e seu bando.

Negão, na verdade um magricela pequeno e muito mais brancão do que negão, formara um pequeno exército e desafiava as polícias, promovendo emboscadas contra os agentes e buscando matá-los sempre que podia.

Sua fama se firmara após longa entrevista que concedera ao jornalista e escritor Zuenir Ventura para o livro Cidade Partida; seu depoimento era uma extensa galeria de “impressões”, de trinta páginas, na qual falava da infância, da família, da chacina que presenciara de uma basculante e outras questões que já não me recordo, passados treze anos da leitura da obra.

Ainda pela manhã eu havia despachado a tropa para uma missão menos arriscada a comando do Tenente - se não me falha a memória na Vila Cruzeiro - que, à época, possuía muito menos poder de fogo que nos dias de hoje.

Mais, ainda assim, houve combate, de pouco intensidade, como me relatou Brazuna, o Sargento comandante de uma das equipes.

Por volta das dezoito horas reuni os combatentes para a leitura do documento sigiloso que ainda estava fechado em minhas mãos. Eu só saberia sobre a missão no momento em que abrisse o envelope lacrado.

Meus olhos percorreram todas as folhas avidamente, antecedendo minha fala, e logo vi que não poderia enviar o Tenente comandando:

PATRULHA DE CONTATO: INCURSIONAR VIGÁRIO GERAL BUSCANDO LOCALIZAR FLÁVIO NEGÃO E SEU BANDO - indicava o documento.

Não, não tínhamos a menor idéia de como seria Flávio Negão.

No nosso imaginário deveria ser um homem negro, considerando o apelido, e seguramente de compleição física forte, dado extraído do aumentativo da alcunha.

Mas era isso; e só!

Bem, onde poderia ser encontrado Flávio Negão?

A inteligência da PM coletara informações de que haveria um baile funk na quadra da comunidade, em comemoração ao aniversário da cidade. Era dia 20 de Janeiro de 1995. Flávio Negão e seus comparsas provavelmente estariam por lá, pelos becos, nos acessos ao espaço de socialização tratando do seu lucrativo comércio.

A missão ficara assim: O BPCHOQUE cerca a favela. O BOPE entra, incursiona, e...seja o que Deus quiser.

Claro, seja o que Deus quiser mesmo!

Entendam:

Os traficantes eram algumas dezenas:

Nós também.

Eles tinham fuzis, pistolas, metralhadoras e granadas.

Nós também, com exceção das granadas.

Eles conheciam excepcionalmente bem o terreno, eram crias dali.

Nós conhecíamos bem o terreno. Eu já estivera operando em Lucas e Vigário duas vezes, em ação diurna.

Mas nós tínhamos uma vantagem insuperável: treinamento (incomparável), legitimidade, legalidade e mística.

Éramos quase trinta homens do BOPE e logo logo eles saberiam disso.

Incursionamos a favela por volta das 20:00h, com o BPCHOQUE ocupando seguidamente as posições altas, as passarelas de acesso à Vigário Geral.

A Força de Incursão e Contato estava dividida em três patrulhas de combate: ALFA, BRAVO E CHARLIE, formadas por oito combatentes portando armas automáticas, como metralhadoras de mão e fuzis. A vanguarda tinha uma ponta-dupla, ou seja, dois homens seguiam sempre um pouco à frente, fazendo papel de reconhecedores-esclarecedores, uma missão mortal.

Designei a patrulha Charlie como Ptr Comando, aquela na qual eu seguiria. Era composta pelo Sargento Nascimento, pelo Cabo Di Franco, e pelos Soldados: Carneiro, Tostes, Ronaldo, Freitas e Gilberto.

Ronaldo “Maluco” e Freitas se apresentaram voluntários para seguirem na ponta (ACREDITEM!).

A patrulha Bravo tinha os Sargentos Andrade e Israel, e os Soldados: Ramos, Pereira, Magalhães, Travassos, Alcir e Vinícius.

A patrulha Alfa era composta dos Sargentos Brazuna, Jair, Cabo Garcez (que levava um fuzil - metralhadora HK 21-A1 com bipé e carregador tipo cofre) e os Soldados: Warlen, Simões, Paulo, M. Rodrigues e Filho.

Tracei três zonas de estacionamento e vigilância para onde as patrulhas se deslocaram.

Minha patrulha seguiu buscando o lado direito da favela, no sentido da incursão, como se fossemos para Parada de Lucas. A Bravo seguiu pelo centro, com o sargento Andrade liderando, e a patrulha Alfa foi pela esquerda, tendo no comando o Sargento Jair.

Fomos ocupando lajes com boa coordenação.

Levei o Tenente Rocha comigo, e ficamos nós e mais o Soldado Gilberto, meu rádio-operador, acompanhando silenciosos a movimentação na favela mal-iluminada, buscando localizar marginais armados.

Não tardou para que os vagabundos fossem avisados de nossa presença e eles puseram-se a correr desesperadamente, julgando que fossemos cercar a quadra onde acontecia o baile.

Começaram uma disparada pelos becos como loucos, atirando para tudo quanto era lado.

Eles estavam errados, eu não faria isso, havia um precedente assim que dera errado no Complexo do Alemão, com inocentes feridos, e nós apostávamos na tentativa de evasão deles, ou seja, eles viriam até nós.

Não deu em outra.

O BPCHOQUE com seus homens abrigados em sacos de areia, fazia uma barreira de fogos que não permitia aos traficantes se movimentarem sem aço incandescente na direção deles.

Eu buscava contato pelo rádio com as patrulhas e ninguém respondia.

Mas, a notícia ruim chegou.

- Capitão, ta na escuta, Capitão! Ta na escuta! - gritou o Cabo Garcez no rádio transceptor, com a voz cortada por tiros de fuzil e as reticências da incerteza que assaltara seu espírito.

- Tô na escuta cara! Fala aí! O que houve? Que tá acontecendo?

Eu sabia que algo grave tinha havido.

- Brazuna tá baleado, meu Capitão...Brazuna tá morto.

Uma notícia de cinco segundos, uma terrível notícia dada em cinco indefiníveis segundos.

Brazuna estava morto.

Carlos Augusto Soares Brazuna, vocacionado Policial Militar, um jovem ainda de pouco mais de trinta anos, casado com dona Ângela e pai de Vitor e de Hugo.

Vitor e Hugo, como bem convinha àquele determinado policial inspirado em Javert batizar os filhos em homenagem ao inigualável escritor de Les Misérables, uma obra-resumo de todas as misérias e dores da existência humana.

Saí da favela com dois mortos.

Flávio Negão veio junto.

Tombou no duelo mortal com Brazuna e outros integrantes da patrulha, enquanto tentava romper o cerco.

Caiu com um fuzil AR-15 Bushmaster à mão e vestindo uma camisa do flamengo. Só soubemos que era ele quando um garotinho denunciou:

- Ih, acho que vocês pegaram Negão, ele tava com a camisa do flamengo!

Nunca mais soube do Vitor, do Hugo ou da dona Ângela, mas gostaria de saber.

Ficaria feliz em saber que os meninos honram o nome do pai.

Aquele foi um ano de muitas perdas. Dias depois eu choraria a morte de meu filho Estevão, em sua jornada tão curta na Terra, e dias depois a morte do valente Tenente Vega... e dias depois..e dias depois...

Não posso esquecer o que aconteceu naquele dia 20 de Janeiro.

Lembrei-me novamente anteontem.

Não é um dia de festa para mim, malgrado o feriado.

Um dia não vamos mais precisar usar fuzis e nem arriscar nossas preciosas vidas para fazer Segurança Pública com matizes de Conflito Armado.

O crime estará sob controle.

As facções perderão sua força, sua representação, seu status simbólico promovedor das hostes que celebram o ódio.

Não foi em vão, Vitor!

Não foi em vão, Hugo!

A morte do Sargento Brazuna, vosso pai, não foi em vão.

Essa é minha crença.

Esse é o meu valor de verdade.

Em memória do Sargento Brazuna, faço esta saudação.

Força e honra meu irmão de armas!
Que Deus te guarde!

http://marius-sergius.blogspot.com/

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Qua Jan 28, 2009 6:35 pm
por gusmano
É....de encher os olhos o relato!

[]'s

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Qua Jan 28, 2009 6:43 pm
por Skyway
...

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Qua Jan 28, 2009 8:43 pm
por Pereira
Skyway disse tudo.

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Qui Jan 29, 2009 2:25 am
por Vinicius Pimenta
Sem palavras.

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Qui Jan 29, 2009 10:32 am
por Pereira
Falando nisso.

Viram Jornal Nacional de ontem ?

Bandido com duas pistolas nas mãos fazendo gracinha pro pessoal do BOPE e da Globo a menos de 100 metros deles.

É Rio ....

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Qui Jan 29, 2009 10:44 am
por Skyway
Ví mas até que concordo com a atitude da PM. Aquilo foi gravado numa rua movimentada, porta de entrada e saída da Favela, de manha na hora que pessoas saiam pra trabalhar e crianças chegavam pra estudar. Se vc reparar tem muita gente em volta. Pode ter certeza que os vagabundos só foram abusados por conta disso, eles sabiam que a PM não ia atirar e nem podia mesmo.

A PM tava ali se preparando para invadir mais tarde, e fizeram.


Um abraço!

Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

Enviado: Qui Jan 29, 2009 10:50 am
por Pereira
Também concordo.

Mas deve ferver o sangue !