Mas como alguém já disse, se ate os navios de madeira de Portugal chegaram aqui no Brasil, não será por isto que as corvetas terão problemas. !
Mas falando sério, a Revista Segurança & Defesa, mostrou que grande parte dos problemas, das Corveta Inhauma foram solucionadas em algumas modificações feitas das 4 unidades.
As origens do projeto que resultou nas corvetas da classe "Inhaúma" remontam a 1977. Inicialmente a Marinha do Brasil realizou estudos visando substituir as corvetas classe da "Imperial Marinheiro" até hoje em serviço nas Forças Distritais, por uma nova classe de navios-patrulha oceânicos (NaPaOc), com um deslocamento carregado de 700t. Em virtude da necessidade premente de substituir os velhos contratorpedeiros ex-US Navy, as especificações foram alteradas e o "Projeto NaPaOc" foi então rebatizado como "Projeto Corveta". Esta designação foi mantida por que parte dos recursos para o Projeto vieram dos royalties do petróleo com vinculação de verbas para a patrulha marítima. Em sua versão final os navios ficaram com um deslocamento de cerca de 2000 toneladas, portanto, bem maior do que o previsto originalmente. As corvetas podem ser consideradas fragatas leves pela classificação naval atual. Porém, este crescimento significativo do projeto inicial resultou em problemas com o desempenho marítimo do navio.
O "Projeto Corveta" foi desenvolvido pela Diretoria de Engenharia Naval (DEN) com consultoria técnica da empresa alemã Marine Technik, através de contrato firmado em 01 de outubro de 1981. Os primeiros dois navios tiveram suas construções realizadas pelo Arsenal de Marinha em 1982, e de acordo com os planos da Marinha de transferir a tecnologia de construção de navios de guerra a estaleiros privados, a construção do segundo par ficou a cargo do Estaleiro Verolme. A Marinha planejava inicialmente construir um total de 16 corvetas, em quatro lotes de quatro navios, mas a crônica falta de verbas só permitiu a obtenção de apenas quatro unidades e, mesmo assim, com atrasos consideráveis na construção. Ademais o citado problema com a estabilidade marítima do navio, revelaram a necessidade de uma revisão no projeto. Assim, surgiu uma nova "Corveta", a Classe Barroso que deverá deslocar carregada 2.350 toneladas quando for terminada.
As corvetas classe "Inhaúma" foram concebidas para prover escolta a comboios de cabotagem e transoceânicos, com capacidade para guerra anti-submarino, guerra de superfície, guerra antiaérea e apoio de fogo naval em operações anfíbias. A vida útil projetada de cada navio é de pelo menos 25 anos, a um custo de aquisição de US$120/150 milhões por unidade, com um índice de nacionalização da ordem de 40% para o primeiro navio da classe. As características gerais do projeto estão na ficha técnica, que dentro das possibilidades limitadas pelo deslocamento do casco, podem ser consideradas bastantes satisfatórias, apresentando uma clara insuficiência em armamento AAW(anti-aéreo).
Com o "Projeto Corveta" a Marinha alcançou a capacitação tecnológica para conceber, controlar e executar todas as fases de obtenção de navios de guerra. É claro que o aprendizado revelou seus custos, que podem e devem ser corrigidos nos novos projetos navais, permitindo preparar a Marinha Brasileira para o futuro.