GustavoB escreveu:
Interessante vosso colóquio, mas interfiro quanto à parte grifada, penso, oportunamente: em 2011 fará 10 anos e nada de vencer o Talibã. Os caras tão montados em camelos, vivendo em cavernas com suas AK e fundas, vivendo de chá e pão seco e o Grande Satã, com Predator & Cia, não acha uma saída honrosa. Obviamente investir em tecnologia é mais do que necessário, é imprescindível, mas ter os meios para a guerra convencional, para cenários que nossos estrategas desenharam, também o é.
E de marketing o Talibã é imbatível, não?
Interessante a menção ao Predator: é o alvorecer do novo modo de se fazer guerra. Quantos deles já foram abatidos? Supondo-se que algum o tenha sido, isso é manchete do mesmo modo que um Striker recheado de Marines? Marketing...
Me parece óbvio que o Talibã vá vencer pela simples razão que basta-lhe NÃO PERDER! O empate sempre foi a vitória para o defensor. Mas me parece igualmente óbvio que o pessoal que gosta de andar por aí esfolando os outros cedo ou tarde vá se dar conta de seu grande ponto fraco: as baixas!
Na 2GM os ianques perderam quase meio milhão de homens e ninguém chiou; no Vietnam foi um décimo disso e foi um gritedo dos diabos; no Afeganistão é cerca de um décimo do Vietnã e olha só a lambança. Essa gente passa a vida em algum TO, acabam aprendendo. Digo mais, ESTÃO APRENDENDO! O impensável de hoje será o corriqueiro de amanhã, ou achas que os exércitos abriram mão das românticas cargas de cavalaria com sabres e lanças e das cargas de Infantaria à baioneta porque quiseram? A REALIDADE OS FORÇOU!
E a realidade aponta cada vez mais para sistemas que o inimigo até possa destruir mas sem causar baixas, além do que um Soldado custa muito mais financeiramente do que aqueles 600 pilas do Guerra, toda uma infraestrutura tem que ser montada em torno dele para que simplesmente possa EXISTIR, e isso sem falar em quase duas décadas de investimentos em educação, saúde, segurança, etc.
Para teres uma idéia, sequer consigo vislumbrar um caça de linha de frente em 2050 que tenha algum tripulante a bordo pela simples razão que os mísseis estão cada vez mais eficazes, o ÚNICO modo factível - ao menos a meu ver - de expandir bastante a NEZ é tirando o piloto de dentro e acabando com o limite de 9G. O combate será então entre a capacidade de manobra e processamento do míssil versus a do UCAV.
De fato, a guerra perderá de vez o pouquinho de 'romantismo' que lhe restou e os tempos dos Heróis estarão definitivamente acabados. Tratar-se-à apenas de impor a vontade sobre o inimigo ou mentê-lo 'congelado'.
Por exemplo, querem água potável, o Brasil tem sobrando mas não quer vender ou só por um preço absurdamente alto, no entender dos manda-chuvas de lá. Uns mísseis e UCAVs e estamos sem C4ISR. A partir daí vai-se escalando a destruição, geração/distribuição elétrica, água potável, indústria, comércio, serviços, tudo pro beleléu. Mas isso pode parar. Basta ceder ao inimigo e VENDER ao preço que ele considera justo, afinal, vivemos em um mundo capitalista, não? Não se toma as kôzaz, se compra a preço JUSTO! Assim petróleo, assim qualquer kôza. E depois ainda haverão suculentos contratos para a reconstrução...
Essa gente vai se levantar da Crise em que entrou e levou meio mundo junto. E vai estar com fome e sede...
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