AFEGANISTÃO

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: Notícias de Afeganistão

#2431 Mensagem por pt » Seg Set 12, 2011 4:48 pm

Só uns pequenos detalhes:

O Haiti só é comparavel ao Brasil, no campo dos escravos. Os escravos no Brasil, tiveram um tratamento idêntico ao que tiveram os escravos no Haiti.
O Haiti é o resultado de uma revolta contra os franceses, que seria o equivalente a uma vitória dos escravos livres do Quilombo de Palmares contra os portugueses do Brasil (os brasileiros).
Como sabemos isso nunca aconteceu.

Portugal não teve uma política muito diferente da de todas as potências europeias relativamente aos seus territórios ultramarinos. E as diferenças impostas pelos portugueses, explicam a existência do Brasil como nação unificada.
Se tivesse sido de outra forma, tudo seria diferente. Não havia outra forma de garantir o objectivo português de criar um grande espaço fora da Europa, onde o país pudesse encontrar o contra-peso que lhe faltava no velho continente.


= = =

Taliban, é apenas um movimento de lutadores na sua maioria de origem Pastu, do sul do Afeganistão e do oeste do Paquistão. O movimento Talibã é apenas um dos movimentos fundamentalistas dos vários movimentos de lutadores da guerra santa (Mujaedin).

Os Talibã só se têm conseguido expandir com algun significado entre a etnia Pastu e é por isso que há os problemas que todos conhecemos no Paquistão.

Já a Alqaeda, é algo completamente distinto, fruto do extremismo Wahabita árabe.
Não esquecer:
Os afegãos não são árabes.




kurgan
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Re: Notícias de Afeganistão

#2432 Mensagem por kurgan » Seg Set 12, 2011 6:55 pm

12/09/2011 - 17h52
EUA atribuem atentado a base da Otan no Afeganistão à rede Haqqani

WASHINGTON, 12 Set 2011 (AFP) -Os Estados Unidos atribuíram nesta segunda-feira a militantes da rede Haqqani o atentado a bomba de sábado passado contra um quartel da Otan no centro do Afeganistão, no qual duas pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas.

"Acreditamos que os autores do ataque pertencem à rede Haqqani", disse o secretário de imprensa do Pentángono, George Little.

Esta organização, fundada por Jalaluddin Haqqani e aliada dos talibãs, atua a partir do Paquistão e foi acusada de alguns dos ataques contra americanos mais fortes no Afeganistão, incluindo um atentado suicida em uma base dos Estados Unidos na província oriental de Khost, em 2009, que tirou a vida de sete agentes da CIA.

"Há uma possibilidade muito forte de que altos membros da Haqqani tenham apoiado o ataque", acrescentou Little.

Segundo os Estados Unidos, o ataque de sábado, em que um terrorista suicida detonou um veículo cheio de explosivos na entrada da base de Sayed Abad, na província de Wardak, matou duas pessoas e deixou 77 soldados americanos e 25 afegãos feridos.

Outro porta-voz do Pentágono, o capitão John Kirby, indicou que para esta ação foi utilizado "um caminhão com uma grande quantidade de material explosivo".

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... qqani.jhtm




kurgan
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Re: Notícias de Afeganistão

#2433 Mensagem por kurgan » Ter Set 13, 2011 7:43 am

13/09/2011 - 07h41
Talebans atacam embaixada dos EUA e quartel-general da Otan no Afeganistão

UOL Notícias*
Em São Paulo


Um grupo de talebans provocou nesta terça-feira várias explosões no centro de Cabul junto à embaixada dos Estados Unidos e ao quartel-general da Otan, onde no início da tarde teve início um tiroteio, informou uma fonte policial à Agência Efe.

"Pôde ser escutada uma série de explosões seguida de disparos. Estamos investigando os fatos", declarou o porta-voz da Polícia de Cabul, Hashmat Satanikzai.

Além desse ataque, pelo menos 21 insurgentes morreram durante um enfrentamento ainda em curso com as forças afegãs e internacionais na província de Badakhshan, no norte do Afeganistão, informou uma fonte oficial nesta terça-feira.

O porta-voz do governador da província, Abdul Maroof Rasikh, citado pela agência local "AIP", explicou que o choque começou ontem no distrito de Kisham.

Segundo Rasikh, a operação ainda não foi finalizada e nela foram detidos nove talebans, entre os quais estão dois de seus comandantes, Maulvi Ibadullah e Maulvi Sher Haider.

Um porta-voz taleban, Zabiullah Mujahid, negou os dados proporcionados pelo escritório do governador provincial sobre o número de vítimas talebans, mas confirmou à "AIP" que os enfrentamentos entre os dois contingentes seguem em curso.

Mujahid informou que o choque deixou muitas baixas em ambos os lados, mas não entrou em detalhes.

*Com agências internacionais

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... istao.jhtm




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Re: Notícias de Afeganistão

#2434 Mensagem por kurgan » Ter Set 13, 2011 9:35 am

Un comando talibán ataca la Embajada de EE UU y la sede de la OTAN en Kabul
Un comando de insurgentes asalta el centro de la capital, disparando con rifles y lanzando misiles.- Un agente de Policía ha muerto y dos han resultado heridos


DAVID ALANDETE | Kabul 13/09/2011

Un ataque coordinado de insurgentes con misiles contra la Embajada norteamericana y el cuartel general de la OTAN en Kabul, ha vuelto a poner hoy de relieve los graves problemas de seguridad que vive la capital afgana, una zona considerada segura hasta hace unos meses, pero donde los talibanes y sus aliados han incrementado notablemente sus atentados en los meses pasados. Un agente de Policía ha muerto y dos han resultado heridos, según han informado fuentes policiales.

El ataque se ha producido sobre la una de la tarde (10.30 en la España peninsular) en la llamada Zona verde de Kabul, un complejo fortificado donde reside el personal diplomático internacional y donde tiene su sede central el mando de las tropas aliadas en este país. Se la considera la zona más segura del país. Según fuentes militares, los insurgentes han iniciado su ataque abriendo fuego con rifles y lo han culminado con el lanzamiento de misiles.

Diversos testigos en la Zona verde han asegurado que uno de los misiles ha impactado contra un autobús escolar en el que viajaban niños. Además de las víctimas entre la Policía, al menos cuatro civiles resultaron heridos. La Embajada de Estados Unidos ha asegurado que, "de momento, no hay víctimas" entre su personal.

Los insurgentes se han atrincherado en un edificio abandonado frente la Embajada norteamericana y han seguido atacando a las fuerzas armadas aliadas desde allí. Las fuerzas de seguridad afganas han asegurado que podría haber terroristas suicidas entre ellos. El fuego cruzado ha durado dos horas. Soldados de las 11 bases aliadas en Kabul se han desplazado hasta la Zona verde después de que la OTAN emitiera una alerta. Los talibanes han emitido un comunicado en el que han asumido la responsabilidad del ataque. Ese grupo insurgente suele reaccionar de ese modo tras un ataque y suele exagerar el número de víctimas, según un portavoz de las fuerzas aliadas.

Escalada de violencia ante la retirada occidental

Tradicionalmente, el sur y el este de Afganistán han sido las zonas menos seguras del país. Desde la primavera, sin embargo, los insurgentes han convertido a Kabul en su principal objetivo. En abril cuatro suicidas atacaron Camp Phoenix sin provocar víctimas. En junio, en otro ataque suicida, nueve insurgentes mataron a 11 civiles y policías afganos en el hotel Intercontinental, uno de los más lujosos de la zona. En agosto, otros ocho civiles murieron en un ataque coordinado a la oficina cultural de la embajada británica. El sábado, en víspera de la celebración para el aniversario de los atentados del 11-S, los talibanes atacaron con explosivos una base militar en la provincia de Wardak dejando un saldo de cinco trabajadores afganos muertos y 77 militares estadounidenses heridos.

En julio las tropas extranjeras comenzaron a retirarse del país y a transferir gradualmente la competencia de la seguridad a las fuerzas afganas, en un proceso que debe concluir según los plazos previstos en 2014. No obstante, la insurgencia parece encontrarse en un momento de fortaleza y el conflicto recrudeciéndose; 2010 fue el año más sangriento para las fuerzas internacionales y para la población civil desde la caída del régimen talibán hace casi una década.

http://www.elpais.com/articulo/internac ... uint_7/Tes




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EDSON
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Re: Notícias de Afeganistão

#2435 Mensagem por EDSON » Ter Set 13, 2011 1:39 pm

pt escreveu:


Taliban, é apenas um movimento de lutadores na sua maioria de origem Pastu, do sul do Afeganistão e do oeste do Paquistão. O movimento Talibã é apenas um dos movimentos fundamentalistas dos vários movimentos de lutadores da guerra santa (Mujaedin).

Os Talibã só se têm conseguido expandir com algun significado entre a etnia Pastu e é por isso que há os problemas que todos conhecemos no Paquistão.

.
O Talibã é totalmente Wahabita e altamente fundamentalista e é baseado na Sharia que a lei islâmica controlando as funções no seio do povo.




binfa
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Re: Notícias de Afeganistão

#2436 Mensagem por binfa » Qui Set 15, 2011 10:24 pm

EX-SOLDADO QUE SALVOU 36 COMPANHEIROS RECEBE MAIOR CONDECORAÇÃO AMERICANA

Imagem
Dakota Meyer, de 23 anos, será condecorado com o prêmio máximo do Exército nesta quinta-feira

Um ex-soldado americano receberá nesta quinta-feira o reconhecimento militar mais importante dos Estados Unidos. A Medalha de Honra será concedida ao jovem Dakota Meyer, de 23 anos, por ter realizado cinco viagens para resgatar companheiros em meio a um intenso tiroteio após emboscada de insurgentes afegãos em setembro de 2009.

Utilizando somente as próprias forças, o ex-fuzileiro naval salvou 36 vidas, entre eles 13 soldados americanos e 23 afegãos, enquanto cobria as tropas para que pudessem fugir do pesado enfrentamento armado de seis horas contra os talibãs. Outros cinco oficiais dos EUA morreram na batalha.

Além disso, Meyer matou sozinho pelo menos oito extremistas apesar de apresentar ferimentos, informou o Exército. O presidente Barack Obama outorgará a medalha ao ex-oficial em uma cerimônia na Casa Branca para converter o jovem no primeiro de sua patente a receber o prêmio por ações no Afeganistão e no Iraque.

Meyer, que deixou o Exército depois de viajar aos dois países em guerra, voltou aos EUA para trabalhar em uma construção rural na pequena comunidade de Greensburg, no Kentucky. O jovem admite o choque de ser condecorado e receber a atenção nacional. Enquanto o chamam de herói, Meyer relembra que também viu amigos próximos morrerem na guerra.

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora ... 488549.xml




att, binfa
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REgistro Nacional de DOadores de MEdula nº 1.256.762
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Re: Notícias de Afeganistão

#2437 Mensagem por Anton » Dom Set 18, 2011 10:11 am

La derrota se llama Afganistán

Un reportero de El PAÍS empotrado en el ejército de EE UU comprueba el fracaso en la reconstrucción de un país devastado

Martes, una de la tarde. Polvo y ráfagas de calor asfixiante barren Kabul. El teniente de la Guardia Nacional Michael Orourke se reúne con un destacamento de sus hombres para salir a pie, con un intérprete, a Udkhel, una aldea aledaña a la base regional de Camp Phoenix. Es una misión militar, pero su objetivo y sus medios son muy distintos a lo que cualquier soldado pudiera esperar en un país que ya lleva 10 años en guerra.

La finalidad de la misión de Orourke es que sus hombres le protejan mientras se sienta a dialogar con un líder tribal. "Normalmente llegamos a la aldea un pequeño grupo y el intérprete", explica el teniente. "Nos sentamos con el líder tribal. Dialogamos con él. Tratamos de darle un empujón para que mantenga sus infraestructuras, sin prometerle demasiado. Es un pequeño tira y afloja".

Esa es la nueva estrategia bélica de Estados Unidos en Afganistán, sobre todo en zonas relativamente seguras como Kabul. Por necesidad, ante la inminente retirada, la artillería pesada ha dejado paso al intento de construir una nación desde cero. El trabajo es difícil. Para muchos, de hecho, es imposible.

Una década y 33.000 muertos después, el frente afgano es un lugar arrasado, hostil e ingobernable. Más allá de las barricadas de la zona verde de Kabul, donde viven los diplomáticos, solo hay vida decente en bases como esta. Aquí hay aire acondicionado en los barracones, y hasta tiendas y cafeterías. Afuera solo hay miseria. En los márgenes de la carretera, lo único que se ve son niños entre las escombreras y caminos a ningún lado. Es aquí donde salen regularmente estos soldados a pie, a encontrarse con los líderes tribales.

Reiteran estas tropas que Kabul es una zona segura. "No hay una insurgencia en Kabul. Hay delincuencia, como en todos los lados. Y de eso ahora se encarga la Policía Nacional Afgana, que está mejorando", explica el sargento Travis Senseny, que coordina los puntos de acceso de automóviles a la base y que ha prestado servicio en nueve provincias del país. "Eso no es el este o el sur, más hostil. Esta zona puede ser amistosa".

A pesar de ello, esto es la guerra. Todo soldado que sale de la base lo hace armado hasta los dientes: rifle, munición, chaleco antibalas y casco. Más de 30 kilos de peso en un día como este, a 35 grados. En estas misiones, el principal obstáculo son los niños, que, a centenares, piden cualquier cosa que les caiga a las manos. De la aldea, a veces, cae alguna pedrada. Otras, el mayor impedimento es atravesar un arroyo de agua putrefacta.

Afuera de las 11 bases que los aliados tienen en la provincia de Kabul no hay desagües. Esto no es Irak, donde había sociedad civil antes de la invasión. Afganistán lleva siendo arrasado, una y otra vez, desde 1978. En todo el país solo hay una vía ferroviaria: mide 200 metros y sirve para que paren los trenes que vienen de Uzbekistán. Un 78% de las carreteras no están asfaltadas, a pesar de una inversión occidental de mil millones de euros para ello.

La carretera que conduce desde el aeropuerto hasta aquí -de las más usadas de la zona y el inicio del camino al bastión talibán de Jalalabad- es un tramo plagado de baches. Junto a Udkhel hay cementerios improvisados, y junto a ellos, grandes bloques de hormigón. Son fragmentos inacabados de infraestructuras abandonadas. Hay muchas. Dinero occidental tirado en la cuneta. Aquí, la lealtad es algo muy volátil. La determinación de construir y mantener instalaciones tan elementales como un depósito de agua, también.

Los mandos militares, miembros del ejército más poderoso del mundo, se han dado cuenta de que es imprescindible hacer algo más que disparar. Son estos soldados los que ahora han recibido el encargo de erigir desde cero las instituciones e infraestructuras más básicas. "La parte humanitaria es de las más importantes que hacemos en esta base. Nos sentamos a negociar con ellos. Vemos cómo llevan los proyectos pagados con dinero extranjero", explica una portavoz oficial de la brigada Yankee número 26 de la Guardia Nacional, que gestiona la base hasta el año que viene. "Nuestro lema es prometer demasiado pero luego entregar más de la cuenta".

Este es un ejército en retirada. Sus mandos dicen haber aprendido de los errores. "La esencia misma de la contrainsurgencia aquí es ganarse la confianza de la población, lo que te otorga información valiosa y una vía a la victoria final", explica el teniente George Gay. "Si no lo haces, te alejas de la población, y esta acaba apoyando a la otra parte. Durante todo el tiempo que hemos estado aquí, no siempre hemos comprendido cómo son las cosas aquí, y eso ha hecho que muchos civiles acabaran apoyando a los talibanes".

No todos tienen la paciencia que demuestra el teniente Gay. Muchos de los 11.000 soldados que hay en las 11 bases en Kabul no han disparado un solo tiro desde que llegaron aquí. Las tropas jóvenes salen en misiones como estas con resignación, aunque sus jefes les repiten que son cruciales. Pero el ansia de la guerra no se aparta esquivando una pedrada. Algunos quieren sentir la adrenalina de estar en la línea de fuego, en una guerra en la que, últimamente, los insurgentes se limitan a perseguir a civiles y se suicidan en esos intentos.

"Me gusta la lucha", explica el soldado José Sánchez, que ya prestó servicio en la Guardia Nacional en Irak en 2009 y que ha venido a Afganistán este año. En EE UU, en su vida civil, se dedica a la pelea en jaulas. Ahora mismo registra camiones que entran a la base. Quiere ir al sur, donde aún hay una línea de combate clara. "Para eso me apunté en el ejército. Lo veo difícil porque la guerra se está acabando. Y los enemigos se esconden. No atacan como deben atacar. La situación en la que está esta guerra es buena para esos soldados que se quieren ir", añade. En teoría, les quedan aún tres años aquí. Este verano se han retirado ya 1.600 soldados de la Guardia Nacional y del Cuerpo de Infantería de Marines. No los ha reemplazado nadie. Hay 101.000 tropas de EE UU en esta guerra y se espera que 33.000 estén de regreso en un año. El plazo final para marcharse, marcado por el presidente Barack Obama, vence en 2014. Esa decisión no es muy popular entre las tropas. Estos hombres no lo dicen abiertamente, pero consideran que el trabajo que queda por hacer aquí puede durar muchos años más.

Es un hecho patente que este país no está preparado para tomar las riendas de su propia seguridad. Las defecciones -25.000 entre enero y junio- son moneda corriente entre los 300.000 soldados afganos, que se quejan de turnos de trabajo imposibles y pagas miserables. En ocasiones, se alían mortalmente con el que se supone que es el enemigo. En abril, un soldado afgano abrió fuego contra las tropas norteamericanas en la parte militar del aeropuerto de Kabul. Ocho soldados de alto rango murieron.

El gran problema, sin embargo, son los civiles. "El éxito de los americanos aquí defendiendo sus posiciones es tal que ha llevado al enemigo a atacar objetivos civiles. Cuando lo hacen, es una gran pérdida para nosotros, porque se entiende como un fracaso en la defensa de la población. Y para ellos, sea como sea, siempre es un éxito, porque demuestra que tienen una gran presencia en zonas urbanas", explica el teniente Gay. "Nosotros debemos ganar el 100% de las veces. A ellos solo les basta con ganar una sola".

El martes, a la una y media, después de que el teniente Orourke repase la ruta y la composición del escuadrón y establezca las pautas de seguridad para encontrarse con el líder tribal en Udkhel, las alarmas suenan en Camp Phoenix: "Atención Camp Phoenix. Atención Camp Phoenix. Ha habido un ataque. Repórtense a la cadena de mando". En este preciso instante queda patente lo problemática que será la retirada norteamericana y lo dificultosa que será la asunción de responsabilidades por parte de las tropas afganas.

Seis insurgentes han atravesado, disfrazados con burkas, todos los filtros de seguridad en la zona verde de Kabul. Se han atrincherado en un edificio a 300 metros de la embajada norteamericana y están atacándola con granadas y rifles de asalto. Otro comando ha activado chalecos explosivos contra diversos puestos de la Policía Nacional Afgana. Kabul -o mejor dicho, la zona diplomática de Kabul, fortificada y segura- entra en un caos que ya es habitual aquí. Civiles occidentales refugiados en búnkeres. Ciudadanos afganos masacrados. Alarmas que paralizan toda la actividad de una ciudad de la que se decía que era segura.

El teniente Orourke manda romper filas. Los hombres se reportan a la cadena de mando. Algunos de ellos se desplazan en convoyes de la Fuerza de Reacción Rápida hasta la zona verde. Allí, de nuevo, son espectadores. Contemplan, listos para pasar a la acción, cómo las fuerzas afganas despejan el edificio, sembrado de explosivos. Tardan 20 horas en cumplir su misión. "Si hubiéramos sido nosotros, eso se hubiera resuelto en cinco minutos", asegura posteriormente, de vuelta a la base, un soldado de la Guardia Nacional, que prefiere no revelar su nombre. "Si todo lo hacen a ese ritmo, no sé cómo nos vamos a marchar".

Afganistán, la guerra más larga de EE UU, no es Irak, de donde las tropas se marcharon el año pasado. Aquí no hay un Estado, más allá de las pocas manzanas de la zona verde. "Aquí no hay personas que hayan recibido educación secundaria y universitaria, como en Irak. Esa gente puede tomar decisiones que no son las más adecuadas", explica el sargento John Fernández, que vino a Afganistán por primera vez en 2007, a entrenar a la policía fronteriza.

"Es el efecto de décadas de guerra. Los rusos, los señores de la guerra, los talibanes... todo eso ha tenido un impacto. Se ve en el estado en el que se encuentra este país. Debemos solucionar eso en el largo plazo. Y será una tarea larga y compleja. Y el que diga que no, se está engañando. Podemos irnos de aquí, pero si lo hacemos, debe ser porque dejamos un país mejor al que nos encontramos. Si no es así, podríamos tener que regresar en el largo plazo".

No hace falta más que llegar desde esta base hasta la zona verde para darse cuenta de la miseria que hay más allá de la burbuja diplomática. Estas calles, sin asfaltar; son un coladero de insurgentes. Estos son capaces de sortear todos los obstáculos y puestos de control para llegar adonde más le duele a EE UU: la imagen de que la capital es segura. Porque si en tantos años este ejército ni siquiera ha podido asegurar Kabul, una ciudad que siempre fue hostil a los talibanes, poco habrá logrado en realidad.

El del martes fue uno más en una serie de ataques recientes. En junio, el objetivo fue el hotel Intercontinental, un señorial refugio extranjero aquí. Las víctimas fueron 11. En agosto le correspondió a la oficina cultural de la embajada británica. Otros ocho muertos. Estos insurgentes, que se jactan de haber debilitado así al invasor extranjero, solo han logrado matar a ciudadanos afganos, entre ellos niños.

Muchos terroristas llegan de Pakistán, al este, a través de una frontera casi abandonada. Otros entran por el oeste, desde Irán, para comprar y vender armas y opio, con el que financian su campaña de terror.

Allí entrenó a soldados el sargento Fernández, que en su vida civil sirve también en la policía de frontera norteamericana. "Lo más importante es que el soldado no se sienta abandonado, que sus condiciones sean dignas", explica. "Asegurar la frontera, en definitiva, es crucial, porque por ahí llegan insurgentes y dinero".

La porosidad de la frontera oriental es un grave problema para este país. Ha permitido que el centro de la insurgencia, desde el que se planifican estos ataques, se haya trasladado a Pakistán. Mientras estos soldados pasan sus días tratando con civiles, es la CIA la que, desde puestos secretos, lanza misiles no tripulados contra Al Qaeda en el país vecino. Así murió Osama Bin Laden en mayo, y así cayó el nuevo número dos de la red terrorista, Atiyah Abd al Rahman, en agosto.

Ese es el problema de esta guerra: que se está librando en otro sitio. Y que a un ejército experto en grandes luchas se le ha encargado ahora crear desde cero una sociedad civil que, simplemente, no existe. Unos soldados jóvenes vienen, armados hasta los dientes, a contemplar con extrañeza una sociedad a la que no comprenden, y a la que otros no la han dejado levantarse sola desde que aquí se tiene memoria.




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Re: Notícias de Afeganistão

#2438 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Set 20, 2011 7:36 am

GNR sofreu ataques "de Abril a Junho" no Afeganistão

Os instrutores da GNR que apoiam a formação da polícia afegã estiveram quase diariamente debaixo de fogo de Abril a Junho, revelou o comandante do contingente militar português no Afeganistão. «Desde Abril, o quartel onde actua a GNR em Wardak, 80 km a Sul de Cabul, foi atingido por 'rockets' e granadas de morteiro, disparadas a 3-5 km de distância», afirmou, em entrevista à Agência Lusa, o coronel Fonseca Lopes, garantindo que nenhum dos 15 militares da GNR foi atingido.

«Os ataques eram diários, várias granadas caíram no interior do quartel e a situação tornou-se crítica», acrescentou.

Além dos ataques, a área de Wardak conta ainda com «a ameaça de inúmeros IED»[acrónimo, em inglês, de Improvised Explosive Device, ou bombas improvisadas], contou o oficial, e este conjunto de problemas chegou a «condicionar» seriamente o trabalho da equipa de instrutores da GNR.

A situação agravou-se pelo «atraso de cerca de dois meses na reacção aos ataques dos insurretos [talibãs]», explicou o coronel Fonseca Lopes.

A área de Wardak, formalmente da responsabilidade das forças de segurança afegãs, conta com o apoio de duas unidades norte-americanas, mas foram necessárias aturadas negociações para mobilizar uma reacção aos ataques.

«Teve que haver imposição de Portugal e de França e contactos ao mais alto nível com o SHAPE [comando aliado da NATO na Europa] até finalmente se garantir uma reacção», contou o comandante da FND (Força Nacional Destacada) portuguesa no Afeganistão.

«A partir de Julho, a situação acalmou um pouco, em Agosto voltou a agravar-se», mas nas últimas semanas «a situação melhorou de novo», descreveu o oficial.

«A GNR passou sem dúvida um mau bocado», afirmou o coronel Fonseca Lopes.

A situação vivida pela GNR foi a excepção numa missão próxima do fim – o contingente português será rendido já em Outubro – e que decorreu sem incidentes.

«Em geral, a missão decorreu sem incidentes, graças em boa medida à intensa actividade operacional da componente de segurança da nossa força destinada a prevenir quaisquer incidentes», sublinhou comandante da força portuguesa.

Os ataques dos talibã na área de Cabul desde o início do ano e a aproximação do 10.º aniversário do 11 de Setembro impuseram algumas medidas de segurança às unidades da ISAF, mas que passaram no essencial pela «restrição dos movimentos entre as bases e unidades ao estritamente indispensável».

Em território afegão estão actualmente 227 militares nacionais, 15 dos quais da GNR, que ao serviço da NATO integram o grupo de formadores internacionais que treinam as forças afegãs.

A presença de forças portuguesas em território afegão surge por decisão da Organização das Nações Unidas (ONU), que deliberou em Dezembro de 2001, a criação de uma Força Internacional de Apoio à Segurança (ISAF) no âmbito do combate ao terrorismo e que a NATO assumiu o comando.

O balanço do comandante militar português quanto à situação global de segurança no país para o futuro é reservado e levanta dúvidas sobre o que «poderá acontecer depois das tropas da NATO» em 2014.

«Desde Abril, assiste-se a um claro agravamento da situação com um crescimento nítido do número e intensidade dos incidentes em todo o país, que atingiu o seu máximo nos meses de Junho e Julho», disse Fonseca Lopes.

E tudo indica que «depois do inverno, na próxima primavera, se irá assistir a uma nova escalada».




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: Notícias de Afeganistão

#2439 Mensagem por FoxTroop » Ter Set 20, 2011 9:44 am

Yep..... debaixo de fogo...... diariamente.............a assar frangos para a guarnição toda....... :roll:




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Re: Notícias de Afeganistão

#2440 Mensagem por FOXTROT » Ter Set 20, 2011 2:57 pm

terra.com.br

Ex-presidente afegão morre em atentado em Cabul
20 de setembro de 2011


O ex-presidente afegão Burhanuddin Rabbani foi morto no início da noite desta terça-feira na capital do país, Cabul, disse uma autoridade policial. Ele dirigia o alto Conselho da Paz no Afeganistão, órgão empenhado em negociar uma solução política para o fim da guerra no país.

Apesar da segurança reforçada no local onde fica a casa de Rabbani em Cabul, um distrito que abriga as embaixadas, o ataque contra ele ocorreu apenas uma semana depois de uma ofensiva de 20 horas nos limites da área.

"Rabbani foi martirizado", disse à Reuters o chefe do Departamento de Investigação Criminal da Polícia de Cabul, Mohammed Zahir. Ele não deu mais detalhes sobre o atentado, mas um porta-voz da chefia de polícia da cidade, Hashmatullah Stanikzai, declarou que "provavelmente" foi um ataque-suicida.

Um alto conselheiro do presidente afegão, Hamid Karzai, ficou gravemente ferido no atentado que matou Rabbani, disse uma fonte na chefia da polícia. "Masoom Stanekzai está vivo, mas seriamente ferido", afirmou a fonte, que não quis ser identificada por não ser autorizada a falar à imprensa.




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: Notícias de Afeganistão

#2441 Mensagem por FoxHound » Ter Set 20, 2011 3:52 pm

Afeganistão - As coisas voltam ao início
O próximo outono marca o décimo aniversário do início da guerra norte-americana e de seus aliados contra o Talibã. Essa é uma hora oportuna para refletir se os líderes e comandantes militares ocidentais aprenderam as lições da presença armada da URSS.
As duas campanhas têm muito em comum, mas também apresentam diferenças. A principal delas é que, em 1979, Moscou enviou suas divisões militares para proteger um regime amigo de forças hostis e evitar que o Afeganistão saísse de sua esfera de influência; as tropas ocidentais, por sua vez, estão comprometidas a destruir bases terroristas. O primeiro caso representou um episódio de confronto global entre o bloco socialista e praticamente o resto do mundo, um acontecimento que definiu o último momento da Guerra Fria. Já a presente guerra se trata de uma resposta da Casa Branca aos ataques de 11 de setembro.

Há 32 anos, quando os generais da União Soviética se viram em um país vizinho, nem sequer se preocuparam em providenciar alojamento básico para suas unidades. E por que deveriam? Supunha-se que iriam rapidamente derrotar os bandos das guerrilhas islâmicas com suas armas obsoletas e retornar para onde tinham permanentemente estacionado. Em pouco tempo, ficou claro que os barbudos mujahidin eram apenas a ponta do iceberg e que por trás deles havia recursos colossais dos Estados Unidos, Arábia Saudita, China, Paquistão, Egito, Israel e uma infinidade de outros Estados que aproveitaram ao máximo a oportunidade para declarar a União Soviética um “império do mal”, colocá-lo em uma longa guerra de atrito e, por fim, vencer a Guerra Fria. Atualmente, a coalisão que está combatendo o Talibã e a Al-Qaeda tem, pelo contrário, o apoio de praticamente o mundo inteiro, inclusive da Federação Russa.

Porém, quais são os traços comuns? Há 32 anos, assim que entraram em Cabul, as forças soviéticas começaram liquidando Hafizulla Amin, chefe da liderança afegã; Amin era suspeito de colaborar com a CIA. Babrak Karmal assumiu a posição e foi meticulosamente instruído pelo Kremlin sobre como governar o país “corretamente”. A invasão dos EUA e da Otan também foi precedida pelo assassinato político de Ahmad Shah Massoud, o único afegão que naquela época tinha chances de se tornar um líder nacional genuíno. A história oficial é de que forças armadas próximas ao Talibã planejaram o crime, mas, ao conversar com pessoas instruídas em Cabul, percebe-se que poucas delas dão crédito a essa versão. Na verdade, Massoud tinha resistido por muito tempo e com sucesso aos ataques de radicais e era definitivamente considerado um de seus piores inimigos, mas todos sabem que ele jamais teria concordado em ver soldados estrangeiros em sua terra.

A verdade é que naquele momento Massoud não convinha a ninguém – nem aos norte-americanos nem ao “mulás”, e muito menos aos membros de seu círculo, que queriam apenas usufruir das recompensas da vitória da Jihad. O modo como o assassinato foi organizado e as evidências foram acobertadas mostra que profissionais sérios trabalharam no caso. O Talibã? Não parece um trabalho deles.

Seja como for, os fatos depois prosseguiram no mesmo cenário: foi a Casa Branca que instalou Hamid Karzai no Palácio de Ark, antiga residência dos monarcas afegãos, e fez de tudo para torná-lo legítimo aos olhos de seus próprios cidadãos.

Os soviéticos, especialmente nos primeiros anos, impuseram ao Afeganistão suas próprias ideias de estrutura de Estado e vida pública. Os norte-americanos, com uma obstinação suicida, estão cometendo os mesmos erros, tentando em vão enxertar seus "valores democráticos" nos pachtuns, tadjiques, cazares e os outros habitantes das montanhas selvagens.

O aparecimento de unidades da Otan e da Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF, da sigla em inglês) no Afeganistão, assim como a invasão do "contingente soviético", gerou um forte estímulo aos conflitos de guerrilha. Por mais estranho que possa parecer, quanto mais forças a coalisão acumulou do outro lado do rio Panj, pior se tornou a situação política e militar da região. Basta olhar as estatísticas de ataques terroristas, os números de vítimas e o mapa de territórios controlados por forças da oposição.

O Ocidente jamais irá alcançar a vitória no Afeganistão por meios exclusivamente militares.

Os russos também fracassaram, mas possivelmente atingiram muitas de suas metas: depois de a Rússia deixar o Afeganistão, o regime do presidente Najibulla permaneceu firme por mais três anos contra os ataques violentos dos mujahidin, que recebiam apoio do mundo islâmico e do Ocidente. O regime de Najibulla entrou em colapso logo depois da queda da URSS.

Em outras palavras, Moscou conseguiu concretizar aquilo que o Ocidente ainda tem que alcançar: criar um governo viável, para formar, armar e treinar o exército e a polícia, e, assim, assegurar o controle da maior parte do território do país. O fator Najibulla também deve ser levado em conta. Ele foi um governante forte, reconhecido pelas tribos independentes pachtuns e pelas minorias étnicas do norte do Afeganistão. Não é por acaso que eles gostariam de ter Najibulla de volta: ele seria um líder ideal para o Afeganistão nos dias de hoje. Quanto a Hamid Karzai, ainda não é possível afirmar se ele tem a mesma competência.

O preço pago por Moscou pelo seu sucesso é um assunto completamente diferente. Muitos acreditam que a guerra contra os mujahidin provocou um efeito paralisante na economia, enfraqueceu a confiança, diminui drasticamente o apoio ao regime soviético no mundo todo e, por fim, precipitou a queda do mundo comunista e da URSS. O preço é ainda grande demais para ser colocado de lado, mas a segurança de toda a civilização ocidental está em jogo.

Meus colegas estrangeiros me perguntam por que tantos afegãos, mesmo os antigos mujahidin, têm boas recordações dos russos e, ao mesmo tempo, não demonstram nenhum sentimento caloroso por aqueles que hoje arriscam suas vidas para defendê-los do Talibã e da Al-Qaeda. Eu acho que a resposta é óbvia. O segredo é que nós não apenas combatemos os fundamentalistas, mas investimos bilhões de dólares em vários projetos de construção. Quase tudo que o Afeganistão possui hoje – estradas, pontes, túneis, fazendas, escolas, elevadores de grãos, bairros residenciais – foram construídos por ou com assistência dos soviéticos. Dezenas de milhares de afegãos foram educados na Rússia e em outras repúblicas soviéticas. Tais coisas não são facilmente esquecidas. Hoje, esse é o único jeito de reverter a situação. Operações militares “cirúrgicas” devem ser acompanhadas de importantes projetos de infraestrutura que mudem a cara do país e a mentalidade de seu povo.

No início dos anos 90, era comum ouvir pessoas na Rússia dizendo que “mandar tropas para o Afeganistão era um erro trágico, mas deixá-las partir do país era um crime imperdoável”. A mensagem é que não tínhamos o direito de deixar a nação à mercê de extremistas . Ganhar a Jihad acabou se tornando uma vitória de Pirro: caos, guerra civil e ainda mais vítimas, que culminaram com a tomada do poder pelo Talibã, transformando o Afeganistão no centro do terrorismo internacional. Há 25 anos, esse foi o resultado do conflito ou, se quiserem, a consequência lógica da Guerra Fria. Hoje o mundo é diferente. Mas o perigo não diminuiu.
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Re: Notícias de Afeganistão

#2442 Mensagem por FoxHound » Ter Set 20, 2011 3:53 pm

Afeganistão - A má interpretação de duas guerras distintas
Muitos escritores resolveram dizer que os Estados Unidos estão repetindo os mesmos erros cometidos pela Rússia no Afeganistão, enquanto as diferenças são visíveis.
Faz algum tempo que muitos escritores russos e estrangeiros resolveram dizer que os Estados Unidos estão repetindo os mesmos erros cometidos pela Rússia no Afeganistão. Embora nenhum deles tenha sido capaz de sustentar tal comparação, esse não é o fato mais importante em qualquer análise comparativa sobre as duas guerras no referido país. Em um diagnóstico mais detalhado, esse argumento é uma leitura fácil e superficial, geralmente inspirada pelo prazer em rir das dificuldades norte-americanas ou uma tentativa de promover uma justificativa tardia ou operação de resgate da guerra da União Soviética no Afeganistão. As analogias entre as duas guerras pertencem a fenômenos menores, enquanto as diferenças são claramente visíveis nos mais importantes níveis estratégicos e operacionais.

Em primeiro lugar, a guerra de Moscou foi uma invasão soviética sem justificativa a um país dilacerado pela guerra civil, para salvar um grupo de fanáticos e oportunistas que pensaram ser capazes de transformar o Afeganistão em um Estado socialista. Moscou, em seguida, agravou o erro, ao cair no truque do mesmo argumento. Consequentemente, a invasão soviética do Afeganistão não só causou alarde na sociedade e suscitou críticas por todo o mundo, como incentivou o nascimento de uma aliança internacional contra Moscou que muito contribuiu para dar um fim definitivo à invasão. A guerra dos EUA (agora liderada pela Otan) é bem diferente. Foi e continua sendo uma resposta defensiva aos ataques de 11 de setembro promovidos pela Al-Qaeda e à determinação do Talibã de proteger essa organização. Desse modo, enquanto a invasão soviética nunca teve legitimidade internacional e estimulou um forte movimento contra si, é exatamente a situação oposta que caracteriza a guerra dos EUA e da Otan. Essa guerra, apesar do interminável combate, nunca teve sua validade questionada e deu origem a uma aliança internacional contra o Talibã.

Em segundo lugar, as forças soviéticas não só apoiaram a campanha nacional no Afeganistão para construir o socialismo, mas alienaram a população, devastaram o país e forçaram milhares de afegãos instruídos a sair do país, tornando-os refugiados no exterior. No caso da guerra norte-americana, ocorreu exatamente o contrário. Os refugiados retornaram ao país, levando consigo suas aptidões e capital pessoal. Além disso, apesar da guerra, o comércio do Afeganistão com seus vizinhos está crescendo, governos estrangeiros como a China estão investindo na região, e o número de meninas e meninas nas escolas também está aumentando. Estradas estão sendo construídas, e infraestrutura, desenvolvida. Mesmo com todas as dificuldades e carências que continuam a assolar o país como resultado da guerra, tais indicadores não atestam um fracasso total e podem ser positivamente comparados à destruição causada pela ocupação soviética entre 1979 e 1989.

Em terceiro lugar, as forças soviéticas foram derrotadas e tiveram que vergonhosamente deixar o país. Elas não foram capazes de conter a resistência nem qualquer um de seus líderes e integrantes. Na campanha dos Estados Unidos e da Otan, as forças aliadas tornaram a Al-Qaeda vulnerável mesmo antes de Osama Bin Laden ser morto em maio de 2011. A liderança do Talibã também foi desmantelada, com muitos de seus dirigentes mortos. Ainda que o Talibã triunfe quando as forças norte-americanas e aliadas deixarem a região depois de 2014, está absolutamente claro que a rede terrorista não chegará nem perto de ser tão eficaz quanto era uma década atrás. E não existe certeza alguma de que o Talibã pode ou irá retomar o controle em 2014.

Tais afirmações não estão fundamentadas por análises nem apoiadas em evidências; tratam-se apenas de especulação ou pensamento positivo. Na verdade, a alegação de uma possível retomada, frequentemente feita no contexto da analogia entre as forças soviéticas e as da Otan, geralmente revela o preconceito do interlocutor.

Por último, a afirmação de que a Otan e os EUA estão meramente repetindo os erros da URSS cai por terra quando se compara as forças norte-americanas e soviéticas. As forças soviéticas nunca se adaptaram às demandas armamentistas de um ambiente como o Afeganistão e não promoveram mudanças substanciais em suas táticas e estruturas. Os jornais militares soviéticos escreveram pouco sobre a guerra em que estavam envolvidos e tentaram esquecê-la desde então, preferindo se concentrar no potencial combate de larga escala da Europa e do Leste Asiático contra a Otan.

Durante os vinte anos posteriores à batalha, as forças armadas soviéticas se abstiveram de realizar reformas e introduzir conhecimentos importantes, chegando ao ponto de Nikolai Makarov, chefe do Estado-Maior do Exército, ter recentemente condenado a Academia do Estado-Maior do Exército por não acompanhar o caráter mutável das guerras, disseminando um conceito arcaico e inaplicável de guerra contemporânea. Apesar da tentativa de reforma no início de 2008, a iniciativa, promovida com a intenção de tornar o exército russo capaz de lutar em combates como a atual guerra do Afeganistão ou se envolver em conflitos como os de Israel contra o grupo xiita libanês Hezbollah, em 2006, e do Hamas, em 2008 e 2009, a literatura russa ainda não discute adequadamente os desafios apresentados por conflitos desse gênero ou estimula um debate aberto dos documentos globais sobre esse tipo de guerra.

Essa estagnação, obstrução aos esforços de reforma, e falta de receptividade ao novo pensamento realmente não caracterizam a resposta militar dos EUA. É claro que as instituições militares não mudam num piscar de olhos. No entanto, o exército norte-americano tem passado pela difícil transição para se tornar uma força treinada para ações contra insurgentes.

O país aprendeu lições dolorosas e trágicas no Iraque e no Afeganistão, enquanto o Exército Vermelho se recusou a aprender com essas guerras ou a desenvolver novas rotinas de treinamentos que atendam as suas demandas específicas. Os Estados Unidos publicaram grandes trabalhos em níveis táticos, operacionais e estratégicos, dando orientação aos comandantes e tropas sobre como conduzir operações de combate à insurgência com base nessas guerras, e que também podem ser aplicadas a elas. Além disso, contribui muito ao promover um debate aberto em suas publicações militares sobre tais assuntos. Na verdade, há críticos nos EUA afirmando que o exército do país está perdendo sua capacidade de lutar em outros tipos de conflito armado devido à recente ênfase nos combates contra insurgentes.

Sem dúvida existem muitos casos em que as forças norte-americanas e aliadas podem ter imitado os erros soviéticos, e existem semelhanças importantes, especialmente em relação à posição do Paquistão como um santuário para os talibãs e para os mujahidin entre 1979 e 1989. Mas mesmo nesse aspecto, a postura do Paquistão na presente guerra, ainda que prejudicial, tem sido mais ambivalente do que naquele período, pois o país tem sido obrigado a realizar operações sérias contra o Talibã e seus aliados de tempos em tempos. Portanto, qualquer pessoa que argumente que Washington e Bruxelas estão simplesmente repetindo os mesmos erros de Moscou durante seu envolvimento de uma década no Afeganistão precisa apresentar melhores evidências e uma análise mais sólida do que foi exposto até agora.

Nada disso inibe a possibilidade do Talibã realmente prevalecer, especialmente quando os EUA e a Otan retirarem suas forças. Mas esse resultado certamente não será garantido agora. Moscou e aqueles que argumentam em seu nome contribuiriam mais se produzissem e divulgassem análises concretas da guerra da Rússia no Afeganistão, além do aprendizado que o país e os demais deveriam tirar daquela experiência.

Afinal, se formos julgar pela conduta de Moscou na sua própria operação contra insurgentes no Cáucaso do Norte, o exército russo ainda tem muito o que aprender. Por mais que as elites militares russas queiram esquecer seu passado no Afeganistão, apagar tudo sem tirar uma lição não é uma resposta adequada aos desafios estratégicos do nosso tempo.



Stephen Blank é professor do Instituto de Estudos Estratégicos do Colégio Militar de Carlisle Barracks, na Pensilvânia. Os pontos de vista aqui expressos não representam a opinião do exército, do departamento de Defesa ou do governo dos EUA.
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Re: Notícias de Afeganistão

#2443 Mensagem por FOXTROT » Qui Set 22, 2011 5:36 pm

Estão cada vez mais encurralados! :twisted:
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Tensão entre EUA e Paquistão aumenta após ataque no Afeganistão
22 de setembro de 2011

Os Estados Unidos e o Paquistão se aproximaram de uma confrontação aberta nesta quinta-feira, com o principal oficial militar dos EUA no país acusando a agência de inteligência do Paquistão nos termos mais fortes até então de envolvimento na violência contra alvos norte-americanos no Afeganistão.
O almirante Mike Mullen classificou a rede militante Haqqani de um "braço genúino" do poderoso serviço de inteligência do Paquistão, o ISI, que, segundo ele, apoiou o ataque do grupo na semana passada contra a Embaixada dos EUA em Cabul, um golpe para os esforços dos EUA para trazer a guerra do Afeganistão a um fim pacífico.

O ministro do Interior do Paquistão, Rehman Malik, rapidamente rejeitou as acusações dos EUA de ligações de Islamabad com o Haqqani, um dos grupos rebeldes mais temidos que operam no Afeganistão.

Malik também advertiu contra um ataque terrestre unilateral dos EUA ao Haqqani, que tem bases em regiões tribais não alcançadas pelo governo do Paquistão.

"A nação do Paquistão não permitirá operações em nosso solo, nunca. Nosso governo já está cooperando com os EUA... mas eles também devem respeitar a nossa soberania", disse Malik em uma entrevista à Reuters.

As duras palavras parecem representar uma nova baixa nas relações entre EUA e Paquistão, que mal haviam começado a se recuperar do ataque surpresa das Forças Especiais dos EUA que matou Osama bin Laden na cidade paquistanesa de Abbottabad em maio.

As tensões podem ter repercussões em toda a Ásia, da Índia, arquirrival do Paquistão, à China, que tem se aproximado do Paquistão nos últimos anos.




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: Notícias de Afeganistão

#2444 Mensagem por Anton » Qui Set 22, 2011 8:12 pm

A Índia deve estar gostando disso, o Paquistão parou de encher o saco deles. :twisted:




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Re: Notícias de Afeganistão

#2445 Mensagem por P44 » Sex Set 23, 2011 10:14 am



Primeiro-ministro paquistanês reage a acusações dos EUA

23 de setembro de 2011 • 09h28



O primeiro-ministro paquistanês, Yousuf Raza Guillani, disse nesta sexta-feira que os Estados Unidos não podem manter sua luta no Afeganistão sem o apoio do Paquistão, e que as últimas acusações vindas de Washington danificam as relações entre os dois países, informou a imprensa local.

Guilani reagiu assim às declarações feitas pelo chefe do Exército americano, Mike Mullen, sobre supostos vínculos entre serviços secretos paquistaneses (ISI) e a rede Haqqani, um dos grupos mais ativos da insurgência afegã.

"EUA não pode viver sem nós, gostem ou não", afirmou Guilani na cidade de Karachi, no sul, onde também acrescentou que Washington deve deixar de mandar "mensagens errôneas" que podem afetar as relações bilaterais.

De acordo com a emissora de televisão local "Geo", o primeiro-ministro paquistanês inclusive lançou uma ameaça velada e ressaltou que não haveria nenhuma concessão sobre a soberania do país. "Nossos 180 milhões de habitantes querem defender sua terra e sua soberania", disse.

Na quinta-feira, o almirante Mike Mullen disse em uma comissão do Senado dos EUA que o Paquistão exporta extremismo violento ao Afeganistão e acusou a rede Haqqani de atuar como um braço do principal serviço secreto paquistanês, o ISI.

A rede Haqqani, com base na região tribal paquistanesa do Waziristão do Norte, foi acusada de atacar repetidas vezes as forças da Otan em solo afegão, e de ter participado do ataque que aconteceu há dez dias em Cabul e deixou cerca de 25 pessoas mortas.

As acusações dos EUA provocaram uma avalanche de respostas do Executivo paquistanês.

A ministra de Exteriores, Hina Rabbani Khar, que está em Nova York para participar da Assembleia Geral das nações Unidas, demonstrou insatisfação pelas acusações de Mullen, que classificou como "inaceitáveis", e afirmou que os EUA "podem perder um aliado".

Na quinta-feira, a porta-voz do Ministério dos Exteriores, Tehmina Janjua, negou em entrevista coletiva que seu país coopere com o grupo Haqqani e reafirmou o compromisso do Paquistão de colaborar com os EUA na luta antiterrorista.

As acusações de Mullen não são novas, mas o tom do discurso americano se tornou mais intenso depois do assassinato do ex-presidente e mediador afegão Burnahudín Rabbani.
http://noticias.terra.com.br/noticias/0 ... s+EUA.html




Triste sina ter nascido português 👎
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