IMAGENS: Aeronave não tripulada X-47B demonstra toda capacidade de aeronavegabilidade em Edwards
Publicado em 18/07/2012 por Fernando Valduga
A equipe de testes de Edwards realizou com sucesso a avaliação do UCAS-D X-47B antes da aeronave seguir para Patuxent River. (Foto: Chris Neill / U.S. Air Force)
Com o apoio da Equipe de Edwards, a Marinha dos Estados Unidos deu mais um passo rumo a integrar o Demonstrador do Sistema Aéreo Não-Tripulado de Combate (UCAS-D) X-47B nas operações no porta-aviões. A primeira fase de testes, que validou a aeronavegabilidade do X-47B, ocorreu até o dia 15 de maio, após mais de dois anos de testes.
Os teste de vôo em Edwards foram tão bem sucedidos, que a aeronave foi capaz de iniciar os testes de adequação no porta-aviões antes de fazer a viagem numa carreta até a Estação Naval de Patuxent River, Maryland, onde a partir deste trimestre, a segunda fase de testes será realizada.
“O Centro de Ensaios em Voo da Força Aérea dos EUA foi claramente um importante parceiro para a Northrop Grumman e a Marinha”, disse Brooks McKinney, gerente sênio de Relações Públicas da Northrop Grumman. “Foi uma grande equipe, uma equipe muito sólida, positiva, com todos focados em conseguir que a aeronave voasse da melhor maneira e o mais rápido possível.”
A Base Aérea de Edwards continuará a moldar o programa X-47B, enquanto a base irá enviar pessoal de suporte para auxiliar na próxima fase de testes.
“A equipe X-47 da Força Aérea fez um trabalho maravilhoso ao hospedar o programa e ainda deram uma mão nos atuais resultados de testes, proporcionando uma manutenção de classe mundial e testes logísticos e avaliação de apoio”, disse o tenente-coronel Landon Henderson, diretor da Força Combinada de Teste de Vigilância Global. “A Marinha ficou tão impressionada com a equipe de testes da Força Aérea que realmente eles elaboraram um programa para continuarmos ajudando com o programa. A Força Aérea está com a atribuição de logística e equipes de avaliação de testes em tempo integral em Patuxent River e buscamos uma equipe a partir do 412° Grupo de Manutenção em Edwards.”
A aeronave realizou testes de aeronavegabilidade em Edwards, e passou a ser uma aeronave “Experimental”. (Foto: Chris Neill / U.S. Air Force)
Durante o tempo do programa em Edwards, que se estendeu de janeiro de 2010 a maio de 2012, a força combinada de testes foi responsável pela supervisão da gestão do projeto em nome da 412ª Ala e temos certeza que o programa de teste foi integrado com sucesso na comunidade em Edwards.
De acordo com Tighe Parmenter, que é o Gerente de Desenvolvimento de Negócios para o programa UCAS-D, o X-47B voou 23 vezes em Edwards, em várias configurações e de forma impecável realizou todas etapas no envelope de vôo. Outra realização do programa, enquanto em Edwards, foi a demonstração de comando e controlo eficazes, o que permitiu a reclassificação do X-47B de “não comprovado” a “experimental”.
A remota localização de Edwards e seus 308.000 acres de terra, forneceram local, recursos e infra-estrutura ideal para a aeronave X-47B na fase de testes de navegabilidade. De particular importância foi a superfície original de 44 acres do Lago Seco Rodgers, que proporcionou ao programa da Marinha com uma rede de segurança, no caso da aeronave experimentar uma situação de emergência em voo e ser obrigado a pousar.
De acordo com Henderson, quando o X-47B decolava, era imediatamente capaz de entrar no seu atribuído espaço aéreo livre de outro tráfego. Não só esta falta de conflitos em voo reduzia os riscos para outros programas de teste em curso, mas também permitia que a equipe tivesse confiança na capacidade do veículo para o desempenho esperado.
O programa UCAS-D da Marinha dos EUA, que originalmente começou como um programa da Defense Advanced Research Project Agency (DARPA), tenta provar que um veículo autônomo aéreo pode perfeitamente ser integrado as operações altamente estruturadas, rápidas e difíceis a bordo um porta-aviões.
As operações em porta-aviões exigem precisão, decisões calculadas ultra-rápidas, e a capacidade de se comunicar, enviando e recebendo auxílios visuais para realizar com sucesso a missão – um desafio único para o programa UCAS-D.
Com a conclusão bem sucedida da fase de testes de navegabilidade em Edwards, o programa X-47B deu um passo gigante para tornar essa integração possível.
“Nós nos tornamos confiantes no desempenho do avião e começamos a fazer o trabalho de adequação no porta-aviões. Nós simulamos como o teste ocorreria em Patuxent River e no navio”, disse Parmenter. “A aeronave realizou um toque e arremetida e pousos com grande impactos. Também viramos a favor do vento, voltamos ao padrão e depois realizamos todo procedimento padrão para o pouso, que pode parecer bastante normal, mas é bastante incomum para sistemas aéreos não tripulados.”
De acordo com Parmenter, uma vez que o X-47B receba o novo software vai começar a se preparar para duas demonstrações de aproximação em porta-aviões, previsto para Dezembro deste ano e abril de 2013. Durante estes, o X-47B irá validar a sua capacidade de pousar no convés de vôo em movimento de um porta-aviões e facilmente se misturando ao ambiente dominado por auxílios visuais.
A aeronave não-tripulada X-47B seguiu para Patuxent River, onde inicia a segunda etapa de testes. (Foto: Chris Neill / U.S. Air Force)
“O ambiente em porta-aviões é atualmente coordenado por sinais de mão e comunicações de voz. A equipe UCAS-D deve traduzir esse mundo visual em inequívocas instruções digitais para que haja comunicação de precisão em todos os momentos entre a aeronave e o navio, e esteja preparado para responder corretamente a todas as situações”, disse McKinney.
Além disso, uma demonstração aérea autônoma de reabastecimento está programado para 2014.
Com apenas 11 aviões na frota da Marinha dos Estados Unidos, o reabastecimento aéreo iria dar-lhes a capacidade de ir em qualquer lugar do mundo. Além disso, a aeronave sem cauda do tamanho de um caça do X-47 é capaz de transportar uma carga útil de até 4.500 libras, dando a Marinha uma capacidade potencial de ataque.
“A Marinha quer ter certeza de que o avião poderá operar no porta-aviões – e tem que trabalhar certo da primeira vez. O projeto deve ser compatível com porta-aviões e ser absolutamente e perfeitamente integrado ao ambiente do porta-aviões. Não há regras especiais; as mesmas regras de engajamento; o ritmo do convés de vôo; limitações de espaço, desembarque, posicionamento na linha de voo e decolando”, disse Parmenter. “Este avião realmente representa um veículo muito mais autônomo. Estabelece um novo nível de confiança e realmente mostra os avanços da tecnologia.”
Fonte:
http://www.cavok.com.br/blog/?p=52450