Fórum Defesa Brasil

FCarvalho escreveu: ↑Ter Out 05, 2021 12:49 pm
Do mesmo jeito que o povo compra carro hoje em dia, tunando ao gosto do cliente, o navio da COTECMAR também pode ser adaptado ao que for de interesse dos compradores. Vejo nele muitas oportunidades para a nossa BID/indústria naval e P&D, assim como do ponto de vista comercial ele pode ser uma alternativa talvez até mais factível do que modelos europeus.

Daí penso eu, estas questões tem de ser dirimidas a todo tempo por este time aqui MD + MRE + MIC + MCT pensando a defesa conjuntamente.
Sem isso, continuamos no mais do mesmo de sempre.
Não que os nossos vizinhos tenham assim tanta simpatia por nós, como nós não temos com eles, mas, em se tratando de questões de Estado, o que importa é o que nos favorece nas possíveis cooperações entre nós e eles. Mas este caminho não pode ser traçado isoladamente pelo MD, e muito menos ser objeto de coerção das forças sobre este.
Ou fazemos política de defesa funcionar de verdade dentro da nossa política de RI, ou estamos condenados, e nos condenando ad eternum a sermos tratados como periferia do mundo. Mesmo crendo erroneamente que somos a última bolacha do pacote.

Por que o Brasil não tem uma Guarda Costeira? Será que é necessário?

Existe uma recorrente crítica a não existência de uma Guarda Costeira no Brasil.

É um assunto complicado e que envolve muito mais atores públicos além da MB.
Fato é que a marinha não trata a área de patrulha naval com o mesmo nível de importância que outras, tanto que os programas para os navios de patrulha sequer aparecem na maioria das discussões sobre o poder naval brasileiro.
Enfim, é algo que temos de debater para muito além dos discursos internos do clube naval e da própria MB.
Seria bom começar cobrando as vossas excelências das comissões de defesa do congresso sobre o que lhes é de obrigação debater.

É um problema politico E militar.

Se fosse só politico, os atores políticos não pensariam duas vezes em criar mais uma teta já o "ator militar" entra com a parte do não querer perder parte da teta.

abs

gusmano escreveu: ↑Seg Jan 10, 2022 11:52 am É um problema politico E militar.
Se fosse só politico, os atores políticos não pensariam duas vezes em criar mais uma teta já o "ator militar" entra com a parte do não querer perder parte da teta.
abs

Como disse de outras vezes, já temos toda a infraestrutura material, organizacional e humana de uma guarda costeira pronta e funcionando dentro da marinha. O que não temos de fato é a separação efetiva da missão, das instituições e dos recursos.
Criar uma guarda costeira no Brasil é até fácil. É só arrumar quem queira dar uma canetada e tudo se resolve no campo burocrático. Mas se for para fazer apenas isso e criar mais um sorvedouro de recursos públicos, melhor ficar como está.
Não precisa fazer muita coisa, mas, diante do fato de que a MB não quer perder recursos, e nem prestígio/poder, uma guarda costeira não é visto como algo que interesse à instituição. Por outro lado, deixar isso nas mãos dos políticos é pedir para ser roubado duas vezes na mesma noite.
Então, tem que haver um debate longo e produtivo envolvendo mais do que políticos e militares. De preferência também os mais interessados, que são as populações que vivem e dependem comercial, industrial, financeira e socialmente do trabalho de polícia marítima realizado pela MB. E não é pouca gente.
Tem que começar por aí.

Mais uma opção

Essa confusão que esse comandante diz ter só existe pela intransigência da MB em querer se meter em tudo que envolve água, ela ainda mantém o espírito centralizador da época do império.

J.Ricardo escreveu: ↑Qua Jun 29, 2022 3:58 pm Essa confusão que esse comandante diz ter só existe pela intransigência da MB em querer se meter em tudo que envolve água, ela ainda mantém o espírito centralizador da época do império.

Como eu venho dizendo aqui, a coisa é um pouco mais complicada, e uma simples canetada não resolve o problema em si.

Começa pela atual legislação federal que deixa tudo muito confuso em termos de papeis entre DPF e MB, no caso do exercício de atividades de polícia naval, e depois piora com estados e municípios litorâneos agora embarcando na mais nova moda que é dispor às PM, PC e até guardas civis com equipamentos fluviais e navais para fazer exatamente o mesmo que trabalho que o DPF tenta fazer mas não consegue devido as restrições orçamentárias e à falta de prioridade dada dentro da instituição ao tema polícia naval.

Daí é possível ver o quanto confuso é o tema, com equipes do DPF tendo que estar presentes em embarcações de patrulha da MB, ou no porto a espera, quando de ações contra o narcotráfico e\ou outros ilícitos internacionais cometidos na nossa ZEE e até mesmo nas águas territoriais, já que a MB não tem poder de polícia para "prender" ninguém e por aí vai.

Enfim, talvez fosse muito mais fácil, em havendo vontade e interesse do poder político, que esse trabalho todo fosse centrado em uma organização única e capaz de realizar todo esse trabalho, de forma que a estrutura hoje da MB no assunto pode ser aproveitada na íntegra, e até mesmo ampliada e fortificada, no sentido de dispormos de uma guarda costeira com todas as condições de exercer única e exclusivamente o papel de polícia naval e fluvial no país. Mas para isso tem que mexer primeiro na legislação e convencer um monte de gente que defende os interesses corporativos de MB, DPF e por aí ai de que essa é a melhor solução para nós.

Mas este é só o princípio. Não adianta nada criar guarda costeira das costelas da MB se não houver a garantia de recursos permanentes, longevos e regulares. Se for somente para criar mais um elefante branco com o pires na mão, melhor deixar como está.

Eastern Shipbuilding Group escreveu:We've successfully transferred Offshore Patrol Cutter Hull 1 to launch position and shifted Hull 2 for the next phase of production with the capable support of our partners at Berard Transportation.

https://fb.watch/eAW4QfAFrp/

Regresso da Lancha de Patrulhamento Costeiro Bojador após missão em Itália
Chegou hoje a Lisboa a Lancha de Patrulhamento Costeiro “Bojador”, da Unidade de Controlo Costeiro da GNR, bem como a respetiva guarnição, após o término da sua participação na Operação Conjunta “THEMIS 2022”, na Sardenha, Itália.
Durante os 113 dias de missão, de 23 de março a 14 de julho de 2022, foram navegadas mais de mil horas e percorridas cerca de 6500 milhas náuticas, tendo ainda sido resgatados 48 migrantes em pleno mar mediterrâneo e apreendidas cinco embarcações que tentaram efetuar a travessia para a Europa.

Eight ECCPB's are to be delivered to the RAN over 2022 - 2024, while 21 x GCPB's are to be delivered to the Commonwealth of Australia (Department of Defence) under the Pacific Patrol Boat Replacement Project. The Australian Government is gifting all 21 GCPB's to 12 Pacific Island nations and Timor Leste over 2018-2023.