Fórum Defesa Brasil

13/08/2014 às 16h29
Ucrânia aceita, com condições, entrada de ajuda humanitária russa

SÃO PAULO - A Ucrânia aceitou com condições nesta quarta-feira a entrada de um comboio da Rússia para enviar ajuda humanitária à cidade de Lugansk, no leste do país, dominada por rebeldes e cercada há duas semanas pelo Exército ucraniano.

O comboio de 260 caminhões, que leva 1.800 toneladas de suprimentos, saiu de Moscou na terça (12) e está parado na base de Voronezh, de onde deverá partir para a região de Lugansk.

Segundo o porta-voz da Presidência, Sviatoslav Tsegolko, guardas de fronteira ucranianos e representantes da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (Osce, na sigla em inglês) devem inspecionar a carga ao entrar do país e, se autorizada, a missão seguirá por território controlado por rebeldes.

O representante afirma que o aval para a entrada do auxílio humanitário foi dado após uma reunião entre o presidente Petro Poroshenko, o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk e representantes das forças de segurança ucranianas.

A entrada do comboio representa um recuo das autoridades ucranianas, que relutavam em aceitar o envio de ajuda vindo da Rússia. O Kremlin é acusado pelo governo de Kiev de financiar e armar os separatistas que lutam contra o Exército do país.

Kiev desconfia que Moscou queira usar a ajuda para fazer uma intervenção militar. O ministro do Interior, Arsen Avakov, disse que o país não permitirá que a missão passe por Kharkov, área dominada pelo governo e mais próxima da fronteira.

"A provocação do cínico agressor é inadmissível no nosso território", disse, descartando a rota que havia sido acordada pelas duas partes na última terça-feira (12).

Para Yatseniuk, a Ucrânia só poderia aceitar ajuda exclusiva da Cruz Vermelha. "O cinismo dos russos não tem limites. Primeiro nos entregam tanques, terroristas e bandidos que matam ucranianos e depois nos enviam água e sal."

Confrontos

Mais cedo, o Exército da Ucrânia confirmou a morte de 11 militares nas últimas 24 horas em confronto com os separatistas pró-Rússia, elevando o número de mortos no conflito para 2.086. Os militares, porém, não confirmaram a morte de 12 combatentes do partido Pravy Sektor, de extrema direita.

A morte dos milicianos nacionalistas havia sido confirmada pelo partido. Seu líder, Dmitri Yarosh, lamentou a perda de seus aliados em mensagem no Facebook. O Pravy Sektor aglutina grupos extremistas, torcidas organizadas de futebol e é conhecido por sua violência.

(Folhapress)
http://www.valor.com.br/internacional/3 ... aria-russa

Atualizado em 13/08/2014 11h45
Rússia diz que suspeita de que ajuda para Ucrânia seja disfarce é 'absurda'
Kiev diz temer que comboio humanitário esconda tentativa de invasão.
Governo ucraniano afirmou que não permitirá entrada de caminhões.

Da Reuters

Comboio russo com ajuda humanitária para a Ucrânia é visto perto da cidade de Yelets no fim da tarde desta terça-feira (12). Caminhões devem chegar à fronteira com a Ucrânia nesta quarta-feira (13) (Foto: Maxim Shemetov/Reuters)Comboio russo com ajuda humanitária para a Ucrânia é visto perto da cidade de Yelets no fim da tarde desta terça-feira (12). Caminhões devem chegar à fronteira com a Ucrânia nesta quarta-feira (13) (Foto: Maxim Shemetov/Reuters)

A Rússia disse nesta quarta-feira que as suspeitas de que estaria usando um comboio de ajuda humanitária para a Ucrânia como disfarce para uma invasão são absurdas.

O Ministério de Relações Exteriores criticou a Austrália por expressar tal preocupação.

"Continuam expressando a alegação absurda de que o comboio humanitário para ajudar a população civil do sudeste da Ucrânia poderia ser usado como pretexto para 'intervenção militar' russa", disse o ministério em comunicado.

A coluna de mais de três quilômetros inclui 280 caminhões. O comboio pretende percorrer quase 500 km nesta quarta-feira e chegar à noite ao posto de fronteira de Chebekino-Pletnevka, entre a região de Belgorod (sul da de Rússia) e de Kharkov (nordeste da Ucrânia, sob controle das forças governamentais).

A Ucrânia, que acusa a Rússia de armar os separatistas - o que Moscou nega -, alertou que não permitirá a entrada em seu território de "nenhum comboio humanitário" de Vladimir Putin destinado às regiões do leste do país devastadas pelo conflito, afirmou o ministro do Interior, Arsen Avakov.

"Nenhum 'comboio humanitário' de Putin passará pela região de Kharkov", destacou o ministro ucraniano, a respeito da área do nordeste do país controlada por Kiev.

"O cinismo dos russos não tem limites. Primeiro nos entregam tanques, (lança-foguetes múltiplos) Grad, terroristas e bandidos que matam ucranianos e depois nos enviam água e sal", disse o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk.

Tanto Kiev como o Ocidente suspeitam que o comboio poderia ser uma versão moderna do cavalo de Troia: uma ajuda humanitária que esconderia uma operação de desestabilização ou reforços para os separatistas pró-Rússia.

A modalidade exata da ajuda russa é objeto de negociações há dois dias.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/ ... surda.html

00:05
Como resolver a crise na Ucrânia pela via da paz
Rodric Braithwaite

É preciso uma mudança de mentalidade e um maior equilíbrio demográfico entre os ucranianos que consideram que o seu futuro passa pela Rússia e os que se revêm nos valores do Ocidente.

A crise na Ucrânia despertou velhas desconfianças no Ocidente acerca da Rússia e discursos que lembram os tempos da Guerra Fria. O Ocidente limita-se a uma escalada de sanções e Vladimir Putin também parece desprovido de ideias. Ambos os lados precisam de uma visão mais imaginativa que vá ao cerne da questão: como se pode combinar a unidade, prosperidade, segurança e abertura da Ucrânia ao mundo exterior e os principais interesses da Rússia?

A resposta não reside na força, mas sim na tão menosprezada arte da diplomacia, isto é, na paciente procura de um desfecho que dê a todos o que precisam, ainda que não seja bem o que pretendem. Esta crise tem raízes profundas, muito embora Putin seja o responsável imediato. Ainda não atingiu o objectivo a que se propôs, que é ter uma Ucrânia neutra que defenda os anseios de Moscovo, mas a opinião pública global condenou a ideia e Putin perdeu a oportunidade de granjear respeito entre a comunidade internacional.

A política ocidental para a região também não tem sido brilhante. A esperança de a Ucrânia vir, um dia, a aderir à União Europeia e à Nato caiu por terra. A chamada política do Ocidente encontra-se agora dividida em três fases. A primeira passa por revitalizar a Nato e reconfortar os seus membros do Leste europeu, que receiam ser o próximo alvo na lista da Rússia. A segunda por obrigar Putin a mudar as suas políticas através de sanções ou encorajar os seus companheiros a afastá-lo do poder. E a terceira por transformar a Ucrânia no país estável, próspero e unido que nunca foi até hoje.

Há sinais de que Putin vai continuar a apoiar os rebeldes militarmente. No entanto, a maior parte dos russos não quer que o seu presidente vá mais longe enviando o exército para a Ucrânia. Algumas pessoas influentes em Moscovo estão preocupadas com o que pode acontecer. Poderemos fazer alguma coisa? Sim, podemos começar por pensar como queremos que isto acabe, ou seja, numa Ucrânia minimamente em paz consigo mesma e com os seus vizinhos.

É, pois, necessário acordar um cessar-fogo para depois negociar condições: relações comerciais mutuamente benéficas para a Ucrânia e países vizinhos, incluindo a União Europeia e a Rússia; um grande esforço para estabilizar a economia; melhores garantias para salvaguardar os direitos dos falantes russos; e um ponto final na ingerência de estrangeiros nas questões nacionais da Ucrânia.

Mas não só. O principal problema da neutralidade pode ser resolvido através de um acordo constitucional que obrigue a Ucrânia a manter-se como país não-alinhado, salvo se dois terços da população votarem a favor de uma mudança. O apoio popular à adesão à Nato sempre esteve longe desses números, pelo que é preciso uma mudança de mentalidade e um maior equilíbrio demográfico entre os ucranianos que consideram que o seu futuro passa pela Rússia e os que se revêm nos valores do Ocidente.

Velhos inimigos podem resolver os seus diferendos tal como as disputas territoriais podem ser solucionadas sem o recurso à guerra, mas isso leva tempo e requer um grande esforço diplomático.

http://economico.sapo.pt/noticias/como- ... 99631.html

FOXTROT escreveu:Lendo a mídia portuguesa as forças de Kive já venceram.


Há uma certa confusão quanto ao russos entrarem ou não em território ucraniano.

http://www.publico.pt/mundo/noticia/dez ... ia-1666572


Saudações

FOXTROT escreveu:Lendo o MP.NET, parece que os rebeldes infringiram grandes baixas as forças de Kiev, isso inclui um novo bolsão com 3.000 soldados prestes a serem aniquilados, foram capturadas várias unidades de artilharia também.

Saudações

EDSON escreveu:Mais destroços da unidades ucranianas. Não deu tempo nem de enterrar os mortos.