FCarvalho escreveu:Só uma perguntinha: será que a Airbus gostaria de colocar mais um concorrente dela mesma no mercado com os CS-500/700/900, tendo os NEO aí para oferecer?
Ou será que ela comprou a participação no projeto visando duas coisas que me parecem óbvias: ajuntar aos eu portfólio um produto novíssimo e mais adequado a uma faixa do mercado onde ela perde feio para Embraer e a própria Bombardier, e impedir um novo concorrente aos seus A320NEO e família?
No final a Boeing a meu ver está tentando fazer a mesma coisa com a Embraer.
Simples assim.
abs
Desculpes mas não é simples o que estás dizendo (e li os teus posts seguintes), é
simplório. Aparentemente tudo no mundo é fácil de resolver, só que não! Entendas:
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MC-21 e C-919 são rivais para Airbus e Boeing
como são agora (com Neo e o NG). Senão vejamos: todas as aeronaves que citei têm a mesma configuração de assentos, ou seja, 3+3 (
Hi-Density), confere?
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Então a Airbus dá o passo decisivo: compra pouco mais de 50% da linha CSeries da Bombardier. Notar que, nas configurações atuais é brabo de ele enfrentar os E-jets (2+2), pelo acréscimo de arrasto e peso que o maior tamanho acrescenta. Então, sério que acreditas que o fulcro da Airbus seja mesmo
apenas ter uma linha de Aviões Regionais? Sério? POWS!!!
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Não importa a excelência de seus produtos, China e Rússia vão enfrentar aeronaves similares às suas (todas do tipo
wide-body), mas já bem firmes no mercado e com o "probleminha" que as Duas Grandes têm uma rede planetária de Suporte ao Cliente que os novatos levarão vários anos e terão que investir toneladas de dinheiro para igualar. Digamos, de modo
bem otimista, que alcancem esta meta ainda na próxima década, tri?
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Daí aparece a Airbus com uma aeronave que está mais para
narrow-body, com sua configuração 3+2 poupando espaço e peso mas com a mesma capacidade de passageiros, por ser mais longa. Talvez não consigas notar mas é um senhor diferencial: leva-se a mesma quantidade de passageiros mas com menor peso total e principalmente, menor arrasto. Complica, não?
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Mas fica pior: o novo avião "mata" até o A-319/320, junto com os outros três. E não é só com um custo menor por passageiro mas principalmente por, além disso, ter à disposição a enorme rede mundial de manutenção e apoio da Airbus. Porque é um avião
DA AIRBUS! E não falo em CSeries -100 e -300 mas de -500, -700 e -900. Desenvolvido com o poder financeiro da Airbus e a engenharia e processos da Bombardier, tem tudo para simplesmente destroçar o que aparecer! Uma aeronave com custo por assento mais baixo que B-737, MC-21 e C-919 e uma rede de assistência do tamanhão - e com a rapidez¹ - da que a Airbus tem, bueno, brabo de encarar com
wide-body...
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E aqui encontramos a Boeing e a EMBRAER, ambas sem projeto algum para encarar as versões maiores do CSeries. Como ficaria? Bueno, a Boeing poderia focar apenas nas aeronaves maiores e deixar este lucrativo segmento abandonado à concorrência. Brabo de acontecer, né? Já a EMBRAER teria que cometer um dos maiores pecados que uma grande empresa pode cometer: ficar estagnada num segmento onde - por enquanto - não tem rivais à altura. Notar, não obstante, que a partir do momento em que - falo de
possibilidade, não tenho teu apreço por
devires que logo em seguida se tornam certezas absolutas - as versões maiores do CSeries deslancharem, as menores deixam - pela comunalidade - de ser menos atraentes que o E-Jets porque, mesmo com maior custo por assento, a comunalidade com as versões maiores mais do que compensa.
Consegues ao menos
começar a ver por que nem Boeing nem EMBRAER (isoladamente) acabam bem neste cenário?
1 - Executivo algum de linha aérea alguma vai escolher avião porque é mais bonitinho e/ou custa um pouco menos por assento, ele precisa mesmo é do máximo de
disponibilidade, pois avião parado esperando peças e serviços é prejuízo certo!