RÚSSIA
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- romeo
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Re: RÚSSIA
Eu estava cá tentando lembrar quais paises - a partir da II Guerra -, os russos mafiosos e seus aliados invadiram; bem como quais os que os EUA democratico e os seus aliados o fizeram.
Numa rápida ( e não minuciosa ) contagem percebí como os americanos são muito superiores... Pobres dos malfadados mafiosos russos... Jamais se igualarão.
E os cowboys não vão parar por causa de índios, da Russia ou da China, etc....
Creio que - em um eterno sentimento de frustração - tentem desesperadamente resgatar para sí a antiga grandeza do império ingles donde vieram, sobre o qual o sol jamais se punha.
Numa rápida ( e não minuciosa ) contagem percebí como os americanos são muito superiores... Pobres dos malfadados mafiosos russos... Jamais se igualarão.
E os cowboys não vão parar por causa de índios, da Russia ou da China, etc....
Creio que - em um eterno sentimento de frustração - tentem desesperadamente resgatar para sí a antiga grandeza do império ingles donde vieram, sobre o qual o sol jamais se punha.
Re: RÚSSIA
pt, verdade que você virou vermelho????
sim....de raiva, quando a Rússia anexou a Criméia....
kkkkkkkkk
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kkkkkkkkk
- Marino
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Re: RÚSSIA
Estou no hospital acompanhando minha mãe e nao vou poder escrever como queria.
Mas meu ponto, resumidamente, é o seguinte:
Após a dissolução da URSS era uma questão de bom senso "neutralizar" a Rússia.
Como potencia nuclear ela nao podia ser tratada como ator secundário e suas idiosincrasias de segurança deveriam ter sido levadas em conta.
Os antigos países do Pacto poderiam, e deveriam mesmo, ter sido incorporados a União Européia, plenamente, com todos os direitos que disso advém.
Mas incorporá-los a OTAN significava levar às fronteiras da potência "adormecida" uma ameaça desnecessária.
O que queriam, nenhuma reação?
É esperar, como a Argentina nas Malvinas, que nada ocorresse.
A simples incorporação destes países a UE daria o recado de que estariam sob a proteção ocidental, mas sem tropas, sem sistemas anti-mísseis como o que quiseram instalar na Polônia, sem uma ameaça direta a Rússia. Sua doutrina, seus sistemas de defesa, etc, poderiam migrar para os ocidentais sem configurarem a expansão da OTAN para as fronteiras russas.
Isto é pensar estrategicamente.
Mas foram mais além, derrubaram um governo eleito ucraniano a fim de instalarem um governo pró- ocidente.
O resultado foi acordarem a potência adormecida, foi reviverem outro cenário comparável ao da guerra fria.
Agora, as consequências sao maiores pois terão que lidar com a aliança explícita Rússia-China.
Duas frentes, um problema maior e que poderia ser previsto pois o eixo da ameaça já tinha sido dirigido ao Pacífico.
Simplesmente retomaram estupidamente o eixo de ameaça russo.
Repito, analiso com realismo e nao ideologia.
E esta análise nos mostra somente a estupidez humana e, mais de perto, a americana.
Mas meu ponto, resumidamente, é o seguinte:
Após a dissolução da URSS era uma questão de bom senso "neutralizar" a Rússia.
Como potencia nuclear ela nao podia ser tratada como ator secundário e suas idiosincrasias de segurança deveriam ter sido levadas em conta.
Os antigos países do Pacto poderiam, e deveriam mesmo, ter sido incorporados a União Européia, plenamente, com todos os direitos que disso advém.
Mas incorporá-los a OTAN significava levar às fronteiras da potência "adormecida" uma ameaça desnecessária.
O que queriam, nenhuma reação?
É esperar, como a Argentina nas Malvinas, que nada ocorresse.
A simples incorporação destes países a UE daria o recado de que estariam sob a proteção ocidental, mas sem tropas, sem sistemas anti-mísseis como o que quiseram instalar na Polônia, sem uma ameaça direta a Rússia. Sua doutrina, seus sistemas de defesa, etc, poderiam migrar para os ocidentais sem configurarem a expansão da OTAN para as fronteiras russas.
Isto é pensar estrategicamente.
Mas foram mais além, derrubaram um governo eleito ucraniano a fim de instalarem um governo pró- ocidente.
O resultado foi acordarem a potência adormecida, foi reviverem outro cenário comparável ao da guerra fria.
Agora, as consequências sao maiores pois terão que lidar com a aliança explícita Rússia-China.
Duas frentes, um problema maior e que poderia ser previsto pois o eixo da ameaça já tinha sido dirigido ao Pacífico.
Simplesmente retomaram estupidamente o eixo de ameaça russo.
Repito, analiso com realismo e nao ideologia.
E esta análise nos mostra somente a estupidez humana e, mais de perto, a americana.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: RÚSSIA
Eu não sou o PT, mas vou dar a minha opinião já que o Marino coloca alguns pontos que para mim são interessantes.
No entanto é evidente que há uma guerra de facto nos bastidores entre a Alemanha/UE, os EUA e a Russia. Por isso é que se vê que se o anterior governo tinha sido claramente comprado pelos Russos, o actual foi claramente colocado no poder pelos EUA. Nisto tudo o que está mal? O que está mal é que em nenhum dos casos temos governos que atendem a quem de direito, neste caso o povo Ucraniano. Tanto o governo anterior como o actual tiveram/têm actitudes perfeitamente inacreditáveis e inadmissiveis para uma larga percentagem da população. É por isso é que para mim é claro que enquanto não houver um governo de união nacional na Ucrânia... nada feito!
As melhoras!Marino escreveu:Estou no hospital acompanhando minha mãe e nao vou poder escrever como queria.
Sim e não, um país para pertencer à UE tem que cumprir com toda uma série de critérios e que muitas vezes demoram muitos e muitos anos a cumprir. Acima de tudo a UE não oferece a protecção militar de uma aliança como a OTAN. Para alguns países é mais importante crucial pertencer à OTAN do que à UE.Mas meu ponto, resumidamente, é o seguinte:
Após a dissolução da URSS era uma questão de bom senso "neutralizar" a Rússia.
Como potencia nuclear ela nao podia ser tratada como ator secundário e suas idiosincrasias de segurança deveriam ter sido levadas em conta.
Os antigos países do Pacto poderiam, e deveriam mesmo, ter sido incorporados a União Européia, plenamente, com todos os direitos que disso advém.
No entanto é evidente que há uma guerra de facto nos bastidores entre a Alemanha/UE, os EUA e a Russia. Por isso é que se vê que se o anterior governo tinha sido claramente comprado pelos Russos, o actual foi claramente colocado no poder pelos EUA. Nisto tudo o que está mal? O que está mal é que em nenhum dos casos temos governos que atendem a quem de direito, neste caso o povo Ucraniano. Tanto o governo anterior como o actual tiveram/têm actitudes perfeitamente inacreditáveis e inadmissiveis para uma larga percentagem da população. É por isso é que para mim é claro que enquanto não houver um governo de união nacional na Ucrânia... nada feito!
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Re: RÚSSIA
Editei abaixo.
Editado pela última vez por Marino em Sáb Abr 26, 2014 11:07 am, em um total de 1 vez.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: RÚSSIA
Problema de transmissão, já volto.
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Re: RÚSSIA
Obrigado pelos votos Cabeça.
Estou ciente dos critérios, principalmente econômicos, para entrar para a UE.
Mas a questão de fundo nao é esta, nem a Ucrânia em si, que paga o pato pela disputa entre as potências globais.
A questão primordial era como "neutralizar" a futura ameaça russa.
Era simplesmente mostrando que as questões de segurança que sempre foram levantadas pela idiossincrasia russa seriam levadas em conta.
O simples anuncio de que os países do antigo pacto seriam considerados a entrarem na UE, sem a "ameaça" da OTAN nas fronteiras, bastaria.
Veja a postura de Kissinger em seus artigos recentes.
É uma postura bem diferente da patrocinada pelos neocons e que motivou o "ressurgimento" da "ameaça" russa.
Era "o fim da história", a "pax americana", a vitória final do ocidente, e toda a arrogância daí decorrente.
Os russos sao como os alemães, os japoneses, e outros, que podem ser destruídos mas se reerguerão. Basta ver a história destes povos.
Mas a geopolítica americana sempre leverá em conta a possibilidade de "derrotar" a Rússia, e agirá estupidamente.
Criou uma ameaça em duas frentes.
Talvez fosse isso que queriam, os neocons, o complexo industrial militar, o Tea Party, etc.
O mundo que se dane.
Mais uma vez, nao sou apoiador dos russos ou dos americanos, estou fazendo uma leitura realista.
Plantaram, agora tem de colher.
Estou ciente dos critérios, principalmente econômicos, para entrar para a UE.
Mas a questão de fundo nao é esta, nem a Ucrânia em si, que paga o pato pela disputa entre as potências globais.
A questão primordial era como "neutralizar" a futura ameaça russa.
Era simplesmente mostrando que as questões de segurança que sempre foram levantadas pela idiossincrasia russa seriam levadas em conta.
O simples anuncio de que os países do antigo pacto seriam considerados a entrarem na UE, sem a "ameaça" da OTAN nas fronteiras, bastaria.
Veja a postura de Kissinger em seus artigos recentes.
É uma postura bem diferente da patrocinada pelos neocons e que motivou o "ressurgimento" da "ameaça" russa.
Era "o fim da história", a "pax americana", a vitória final do ocidente, e toda a arrogância daí decorrente.
Os russos sao como os alemães, os japoneses, e outros, que podem ser destruídos mas se reerguerão. Basta ver a história destes povos.
Mas a geopolítica americana sempre leverá em conta a possibilidade de "derrotar" a Rússia, e agirá estupidamente.
Criou uma ameaça em duas frentes.
Talvez fosse isso que queriam, os neocons, o complexo industrial militar, o Tea Party, etc.
O mundo que se dane.
Mais uma vez, nao sou apoiador dos russos ou dos americanos, estou fazendo uma leitura realista.
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Re: RÚSSIA
GustavoB escreveu:O efeito Strangelove ou como somos levados a aceitar uma nova guerra mundial
por John Pilger [*]
Há poucos dias estive a rever o filme Dr. Strangelove [1] . Já o assisti talvez uma dúzia de vezes; dá sentido a notícias sem sentido. Quando o major T.J. 'King' Kong entra em conflito com os russos e envia o bombardeiro nuclear B52 contra um alvo na Rússia, quem tem que tranquilizar o Presidente é o general 'Buck' Turgidson [2] . Ataque primeiro, diz o general, afinal "são apenas 10 a 20 milhões de mortos, no máximo"
Presidente Merkin Muffley: "Não vou ficar na história como o maior assassino de massas desde Adolf Hitler".
General Turgidson: "Talvez fosse melhor, senhor Presidente, que se preocupasse mais com o povo americano do que com a sua imagem nos livros de história".
O gênio do filme de Stanley Kubrick é que representa com rigor a loucura e os perigos da guerra-fria. A maior parte dos personagens baseia-se em pessoas reais e em maníacos reais. Não há hoje ninguém equivalente a Strangelove, porque a cultura popular está dirigida quase totalmente para as nossas vidas interiores, como se a identidade seja o zeitgeist moral e a verdadeira sátira seja redundante; mas os perigos são os mesmos. O relógio nuclear parou às cinco para a meia-noite; as mesmas bandeiras falsas estão hasteadas sobre os mesmos alvos pelo mesmo "governo invisível", como Edward Bernays, o inventor das relações públicas, descreveu a propaganda moderna.
Em 1964, o ano em que foi realizado Strangelove, "a diferença de mísseis" era a falsa bandeira. A fim de construir mais armas nucleares, e maiores, e de prosseguir uma polícia de domínio não declarado, o presidente John Kennedy aprovou a propaganda da CIA de que a União Soviética estava mais avançada do que os EUA na produção de Mísseis Balísticos Intercontinentais. Isso encheu primeiras páginas como a "ameaça russa". Na realidade, os americanos estavam muito à frente na produção de ICBMs, os russos nunca estiveram lá perto. A guerra-fria baseou-se largamente nesta mentira.
Desde o colapso da União Soviética, os EUA têm cercado a Rússia com bases militares, aviões nucleares e mísseis, ao abrigo do "Projeto de Ampliação da NATO". Renegando uma promessa dos EUA feita ao presidente soviético Mikhail Gorbachev em 1990 de que a NATO não avançaria "nem um centímetro para Leste", a NATO entrou à grande na Europa de Leste. No antigo Cáucaso soviético, a ocupação militar da NATO é a mais ampla desde a segunda guerra mundial.
Em Fevereiro, os Estados Unidos montaram um dos seus golpes "coloridos" contra o governo eleito da Ucrânia; as tropas de choque eram fascistas. Pela primeira vez, desde 1945, um partido pró-nazi, abertamente antissemita controla áreas chave do poder estatal numa capital europeia. Nenhum líder da Europa ocidental condenou este renascimento do fascismo na fronteira com a Rússia. Morreram cerca de 30 milhões de russos na invasão do seu país pelos nazis de Hitler, que foram apoiados pelo Exército Insurgente Ucraniano, o UPA, responsável por inúmeros massacres de judeus e polacos. O UPA era a ala militar, que inspira o atual partido Svoboda.
Desde o golpe de Washington em Kiev – e da reação inevitável de Moscou na Crimeia russa, para proteger a sua Frota do Mar Negro – a provocação e o isolamento da Rússia têm sido invertidos nos noticiários como uma "ameaça russa". Isto é uma propaganda fossilizada. O general da Força Aérea americana que chefia as forças da NATO na Europa – nada mais nada menos que o general Breedlove – afirmou há mais de duas semanas que tinha fotos que mostravam 40 mil tropas russas a "concentrarem-se" na fronteira com a Ucrânia. Também Colin Powell afirmou ter fotos de armas de destruição maciça no Iraque. O que é certo é que o golpe temerário e predatório de Obama na Ucrânia desencadeou uma guerra civil e Vladimir Putin está a ser atraído a uma armadilha.
Na sequência dos conflitos de 13 anos que começaram no Afeganistão muito depois de Osama bin Laden ter fugido, de terem destruído o Iraque sob uma falsa bandeira, depois de inventarem um "inimigo nuclear" no Irão, de enviarem a Líbia para uma anarquia hobbesiana e de apoiaram os jihadistas na Síria, os EUA têm finalmente uma nova guerra fria para complementar a sua campanha mundial de morte e terrorismo com aviões telecomandados.
Um Plano de Ação para Adesão à NATO (MAP) – diretamente da sala de guerra de Strangelove – é o presente do general Breedlove à nova ditadura na Ucrânia. "Rapid Trident" [3] vai instalar tropas americanas na fronteira com a Rússia e "Sea Breeze" [4] vai colocar navios de guerra americanos à vista de portos russos. Simultaneamente, os exercícios de guerra da NATO por toda a Europa de Leste destinam-se a intimidar a Rússia. Imaginem qual seria a resposta se esta loucura se invertesse e acontecesse nas fronteiras da América. É ver o general 'Buck' Turgidson.
E ainda há a China. A 24 de Abril, o presidente Obama vai iniciar uma visita à Ásia para promover a sua "Campanha para a China". O objetivo é convencer os seus "aliados" na região, em especial o Japão, a rearmarem-se e prepararem-se para a eventual possibilidade de guerra com a China. Em 2020, quase dois terços de todas as forças navais no mundo estarão concentradas na área Ásia-Pacífico. É a maior concentração militar naquela grande região desde a II Guerra Mundial.
Num arco que se estende desde a Austrália até o Japão, a China enfrentará os mísseis e os bombardeiros nucleares americanos. Está a ser construída uma base naval estratégica na ilha coreana de Jeju a menos de 640 km da metrópole chinesa de Xangai, centro industrial do único país cujo poder económico vai provavelmente ultrapassar o dos EUA. A "campanha" de Obama destina-se a minar a influência da China naquela região. É como se uma guerra mundial tivesse começado por outros meios.
Isto não é uma fantasia Strangelove. O secretário da Defesa de Obama, Charles 'Chuck' Hagel, esteve em Beijing na semana passada para entregar um aviso ameaçador de que a China, tal como a Rússia, pode vir a conhecer o isolamento e a guerra se não se vergar às exigências dos EUA. Comparou a anexação da Crimeia à complexa disputa territorial da China com o Japão sobre as ilhas desabitadas no Mar da China Oriental. "Não podem ir pelo mundo afora", disse Hagel descaradamente, "e violar a soberania das nações pela força, coerção e intimidação". Quanto ao movimento maciço de forças navais e de armas nucleares da América para a Ásia, isso é "um sinal da ajuda humanitária que as forças armadas americanas podem proporcionar".
Obama está neste momento à procura de um orçamento para armas nucleares, maior do que no pico histórico durante a guerra-fria, a era de Strangelove. Os Estados Unidos estão a avançar na sua antiga ambição de dominar o continente eurasiano, estendendo-se da China à Europa: um "destino manifesto" assegurado pelo poder.
Notas:
[1] Dr. Strangelove (Dr. Estranhoamor): filme de Stanley Kubrick realizado em 1964, uma comédia de humor negro, que satirizou a tensão nuclear vivida pelo mundo durante a guerra-fria. Considerado "a melhor sátira política do século".
[2] A personagem Turgidson sabe como fazer a guerra, mas falta-lhe a perspectiva de decidir se deve ou não fazer a guerra. Compreende a política do Presidente contra ataques nucleares mas tem dúvidas quando se lhe apresenta a possibilidade de anular essa política e varrer do mapa a Rússia. Sente-se feliz em apresentar a ideia de desencadear o ataque mais destrutivo contra um inimigo que não fez nada.
[3] Rapid Trident: exercício militar conjunto de 12 países na Ucrânia, que deve iniciar-se em Julho, com a participação dos EUA.
[4] Sea Breeze: exercícios militares anfíbios organizados à escala multinacional (NATO), realizados anualmente na Ucrânia.
Original do Guardian e em http://johnpilger.com/articles/the-stra ... -world-war
Tradução de Margarida Ferreira
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Re: RÚSSIA
Marino o tempo em que eu acreditava na boa vontade do governo Norte-Americano já acabou à muito, dito isto tenho uma enorme admiração por certas personagens daquelas bandas. Não sei se sabe, mas houve à pouco tempo um confronto muito interessante entre um simples rancheiro e o governo federal.
Se fosse em Portugal eu digo-lhe desde já que o proprietário perdia e "comia", nos EUA... com cidadãos armados e com consciência de que o governo não está acima de tudo e de todos (neste caso da Legislação), fizeram frente e ganharam. Isso deixa-me um pouco esperançado de que o povo desse país consiga dar a volta por cima e correr com a canalha que está lá (isso abrange tanto os Democratas como os Republicanos). Eu sou um fã do movimento “Libertário”, acho que era o melhor que poderia acontecer ao país em questão… ao mundo já não sei (eles são isolacionistas).
Os EUA estão numa encruzilhada, querem manter a todo o custo o seu estatuto de superpotência, ao mesmo tempo há toda uma série de aliados que não estão dispostos a pagar a defesa do seu território na sua totalidade e que preferem manter-se debaixo da asa protectora Norte-Americana. Portugal (neste caso o governo Português) é um desses casos. Isso trás vantagens e desvantagens e já não é a primeira vez que acabamos com algo de aspecto pontiagudo nas costas (ex.: apoio do governo Norte-Americano à UPA). Mas ao mesmo tempo é impossível um país como Portugal gastando 1% do seu orçamento na Defesa, conseguir defendê-la na prática.
O que eu vejo é que a situação estável até agora nos países de leste/báltico está rapidamente a transformar-se numa situação MUITO problemática. As picardias entre a Russia e os EUA/aliados estão a tornar-se cada vez mais frequentes e não há nada no horizonte que indique que o nível de pressão vá diminuir. As manobras de bastidores com ambas as partes a apoiar mais ou menos as claras um lado ou o outro agrava ainda mais as coisas. Na Ucrânia e acreditando pelas noticias que vêm de lá, ambos os lados estão presentes fisicamente (com membros das suas respectivas forças de inteligência a trabalhar). Ao mesmo tempo os movimentos neonazis estão a ganhar força através das suas acções e o mais incrível é que eles trabalham para os dois lados! Se pesquisarmos os países da Europa onde esses movimentos são mais fortes ficasse com uma imagem quase surrealista. O interessante é ver que os países onde tiveram as últimas ditaduras de “Direita”, são os países onde eles têm menos apoio (Portugal e Espanha).
Será que iremos ver um retrocesso e o retorno das Forças Armadas Norte-Americanas à Europa?
Se fosse em Portugal eu digo-lhe desde já que o proprietário perdia e "comia", nos EUA... com cidadãos armados e com consciência de que o governo não está acima de tudo e de todos (neste caso da Legislação), fizeram frente e ganharam. Isso deixa-me um pouco esperançado de que o povo desse país consiga dar a volta por cima e correr com a canalha que está lá (isso abrange tanto os Democratas como os Republicanos). Eu sou um fã do movimento “Libertário”, acho que era o melhor que poderia acontecer ao país em questão… ao mundo já não sei (eles são isolacionistas).
Os EUA estão numa encruzilhada, querem manter a todo o custo o seu estatuto de superpotência, ao mesmo tempo há toda uma série de aliados que não estão dispostos a pagar a defesa do seu território na sua totalidade e que preferem manter-se debaixo da asa protectora Norte-Americana. Portugal (neste caso o governo Português) é um desses casos. Isso trás vantagens e desvantagens e já não é a primeira vez que acabamos com algo de aspecto pontiagudo nas costas (ex.: apoio do governo Norte-Americano à UPA). Mas ao mesmo tempo é impossível um país como Portugal gastando 1% do seu orçamento na Defesa, conseguir defendê-la na prática.
O que eu vejo é que a situação estável até agora nos países de leste/báltico está rapidamente a transformar-se numa situação MUITO problemática. As picardias entre a Russia e os EUA/aliados estão a tornar-se cada vez mais frequentes e não há nada no horizonte que indique que o nível de pressão vá diminuir. As manobras de bastidores com ambas as partes a apoiar mais ou menos as claras um lado ou o outro agrava ainda mais as coisas. Na Ucrânia e acreditando pelas noticias que vêm de lá, ambos os lados estão presentes fisicamente (com membros das suas respectivas forças de inteligência a trabalhar). Ao mesmo tempo os movimentos neonazis estão a ganhar força através das suas acções e o mais incrível é que eles trabalham para os dois lados! Se pesquisarmos os países da Europa onde esses movimentos são mais fortes ficasse com uma imagem quase surrealista. O interessante é ver que os países onde tiveram as últimas ditaduras de “Direita”, são os países onde eles têm menos apoio (Portugal e Espanha).
Será que iremos ver um retrocesso e o retorno das Forças Armadas Norte-Americanas à Europa?
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Re: RÚSSIA
Consequências...
Rating da Rússia à beira de "lixo financeiro"
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/irating-i-da-ru ... z3012DhgiC
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Re: RÚSSIA
Cabeção, isso é irrelevante.cabeça de martelo escreveu:Consequências...
Rating da Rússia à beira de "lixo financeiro"
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/irating-i-da-ru ... z3012DhgiC
A Rússia se garante nos euros e dólares que encontram com a exportação de gás, petróleo e commodities. É o que permite fechar as contas externas, viabilizar as importações, negociar a dívida externa e manter uma reserva polpuda como garantia anti-crise externa. Se fechar os fluxos de exportações de hidrocarbonetos e fatores adjacentes, o caos financeiro e econômico é provável.
O problema é que a estrutura não segura o país por muito tempo. Por isso que não cresce, foge da integração pro ativa e faz o caminho contrário da Ásia, principalmente china. A dinâmica das relações políticas e econômicas da ásia parecem a prévia da primeira guerra na europa com grupos diversos, interesses diversos e cisão entre integração econômica e rivalidade militar e política. É um ambiente bem diferente da guerra fria onde tudo era bem definido.
Enquanto isso, os russos usam tudo como campo de batalha, tentam reinventar o jogo da URSS e EUA, mas não dá. Na época era possível e vantagem ser soviético e se manter isolado, hoje não é mais possível. A alternativa é adere e compra o sistema ou vai receber pancada financeira e econômica quando achar que tem força política e militar.
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Re: RÚSSIA
A questão sa neutralização da Russia foi considerada durante a década de 1990.Marino escreveu: Mas a questão de fundo nao é esta, nem a Ucrânia em si, que paga o pato pela disputa entre as potências globais.
A questão primordial era como "neutralizar" a futura ameaça russa.
A hipótese teria sido em 1993 durante o cerco à Casa Branca, em que o presidente russo mandou avançar os tanques contra o parlamento.
Esse foi o ponto mais baixo. Nessa altura, a Russia podia ter sido desfeita. Não adianta falar em reerguer, porque a Russia desfeita corresponderia á independência das várias componentes da Federação Russa e mesmo à fragmentação da própria República Russa.
Na altura, como já tenho aqui dito várias vezes, foi principalmente a Alemanha do chanceler Helmutt Kohl que apoiou o Ieltsin e não quis que o país se esfacelasse.
Se durante a crise de 1993 o Soviete supremo da Russia conseguisse destituir Ieltsin, isso implciaria uma guerra civil.
Para voltar a reconstituir a Rússia seria preciso uma guerra entre as repúblicas e muitas delas tinham armas atómicas. Era um pesadelo para os europeus e em parte para os americanos.
Mas bastaria para quê ?O simples anuncio de que os países do antigo pacto seriam considerados a entrarem na UE, sem a "ameaça" da OTAN nas fronteiras, bastaria.
Todos os povos do antigo império russo entenderam desde sempre, que era uma questão de tempo, até as pulsões imperiais voltarem a considerar a necessidade de re-anexação.
Eles sempre viveram assim.
A Finlandia, os Estados Bálticos, a Polónia, a Moldávia, têm andado numa dança eterna em que ora são russas ora não são.
Desde que a Russia não fosse desmantelada, os países limitrofes sabiam perfeitamente, que ERA APENAS UMA QUESTÃO DE TEMPO até um qualquer Czar voltar ao Kremlin.
Esta arrogância de vários setores americanos, é conhecida, reconhecida, explicada, estudada, mas não pode ser causa de todos os males do mundo.Era "o fim da história", a "pax americana", a vitória final do ocidente, e toda a arrogância daí decorrente.
A adesão à NATO das três repúblicas bálticas, até hoje os únicos países da ex URSS que entraram na NATO, só ocorre depois de Putin ter chegado ao poder no Kremlin.
Um ex-agente da KGB chega ao Kremlin, e a culpa é dos neocons ...
A geopolitica americana considera quem são as ameaças aos seus interesses e reage de acordo com isso.Mas a geopolítica americana sempre leverá em conta a possibilidade de "derrotar" a Rússia, e agirá estupidamente.
Criou uma ameaça em duas frentes.
Na década de 1920, os americanos eram isolacionistas. Na década de 1930 começaram a considerar a Alemanha e o Japão como ameaças e implementaram sanções contra os japoneses que levaram ao conflito. Depois da II guerra mundial, os americanos voltaram para casa e só voltaram a chamar reservistas quando Estaline manteve milhões de soldados em armas e autorizou a invasão da Coreia do Sul pelo norte.
A ideia de que os americanos andam atrás dos russos, não procede quando olhamos para as datas históricas e cruzamos com os factos relevantes.
Ninguém plantou nada. Putin é um produto russo, resultado da necessidade da sociedade russa em ter no Kremlin um homem forte e brutal, porque a sociedade russa não entende o poder de outra forma.Plantaram, agora tem de colher.
Para o russo o governo e o presidente servem para impor a ordem através da violência. O estado deve ser autoritário e deve ser respeitado.
Os russos tradicionalmente são governados por dirigentes corruptos e para eles não existe outra forma de governo que não seja a cleptocracia criminosa.
Por isso eles aceitam os oligarcas com um encolher de ombros e um «... não podemos fazer nada ... »
Há uma parte da população russa, claramente pró-ocidental, que tem expressão eleitoral apenas em algumas parte do país. É essa parte da população que é perseguida.
Na Russia, você tem o partido comunista soviético e o partido nazista de Zhirinovsky. Esta é a oposição permitida, porque é completamente louca.
A oposição séria, é perseguida e metida na prisão.
O que irrita mais o Putin na Ucrânia, é que os ucrânianos revoltaram-se contra os corruptos e estão fartos disso.
Os ucrânianos têm menos paciência que os russos para aceitar o homem forte e cruel de Kiev que os russos têm para aceitar o Czar moscovita.
E é isso acima de tudo que explica a atual situação.
PUTIN, NÃO PODE PERMITIR UM PAÍS, EM QUE A POPULAÇÃO EXIGE NAS RUAS A DEMISSÃO DO GRANDE LIDER.
É o próprio poder do Kremlin que está a ser posto em causa.
Os americanos malvados, o cerco da NATO são apenas os argumentos do costume, para meter medo aos russos e justificar por mais algum tempo a situação.
As sanções que eram mínimas e de que o Putin riu, afinal segundo as palávras do próprio, poderão ter consequências sérias
Putin já está a aproveitar para justificar o colapso da economia.
Enfim...
O ditador tem problemas, o ditador clama Unidade Nacional, o ditador defende o povo humilado, o ditador esmaga os inimigos da pátria que está em perigo.
NÃO ESTAMOS JÁ FARTOS DE VER ESTE FILME ?
PORQUE PRECISAMOS DE JUSTIFICAÇÕES DIFERENTES PARA ALGO QUE SEMPRE É IGUAL ?
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Re: RÚSSIA
Bom é que eles fazem essa drama todo dizendo que isso é consequência da anexação da Criméia, mas olha só que curioso, Brasil e Índia também tem essa nota. Hummm...cabeça de martelo escreveu:Consequências...
Rating da Rússia à beira de "lixo financeiro"
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/irating-i-da-ru ... z3012DhgiC
Re: RÚSSIA
Eu acho que a Rússia deveria ter mais medo do gás de xisto americano do que das sanções....quem concorda comigo?
pt, nem leio o que vc escreve mais...... vc não tem o mínimo de discernimento, para vc a Rússia é Satã, os EUA são Deus e ponto final....se os EUA jogassem uma bomba atômica em Portugal, na tua casa, vc ia dar razão a eles...ficou enfadonho já....sem condições de debater contigo...
pt, nem leio o que vc escreve mais...... vc não tem o mínimo de discernimento, para vc a Rússia é Satã, os EUA são Deus e ponto final....se os EUA jogassem uma bomba atômica em Portugal, na tua casa, vc ia dar razão a eles...ficou enfadonho já....sem condições de debater contigo...