#2515
Mensagem
por FCarvalho » Qua Mar 31, 2010 7:47 pm
Descupando aí a troca de assunto, mas é que não encontrei outro tópico mais adequado para dirimir uam dúvida que me ocorreu, e não gostaria de abrir outro tópico só para uma simples pergunta: lá vai
A MB, no seu PEAMB contempla a aquisição de até 4 navios polivalentes - possivelmente a classe Mistral.
Tomando-se por base a capacidade de alocação de helicópteros destes navios como sendo 16 unidades no hangar, e mais 6 helipontos no convés de voo - dados genéricos - e entendendo-se a capacidade máxima como sendo de 20 helicopteros, temos:
1. a MB só comprou até o presente momento 16 EC-725, que servirão como C-SAR/Transporte e ASupW, além de missões de apoio ao CFN;
2. não existe previsão de aumento da frota no medio/longo prazo;
3. os 7 Cougars (AS-532) da AN, tem no máximo 10 anos de vida útil;
4. há planos para uma segunda divisão anfíbia no N/Ne, o que demandaria mais helos de apoio;
5. há planos para mais 3/4 btls de FN divididos entre as regiões amazônica e pantanal que também demandariam mais helos de apoio;
6. os grupamentos do Ne e Sul do Brasil também demandam helos de apoio, com uma perspectiva razoável, diria, do grupamento do Rio Grande tornar-se um btl no longo prazo;
7. há obviamente uma ampliação em "massa" da infra-estrutura da MB planejada por todo o país para os próximos 20 anos, demandando o apoio de helos médio/leves;
Assim pergunta-se:
1. admitindo-se a MB com 4 Mistral, seriam então, 80 EC-725 só para a provisão mínima dos GAE dos mesmos, isso excluindo-se questões como helos em manutenção, treinamento e/ou ações extra TO Brasil; podemos chegar a tal numero realmente? a MB já questionou o GF sobre a necessidade de aumento da frota de helos no longo prazo?
2. a necessidade de cobrir o aumento do contingente e estrutura do CFN, indica a priori, mais 48 EC-725, considerando-se a alocação de um esquadrão full em sua composição orgânica para atender os 4 Btl de Operações RIbeirinhas e os GrpTos Ne/Sul. da seguinte forma: 1 HU em Belém, 1 HU para Manaus/Tabatinga, 1 HU em Ladário e 1/2 HU para cada grp de FzN no Ne e Sul. (hipótese da 2a DivAnf em São Luís)
3. a infra-estrutura da MB pede helos leves/medios. nas minhas contas, olhando o que a MB se pretende, tem-se uma necessidade de 30 a 40 helos nesta categoria. há planejamento especifico para tal na MB? a helibras seria, ou deveria, ser favorecida, ou melhor buscarmos uma concorrencia internacional para um substituto digno para os AS-350? AS-365 ou A-109?
Sinceramente, não creio que nós tenhamos cacife politico para chegar ao menos perto desses numeros, e olha que estou apenas vislumbrando o que poderá a vir a ser a estrutura da MB lá pelos idos de 2025/2030. Muitas boas intenções, mas pouca ação em sentido concreto; pelo menos é o que consigo perceber nas entrelinhas.
Provavelmente alguns colegas foristas irão descordar de mim quanto isso, mas até onde entendo, defesa no nosso país ainda não saiu da gaveta, pelo menos para a mioria da sociedade; e aos políticos de plantão, ela somente interessa quando os interesses partidários e corporativistas estão sendo acionados.
Acredito que estamos vivendo um momento especial para as fa's no Brasil, mas já os tivemos antes, e deu no que deu por simples e pura falta de habilidade tanto de governo como das fa's em gerir ou aproveitar o súbito interesse pelo assunto.
Não quero ser pessimista, mas olhando os discursos dos possiveis candidatos e o perfil de cada um, PND e END ainda estão longe de figurar nas primeiras posições da lista de interesse daqueles que presumivelmente serão o maior mandatário do país.
Tomara que para o nosso bem, defesa realmente tenha, pelo menos, começado a deixar de ser politica de governo, ou pior, coisa de milico, para se tornar politica de Estado, de verdade. Ao menos para os politicos. A sociedade civil é outro negócio...
abraços
Carpe Diem