Investimentos franceses devem chegar a
R$ 90 bilhões
03/12 - 07:01 , atualizada às 10:43 03/12 - Guilherme Manechini, iG São Paulo
Os investimentos da França no Brasil podem dobrar no curto prazo. Desde o fim do ano passado, o volume de investimentos franceses, que envolve contratos governamentais, concorrências públicas, compra de controle de empresas e aquisições de participações acionárias, já supera a marca de R$ 40 bilhões. A expectativa é que o volume total de investimentos, em negócios em disputa, alcance quase a cifra de R$ 90 bilhões.
Falacia!!!! E das cabeludas!
Investimento estrangeito direto (IED) é uma coisa.
Venda (exportação de serviços para o Brasil) de serviços é outra coisa.
Possibilidade de venda (exportação serviços para o Brasil) para o Brasil é outra.
Estão sob o radar dos franceses o fornecimento dos caças para reequipamento da Força Aérea Brasileira e a construção do trem-bala, ligando Rio-São Paulo, as duas principais metrópoles brasileiras.
Tudo isso é venda ou potencial venda de produtos e serviços. Investimento zero!
Segundo o presidente da Câmara de Comércio da França no Brasil (CCFB), Louis Bazire, a estabilidade econômica e a maior disposição do governo brasileiro em abrir oportunidades de investimentos ao capital estrangeiro são os principais fatores que explicam o aumento das relações comerciais entre os dois países.
Aos fatos:
Fonte BACEN: http://www.bcb.gov.br/rex/IED/Port/ingr ... dpai=inved
Em 2007 a França ficou em 7o lugar entre os países que mais investiram no Brasil
Em 2008 ficou em 6o lugar
No 1o quadrimestre de 2009 ficou em 5o lugar
2007, 2008, JAN-ABR/2009
ESTADOS UNIDOS 6.039,19 6.917,95 1.157,94
LUXEMBURGO 2.855,30 5.937,32 189,35
PAISES BAIXOS 8.116,13 4.623,68 1.523,07
JAPAO 464,63 4.098,78 412,04
ESPANHA 2.163,52 3.787,47 1.041,22
FRANCA 1.214,40 2.856,13 660,40
CAYMAN, ILHAS 1.604,47 1.554,67 239,65
CANADA 818,35 1.438,02 131,92
AUSTRALIA 493,77 1.153,43 235,47
BAHAMAS, ILHAS 602,66 1.098,47 20,11
VIRGENS,ILHAS BRITANICAS 371,52 1.046,64 60,65
BERMUDAS 1.497,57 1.038,06 44,21
ALEMANHA 1.756,78 1.036,57 1.979,43
PORTUGAL 468,08 1.025,91 92,40
“Os mercados europeus estão muito maduros, obrigando que as empresas busquem investimentos em outras regiões”, diz Bazire, ao citar o Brasil como um dos destinos mais atrativos da atualidade.
Aliado a isto, o executivo, que também preside a subsidiária brasileira do BNP Paribas, cita bom relacionamento entre os presidentes dos dois países, Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, o que tem facilitado a recepção dos investidores franceses.
O bom relacionamento realmente existe, mas não faz da França um maior investidor no Brasil do que a Holanda, Luxemburgo e Espanha para ficarmos na UE.
Na semana passada, Philippe Mellier, presidente mundial da área de transportes da Alstom, afirmou que espera contar com a ajuda de Sarkozy na reta final da licitação do trem bala brasileiro. O projeto, avaliado em R$ 34 bilhões, figura entre os maiores em andamento no mundo.
Isso é venda, não investimento! Aqui licitação mesmo. Terá que concorrer com empresas de outros países! Não tem END certo!
“Hoje é possível ver que a relação entre os dois países é excelente. Por isso vamos fazer o possível para apresentar uma proposta competitiva e, assim, fazer com que a discussão chegue aos dois governos”, disse o executivo.
Tem que vencer a licitação!
O presidente francês também tem participado ativamente para que os caças fabricados pela Dassault sejam comprados pelo Brasil, uma transação avaliada em R$ 12 bilhões.
Venda e não investimento!
Dos negócios já concluídos, Sarkozy participou da recente venda de 50 helicópteros da EADS à Helibras.
Venda e não investimento!
A lista de transações já fechadas inclui a venda de quatro submarinos convencionais e um quinto submarino de propulsão nuclear que serão fabricados pela DCNS, um negócio avaliado em R$ 18 bilhões, que terá participação da empreiteira brasileira Odebrecht.
Venda e não investimento!
Outro grande negócio foi a compra do controle da usina de açúcar e álcool Santelisa Vale pelo grupo Dreyfus por R$ 3 bilhões e a licitação ganha pelo grupo Suez, em consórcio com a brasileira Camargo Corrêa, para a construção da usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, em Rondônia, cujos investimentos chegam a R$ 9 bilhões.
A compra do controle da usina de açúcar e álcool é investimento. O resto é venda de serviços.
A crescente onda de investimentos franceses parece repetir - e até certo ponto rivalizar - com o movimento realizados nos anos 90 pelos grupos espanhóis no Brasil, que marcou o avanço de empresas como Telefonica, Santander e Endesa no País.
Não é o que os números mostram.
Os interesses de grandes grupos da França e Espanha estiveram presentes num recente negócio bilionário no Brasil. Poucos dias atrás, a francesa Vivendi, um dos maiores grupos de telefonia e mídia do mundo, bateu a Telefonica numa disputa hostil pelo controle da operadora brasileira de telefonia GVT. Embora o negócio não esteja concluído, ainda sob análise da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ele pode chegar a R$ 7,2 bilhões.
Realmente uma grande operação. Mudança de controlador. Os franceses gostam de investir no que já está em operação. Mas nada de green field.
Para Bazire, um exemplo do interesse das companhias francesas pode ser medido pela Bolsa de Paris. “Atualmente, das 40 empresas que compõem o principal índice da Bolsa de Paris, 38 possuem filial no Brasil”.
Isso acorre tb com as empresas do Fortune 500.
Segundo Bazire, a escolha do País para os dois maiores eventos esportivos do planeta, a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos, em 2016, deve intensificar ainda mais a relação entre os dois países. Entre as áreas de interesse, Bazire cita o setor de infraestrutura e de turismo.
Vai intensificar com todos os principais países do mundo.