Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO
Enviado: Sex Nov 14, 2008 9:15 am
Revolta toma conta do Morro da Providência
Fim do Cimento Social e morte provocam protestos
Fernanda Thurler
O clima no Morro da Providência, no Centro, não é dos melhores. Ao saberem , através da reportagem do JB publicada ontem, que o Exército cancelara o projeto Cimento Social, os moradores fixaram seis faixas na entrada da comunidade, onde funcionava o canteiro de obras. Em uma delas está escrito: "Já que não podem trazer de volta a vida dos nossos irmãos, pelo menos nossos empregos". Não bastasse isso, ontem novo tiroteio aumentou o saldo de vítimas. Um homem foi morto e, segundo moradores, sua família foi obrigada pela polícia a arrastar o corpo uma viatura. Outras duas pessoas ficaram feridas.
Hoje, às 16h, moradores partirão, da associação em passeata. Eles querem o fim das ações violentas.
George Conceição de Oliveira, 26, além de ter perdido o irmão, Marcos Paulo Rodrigues Campos, no episódio em que militares entregaram três jovens do morro a traficantes de uma comunidade rival, ainda sofre para sustentar os três filhos. Depois de ter trabalhado por um mês e meio no Cimento Social, voltou ao desemprego. Há 20 dias, conseguiu um biscate no barracão da Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio, na Cidade do Samba.
– O trabalho no projeto era bem melhor. Além de ter carteira assinada, eu recebia mais. Ainda não perdi a esperança – confessou George.
A estudante Amanda dos Santos, 19, espera há cinco meses, desde que a obra foi paralisada, pelo telhado. A estrutura de alvenaria ficou pronta, mas, quando os operários iam começar o cobrir com as telhas, a obra foi embargada
– Os políticos prometem mais do que podem cumprir. Espero apenas que o telhado seja concluído – pediu Amanda.
Os moradores pensam ainda em organizar um protesto para cobrar um posicionamento oficial sobre o fim do Cimento Social. Alex Oliveira dos Santos, 32 anos, encarregado da obra, disse que vai esperar até segunda-feira.
– Se ninguém se manifestar, vou convocar os ex-funcionários para um protesto em frente ao 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Santo Cristo – revelou Alex. – Os desempregados ainda estão na expectativa de que a obra vá voltar.
Alex cobra, agora, ajuda do idealizador do projeto:
– O (Marcelo) Crivella, quem deveria nos ajudar, não aparece. Os assessores dele já prometeram uma reunião com a gente e nada.
Procurado pelo JB, o senador Crivella não se pronunciou.
Fim do Cimento Social e morte provocam protestos
Fernanda Thurler
O clima no Morro da Providência, no Centro, não é dos melhores. Ao saberem , através da reportagem do JB publicada ontem, que o Exército cancelara o projeto Cimento Social, os moradores fixaram seis faixas na entrada da comunidade, onde funcionava o canteiro de obras. Em uma delas está escrito: "Já que não podem trazer de volta a vida dos nossos irmãos, pelo menos nossos empregos". Não bastasse isso, ontem novo tiroteio aumentou o saldo de vítimas. Um homem foi morto e, segundo moradores, sua família foi obrigada pela polícia a arrastar o corpo uma viatura. Outras duas pessoas ficaram feridas.
Hoje, às 16h, moradores partirão, da associação em passeata. Eles querem o fim das ações violentas.
George Conceição de Oliveira, 26, além de ter perdido o irmão, Marcos Paulo Rodrigues Campos, no episódio em que militares entregaram três jovens do morro a traficantes de uma comunidade rival, ainda sofre para sustentar os três filhos. Depois de ter trabalhado por um mês e meio no Cimento Social, voltou ao desemprego. Há 20 dias, conseguiu um biscate no barracão da Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio, na Cidade do Samba.
– O trabalho no projeto era bem melhor. Além de ter carteira assinada, eu recebia mais. Ainda não perdi a esperança – confessou George.
A estudante Amanda dos Santos, 19, espera há cinco meses, desde que a obra foi paralisada, pelo telhado. A estrutura de alvenaria ficou pronta, mas, quando os operários iam começar o cobrir com as telhas, a obra foi embargada
– Os políticos prometem mais do que podem cumprir. Espero apenas que o telhado seja concluído – pediu Amanda.
Os moradores pensam ainda em organizar um protesto para cobrar um posicionamento oficial sobre o fim do Cimento Social. Alex Oliveira dos Santos, 32 anos, encarregado da obra, disse que vai esperar até segunda-feira.
– Se ninguém se manifestar, vou convocar os ex-funcionários para um protesto em frente ao 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Santo Cristo – revelou Alex. – Os desempregados ainda estão na expectativa de que a obra vá voltar.
Alex cobra, agora, ajuda do idealizador do projeto:
– O (Marcelo) Crivella, quem deveria nos ajudar, não aparece. Os assessores dele já prometeram uma reunião com a gente e nada.
Procurado pelo JB, o senador Crivella não se pronunciou.