Estou viajando e só esporadicamente consigo ler as notícias.
A matéria abaixo é do Correio Brasiliense de hoje:
FAB avalia compra de helicópteros russos
Pedro Paulo Rezende
Da equipe do Correio
Como parte de um pacote de melhoria do Sistema de Controle do Espaço Aéreo, a Força Aérea Brasileira (FAB) examina a compra de quatro helicópteros Mil Mi-26 de fabricação russa, os maiores em operação, que serão empregados na expansão dos centros de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta). Eles podem carregar até 20t, o suficiente para instalar, em apenas uma viagem, um radar móvel completo, com sistemas de geração de energia, de transmissão de dados e de monitoramento local. Cada um custa US$ 25 milhões.
O programa CH-X, sigla em inglês de helicóptero de carga pesado, foi cancelado em fevereiro de 2002, às vésperas da viagem da comitiva que assinaria o contrato para a compra em Moscou. Ressuscitou em outubro deste ano, depois de uma viagem do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, à Rússia. Além de apoiar a ampliação dos cindactas, os Mi-26 serão empregados em ações de defesa civil e no combate a calamidades. Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que estão avançadas as conversações para a compra do equipamento, depois de encontro com o ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov.
Recentemente, um desses helicópteros foi contratado pelo exército dos Estados Unidos para resgatar um CH-47 Chinook, o maior helicóptero fabricado no ocidente, derrubado pelos rebeldes talibãs no Afeganistão. O Mi-26 pode levar 83 soldados totalmente equipados, mas em Kosovo, durante uma missão humanitária, chegou a carregar 103 refugiados. Também foi empregado pelas Nações Unidas como hospital aéreo.
Segundo fontes do Comando da Aeronáutica, uma comitiva formada por oficiais da Força Aérea e do Exército brasileiros, deve ir a Moscou no início de 2007 para avaliar a possibilidade de novos negócios. O Exército quer examinar helicópteros artilhados de combate antitanque e antiguerrilha — a Rússia tem três modelos, os Mil Mi-35 e Mi-28 e o Kamov 32).
Narcotráfico
A FAB também está negociando a compra de 30 helicópteros com a Rosoboronexport, empresa estatal russa encarregada da exportação de material de uso militar. Segundo fontes da Aeronáutica, as discussões se encontram em estágio avançado e um acordo pode ser assinado, na pior das hipóteses, em janeiro. Os helicópteros, dos modelos Mil Mi-35 e Mil Mi-171, serão usados no combate ao narcotráfico. O contrato, no valor de US$ 400 milhões, faz parte de um pacote de contrapartidas comerciais negociados pelo ministro, em recente viagem a Moscou. Na ocasião, ele fechou expressivos negócios de exportação de frango e alimentos.
Os Mi-35 são helicópteros de combate de grande velocidade. Conseguem atingir até 335km/h. Levam uma metralhadora pesada, capaz de disparar mais de 3 mil tiros por minuto, ou um canhão de 30mm capaz de perfurar até 80mm de blindagem. Podem ser armados com seis lança-foguetes e mísseis antitanques e para combate aéreo. Além disso, transportam um grupo de combate completo, com 12 soldados. Basicamente, são versões modernizadas do Mi-24, empregados pelos soviéticos no Afeganistão, com eletrônica moderna e motores mais possantes.
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