FCarvalho escreveu:Leandro, pelo pouco que sei e li sobre este tipo de radares, me corrija se estiver errado, os mesmos poderiam inclusive localizar aeronaves stealth. No entanto, fico pensando que além destas capacidades, eles seriam/são radares de "ultra-longo" alcance, também.
Imagino então, porque que até hoje, já que este tipo de tecnologia de radar seria/é muito mais simples de se desenvolver e/ou replicar, os mesmos nunca foram adotados no SISDABRA ou, por exemplo, sugeridos para equipar por exemplo, o Sigaz ou um Sisfron da vida.
abs
Sim, que eu saiba eles podem detectar qualquer coisa que afete o padrão de interferências dos emissores, que podem inclusive estar em comprimentos de onda capazes de detectar aeronaves stealth, pelo menos as atuais. Já com relação ao alcance ultralongo não tenho certeza, acho que irá depender do sistema poder funcionar com ondas mais longas que se reflitam na ionosfera. Mas creio que aí se perderia alguma coisa em termos de resolução, algum colega com mais conhecimentos nesta área de eletrônica poderia nos dar uma luz neste ponto.
Mas temos que considerar que esta é uma tecnologia nova que ainda teria que ser desenvolvida, apostar na criação de um modelo nacional seria ainda um tiro no escuro. Eu pessoalmente até acho que deveria ser feito algum estudo neste sentido pelo menos a nível acadêmico no CTA ou em algum outro órgão das FA's, mas não contaria com um "produto" pronto para uso em menos de uns 10 anos.
Túlio escreveu:Outra coisa, DETECTAR é uma, TRAVAR e dar um alvo a um SAM é outra...
Na minha opinião pessoal esta história de radares travando no alvo já está obsoleta no que concerne a aeronaves (é claro que contra munições stand-off a história é outra), e isso desde que o F-117 entrou em operação. Na minha opinião o correto é o sistema de radar detectar o alvo e rastreá-lo com uma precisão mínima (algo entre 1 e 2 km, como os radares de baixa frequência da SGM), e esta informação ser usada para guiar aeronaves e mísseis AAe com sistemas de rastreamento e orientação IIR contra ele. Quando o vetor de interceptação chegasse aos 20 ou 25 Km do alvo (no caso de aviões, 4 ou 5 km no caso de mísseis AAe), ainda bem além da precisão dos radares, ele captaria o alvo em seus próprio IIR e completaria a interceptação de forma autônoma.
WalterGaudério escreveu:Ia falar exatam,ente deles. E além do que foi bem colocado acima é necessário destacar que acima de tudo, se trata de sistema essencialmente "passivo". A grosso modo apenas filtra "anomalias"(a própria aeronave "furtiva") em um padrão de radiação. Esse padrão de radiação eletromagnética poderia ser(e é) gerado por, por exemplo, prosaicas emissões de frequência modulada ou/e amplitude modulada.
O Porém do sistema consiste em que as antenas sejam precisamente alinhadas. Do pouco que conheço/estudo é isso.
É exatamente este conceito, similar ao sistema da EADS. Mas ao invés de utilizar as emissões comerciais pré-existentes, que são de diferentes frequências e modos de operação (tornando a detecção e análise das "anomalias" extremamente complicada), utilizaria um padrão gerado por fontes dedicadas, trabalhando em frequências específicas e em modos de operação perfeitamente determinados.
Não sei se neste caso específico haveria problemas com o alinhamento das antenas, porque a análise do padrão de interferência gerado pelos sinais é feita digitalmente e talvez o alinhamento das antenas pudesse ser levado em conta no próprio algorítmo, se é que isso seria necessário. Pelo que sei o problema do alinhamento e sincronização é crítico para os radares biestáticos "convencionais", que operam não pela análise das "anomalias" de um campo eletromagnético distribuído mas sim acompanhando a reflexão das ondas emitidas pelo sistema emissor, que fica longe do receptor, o que pode causar problemas de interações complexas entre os sinais emitido e recebido se o alinhamento e a sincronização não forem precisos.
Mas novamente, não sou especialista no assunto, só estou comentando sobre o que entendi das descrições que já vi destes sistemas.
Abraços à todos,
Leandro G. Card