Ditadura militar brasileira
Corrupção e espionagem: o que arquivos estrangeiros guardam sobre a ditadura
EL PAÍS antecipa conteúdo de dois livros sobre relações entre o regime e os governos britânico e francês.
Documentos guardados em países como a República Tcheca revelam espionagem e exilados monitorados
Reprodução do encarte feito pela presidência da República para promover a viagem do presidente Ernesto Geisel ao Reino Unido em 1976.
Na imagem, ele participa de cortejo com a rainha Elizabeth rumo ao Palácio de Buckingham. Presidência da República
Rodolfo Borges
São Paulo 7 JUN 2018 - 13:56 CEST
"Às 12h30 do dia 4 de maio de 1976, o presidente Ernesto Geisel desembarcou do trem real britânico, procedente do aeroporto de Gatwick, na estação Victoria, em Londres. Acompanhado da esposa Lucy Geisel e da filha Amália Lucy, o general brasileiro deu três passos sobre a plataforma e cumprimentou a rainha Elizabeth II da Inglaterra", descreve o pesquisador Geraldo Cantarino ao iniciar o ainda inédito Geisel em Londres (Editora Mauad X), seu quinto livro baseado nos arquivos do Governo britânico sobre o período do regime militar brasileiro (mais sobre eles aqui). "Essa foi a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro ao Reino Unido, e foi considerada uma das mais polêmicas daquele período na Inglaterra", conta Cantarino, um dos vários brasileiros que tentam recuperar a história das décadas de 1960, 1970 e 1980 do Brasil em arquivos estrangeiros.
A reportagem do EL PAÍS conversou com pesquisadores que têm vasculhado os arquivos do Reino Unido, França e da antiga Tchecoslováquia para descobrir o que os documentos diplomáticos e de serviços de inteligência ainda têm a dizer sobre esse período turvo da história brasileira — os militares alegam ter destruído todos os documentos da época. No livro que está para lançar, Cantarino investiga como o constrangimento britânico de lidar com um regime acusado de torturas e execuções não foi o bastante para impedir a visita com honras de Geisel. Os grandes contratos no ambicioso programa de desenvolvimento nacional em curso no Brasil falaram mais alto, mas "a diplomacia britânica percebeu que precisaria de fortes argumentos para justificar o convite e evitar um desgaste do Governo de Sua Majestade junto à opinião pública", diz o jornalista. Segundo ele, estão começando a ser liberados documentos britânicos sobre a Guerra das Malvinas. E é de olho nesses registros que o historiador João Roberto Martins Filho, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), parte nos próximos meses para a Inglaterra.
“Houve muita tensão entre o Brasil e a Inglaterra naquele momento. Para eles [britânicos], era uma questão fundamental derrotar os argentinos, e o Brasil teve uma atitude dúbia, disse que era contra, mas apreendeu um avião inglês e deu ajuda à Argentina por baixo do pano”, diz Martins Filho, que descobriu recentemente documentos britânicos de 1978 que sugerem uma tentativa do Governo brasileiro de abafar um caso de superfaturamento na compra de equipamentos para construção de navios vendidos ao Brasil. Os brasileiros se negaram inclusive a receber uma indenização de 500.000 libras (3 milhões de libras ou 15 milhões de reais nos valores atuais).
Em maio, o pesquisador Matias Spektor canalizou as atenções do país para os arquivos estrangeiros ao descobrir um documento do Departamento de Estado norte-americano que sugere que a cúpula do regime autorizou execuções durante a ditadura. "O escândalo provocado por esses documentos é proporcional ao nível de segredo que existe dentro do Brasil. Se não existisse segredo no Brasil, já teríamos encontrado tudo aqui", diz Martins filho.
Governo Thatcher
O professor da UFSCar pesquisou com mais detalhes nos arquivos britânicos o período que vai de 1969 a 1976 e, agora, pretende se concentrar no Governo de Margaret Thatcher (1979-1990), que pega o final da ditadura brasileira. "Há documentos classificados para serem liberados após 100 anos", comenta. O prazo pode ser alterado, contudo, caso as pessoas que poderiam ser prejudicadas pela divulgação do material tenham morrido. A morte, em 2014, do jornalista Rodolfo Konder, testemunha do assassinato sob tortura do colega Vladimir Herzog, liberou um dos documentos analisados por Martins Filho, autor, entre outros, do livro Segredos de Estado - O Governo Britânico e a Tortura no Brasil (editora Prismas, 2017) — na obra, ele revela que o MI5, serviço de inteligência britânico, investigou se havia algum exilado brasileiro que poderia colocar a vida de Geisel em risco durante a visita e informou ao Brasil que uma delas, chamada Helena Bocaiúva, não tinha armas em casa.
Os arquivos britânicos são liberados após um período de 30 anos, desde que não tenham implicações para a segurança nacional do país ou prejudiquem pessoas vivas. Nos Estados Unidos, estão disponíveis desde 2015 os registros feitos até 1976; na França, o prazo pode varias de 25 a 50 anos de sigilo. Foi nos documentos norte-americanos que Carlos Fico, professor do departamento de história da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), descobriu em 2008 o plano de contingência que previa apoio militar norte-americano ao golpe de 1964 em caso de imprevistos. Para ele, os documentos do Governo João Figueiredo (1979-1985) "serão ainda mais chocantes" do que os revelados neste ano. “O Geisel não tinha relação muito orgânica com a chamada comunidade de segurança de informações. Mas seu sucessor era um general muito vinculado com as ações da repressão, tinha sido chefe do SNI [Serviço Nacional de Informações] e continuaria muito fortemente vinculado a esse grupo”, diz.
Exilados na França
Pesquisador dos arquivos norte-americanos, Fico orientou nos últimos anos uma tese de doutorado feita a partir dos arquivos de inteligência da França. O trabalho, realizado por Paulo César Gomes, está nas mãos da editora Record, que planeja lançar o livro no início de 2019. Para o pesquisador, o mais interessante dos documentos analisados por ele é a ambiguidade entre o discurso oficial e o conteúdo das correspondências sigilosas. "As autoridades francesas percebiam que havia um regime de exceção no Brasil, mas fez-se a opção para que isso não afetasse as relações", diz o pesquisador. Isso pode ser sentido por meio do monitoramento dos exilados brasileiros em território francês. O Serviço Nacional de Informações (SNI) era informado sobre todos os brasileiros que recorriam ao consulado francês.
A Prefeitura de Polícia de Paris guarda dossiês sobre personalidades como o intelectual pernambucano Josué de Castro, o jornalista Samuel Wainer e o ex-presidente Juscelino Kubitschek “Não consigo provar que houve uma sistemática de colaboração [entre os governos da França e do Brasil], mas houve colaboração em relação a figuras específicas”, diz Gomes, destacando as tratativas entre os países para a viagem do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes à França — o cunhado do político brasileiro, Pierre Gervaiseau, precisou assumir um compromisso perante as autoridades francesas de que Arraes "adotaria um comportamento discreto durante sua permanência na cidade [Paris], abstendo-se de qualquer tipo de declaração".
A pesquisa mostra ainda como as autoridades brasileiras trabalharam para melhorar a imagem do regime na Europa e a contratação do francês Georges Albertini pelo SNI para auxiliar no monitoramento de brasileiros no exterior e publicar artigos elogiosos à ditadura na França. Os registros trazem ainda informações sobre o economista Celso Furtado e o secretário de imprensa do presidente João Goulart, Raul Ryff, que também aparece na pesquisa de Mauro Kraenski nos arquivos da antiga Tchecoslováquia, a primeira feita no contexto brasileiro até hoje. Em parceria com o tradutor tcheco Vladimír Petrilák, o paranaense descobriu nos documentos do bloco soviético que Ryff, identificado como um dos principais conselheiros de Goulart, foi usado como "figurante" — potencial agente — pela StB (sigla para "Segurança Estatal"), o serviço de inteligência tchecoslovaco. A relação com Ryff durou até o golpe de 1964, mas a StB atuou pelos interesses soviéticos no Brasil de 1952 a 1971, de acordo com os documentos expostos pelo livro 1964 - O elo perdido (Vide Editorial, 2017).
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
PF atribui a Temer obstrução de Justiça em suposta compra do silêncio de Cunha
Estadão Conteúdo Luiz Vassallo e Fabio Serapião
São Paulo e Brasília*
13/06/201816h53 > Atualizada 13/06/201819h03
Walter Campanato/AFP/Agência Brasil
Michel Temer (e) e Eduardo Cunha juntos em foto de junho de 2015
Sem poder indiciar o presidente Michel Temer em inquérito sobre fraudes na Caixa, a Polícia Federal atribuiu ao presidente "indícios suficientes" de ação na suposta compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ).
Relatório da Operação 'Cui Bono?', que mira desvios na Caixa, dedica um capítulo somente para a suposta compra do silêncio de Cunha e do delator Lúcio Funaro pelo presidente Michel Temer. O emedebista é apenas citado - ele não está entre os indiciados porque detém foro privilegiado.
O documento de conclusão do inquérito sobre fraudes no banco público indicia 16 pessoas, entre elas Cunha, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, Funaro e executivos dos grupos Bertin, Constantino - Henrique Constantino, dono da Gol -, Marfrig e J&F.
Segundo o relatório, no edifício probatório dos autos do inquérito 4483/STF, da Operação Patmos, foram verificados indícios suficientes de materialidade e autoria atribuível a Michel Miguel Elias Temer Lulia, Presidente da República, no delito previsto no Artigo 2.º, inciso 1, da 12.850/13, por embaraçar investigação de infração penal praticada por organização criminosa.
De acordo com o relatório, na medida em que incentivou a manutenção de pagamentos ilegítimos a Eduardo Cunha, pelo empresário Joesley Batista, ao tempo em que deixou de comunicar autoridades competentes de suposta corrupção de membros da Magistratura Federal e do Ministério Público Federal que lhe fora narrada pelo mesmo empresário.
A PF se refere ao dia 7 de março, em que Temer foi gravado em encontro fora da agenda por Joesley. Na conversa, o delator narrou ao presidente a suposta ajuda financeira a Eduardo Cunha e a Lúcio Funaro com o fim de que não firmassem acordos de colaboração com as autoridades.
Em delação premiada, o executivo afirmou ter feito pagamentos de R$ 5 milhões após a prisão de Eduardo Cunha como saldo da propina de R$ 20 milhões pela relacionada à desoneração tributária do setor do frango. Também narrou pagamentos mensais de R$ 400 mil em benefício de Funaro. Ele relata que Temer tinha ciência disso.
Ao ouvir de Joesley sobre os pagamentos, o presidente teria dito: "Tem que manter isso, viu?"
O relatório cita ainda ação controlada da Polícia Federal em que a irmã do doleiro Lúcio Funaro é flagrada recebendo uma mala de dinheiro do delator Ricardo Saud, da J&F nos fundos de uma escola situada no complexo da JBS. Em delação premiada, o doleiro confirmou ter um pacto de silêncio com Joesley firmado quando a Operação Lava Jato começou a seguir o rastro de Eduardo Cunha. O pacto envolveria suposta assistência à sua família pela J&F.
Denúncias
O presidente Michel Temer foi denunciado duas vezes pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Na segunda 'flechada' da PGR, o emedebista foi acusado de integrar o Quadrilhão do PMDB na Câmara - crime de organização criminosa. A acusação imputava a Temer também o crime de obstrução de Justiça relacionado à conversa que o presidente teve às escondidas no Palácio do Jaburu naquele 7 de março de 2017. As denúncias contra Michel Temer foram enterradas por votações da Câmara dos Deputados.
Defesas
Em nota enviada ao UOL, a Presidência da República chamou de "mentirosa" a insinuação da PF de que Temer teria comprado o silêncio de Cunha. "É mentirosa a insinuação de que o presidente Michel Temer incentivou pagamentos ilícitos ao ex-deputado Eduardo Cunha e a Lúcio Funaro. Isso jamais aconteceu. A gravação do diálogo com Joesley Batista foi deturpada para alcançar objetivo político. A verdade é que, na conversa grampeada, quando o empresário diz que mantinha boa relação com o deputado, o presidente o incentiva a não alterar esse quadro", afirma a Presidência.
Em nota, o advogado Délio Lins e Silva Júnior, que defende Eduardo Cunha, disse que "por mais kafkaniano que possa parecer, embora a imprensa já tenha acesso ao relatório, os advogados ainda não tiveram esse privilégio e aguardam para eventual manifestação sobre o documento".
O advogado Gamil Foppel, da defesa de Geddel Vieira Lima, não respondeu aos contatos da reportagem até a conclusão da reportagem.
Já a Marfrig afirmou: "No dia 15 de maio de 2018, o empresário Marcos Molina dos Santos firmou com o Ministério Público Federal um termo de compromisso de reparação de eventuais danos relacionados às investigações da Operação Cui Bono. Não se trata de um acordo de colaboração ou de delação e não há admissão de qualquer culpa por parte do empresário, que mantém suas atividades empresariais inalteradas. O termo já foi homologado judicialmente e hoje produz plenos efeitos. O relatório da Polícia Federal não altera a situação jurídica de Marcos Molina dos Santos."
A defesa do empresário Joesley Batista reafirma que ele é colaborador da Justiça e, como bem destacado no relatório apresentado pela Polícia Federal, sua colaboração foi essencial, "trazendo celeridade e eficácia a esta investigação criminal", motivo pelo qual a autoridade policial sugeriu a concessão dos benefícios da colaboração premiada.
Em nota, Henrique Constantino diz que "segue colaborando com as autoridades para o total esclarecimento dos fatos".
* Com UOL
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Muito boa as observações do Túlio. Na época a centralização das decisões em Brasilia tornou-se extrema. O Gal. Golberí , um dos ideólogos do regime militar, citou que Brasilia tornava-se um exemplo dos chamados "buracos negros" do cosmos. Tudo era absorvido pela burocracia da capital e nada saia de lá. Tudo ficava centralizado. Aumentar o valor da passagem de ônibus urbano em Passo Fundo, construir um posto de gasolina em Esmeralda, uma revenda de gaz em Panambi, tudo tinha de ter uma autorização de algum órgão de Brasilia. O pedido ia pra lá e não voltava nunca.
Na informática atrasaram o país por mais de quinze anos. Era proibido importar material de informática e as empresas públicas somente poderiam usar material nacional. A única maneira de conseguir um micro era por contrabando. Atrasaram o país por vários anos.
Na informática atrasaram o país por mais de quinze anos. Era proibido importar material de informática e as empresas públicas somente poderiam usar material nacional. A única maneira de conseguir um micro era por contrabando. Atrasaram o país por vários anos.
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Gestão Temer não se limita a derreter, apodrece
Josias de Souza
13/06/2018 00:41
O inquérito que investiga a venda de registros de sindicatos no Ministério do Trabalho demonstra que a corrupção é mais ou menos como o futebol. Ninguém marca gol sozinho. Há toda uma estrutura por trás: o clube, o médico, o técnico e o time em campo, preparando a jogada. A corrupção é igual. Há o presidente do clube (Temer), o partido aliado (PTB de Roberto Jefferson), e o time de servidores levantando a bola para que agentes políticos —como a deputada Cristiane Brasil– marquem gols contra o erário.
Indicada por Temer para o cargo de ministra do Trabalho, a filha de Roberto Jefferson só não sentou na cadeira porque a Justiça impediu. Agora, além de ordenar batidas policiais de busca e apreensão no gabinete e nas residências de Cristiane Brasil, em Brasília e no Rio, o ministro Edson Fachin, do Supremo, proibiu a ex-quase-futura-ministra de entrar no Ministério.
A safadeza tornou-se um moto-contínuo nos ministérios. Na pasta do Trabalho a delinquência é mais ofensiva, porque desrespeita os 13 milhões de desempregados que deveriam merecer a atenção de um ministério qualificado. No governo Temer, ministros e servidores que têm alguma qualidade precisam disfarçar ou se esconder. A atual administração não foi feita para competentes. Muitos acreditam que o governo Temer, com apenas 3% de aprovação, está derretendo. É mais grave do que isso. O governo está apodrecendo. Convém retirar as crianças da sala na hora do noticiário.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Se o segundo turno se reduzir a essas escolhas, eu voto na Marina, eu topo até o Lula como presidente governando a partir de uma prisão pra não ter o asno do Ciro como presidente.knigh7 escreveu: Ter Jun 12, 2018 10:42 am Se o pessoal de centro e direita não focar o voto no Bolsonaro o segundo turno será entre 2 partidos de esquerda : Rede (Marina ) e PDT (Ciro ).
A eleição gira em torno desses 3. O resto é para encher linguiça.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Uma hora o cidadão cansa de dar murro em ponta de faca. Com esse "upgrade" na vida ele acaba de garantir o futuro de pelo menos umas duas gerações de descendentes dele. E o pior de tudo, é que apesar de tudo isso ser informação pública, o povo não tem ideia do quanto é fácil fraudar de modo irrecuperável as eleições brasileiras e o TSE de modo extremamente suspeito sempre desconversa quando tentam mencionar o assunto, negam até não poder mais e até trabalham pra desqualificar as opiniões de quem é legitimamente qualificado pra opinar sobre o assunto.EduClau escreveu: Qua Jun 13, 2018 5:55 pm Sou uns 10 anos mais novo mas me recordo mais ou menos e foi bem assim mesmo... agora olhando pro """futuro""":
Ótimas notícias, urnas pouco confiáveis e mais um cérebro brasileiro, provavelmente formado às custas do Estado, vai-se embora do país aplicar o conhecimento e gerar riqueza em outras terras.Professor que encontrou falhas na urna eletrônica deixará o Brasil
O professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Diego Aranha, é uma das poucas pessoas independentes, sem relação com o governo, que conseguiram colocar as mãos nas urnas eletrônicas, realizar alguns testes de invasão e buscar vulnerabilidades — o resultado dos testes você pode acompanhar aqui.
A luta de Aranha, sua e de outras equipes de segurança, era caminhar para um modelo mais seguro de contagem de votos. Uma das ideias seria adicionar uma camada extra: o voto impresso. Infelizmente, essa luta sofreu um golpe duro na semana passada, quando o Supremo Tribunal Eleitoral suspendeu a implantação do voto impresso nas próximas eleições por 8 a 2. Vale notar que o uso do voto impresso foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2015 como parte da minirreforma eleitoral.
O principal argumento de apoio era o risco representado para o sigilo do voto se um mesário verificasse a cédula impressa. Esta máquina também tem uma tela grande, mas tanto faz.
Agora, de acordo com o Baguete, o pesquisador Diego Aranha está deixando o Brasil para dar aulas na Dinamarca, especificamente na Universidade de Aarhus. "A decisão veio de uma desilusão generalizada com o estado completamente disfuncional do país. A (in)segurança da urna eletrônica é apenas mais um exemplo infeliz", resume Aranha sobre a mudança.
Entre as vulnerabilidades encontradas nas urnas pelas equipes de pesquisa, poderia até ser possível alterar o voto de alguém diretamente — mesmo que o tempo de análise tenha sido curto para 'maiores' comprovações. Ainda, também é possível ludibriar cidadãos alterando textos na tela.
No dia em que o STF venceu essa luta, Aranha tweetou: "Voto impresso derrubado no STF. Nenhuma surpresa, com exceção do voto do relator, cujos votos inclusive funcionam como um gerador de números aleatórios superior ao utilizado em 2012 para proteger o sigilo do voto. O Supremo Tribunal Federal acaba de suspender as provas de papel verificadas pelos eleitores nas próximas eleições. O principal argumento de apoio era o risco representado para o sigilo do voto se um mesário verificasse a cédula impressa. Esta máquina também tem uma tela grande, mas tanto faz".
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https://www.tecmundo.com.br/seguranca/1 ... a-pais.htm
brazil
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Túlio, dá vontade de copiar esse seu texto e colocar no facebook, pois é tanta bobagem que a gente escuta que esta fogo.
Quanto a urna eletrônica, essa decisão do Supremo sim foi um golpe, deveriam estar todos presos.
Quanto a urna eletrônica, essa decisão do Supremo sim foi um golpe, deveriam estar todos presos.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Para ilustrar o post do companheiro Túlio. Se ta ruim hoje de importar. Imagina no glorioso regime militar. A média da alíquota de importação de bens de consumo batia 100%. Ainda tinha que ter autorização e arcar com os outros custos.delmar escreveu: Qua Jun 13, 2018 8:48 pm Muito boa as observações do Túlio. Na época a centralização das decisões em Brasilia tornou-se extrema. O Gal. Golberí , um dos ideólogos do regime militar, citou que Brasilia tornava-se um exemplo dos chamados "buracos negros" do cosmos. Tudo era absorvido pela burocracia da capital e nada saia de lá. Tudo ficava centralizado. Aumentar o valor da passagem de ônibus urbano em Passo Fundo, construir um posto de gasolina em Esmeralda, uma revenda de gaz em Panambi, tudo tinha de ter uma autorização de algum órgão de Brasilia. O pedido ia pra lá e não voltava nunca.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Vídeo: Olha só quem está falando
Circula entre os tucanos um presente de grego na forma de vídeo do senador Aécio Neves em apoio a Geraldo Alckmin. O material foi prontamente rechaçado pela cúpula da campanha do presidenciável.
Na gravação, Aécio agradece à turma do perfil @tucanosemrede. “E vamos estar juntos com Alckmin, acreditando sempre na ética, na responsabilidade e na competência na política”, afirma um radiante tucano.
http://br18.com.br/wp-content/uploads/s ... .32.49.mp4
http://br18.com.br/video-olha-so-quem-esta-falando/
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Alguém já leu? Livros escritos por Príncipes devem ser interessantes. Se tiver em e-book e for recomendado - de forma fundamentada, claro - por quem tenha lido, bueno, não nego que estou CURIOSO e, por isso, acabaria comprando¹.
1 - Não é segredo aqui que desde o ano passado estou montando minha e-library. Foi a opção que achei para quem já está véio demais para ler em papel...
1 - Não é segredo aqui que desde o ano passado estou montando minha e-library. Foi a opção que achei para quem já está véio demais para ler em papel...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Túlio escreveu: Sáb Jun 16, 2018 5:55 pm Alguém já leu? Livros escritos por Príncipes devem ser interessantes. Se tiver em e-book e for recomendado - de forma fundamentada, claro - por quem tenha lido, bueno, não nego que estou CURIOSO e, por isso, acabaria comprando¹.
1 - Não é segredo aqui que desde o ano passado estou montando minha e-library. Foi a opção que achei para quem já está véio demais para ler em papel...
A Amazon permite dá uma olhada no livro
Ele está disponível para e-book é só acessar o link da Amazon
https://www.amazon.com.br/Por-que-Brasi ... 8581638643
Dois bons vídeos dele
Gosto da ideia dele de RECALL + VOTO DISTRITAL PURO.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
BRL 13,41 em e-book.
https://www.amazon.com.br/Por-que-Brasi ... d=&sr=
Só falta agora quem tenha lido falar a respeito...
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Só falta agora quem tenha lido falar a respeito...
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Seja você o primeiro e faça sua análise de forma fundamentada se o livro é recomendado ou não.Túlio escreveu: Sáb Jun 16, 2018 7:39 pm BRL 13,41 em e-book.
https://www.amazon.com.br/Por-que-Brasi ... d=&sr=
Só falta agora quem tenha lido falar a respeito...
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Eu diria que presidencialismo não da certo nem nos EUA.
Está havendo a séculos um processo constante de aumento do poder executivo nos EUA e engessamento do legislativo que ja está cobrando seu preço a décadas.
Mto dos EUA se salva mais pelo pacto federativo (esse tb tem problemas mas mto melhor montado), que pela saúde da separação de poderes.
Está havendo a séculos um processo constante de aumento do poder executivo nos EUA e engessamento do legislativo que ja está cobrando seu preço a décadas.
Mto dos EUA se salva mais pelo pacto federativo (esse tb tem problemas mas mto melhor montado), que pela saúde da separação de poderes.