essa materia tem mais erros que a primeira mais vamos la.
Brasil não caga nem desocupa a moita
ANDRÉ CUNHA
24 de Outubro de 2012 às 19:26
A novela do Projeto FX mina a credibilidade da política externa brasileira e já serviu ao populismo de Lula e seus correligionários. É hora de voltar ao preto-no-branco: quem quer fazer negócio?¶
Em 7 de Setembro de 2009, o então presidente francês Nicolas Sarkozy assistiu ao desfile da Independência com o então presidente Lula na Esplanada dos Ministérios. Depois, ambos confraternizaram em um churrasco na Granja Do Torto. Ao final da comilança, Lula, quem sabe motivado pela caipirinha, estava tão amigo de Sarkozy que prometeu comprar-lhe 36 aviões, na lata: "Sarkô, eu compro!" deve ter dito. Pra mostrar que o negócio era sério, os dois governos lançaram uma nota na qual confirmavam o negócio. Pena que era tudo bravata do Lula.
Seria apenas mais um lance patético na licitação mais rocambolesca dos últimos tempos, o famoso Projeto FX, que se arrasta desde 1998, quando o Brasil alardeou no meio da feira que tinha dinheiro e que estava procurando aviões bons e baratos. França, Suécia, Estados Unidos e Rússia logo fizeram suas propostas. Cabia ao Brasil analisar tudo e bater o martelo.
Infelizmente surgiram conflitos entre Exército e Governo, Itamaraty e Planalto, empresas foram desclassificadas, outras entraram no processo, a licitação foi cancelada, outra reaberta e novos lances foram feitos. No meio de tudo surgiu Lula, com um narcisismo "nunca antes visto na história desse país." Uma sensação de que "eu posso tudo", posso trazer a Copa e as Olimpíadas, chamar a crise internacional de "marolinha" e ouvir de Obama que sou "o presidente mais popular do mundo."
Pra um cara desses, dizer pra um chefe de Estado "eu compro seus aviões", ainda que à revelia do Exército, não deve ser muito difícil. Segundo o escritor João Ubaldo Ribeiro no livro "Política", publicado pela Nova Fronteira, "A política tem a ver com quem manda, por que manda, como manda. Afinal, mandar é decidir, é conseguir aquiescência, apoio ou até submissão." Nos seus anos de estrelato, Lula chegou a mais de 80% de aprovação. Reinava absoluto. Não precisa ser nenhum psicanalista pra saber que isso destrói o superego do sujeito, que fica se achando acima das leis do mundo.E vejam quantas voltas dá o mundo. Depois de iludir os franceses, o Brasil tenta barganhar com os russos. Leio aqui no 247 que "Vazou entre a diplomacia internacional um item da agenda secreta que a presidente Dilma Rousseff terá com o presidente da Rússia, Vladmir Putin, em Moscou, para onde ela viaja no dia 14 de dezembro: a reabertura do diálogo formal para a compra dos poderosos caça Sukói, um dos aviões militares classificados no Projeto FX, de modernização da Força Aérea Brasileira."
Tomara que os russos tenham a fleuma dos franceses se Dilma assinar qualquer contrato e depois voltar atrás dizendo "foi culpa da vodka, juro." Só resta ao brasileiro médio sentir vergonha da política externa no caso FX, e se consolar pensando "as decisões na minha família, eu tomo de outro jeito." Ou seja, do jeito certo: com lisura e transparência, com respeito a quem está vendendo. Pagando o preço justo e exigindo todas as garantias. "Transferência de tecnologia" é a condição que impomos. A pergunta, portanto, não tem nenhum mistério: Quem quer fazer negócio?
"Aqui embaixo as leis são diferentes", já diziam naquele música. Afinal, Lula sofreu alguma consequência por ter assinado o seu contrato maroto? E em que planeta conspirar com o Putim traz credibilidade a nossa querida chefe do Executivo? A licitação, por sua própria definição, é uma concorrência aberta. Sem essa de "agenda secreta", Dona Dilma, ou o Wikileaks vai devassar os seus e-mails.
Fonte: Brasil 247
Link:
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/ ... -moita.htm